Seguidores

sábado, 24 de junho de 2017

VENDEDORES AMBULANTES /POMBAL DÉCADA DE 1960. O VENDEDOR DE QUEBRA QUEIXO...

 Por Jerdivan Nóbrega de Araújo
Resultado de imagem para Jerdivan Nóbrega de Araújo

Vendedores Ambulantes /Pombal década de 1960.

O Vendedor de Quebra Queixo.

Outros vendedores de quebra queixo tivemos, mas quero falar de um em particular. Ele não tinha nome: era apenas "O homem do Quebra Queixo". Ou o velho do "Beiço Lascado", por ser portador de lábio leporino ou fenda labial.

Imagem inline 2

Esse tipo de vendedor foge as memórias dos contemporâneos que moravam nas ruas melhores situadas, face a ser um ambulante das periferias. Oferecia os seus produtos aos tão pobres quanto ele, razão pela qual fazia mais escombo do que venda: garrafa, alumínio e cobre eram as "moedas" correntes por onde ele passava.


Cruzava as ruas da cidade com uma tabuleta de quebra queixo na cabeça, e um saco de garrafas vazias nas costas, ao tempo que gritava:
- Ééééébra eiiiiixoooooo.... óóóóca ô arrafa êa arrafa e lito. Az "meicado" de um e "Ôz uzeiro" (troca por garrafa meia garrafa e litro. Faz mercado de um e de dois Cruzeiros)

A molecada corria atrás do vendedor de quebra queixo com suas garrafas nas mãos para trocar por um "meicado" de doce. 

O que irritava o "Vei do Beiço Lascado" era dizer que seu doce era feito com talo de pé de mamão, o que era uma verdade.

O vendedor de quebra queixo fez parte da nossa infância, e entra no registro das minhas memórias como mais um Homem Invisível das ruas de Pombal.



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário