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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

JOSÉ ROMERO DE ARAÚJO CARDOSO E JOSÉ RIBAMAR

Credito da foto: Luiz Henrique (neto do poeta José Ribamar)

Com o amigo José Ribamar, na residência dele, localizada na Ilha de Santa Luzia, depois de termos degustado uma deliciosa fussura de bode preparada por Dona Rita Alves, esposa do poeta. 

Mossoró/RN, 14/01/2017. 

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RABO DE CAVALO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 16 de janeiro de 2017 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.619

Entre tantas lutas empreendidas pelos sertanejos a partir da década de 60, em Alagoas, estão o Hospital de Santana do Ipanema, água encanada, energia de Paulo Afonso, Curso Médio, ponte sobre o rio Ipanema e, entre outras, a rodoviária da cidade. A rodoviária foi a última das obras maiores conquistadas pelo povo santanense. Chegou atrasada, muito depois das outras, mas era charmosa e, de certa maneira aliviava o espírito aguerrido do povo. Quanto ao atraso, a época em que foi inaugurada, os ônibus já não faziam tanta falta assim. O transporte alternativo havia invadido as cidades alagoanas, deixando rodoviárias sem passageiros, às moscas.

Não foi apenas novidade no meio de transporte terrestre. Houve uma espécie de massificação numa frota de vans que penetram em todos os municípios. Mesmo com esse meio de transporte virando febre, ainda existem muitos lugares não servidos por ônibus e vans.

A rodoviária de Palmeira dos índios veio após a de Santana.

Hoje a Estação Rodoviária de Santana do Ipanema é um desastre. Nem banco tem para ninguém sentar. É preciso pedir favor a um barzinho que funciona ali dentro (quase sempre rodeado de machos bebendo) se quiser uma cadeira de plástico rígido. As senhoras cismam em se aproximar do balcão para comprar um lanche.

Quem precisar de banheiro vá prevenido de casa para evitar constrangimento. Uma vergonha!

O enriquecimento ilícito que tomou conta do país mostra o sucateamento em todos os setores. E o Brasil que poderia estar lado a lado entre as nações mais ricas, respeitadas e dignas, anda com uma cuia de queijo-do-reino com a população nos hospitais, escolas, rodovias e em todas as repartições públicas mendigando relevantes favores. Estamos crescendo... Para baixo como rabo de cavalo.



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LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
E-mail: 
franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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PALAVRAS SÃO FAVOS DE MEL OU GOTAS DE VENENO

*Rangel Alves da Costa

Palavras, palavras. Nada mais que palavras, alguém erroneamente já asseverou. Não há palavra vã. Não há palavra que não cause imediata consequência em que a ouve.

Palavras, palavras. Sempre com sua força e pujança. Tanto assim que as palavras põem fim aos relacionamentos, dão ordem de ataque, acariciam e destroem. E certamente as palavras movem montanhas do coração e abrem caminhos na alma.

Nada mais se deseja ouvir que uma boa palavra, um carinho na voz, uma sábia lição. Do contrário, o veneno respingado pode causar mortal sofrimento.

Está em Provérbios 16,24: Palavras gentis são um favo de mel, doçura para a alma e saúde para o corpo.

No mesmo Provérbios, 12,6, consta que as palavras dos ímpios são emboscadas mortais. E ainda: Há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura. (12,18).

Já dizia Victor Hugo que as palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade. A verdade é que as palavras possuem muito mais consequências do que imagina aquele que pronuncia.

Ao ouvido e ao coração de quem são dirigidas, as palavras podem chegar como punhais lancinantes, como lâminas ávidas por ferir, como espinhos pontudos, como jatos envenenados de ódios e de calúnias.


Como afirma Ana Lopes (“Certas palavras machucam...”, em http://analopes9.blogspot.com.br/2012/08/certas-palavras-machucam.html): “Certas palavras machucam como espinhos que fincam no peito e deixam marcas. Tais palavras incertas rasgam por dentro e ferem por fora, e te ferem tão profundo quanto um corte e faz uma cicatriz invisível e permanente, e que constantemente será lembrada, mas serve para evitar novos erros e espalhar mais dessas cicatrizes pela sua alma. Certas palavras machucam e não se vê o quanto você chora por dentro. Palavras de tão incertas, escapam às vezes. Machucam depois de serem ditas. Mal-ditas. Nem sempre são ditas com verdade, são pronunciadas por causa da dor, da raiva, do medo, do momento… E se soubessem a dor que causam, antes nunca seriam ditas. Certas palavras carregam consigo uma força enorme, às vezes não pelo peso de si mesmas, mas pelo valor que atribuímos a quem diz tais palavras... A força com que elas são proferidas deixam marcas, e dói. A palavra que fere e dói, ditas no calor de mágoas ou discussões penetram como flecha envenenada”.

Já disse o profeta que o amanhã é feito da palavra de agora. E com razão. Não há como frutificar na palavra má, no ódio, na calúnia, na difamação. Ademais, ou há encorajamento na palavra ou esta carente ficará de sua seiva maior.

Malditas as bocas que se abrem para proferir aleivosias, para as falsidades, para as covardias. Imagina-se que logo se dissiparão ao vento. Mas não. Diferentemente do que ocorre com a doce palavra, que intimamente acaricia, a palavra ferina logo se torna em turbilhão devastador.

Quem já não foi acometido pelas consequências de uma mentira, de uma falsidade ou de uma vileza de alguém? Quem já não sentiu o chão se abrir aos pés ao ouvir - ou ficar sabendo por outra pessoa - um mal injusto contra si proclamado? Quem já não teve vontade de reagir com palavras ainda mais desproporcionais às afirmações covardes e mentirosas?

Mas também a busca pela palavra mais doce ainda que aquela palavra doce ouvida. Qual o enamorado não gosta de ouvir do outro um leve e terno “te amo”? Qual coração não palpita ante a palavra desde muito esperada?

As palavras existem em profusão. Ferem, retalham, matam, causam terríveis sofrimentos. Mas as palavras doces também existem. E são estas que alentam espíritos, almas e corações, pelas verdades sublimes nelas contidas.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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AGRADECIMENTO!

Por José Mendes Pereira
Camisa presenteada - Imagem do acervo do Geraldo Júnior

Recebi hoje, com muita honra, um presente (Camisa e CD) vindo da cidade de Bauru-SP, enviado pelo cantor, compositor, cordelista, teatrólogo Pedro Motta Popoff, uma criança de 11 anos, o qual é fanático pelas coisas do Nordeste Brasileiro.

Pedro Motta Popoff e o cantor Alceu Valença cantando a música Como os Animais

Disse o pesquisador Geraldo Júnior:

“Um cordelista de primeira grandeza, que apesar de ter nascido na região sudeste do país, e ser descendente de russos, o Pedro tem uma paixão imensa pela música e pela cultura nordestina de um modo geral. Ele já divulga o seu trabalho e a nossa cultura por este Brasil afora”.

Pedro Motta Popoff

Para quem não conhece o Pedro Motta Popoff ele já se apresentou em vários programas de televisão, e tem cantado com os maiores cantores do nosso Brasil.

O que tenho a dizer, é desejar a esta criança (com conhecimentos de adulto) que sua carreira continue sendo iluminada por Deus, e que continue sendo humilde, porque “A HUMILDADE FAZ MAIS HISTÓRIAS DO QUE A ARROGÂNCIA”.

Marcelo Popoff, Carla Motta, Vovô Nabo e o Pedro à frente

O Pedro Motta Popoff é filho de Marcelo Popoff e Carla Motta os quais já fazem partes da minha humilde amizade.

Obrigado ao Pedro e ao casal Marcelo Popoff e Carla Motta que no meio das suas seleções para presentear como amigos, eu fui um dos selecionados.

Encontro com Fátima Bernardes, Bráulio Bessa e Pedro 
recitam cordel sobre o bom humor, Globo Play.

Continuo aqui em Mossoró, no Rio Grande do Norte, a disposição dos senhores, ajudando a divulgar o belo trabalho do Pedro Motta Popoff em minhas páginas sociais.

O Antonio de Oliveira lá de Serrinha, Bahia, também é um admirador e colaborador com o Pedro Popoff.


O Antonio José de Oliveira lá de Serrinha, Bahia, também é um admirador e colaborador do Pedro Popoff.


Parabéns à família escolhida por Deus para colocar Pedro num caminho mais bonito do mundo, que é: “O MUNDO ARTÍSTICO”.

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DOCUMENTÁRIO PRINCESA DO SERTÃO (TV SENADO)

https://www.youtube.com/watch?v=mENQq4Qoz1A&feature=youtu.be

Publicado em 24 de jul de 2014
Documentário produzido pela TV Senado sobre a Guerra de Princesa.
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Música
"Maracatu do Rei Coroado" por Roberto Stepheson ( • )

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MAZZAROPI. SUA ÚLTIMA ENTREVISTA/TEATRO BANDEIRANTES/PROGRAMA DA HEBE CAMARGO, 1979.

https://www.youtube.com/watch?v=EBCKtr8O_8E

Publicado em 30 de set de 2013
Mazzaropi, Programa da Hebe Camargo.
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COMENTÁRIO DO PESQUISADOR ANTONIO CORRÊA SOBRINHO


Antônio Corrêa Sobrinho  sobre este pequeno artigo: 
https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fref=ts

Penso que algo parecido, mas sem o natural acréscimo dos casos passados transmitidos oralmente, de boca em boca, como se diz, os quais, mais das vezes, terminam ganhando formas as mais extraordinárias e mirabolantes possíveis, sempre a confirmar o antigo ditado de que "quem conta um conto aumenta um ponto" - provavelmente deve ter acontecido. Se estiver certo no que afirmou o pesquisador, escritor, advogado e jornalista cearense, Leonardo Mota (1891-1948), em matéria de sua autoria publicada em 1930, no jornal carioca O Globo (abaixo), autor este reconhecidamente um dos pioneiros da pesquisa sobre o cangaço, essa história do sal foi protagonizada pelo célebre Antonio Silvino e seu comparsa, o terrível cangaceiro Antônio Felix, vulgo Tempestade. Mas, como a verdade é uma montanha difícil de se escalar, trago apenas uma premissa num silogismo que pede muitos outros argumentos, a exemplo de um que devemos considerar, o fato de Antônio Silvino, nas diversas entrevistas que concedeu, nos seus longos anos de cadeia, que eu saiba, jamais ter sido perguntado nem espontaneamente mencionado a história do sal como algo de sua autoria. Não é irrazoável pensar, contudo, que histórias de conteúdo moral envolvendo o pernambucano Silvino em reprimenda aos seus subordinados e pessoas outras com quem esteve em contato, tal qual a que ora avaliamos, a do sal que Tempestade comeu à farta, em grande parte, foi construída por ele mesmo nas suas várias entrevistas concedidas a jornalistas, como na que lemos na edição de 1927, do jornal "O Estado de S.Paulo", quando é dito que ele, Silvino, disse o seguinte: "Por vezes foi forçado a atos reprováveis, assim o fizera ou em legítima defesa, quando atacado, ou para estabelecer uma norma de moral entre os seus 'cabras' que, constituindo o seu séquito, deveriam observar conduta regular, sendo castigados sempre que se afastavam dos princípios pregados por ele, Antonio Silvino. 

Tempos do cangaço que tão pouco sabemos! 

Jornal O GLOBO - 23/10/1930 EPISÓDIOS DA VIDA DOS CANGACEIROS
NO SERTÃO DAS TOCAIAS

Brincadeira de homem... – Um precursor de Lampião

antonio-silvino-ao-centro-entre-os-seus-captores-foto-publicada-no-jornal-de-recife-em-02-de-dezembro-de-1914

Antônio Silvino fazia-se respeitado de seus satélites. Disciplinava-os. Sabia assegurar a conveniente distância que deve existir entre comandantes e comandados. Jamais permitiu atrocidades que não houvesse, em pessoa, determinado.

Chegara ele com a sua récua a uma fazenda. À hora do improvisado almoço, um cabra, o Tempestade, se deu ao luxo de reclamar:

- “Ô arroz ensosso de todos os diabos!”

Um relâmpago de cólera fulgiu nos olhos de Silvino, que, findo o repasto, foi falar à mulher do fazendeiro:

- “Dona, a senhora tem sal em casa?”

- “Tenho, seu capitão. Eu vi aquele homem não gostar... Vossenhoria me desculpe, me perdoe o arroz sair ensosso! foi coisa do avexame, do aperreio do preparo...”

- “Nhóra não, não é por isso não: eu quero é saber se a senhora me pode vender meio litro do seu sal.”

- “Posso lhe ceder; vender, não! O capitão leve o sal que não lhe custa nada e é dado de gosto!”

- “Nhóra não, não é pra carregar não. É um ensinamento que eu quero dar naquele cabrocha que falou do arroz. Me vá ver meio litro, por bondade!”

Atendido, Silvino pediu uma bacia, derramou dentro o sal, dissolveu-o com uma porção d’água, e voltando ao terreiro, onde o Tempestade esgaravatava a dentadura, obrigou-o, de punhal à mão, a beber toda aquela água horrivelmente salgada:

- “Isso é pra você, seu bruto, perder o costume de botar defeito no que lhe dão, de graça! Engula! Ou engole, ou morre! Comeu ensosso, beba salgado que é pra carga não ficar torta... Cabra sem criação!”

Daí a pouco, o Tempestade padecia sob a ação do purgante mais que enérgico...

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fref=ts

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ÚLTIMOS ANOS, MORTE E LEGADO DE LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO

Estátua de bronze que com a de Jackson do Pandeiro fica de frente ao Açude Velho, Campina GrandePBBrasil).

Luiz Gonzaga sofreu de osteoporose por anos. Em 2 de agosto de 1989, morreu, vítima de parada cardiorrespiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana.[4]

Foi velado em Juazeiro do Norte (a contragosto de Gonzaguinha que pediu que o corpo fosse levado o mais rápido possível para Exu, irritando várias pessoas que iriam ao velório e tornando Gonzaguinha uma pessoa mal vista em Juazeiro do Norte) e posteriormente sepultado em seu município natal.[9]


Em 2012 Luiz Gonzaga foi tema do carnaval da GRES Unidos da Tijuca, no Rio de Janeiro, com o enredo "O Dia em Que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão", fazendo com que a escola ganhasse o carnaval carioca daquele ano.[11]

Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga é uma homenagem ao cantor.[10]

Ana Krepp, da Revista da Cultura escreveu: "O rei do baião pode ser também considerado o primeiro rei do pop no Brasil. Pop, aqui, empregado em seu sentido original, de popular. De 1946 a 1955 foi o artista que mais vendeu discos no Brasil, somando quase 200 gravados e mais de 80 milhões de cópias vendidas. 'Comparo Gonzagão a Michael Jackson

https://www.youtube.com/watch?v=sOnqjkJTMaA

Ele desenhava as próprias roupas e inventava os passos que fazia no palco com os músicos', ilustra [o cineasta] Breno [Silveira, diretor de Gonzaga — De pai para filho]. Foi o cantor e músico e também o primeiro a fazer uma turnê pelo Brasil. Antes dele, os artistas não saíam do eixo Rio-SP. Gonzagão gostava mesmo era do showbiz: viajar, fazer shows e tocar para plateias do interior."[12]

Em 2012, o filme de Breno Silveira Gonzaga, De Pai Pra Filho, narrando a relação conturbada de Luiz com o filho Gonzaguinha, em três semanas de exibição já alcançara a marca de um milhão de espectadores.[13]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Gonzaga

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CRÍTICA DE ARIANO SUASSUNA SOBRE O FORRÓ ATUAL

Por Ariano Suassuna em 24 de julho de 2014

‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo est tico. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

http://www.gonzagao.com/noticias_ler.php?id=385

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ROTARY CLUBE POMBAL FAZ A PONTE ENTRE O CONHECIMENTO LITERÁRIO E O POPULAR.

Por Zé Ronaldo

Luizinho Lima, teve que segurar a emoção por várias vezes na noite deste sábado 14/01/2017 na sede do Rotary Pombal Brasil por ocasião do lançamento da sua mais nova obra literária " O POETA DA PERIFERIA ". Emocionado, o autor deu o seu testemunho de vida,nos fazendo crer que mesmo na simplicidade aquela noite era a concretização de um sonho e estar rodeado de amigos, parentes e conterrâneos naquele recinto, era um momento mágico em sua vida. 

 A obra é recheada de envolventes narrativas de sua vida, garra, força, e superação, é o alicerce da mesma que relata claramente a importância da família e as consequências do abandono.

Luizinho Lima, contou ainda com as presenças ilustres dos professores e escritores Eury Bandeira e Francisco Vieira, o bacharel em direito Zildo de Souza, a cordelista e atriz amadora Maria Thalita, os radialistas Tiago Silva (Rádio Opção 104 FM ), e a lenda viva da comunicação pombalense o radialista e jornalista Clemildo Brunet de Sá, ainda naquela ocasião tivemos declamações poéticas por Junior Telmo ( Design Gráfico e declamador), Maria ThalitaJosé Ronaldo Leite, e o pai do companheiro Netinho que nos ofertou um pequeno standap dos seus causos e anedotas. 

O Rotary Clube Pombal Pb, sente-se orgulhoso por acolher em suas instalações uma larva de poetas e amantes da arte literária, promovendo o companheirismo de forma lúdica, prazerosa, cultural, e despertando esta nova geração para a arte da escrita tão suprimida em nossos dias.

Zé Ronaldo é poeta popular. Animador cultural. Potiguar radicado em Pombal/PB.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A HISTÓRIA DA “COLUNA INVICTA” QUE NÃO VENCEU

Por Antonio Corrêa Sobrinho

Subindo montanhas, descendo rios, atravessando pântanos, cortando florestas virgens, caminhando horas a fio, um grupo de 1.500 rebeldes, comandado pelo capitão Luiz Carlos Prestes, desafiou por mais de dois anos – do final de 1924 ao início de 1927 – as tropas do Governo Artur Bernardes e até cangaceiros. A Coluna Prestes – ou “Coluna Invicta”, por não ter perdido batalha – tinha como objetivo derrubar o Governo Bernardes. Não conseguiu, após uma marcha de 25 mil quilômetros, que terminou na Bolívia.

O começo foi no dia 5 de julho de 1924 – exatamente dois anos depois do levante conhecido como “Os Dezoito do Forte”, em 1922. Uma nova revolução tomou conta de Sergipe, Amazonas e São Paulo. Nos dois primeiros Estados, o Governo dominou a rebelião facilmente.

Em São Paulo, contudo, os rebeldes, comandados pelo general Isidoro Dias Lopes e pelo major da Força Pública de São Paulo, Miguel Costa, ocuparam a Capital por três semanas, até serem expulsos. Rumaram então para o oeste e chegaram ao Mato Grosso. Daí se deslocaram para Guaíra, no Paraná.

Envolvidos com a revolução desde 1922 – só não participara do movimento “Os Dezoito do Forte” por estar com tifo -, o capitão Luiz Carlos Prestes, servindo no 1º Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo (Rio Grande do Sul), solicitou licença para tratamento de saúde, até pedir seu afastamento do Exército em setembro de 1924. Ele jurara fidelidade aos poderes constituídos e não admitia participar da revolução na ativa.

No dia 29 de outubro, aconteceu o levante gaúcho. Ajudado por dois tenentes, Prestes sequestrou o comandante do Batalhão Ferroviário, major Siqueira Montes, assumindo o comando da tropa. Eram 300 homens, que o apoiaram. Além do Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo, Prestes reuniu o 2º Regimento de Cavalaria de São Borja, o 3º Regimento de São Luiz Gonzaga e o 3º de Uruguaiana. E partiu para se unir às forças paulistas.

Eram 1.500 homens no total – 800 da Coluna Rio Grande, comandada por Prestes; e 700 da Coluna São Paulo, comandada por Miguel Costa. O comandante paulista defendia a luta frontal contra as forças do Governo, enquanto Prestes sustentava que a pouca munição e a falta de equipamentos indicavam a necessidade de uma tática de guerrilha. Só assim, garantia ele, a Coluna poderia alcançar seu objetivo. Ou seja: percorria o interior do País, atraindo as atenções das tropas federais, enquanto poderiam ser organizados outros movimentos nas Capitais.


Foram 25 mil quilômetros, cobrindo Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará, Paraíba e Bahia.

A pé ou a cavalo, precariamente armados, com fome e sede, os rebeldes escaparam de grandes cercos dos contingentes do Governo. Daí Prestes ter optado pela guerrilha.

Um dos exemplos desta tática foi registrado durante uma batalha em Piancó, na Paraíba. Três colunas do Governo, somando 15 mil soldados, tentaram cercar a Coluna Prestes, acampada na fazenda Buenos Aires, num contraforte da Serra Negra. Prestes, então, ordenou que seus homens, após fazerem um giro de 23 léguas, entrassem na caatinga, abrindo picadas, andando dia e noite. A marcha da Coluna Prestes descrevia um arco que saía do rio São Francisco, atravessando o sertão rumo à Bahia. A manobra ficou conhecida como “laço húngaro”, pois o trajeto era muito parecido ao laço que servia de ornamento ao uniforme do Exército.

Na perseguição a Prestes e seus homens, foram utilizados também temíveis cangaceiros, entre eles Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”, o mais famoso dos bandoleiros das caatingas nordestinas. O grupo de Lampião, contratado pelos “coronéis” da região, não chegou, entretanto, a travar um combate direto com a Coluna. Houve apenas algumas escaramuças, nas quais os dois grupos se utilizavam da guerrilha.

Na verdade, o cangaceiro – preso e decapitado pelos “volantes” do tenente João Bezerra em Angicos (SE), no ano de 1938 – foi apenas mais um instrumento que os “coronéis”, atemorizados com o avanço da Coluna por suas terras, tentaram, sem sucesso, utilizar, contra Prestes. O “Rei do Cangaço” e o “Cavaleiro da Esperança” não chegaram, porém, a trocar um só tiro.

Mais de dois anos após a partida, a Coluna chegou à Bolívia, onde depôs suas armas e Prestes iniciou o exílio, após um entendimento com o Presidente Washington Luís, que acabara de eleger-se.

Prestes, no exílio, confessou o quanto foi dura a jornada:

- Os homens se alimentavam quando havia qualquer alimento. Um dia, no Piauí, encontramos várias cobras, que bem serviram para saciar a fome. De resto, caminhávamos sempre, a cavalo ou a pé. Aqueles homens tinham um grande orgulho de pertencer à Coluna.

Jornal O GLOBO – 08/03/1990

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