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quarta-feira, 15 de março de 2017

VOCÊ SABIA!

Por Clerisvaldo B. Chagas, 15 de março de 2017 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.646

As apresentações sobre o tempo com a Meteorologia da televisão, mudou muito. Avançou. O surgimento da apresentadora “Maju” divide bem o tempo entre a exibição antiga e a moderna. Após Maju e sua equipe por trás, não tem pra ninguém. A mulher é um espetáculo à parte. E a dinâmica elaborada para apresentação, evoluiu para a nota máxima.
Ilustração: (www.uol).

Aproveitando o ensejo, vamos perguntar se você sabe o que é e como se formam a neblina ou nevoeiro, a neve, o granizo, o sereno ou orvalho e a geada.

O granizo e a neve se formam em cima. O nevoeiro, o orvalho e a geada, formam-se em baixo.

·         Neve. A neve é água no estado sólido. Ela pode aparecer quando o ar das camadas mais altas da atmosfera fica muito frio. As gotículas d’água que estão por ali se transformam em cristais de gelo, isto é, solidificam-se, juntam-se em flocos de neve e caem. Tanto a atmosfera quanto o solo deverão estar com temperatura muito baixa. Na atmosfera, zero grau ou menos. Portanto, é correto se dizer que “estar caindo neve” ou uma nevasca.

·         Granizo. Já o granizo, são pedras de gelo que se formam nas nuvens de tempestade. As nuvens formadoras podem atingir até 25 Km de altitude, a temperatura até mais de 50 graus negativos. A queda do granizo é chamada popularmente de saraiva ou chuva de pedras.

As coisas não são tão simples e vários fenômenos acontecem para o desfecho da neve ou do granizo.

·         Nevoeiro. Pode acontecer quando o ar perto da terra estiver muito frio. Nesse caso o vapor de água que paira no ar se condensa, formando a neblina ou nevoeiro. Podemos dizer, então que nevoeiro ou neblina é uma nuvem que se forma próximo do solo.

·         Orvalho ou sereno. Em tempo frio o vapor de água do ar entra em contato com superfícies frias: folhas, vidros, lataria de carros... E passa do estado de vapor para o líquido. Costumamos chamar sereno, quando acontece à noite e orvalho quando surge pelas manhãs.

·         Geada. Finalmente a geada é um fenômeno em que se formam camadas finas de gelo sobre plantas e outras superfícies lisas. Pode-se dizer que a geada é o orvalho congelado. Veja que nesse caso, não se pode dizer que está caindo geada.

Esperamos que a didática tenha funcionado.
O autor também é Especialista em Geografia.


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VÍTIMAS INOCENTES OU O DRAMA DAS CRIANÇAS DE CANUDOS

por José Gonçalves do Nascimento*

Nem mesmo as crianças foram poupadas das atrocidades decorrentes da guerra de Canudos. Sem dúvida, esse foi o segmento que mais sofreu com os desastres provocados pelo monstruoso conflito. As informações a tal respeito são por demais assustadoras.

Os soldados na sua fúria perversa não respeitavam ninguém, matando de forma indiscriminada. Contanto que fosse gente de Canudos. Assim, milhares de crianças indefesas foram mortas e incineradas, a maioria delas no colo dos seus próprios genitores.


Dois anos após o fim do massacre, Martins Horcades relatava haver encontrado, só em uma casa, “22 cadáveres já queimados, de mulheres, homens e meninos”. No mesmo relato informava o acadêmico baiano ter visto, “em uma rua uma mulher, tendo sobre uma das pernas uma criancinha e em um dos braços outra, todas três quase petrificadas!”. Estas e outras cenas são parte do álbum do baiano Flávio de Barros, fotógrafo comissionado junto à quarta expedição.

Os lances de barbaridade envolvendo crianças prisioneiras se multiplicavam a todo o momento, chegando-se ao extremo da perversidade humana. Um soldado contou a frei Pedro Sinzig que vira um colega de farda pegar uma criancinha pelos pés e arremessá-la de encontro a uma árvore, espatifando-se-lhe a cabeça.

Depois da vitória das forças expedicionárias, milhares de meninos e meninas, entre oito e quinze anos, foram sequestrados e em seguida vendidos a fazendeiros e prostitutas da Bahia (e até mesmo do Rio de Janeiro) onde, acabariam submetidos ora ao trabalho escravo, ora à prostituição.

Em minucioso relatório, exarado no final de 1897, a comissão do Comitê Patriótico da Bahia, encarregada de recolher as crianças feitas prisioneiras durante a guerra, dava conta de “que grande parte dos menores reunidos pela comissão, dentre eles meninas púberes e mocinhas, se achavam em casa de quitandeiras e prostitutas. Pode-se afirmar [continua o excelente relato] que muitas pessoas procuravam adquiri-las para negócio.”

Como no tempo da escravidão, a comercialização desses menores era feita às claras e, em muitos casos, com recibo de compra e venda. Ao supracitado Comitê, que tentou recuperar uma criança que se encontrava sob o poder de certo fazendeiro, de nome Emílio Cortes, fornecedor das forças em operação, disse este que “o menino era dele; estava com ele; não tinha que dá satisfação a ninguém, pouco se lhe importava se o pai ou a mãe, ambos fossem Judas ou o diabo; a questão era que o menino lhe tinha sido dado pelo general e disto havia lhe passado o recibo para maior garantia. Não o entregava”.

Além do sequestro e comercialização de órfãos, o referido relatório denunciou também numerosos casos de estupro praticados por soldados contra crianças e adolescentes. Uma das vítimas, Maria Domingas de Jesus, de 12 anos, “foi desvirginada, violentamente, pela praça do 25° batalhão de infantaria, de nome José Maria.”

Criado inicialmente para prestar socorro aos soldados envolvidos no conflito, o Comitê Patriótico acabou por ocupar-se também da gente de Canudos, especialmente mulheres e crianças. Ao concluir suas atividades no final de 1897, a organização apresentou seu balanço: “Não foi pequeno o número de vítimas que socorremos e abrigamos entre mulheres, crianças e meninos de ambos os sexos, que conseguimos reduzir debaixo da nossa bandeira de caridade, evitando a uns a morte pela falta de conforto e à míngua de recursos, a outros a verdadeira escravidão em que se achavam e, porventura, a prostituição no futuro”.

O drama das crianças de Canudos inspiraria mais tarde o jovem poeta baiano Francisco Mangabeira, testemunha ocular dos fatos e autor do livro Tragédia épica, lançado pela primeira vez no ano de 1900. A obra enfeixa um conjunto de 20 poemas, em que o autor, poeta de rara sensibilidade, narra os horrores da guerra. É o caso do poema “Crianças Prisioneiras”, aqui transcrito parcialmente:

“Não há cenas mais tristonhas,
Nem de tamanha aflição:
Bocas outrora risonhas,
Murchas à míngua de pão.
(...)
Tivestes beijos e afagos,
Mas hoje a fatalidade
Fez vossos dias pressagos,
Ainda no albor da idade.
Sois como as aves implumes
Que um dia a desgraça quis
Arrancar de entre os perfumes
Dos quietos ninhos gentis.
(...)
Os homens riem-se, vendo
Que ides morrer como cães...
Ai! Que pesadelo horrendo
Para aquelas que são mães”.

*Poeta e cronista
jotagoncalves_66@yahoo.com.br

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UM PRESENTE PARA POÇO REDONDO

*Rangel Alves da Costa

Desde muito que estamos lutando para trazer a Poço Redondo a “Exposição Territórios”, realizada com enorme sucesso no Rio de Janeiro, entre os dias 19 de janeiro a 19 de abril, inteiramente voltada para a divulgação da cultura de Poço Redondo através de seus artistas e artesãos, com painéis sobre artesanato, rezadeiras, cavalhadas, renda de bilros, bem como as tradições populares ribeirinhas.

Desde então comecei a entrar em contato com os produtores e na manhã desta terça-feira, através do produtor Arlindo Hartz, recebemos um ofício enviado pela produtora e diretora Bia Lessa (responsável pela exposição), e este para ser entregue ao prefeito municipal de Poço Redondo. Por ser um documento enviado ao prefeito Júnior Chagas, não podemos revelar seu conteúdo.

Contudo, antecipo que há imenso interesse em trazer a “Exposição Territórios” para Poço Redondo. E mais, propondo ainda que a exposição permaneça no município como um patrimônio local. Hoje (quarta-feira) manterei contato com o Secretário de Estado da Cultura, Irineu Fontes, no sentido de que o estado também possa apoiar a vinda e a permanência da exposição em Poço Redondo. Tenho plena confiança que o prefeito Júnior Chagas não medirá esforços para a concretização desse grande objetivo histórico e cultural.


Acerca ainda da referida exposição, outro dia escrevi um texto intitulado Poço Redondo na Exposição Territórios (e o indescritível orgulho), que novamente transcrevo no sentido de mostrar a importância de tal evento na vida da comunidade poço-redondense. Eis alguns trechos do escrito:

“Segundo a diretora Bia Lessa e a curadora Renata Piazzalunga, a exposição está focada em Poço Redondo e ocupa três salas: a primeira é dedicada ao conhecimento da comunidade; a segunda aprofunda o diagnóstico da Associação dos Artesãos do Município de Poço Redondo; a terceira aborda a aplicação do método, apresenta o processo de trabalho e oo produtos resultantes da interação entre designers e artesãos, configurando novos territórios de ação.

Pelas imagens, constata-se que a exposição está belíssima, com um visual maravilhoso e no reconhecimento que Poço Redondo tanto necessita. Avistam-se rostos conhecidos, pessoas que vivem entre nós, artes que nascem das conterrâneas mãos sertanejas, manifestações artísticas tão presentes (e tantas vezes saudosas) em nossas vidas.

Somente agora, quando avisto o meu nome em meio à exposição como colaborador, sinto a importância do envio do material requerido pelo amigo Arlindo Hartz. Que coisa mais bela e grandiosa Poço Redondo sendo mostrado de forma tão merecidamente valorosa. Somos pobres, somos humildes, mas somos de imensa riqueza na cultura, tradições e demais manifestações artísticas.


Que bom avistar os retratos dos nossos artistas e dos nossos artesãos no mais alto panteão da arte. Um reconhecimento que vem lá de cima, do Rio de Janeiro. E que bom se o governo do Estado e a prefeitura de Poço Redondo trouxessem até nós ao menos um pouco dessa exposição. Mas pena que o nosso município sequer conta com uma Secretaria de Cultura e Turismo. São os outros que têm de se preocupar com a gente. Os nossos administradores não”.

Pois, é esta exposição que desejamos ter no próprio berço inspirador e que certamente será de grande valia para a valorização e reconhecimento de nossa arte, de nossa cultura e de nossa história. Poço Redondo merece mostrar a si mesmo, a seus filhos e ao mundo, suas potencialidades. Não podemos perder a oportunidade de nos encantar com os fazeres singelos de um povo valoroso.

Escritor
Membro da Academia de Letras de Aracaju
blograngel-sertao.blogspot.com

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165 ANOS DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE MOSSORÓ

Fonte e foto: Jornal O Mossoroense.
Fonte e foto: Jornal O Mossoroense.

No dia 15 de março de 1852, o povoado de Santa Luzia de Mossoró passou a categoria de Vila, através do Decreto Provincial de nº 246, sancionado pelo Dr. José Joaquim da Cunha, Presidente da Província do Rio Grande do Norte. A medida estabeleceu a criação da Câmara, desvinculando-se politicamente do Município do Assu, a quem pertencera até então, formando um novo Município, sendo elevada a respectiva Povoação à categoria de Vila de Mossoró.

Fonte e foto: Jornal O Mossoroense.
PARABÉNS MOSSORÓ!!!!

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90 ANOS DA INVASÃO DE LAMPIÃO 13-06-1927 a 13-06-2017


O Presidente da SBEC, Professor Benedito Vasconcelos Mendes juntamente com os demais membros da Diretoria, escolheram o Presidente da Comissão das Festividades dos 90 Anos da Invasão de Lampião à Mossoró. 

Juiz de Direito Dr. Breno Valério Fausto de Medeiros

O escolhido foi o renomado Juiz de Direito Dr. Breno Valério Fausto de Medeiros, que terá total liberdade para indicar os demais membros da comissão e de elaborar a programação das festividades que marcarão o aniversário de 90 anos da defesa da cidade da sanha sanguinária de Lampião e de seu bando de cangaceiros.

Paulo Gastão, Benedito Vasconcelos Mendes, Lemuel Rodrigues e Manoel Severo

Hoje, dia 13-03-2017, uma comitiva formada pelo professor Benedito Vasconcelos, Paulo Gastão e pelo Advogado Marcos Araújo estiveram com o Dr. Breno  Valério para formalizar o convite para ele ser Presidente da Comissão  Organizadora das Festividades, que de pronto foi aceito por este destacado Magistrado. 

Advogado marcos Araújo

O referido evento propiciará a cada mossoroense externar o seu reconhecimento e o seu orgulho por este feito heroico dos nossos antepassados, que com destemor e amor à nossa terra, defenderam, de arma em punho, nossa  cidade dos bandidos invasores.

A SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço conclama as autoridades municipais e estaduais, as instituições culturais, as entidades de classe, os clubes de serviços, a Maçonaria e todos os mossoroenses, para juntos comemorarmos, condignamente, este heroico e histórico fato da nossa história. É obrigação cívica de cada cidadão mossoroense, rememorar e valorizar este importante episódio ocorrido em nossa Mossoró.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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NOVO LIVRO NA PRAÇA "O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.

O livro tem 710 páginas. 
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 
fplima1956@gmail.com

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2016/08/novo-livro-na-praca_31.html

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OS GRUPOS DE TRABALHO DO XXIII EGEORN

Por Maria José Costa Fernandes (UERN/FAFIC/DGE)

O XXIII EGEORN possui 8 Grupos de Trabalho que contempla a diversidade científica da Geografia em suas diversas áreas: Ensino de Geografia, Geografia Humana, Geografia Física e Cartografia. 


Os melhores trabalhos dos 8 GT's, escolhidos pela Comissão Científica do evento, serão premiados com o menção honrosa Prêmio José Lacerda Felipe Felipe. Além desta menção honrosa, o evento terá uma parceria com duas REVISTAS geográficas da UERN. A Revista PENSAR GEOGRAFIA e a REVISTA GEOINTERAÇÕES. 


Sendo a primeira, vinculada ao Departamento de Geografia da FAFIC/UERN, no Campus Central e a segunda vinculada ao Curso de Geografia do CAWSL/UERN,localizado em Assu. Oportunidade de publicação excelente, além dos ANAIS do evento.

Maria José Costa Fernandes

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A ESPOSA DE JESUÍNO BRILHANTE


Capa do Livro 'Jesuíno Brilhante: O cangaceiro romântico', de Raimundo Nonato. Fonte da foto: 

Dona Maria era a esposa legítima de um pacato lavrador e vaqueiro que trazia o nome de Jesuíno Alves de Melo Calado. 

Isto até a idade de vinte e sete anos, quando se tornou conhecido como Jesuíno Brilhante. 

Estas informações vamos encontrá-las num trabalho do escritor Raimundo Nonato. Seu livro “Jesuíno Brilhante, o cangaceiro romântico”, é mais um elo na corrente da história do cangaço. 

O casal tinha quatro filhas e um filho, o caçula. 

No ano de 1871, o destino resolveu terminar com a vida pacífica do jovem pai de família. 

O furto de um caprino, propriedade da gente de Jesuíno, por um membro da família dos Limões, pretos valentes e famosos por seus atrevimentos, deu início a uma sequência de lutas e mortes. 

Um irmão de Jesuíno foi agredido, dentro da vila de Patu, uns dias depois do furto por Honorato Limão, que ficou vangloriando-se do sucedido dentro da humildade em que ocorrera o episódio.

Alguém avisou Jesuíno do que acontecia; estava em uma casa bastante próxima.

Honorato falava alto para que todos ouvissem e Jesuíno escutava calado. 

Sua mulher em dado momento, chamou-lhe a atenção com as seguintes palavras: (segundo Raimundo Nonato): “Quem ouve tanto desaforo deve ter perdido a vergonha”. 

Essas palavras, ditas a queima-roupa, pela mulher, mexeram com seu brio de sertanejo. 

Armou-se. Entrou na venda e matou o preto Limão a punhal. Estava iniciada a guerra entre os dois clãs. Sua vida foi cheia de lances marcantes. 

Ordenou vários casamentos, como quando o noivo depois de seduzir a jovem negava-se a reparar o mal, ele intervinha a favor da desprotegida. 

Contam ainda quem que, certa vez uma pobre mulher disse-lhe que um valentão da região, sabendo que o marido da mesma estava ausente dissera que viria dormir com ela nessa noite. 

Jesuíno teria ficado dentro da casa, no quatro e este, ao ser invadido pelo malfeitor, foi palco da luta, pois o cangaceiro armado de punhal já aguardava o atrevido que foi crivado de pontaços. 

Salvou a honra da honesta sertaneja. 

Não teve dúvida em matar um de seus melhores homens quando este movido pela força irrefreável do sexo tentou abusar de uma donzela colocada sobre a proteção do cangaceiro zeloso das questões morais.

Em ocasiões em que a polícia ou outros inimigos o atacavam, procurava refúgio na Casa de Pedra, esconderijo da serra do Cajueiro, onde em tempos anteriores seu tio José Brilhante buscava também abrigo e enfrentava as volantes. 

O sobrinho seguiu lhe os passos.

Sua família, a esposa Maia e os filhos acompanhavam-no, bem como seus comandados em números que não ultrapassava a uma dúzia, e escondiam-se ali na Casa de Pedra. 

Esse grupo atuava no Rio Grande do Norte e Parayba, lutava cantando como o fizera durante o combate na cidade de Imperatriz (atualmente denominada Martins) a mora da Corujinha. 

“Corujinha que anda na rua
Não anda de dia
Só anda de noite
Às Ave Maria...”

Ou esta outra estrofe que cantavam enquanto carregavam e disparavam os terríveis e mortíferos bacamartes: 

“Corujinha que vida é a tua? 
Bebendo cachaça, caindo na rua
Isto é bom, corujinha!
Isto é bom!”...

Interessante, e aqui vamos fazer um reparo para marcamos bem o fato. quase todo cangaceiro tinha como um ponto de honra máxima, na vida guerreira, não ser preso jamais. 

Morrer, ficar aos pedaços, tudo isso era uma possibilidade bastante presente para quem escolhia o cangaço. 

Segundo Câmara Cascudo, seu pai ao perseguir o cangaceiro Rio Preto ouvia-o cantar assim: 

“Rio Preto foi quem disse
E como disse não nega;
Leva bala e leva chumbo, 
Morre solto e não se entrega...”

Já do famoso Antônio Silvino, os cantadores afirmam que seria esta a opinião. Exaltando a morte do pai teria se externado desta forma: 

“Foi morto a tiros lutando
Na rua dum povoado
Vimos ele cair morto
No mais doloroso estado
Porém, tivemos a glória
De o não ver desfeitado”.

Não ser preso era o que importava. A morte, para quem se defendia das grades da prisão, era uma medalha honrosa, motivo de orgulho para os descendentes. 

Curiosamente esse cangaceiro foi obrigado, em virtude de grave ferimento, a entregar-se

“Num recado que mandei
Aonde a polícia estava
Eu pedia garantia
Dizendo que me entregava,
Mesmo porque - estava certo 
Daquela não escapava”.

Mas voltemos a Jesuíno Brilhante, este sim, seguiu a conduta tradicional dos antigos cangaceiros – tombou no campo da luta.
Sua esposa, Maia, findou casando-se com um dos cabras do falecido. 

Fonte: Lampião: As mulheres e o cangaço - Antonio Amaury Corrêa de Araújo 

http://tudodepatu.blogspot.com.br/2015/08/a-esposa-de-jesuino-brilhante.html

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INFORMANDO SOBRE O PRÊMIO PROFESSOR JOSÉ LACERDA ALVES FELIPE.

Por Maria José Costa Fernandes (UERN/FAFIC/DGE)

Informando sobre o PRÊMIO PROFESSOR JOSÉ LACERDA ALVES FELIPE, que está em sua 6ª. edição no XXIII EGEORN... 

Prof. José Lacerda Alves Felipe

Essa premiação foi criada no EGEORN de 2011 para homenagear um dos principais geógrafos do Rio Grande do Norte, o Professor da UFRN José Lacerda Felipe Felipe, pela sua imensa contribuição à Geografia Potiguar. 


Impossível conhecer o RN sem ler alguma obra do Professor Lacerda Felipe


Outra característica é que o mesmo, junto com outros colegas, se preocupou com o Ensino de Geografia nas Escolas, produzindo Atlas Escolares. 



Acima um pequeno resumo de sua obra....

Maria José Costa Fernandes

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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VALE A PENA LER DE NOVO - ENTREVISTA FEITA NO JUAZEIRO PELO MÉDICO DE CRATO. DR. OCTACÍLIO MACÊDO, NO DIA 06 DE MARÇO DE 1926.


 ”A ENTREVISTA TEVE DOIS MOMENTOS”  

O primeiro foi travado o seguinte diálogo.  

Octacílio - Que idade tem? 
Lampião - Vinte e sete anos. 

Octacílio - Há quanto tempo está nesta vida?
Lampião - Há nove anos, desde 1917, quando me ajuntei ao grupo do Senhor Pereira.  
              
Octacílio - Não pretende abandonar a profissão? A esta pergunta Lampião respondeu com outra:
Lampião - Se o senhor estiver em um negócio, e for se dando bem com ele, pensará porventura em abandoná-lo? Pois é exatamente o meu caso. Porque vou me dando bem com este "negócio", ainda não pensei em abandoná-lo.
              
Octacílio - Em todo o caso, espera passar a vida toda neste “negócio"? 
Lampião - Não sei... Talvez... Preciso, porém "trabalhar" ainda uns três anos. Tenho alguns "amigos" que quero visitá-los, o que ainda não fiz, esperando uma oportunidade. 
              
Octacílio - E depois, que profissão adotará? 
Lampião - Talvez a de negociante..
             
Octacílio - Não se comove a extorquir dinheiro e a "variar" propriedades alheias?  
Lampião - Oh! Mas eu nunca fiz isto. Quando preciso de algum dinheiro, mando pedir "amigavelmente" a alguns camaradas. Nesta altura chegou o 1° tenente do Batalhão Patriótico de Juazeiro, e chamou Lampião para um particular. De volta avisou-nos o facínora: 
                
Lampião - Só continuo a fazer este "depoimento" com ordem do meu superior. (Sic!) 
                
Octacílio - E quem é seu superior?  (!). 
Lampião - Está direito Quando voltamos, algumas horas depois, à presença de Lampião, já este se encontrava instalado em casa do historiador brasileiro João Mendes de Oliveira.  Rompida, novamente, a custo, a enorme massa popular que estacionava defronte a casa, penetramos por um portão de ferro, aonde veio Lampião ao nosso encontro, dizendo: 
                
Lampião - Vamos para o sótão, onde conversaremos melhor.
              
Subimos uma escadaria de pedra até o sótão. Aí notamos, seguramente, uns quarenta homens de Lampião, uns descansando em redes, outros conversando em grupos; todos, porém, aptos à luta imediata: rifle, cartucheiras, punhais e balas...  
                
Octacílio - Desejamos um autógrafo seu Lampião. 
Lampião - Pois não! 
               
Sentado próximo de uma mesa, o bandido pegou da pena e estacou embaraçado. 
                
Lampião - Que qui escrevo?             
Octacílio - Eu vou ditar.
               
E Lampião escreveu com mãos firmes, caligrafia regular. 
               
Juazeiro, seis de março de 1926 Para... E o Coronel... Lembrança de eu, Virgulino Ferreira da Silva. Vulgo Lampião. 
             
Os outros facínoras observavam-nos, com um misto de simpatia e desconfiança.
               
Ao lado, como um cão de fila, velava o homem de maior confiança de Lampião, Sabino Gomes, seu lugar-tenente, mal-encarado.  
               
Sabino Gomes - É verdade, rapazes! Vocês vão ter os nomes publicados nos jornais em letras redondas...
                
A esta afirmativa, uns gozaram o efeito dela, porém parece que não gostaram da coisa.
               
Octacílio - Agora, Lampião, pedem para você escrever os nomes dos rapazes de sua maior confiança.       
Lampião - Pois não. E para não melindrar os demais companheiros, todos me merecem igual confiança, entretanto poderia citar o nome dos companheiros que estão há mais tempo comigo. 

                E escreveu.
                1 - Luiz Pedro,
                2 – Juriti,
                3 – Xumbinho,
                4 - Nevoeiro ,
               5 - Vicente ,
               6 – Jurema.  
               E O ESTADO MAIOR: 
               1 - Eu, Virgulino Ferreira 
               2 - Antônio Ferreira 
               3 - Sabino Gomes .
              
Passada a lista para nossas mãos fizemos a "chamada" dos cabecilhas fulano, cicrano, etc. Todos iam explicando a sua origem e os seus feitos. Quando chegou a vez de "Xumbinho", apresentou-se-nos um rapazola, quase preto, sorridente, de 18 anos de idade.
               
Octacílio - É verdade, "Xumbinho"! Você, rapaz tão moço, foi incluído por Lampião na lista dos seus melhores homens... Queremos que você nos ofereça uma lembrança..."Xumbinho" gozou o elogio. Todo humilde, tirou da cartucheira uma bala e nos ofereceu como lembrança.
                
Octacílio - No caso de insucesso com a polícia, quem o substituirá como chefe do bando? 
Lampião - Meu irmão Antônio ou Sabino Gomes.
               
Octacílio - Os jornais disseram, ultimamente, que o tenente Optato, da polícia pernambucana, tinha entrado em luta com o grupo, correndo a notícia oficial da morte de Lampião.
Lampião - É o tenente é um "corredor", ele nunca fez a diligência de se encontrar "com nós"; nós é que lhe matemos alguns soldados mais afoitos.
              
Octacílio - E o cel. João Nunes, comandante geral da polícia de Pernambuco, que também já esteve no seu encalço?
Lampião - Ah, este é um "velho frouxo", pior do que os outros... 
               
Neste momento chegou ao sótão uma "romeira" velha, conduzindo um presente para Lampião. Era um pequeno "registro" e um crucifixo de latão ordinário. "Velinha", apresentando as imagens:  Romeira
                 
- "Stá aqui, seu coroné Lampião, que eu trove para vosmecê”.
              
Lampião - Este santo livra a gente de balas? Só me serve si for santo milagroso.
                
Depois, respeitosamente, beijou o crucifixo e guardou-o no bolso. Em seguida tirou da carteira uma nota de 10$000 e gorjeou a romeira  
                 
Octacílio - Que importância já distribuiu com o povo do Juazeiro? 
Lampião - Mais de um conto de réis. 
                
Octacílio - Lampião começou por identificar-se: 
Lampião - Chamo-me Virgulino Ferreira da Silva e pertenço à humilde família Ferreira do Riacho de São Domingos, município de Vila Bela. Meu pai, por ser constantemente perseguido pela família Nogueira e em especial por Zé Saturnino, nossos vizinhos, resolveu retirar-se para o município de Águas Brancas, no Estado de Alagoas. Nem por isso cessou a perseguição.  Em Águas Brancas, foi meu pai, José Ferreira, barbaramente assassinado pelos: Nogueira e Saturnino, no ano de 1920. Não confiando na ação da justiça pública, por que os assassinos contavam com a escandalosa proteção dos grandes, resolvi fazer justiça por minha conta própria, isto é, vingar a morte do meu progenitor. Não perdi tempo e resolutamente arrumei-me e enfrentei a luta. Não escolhi gente das famílias inimigas para matar, e efetivamente consegui dizimá-las consideravelmente. 
                
Octacílio - Sobre os grupos a que pertenceu:
Lampião - Já pertenci ao grupo de Sinhô Pereira, a quem acompanhei durante dois anos. Muito me afeiçoei a este meu chefe, porque é um leal e valente batalhador, tanto que se ele ainda voltasse.

Octacílio - ao cangaço iria ser seu soldado. Sobre suas andanças e seus perseguidores: 
Lampião - Tenho percorrido os sertões de Pernambuco, Paraíba e Alagoas, e uma pequena parte do Ceará. Com as polícias desses estados tenho entrado em vários combates. A de Pernambuco é disciplinada e valente, e muito cuidado me tem dado. A da Paraíba, porém, é uma polícia covarde e insolente. Atualmente existe um contingente da força pernambucana de Nazaré que está praticando as maiores violências, muito se parecendo com a força paraibana. 
                
Octacílio - Referindo-se a seus coiteiros, Lampião esclareceu: 
Lampião - Não tenho tido propriamente protetores. A família Pereira, de Pajeú, é que tem me protegido, mais ou menos. Todavia, conto por toda parte com bons amigos, que me facilitam tudo e me consideram eficazmente quando me acho muito perseguido pelos governos.  Se não tivesse de procurar meios para a manutenção dos meus companheiros, poderia ficar oculto indefinidamente, sem nunca ser descoberto pelas forças que me perseguem. De todos meus protetores, só um traiu-me miseravelmente. Foi o coronel José Pereira Lima, chefe político de Princesa. É um homem perverso, falso e desonesto, a quem durante anos o servimos, prestando os mais vantajosos favores de nossa profissão  

Octacílio - A respeito de como mantém o grupo: 
Lampião - Consigo meios para manter meu grupo pedindo recursos aos ricos e tomando à força aos usuários que miseravelmente se negam de prestar-me auxílio.

Octacílio - Já está  rico?
Lampião - Tudo quanto tenho adquirido na minha vida de bandoleiro, mal tem chegado para as vultosas despesas do meu pessoal - aquisição de armas, convindo notar que muito tenho gasto, também, com a distribuição de esmolas aos necessitados. 
                
Octacílio - A respeito do número de seus combates e de suas vítimas quantos combates já participou?
Lampião - Não posso dizer ao certo o número de combates em que já estive envolvido. Calculo, porém, que já tomei parte em mais de duzentos. Também não posso informar com segurança o número de vítimas que tombaram sob a pontaria adestrada e certeira de meu rifle. Entretanto, lembro-me perfeitamente que, além dos civis, já matei três oficiais de polícia, sendo um de Pernambuco e dois da Paraíba. Sargentos, cabos e soldados, são impossíveis dizer o número dos que foi levado para o outro mundo.
                 
Octacílio - Sobre as perseguições e fugas deixou claro que:  
Lampião - Tenho conseguido escapar à tremenda perseguição que me movem os governos, brigando como louco e correndo rápido como vento, quando vejo que não posso resistir ao ataque. Além disso, sou muito vigilante, e confio sempre desconfiando, de modo que dificilmente me pegarão de corpo aberto.  Ainda é de notar que tenho bons amigos por toda parte, e estou sempre avisado do movimento das forças. Tenho também excelente serviço de espionagem, dispendioso, mas utilíssimo.
               
Octacílio - Seu comportamento mereceu alguns comentários bastante francos? 
Lampião - Tenho cometido violências e depredações vingando-me dos que me perseguem e em represália a inimigos. Costumo, porém, respeitar as famílias, por mais humildes que sejam, e quando sucede algum do meu grupo desrespeitar uma mulher, castigo severamente.
                
Octacílio - Deseja deixar essa vida de bandido? 
Lampião - Até agora não desejei, abandonar a vida das armas, com a qual já me acostumei e sinto-me bem. Mesmo que assim não sucedesse, não poderia deixá-la, porque os inimigos não se esquecem de mim, e por isso eu não posso e nem devo deixá-los tranquilos. Poderia retirar-me para um lugar longínquo, mas julgo que seria uma covardia, e não quero nunca passar por um covarde. 
                 
Octacílio - Sobre a classe da sua simpatia:
Lampião - Gosto geralmente de todas as classes. Aprecio de preferência as classes conservadoras - agricultores, fazendeiros, comerciantes, etc., por serem os homens do trabalho. Tenho veneração e respeito pelos padres, porque sou católico. Sou amigo dos telegrafistas, porque alguns já me têm salvado de grandes perigos. Acato os juizes, porque são homens da lei e não atiram em ninguém. - Só uma classe eu detesto: é a dos soldados, que são meus constantes perseguidores. Reconheço que muitas vezes eles me perseguem porque são sujeitos, e é justamente por isso que ainda poupo alguns quando os encontros fora da luta. 
                 
Octacílio - Perguntado sobre o cangaceiro mais valente do nordeste:
Lampião - A meu ver o cangaceiro mais valente do nordeste foi Sinhô Pereira. Depois dele, Luiz Padre. Antonio Silvino foi um covarde, porque se entregou às forças do governo em consequência de um pequeno ferimento. Já recebi ferimentos gravíssimos e nem por isso me entreguei à prisão. - Conheci muito José Inácio de Barros. Era um homem de planos, e o maior protetor dos cangaceiros do nordeste, em cujo convívio sentia-se feliz. 
                
Octacílio - Questionado sobre ferimentos em combate, contou:  
Lampião - Já recebi quatro ferimentos graves. Dentre estes, um na cabeça, do qual só por um milagre escapei. Os meus companheiros também, vários têm sido feridos. Pomos, porém, no grupo, pessoas habilitadas para tratar dos ferimentos, de modo que sempre somos convenientemente tratados. Por isso, como o senhor vê, estou forte e perfeitamente sadio, sofrendo, raramente, ligeiros ataques reumáticos.
               
Octacílio - Sobre ter numeroso grupo:
Lampião - Desejava andar sempre acompanhado de numeroso grupo. Se não o organizo conforme o meu desejo é porque me faltam recursos materiais para a compra de armamentos e para a manutenção do grupo - roupa, alimentação, etc. Estes que me acompanham é de quarenta e nove homens, todos bem armados e municiados, e muito me custa sustentá-los como sustento. O meu grupo nunca foi muito reduzido, tem variado sempre de quinze a cinquenta homens.
                
Octacílio - Sobre padre Cícero Lampião foi bem específico:  
Lampião - Sempre respeitei e continuo a respeitar o Estado do Ceará, porque aqui não tenho inimigos, nunca me fizeram mal, e, além disso, é o Estado do padre Cícero. Como deve saber, tenho a maior veneração por esse santo sacerdote, porque é o protetor dos humildes e infelizes, e, sobretudo porque há muitos anos protege minhas irmãs, que moram nesta cidade. Tem sido para elas um verdadeiro pai. Convém dizer que eu ainda não conhecia pessoalmente o padre Cícero, pois esta é a primeira vez que venho a Juazeiro. 
                 
Octacílio - Em relação ao aos revoltosos: 
Lampião - Tive um combate com os revoltosos da coluna Prestes, entre São Miguel e Alto de Areias. Informado de que eles passavam por ali, e sendo eu um legalista, fui atacá-los, havendo forte tiroteio. Depois de grande luta, e estando com apenas dezoito companheiros, vi-me forçado a recuar, deixando diversos inimigos feridos.

Octacílio - A respeito de sua vinda ao Ceará: 
Lampião - Vim agora ao Cariri porque desejo prestar meus serviços ao governo da nação. Tenho o intuito de incorpor-me às forças patrióticas do Juazeiro, e com elas oferecer combate aos rebeldes. Tenho observado que, geralmente, as forças legalistas não têm planos estratégicos, e daí os insucessos dos seus combates, que de nada tem valido. Creio que se aceitassem meus serviços e seguissem meus planos, muito poderíamos fazer. 
                 
Octacílio - Sobre o futuro Lampião mostrou-se incerto, apesar de ter planos:
Lampião - Estou me dando bem no cangaço, e não pretendo abandoná-lo. Não sei se vou passar a vida toda nele. Preciso trabalhar ainda uns três anos. Tenho de visitar alguns amigos, o que não fiz por falta de oportunidade. Depois, talvez me torne um comerciante.
                
Aqui termina a entrevista concedida por Lampião em Juazeiro.  Na despedida Lampião nos acompanhou até a porta. Pediu nosso cartão de visita e acrescentou: Lampião - Espero contar com os votos de vocês.

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