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terça-feira, 6 de junho de 2017

O CORPO, DEPOIS DE MORTO

Por Sálvio Siqueira

“O processo de decomposição do corpo começa alguns minutos depois da morte. Quando o coração para, nós experimentamos o algor mortis ou o frio da morte, quando a temperatura do corpo esfria em uma média de 1,5 ºC por hora, até atingir a temperatura ambiente. Quase imediatamente, o sangue se torna mais ácido com o acumulo do dióxido de carbono. Isso é o que faz com que as células comecem a se dividir, esvaziando as enzimas dos tecidos.


A gravidade deixa as primeiras marcas instantes depois da morte. Enquanto o corpo todo fica pálido, células vermelhas do sangue passam para as partes do corpo que estão mais próximas do solo, já que a circulação foi interrompida.

O resultado disso são manchas roxas nas partes mais baixas, algo que é conhecido como livor mortis. Juntamente com a temperatura do corpo, essas marcas ajudam os legistas a identificar o tempo e a posição do corpo no momento da morte.


Você já deve ter ouvido falar que um corpo morto se torna duro e difícil de se mover. O nome disso também vem do latim: o rigor mortis aparece cerca de três horas depois da morte, atinge seu pico 12 horas depois e se dissipa depois de 48 horas.

Isso acontece pois existem bombas nas membranas das células musculares que regulam o cálcio no corpo. Quando as bombas param de funcionar, inundações de cálcio fazem com que os músculos se contraiam e endureçam.


Micróbios vão se juntar a essas enzimas, deixando o corpo todo verde a partir do ventre. Segundo Caroline Williams, da NewScientist, "os principais beneficiários são as 100 trilhões de bactérias que passaram suas vidas vivendo em harmonia conosco em nossas entranhas." Conforme as bactérias vão tomando conta do corpo, ele libera putrescina e cadaverina, que são os compostos responsáveis pelo mau cheiro do corpo humano após a morte.”

Fonte MOTHER NATURE NETWORK

Vejamos, nós, em momento algum estamos querendo defender nenhum cangaceiro. Porém, sempre que possível, analisamos cada fato, cada detalhe ocorrido desses, em suas vários ações ocorridas durante a história. Coisa que não pode ser mudada. O que aconteceu, aconteceu e virou fato histórico, sem endeusamentos, acusações ou defesas incabíveis.

A fisiologia advém do grego, "physis e logos", conhecimento e estudo, ou seja, é a ciência que estuda as funções dos seres multicelulares (vivos). A anatomia e a fisiologia são campos de estudo estreitamente relacionados onde a primeira incide sobre o conhecimento da forma e a segunda dedica-se ao estudo da função de cada parte do corpo, sendo ambas, áreas de vital importância. Nosso corpo, em toda a sua extensão, é uma sequência que não pode ser comprometida, se ocorrer um comprometimento, rompimento dessa sequência, após o local do trauma, podem surgir sequelas irreparáveis. Com o avanço dos estudos e a tecnologia atual, há, no momento condições de se fazer reparações nesses rompimentos, principalmente de nervos e tendões. Quando um nervo ou tendão é rompido, cortado, ele, em ambos as parte, anterior e posterior ao local do rompimento, começa a encurtar. Exemplificando: se por um acaso alguém rompe o tendão ou o nervo ulnar, na altura do terço médio do antebraço, esse começa a contrair-se imediatamente, tanto no sentido caudal como cefálico, dando trabalho, muitas vezes para o cirurgião especialista encontra-lo novamente a fim de fazer o ‘interligamento’ das partes.

De maneira geral, podemos reconhecer três tipos de músculo no corpo humano: Músculo não estriado (músculo liso); Músculo estriado esquelético; Músculo estriado cardíaco. Para nós, no momento, citaremos os dois primeiros.

Os músculos não estriados têm contração lenta e involuntária, isto é, os movimentos por eles gerados ocorrem independentemente da nossa vontade. Esses músculos são responsáveis, por exemplo, pela ereção dos pelos na pele (“arrepio”), e pelos movimentos de órgãos como o esôfago, o estômago, o intestino, as veias e as artérias, ou seja, músculos associados aos movimentos peristálticos e ao fluxo de sangue no organismo.

Os músculos estriados esqueléticos fixam-se aos ossos geralmente por meio de cordões fibrosos, chamados tendões. Possuem contração vigorosa e voluntária, isto é, seus movimentos obedecem a nossa vontade. Exemplos: os músculos das pernas, dos pés, dos braços e das mãos. Uma das principais propriedades dos músculos é a capacidade de se contrair; a contratilidade; é ela que torna possíveis os movimentos que praticamos em nosso corpo. O corpo humano, segundo os estudiosos, leva 12 horas após a morte para ficar rígido totalmente. Depois, após 48 horas, de enrijecimento, começa a mudar desse estado e ficar flexível, mole, novamente, pois há horas entrou em fase de decomposição.

Porque dessa nossa tentativa de explicar o enrijecimento pós morte do corpo humano e parte da anatomia e fisiologia do corpo humano: é que, para alguns que viram uma matéria nossa, dias atrás, sobre a morte do cangaceiro Corisco e a prisão de sua companheira, a cangaceira Dadá, o cangaceiro morreu brigando. Tudo bem para quem assim pensa, é uma opinião particular e merecedora de respeito. No entanto, para nós que analisamos a cena, segundo relatos de pessoas que passaram para um amigo nosso, de lá, de onde o corpo do cangaceiro foi sepultado, de Barra do Mendes, BA, além de confrontarmos as notícias dos jornais, as entrelinhas de vários autores, e o estudo da posição em que se encontrava o corpo , pouquíssimo tempo após sua morte na carroceria de um caminhão, é que chegamos a conclusão, nossa conclusão em particular, pois não estávamos lá para averiguarmos, nem tão pouco temos um laudo escrito por algum especialista, dizendo como encontrava-se, principalmente, os membros superiores daquele corpo, por isso não podemos dar uma conclusão inconteste, acharmos que o jovem, quando em vida, não tinha mais condições de lutar com arma de fogo em punho.

Nota-se, na captura fotográfica abaixo, a posição que se encontrava o membro superior esquerdo, do ex cangaceiro. Vejam que é exatamente esse membro que se relata ser o que ‘estava bom’, dando-lhe condições de sacar uma arma curta e atirar na patrulha que o cercava. Depois, correr em disparada, e atirar várias vezes por cima do ombro com a dita arma enquanto corria.

Estudando a maneira como se encontra o membro superior esquerdo, notamos que a articulação do cotovelo estava comprometida, não permitindo ele estender, abrir, o braço. Isso pode ter sido causado por um trauma direto naquela região e/ou o rompimento dos tendões e nervos dos movimentos do braço/antebraço/mão e dactilos, pois são uma sequência e, quando muito duplicam-se em suas extensões. Notamos ainda a posição em que se encontram os dactilos da mão esquerda, lisos em suas articulações, revelando-nos falta de movimentos anteriores. Quando uma parte do corpo, de um membro do corpo perde seus movimentos, essa parte comprometida começa a mudar seu aspecto, ficando mais fino, perdendo até parte dos pelos na pele, e essa, a pele, o maior órgão do corpo humano, muda totalmente seu aspecto naquela região.

Além desse pequeno esboço acima mostrado, tem o pedido de perdão do comandante daquela volante, José Osório de Farias, o tenente Zé Rufino, a dona Sérgia, ex cangaceira Dadá, muitos anos depois em seu leito de morte. Pedido que fiquei por vários e vários anos sem entender. Cheguei até a pensar que o tenente tinha uma ‘quedinha’ por Dadá, mas, aprofundando os estudos, senti que poderia, e por que não, o pedido de desculpas ter vindo pela forma, maneira, que ele ordenou o ataque ao companheiro dela nas terras da fazenda Cavaco, naquela tarde de domingo, 25 de maio de 1940. Depois, o que nos chamou a atenção foi a não decapitação do cangaceiro morto, ação que se tornou corriqueira entre os comandantes das volantes, principalmente usada pelo tenente Zé Rufino, e, muito chamou atenção, também, não terem sido mostradas as armas, através das tão conhecidas fotografias mostrando cabeças de cangaceiros e seus equipamentos bélicos, conduzidas pelos cangaceiros, Corisco e Dadá naquele momento, mostrando apenas a prisioneira, baleada em uma cama, em outra o corpo, ou parte desse, do cangaceiro morto, e, em outra ainda, o registro da volante, executora de tal façanha, com seu comandante e o repórter enviado para região do conflito do Diários Associados. As armas de Corisco foram levadas e entregues as autoridades quando da ‘entrega’ do cangaceiro Velocidade II.

Portanto, não defendendo alguém ou acusando outrem, continuamos acreditando que Cristino Gomes foi morto sem ter condições de defender-se. Achamos também que, se alguém atirou contra a volante, com certeza, esse alguém foi a Dadá, pelo seu jeito impulsivo, não lhe faltando coragem para tal ato.

Não somos donos da verdade, longe disso, no entanto, nada nos impede de irmos à busca da mesma, ou pelo menos, chegarmos o mais próximo possível dela.

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: Historiografia do Cangaço
Link: https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/permalink/1780822985563538/

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