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quinta-feira, 1 de junho de 2017

FLORESTA ESTÁ DE LUTO E CHORA A MORTE DE MAIS UM FILHO ILUSTRE.

Por Marcos Antônio de Sá 

Em vinte de junho de 1907, exatamente em uma "quinta feira", durante o mandato do Cel. José Gonçalves Torres (Cazé), através da lei estadual 867, Floresta foi elevada à categoria de cidade. Alguns dias após a elevação da categoria de vila à cidade foi criada a "Sociedade Progressiva Arborizadora ", por iniciativa do Cel. Cazé e dos florestanos João Gomes Barbosa e Alfredo Barros. No livro do Dr. Álvaro Ferraz, João Gomes Barbosa é identificado como o "pai dos tamarindos".



Um tamarindo centenário, testemunha de tantas histórias e que foi plantado com tanto amor e carinho, tornando-se o símbolo maior da nossa cidade, tombou sem vida no dia de hoje, 01 de junho de 2017. O gigante assistiu imponente, a feira que lotava o pátio da igrejinha do Rosário sempre aos sábados, a criação da Agência do Banco do Brasil e a posse de tantos prefeitos. Tantas celebrações foram feitas a seus pés, em cima das suas raízes. Tantas comemorações de Carnaval, São João, Sete de Setembro, Natal e Ano Novo. O que dizer as gerações futuras? E os nossos netos e bisnetos que não te conhecerão e virão apenas fotos tuas provando que tu existisse e que um dia fostes uma beleza sem igual, integrante dessa grande família de João Gomes Barbosa, de Alfredo Barros, de Cazé, e do nosso povo. 


Quando cheguei hoje de Petrolândia e visualizei o teu corpo caído ao chão já sem vida, não me contive em lágrimas e senti um aperto inexplicável dentro do meu coração. Fostes testemunha da minha infância e de tantos outros florestanos, quando brincávamos correndo nas praças de pés descalços, jogávamos bila e pinhão, subíamos no fogo simbólico. Quanta dor sinto nesse instante e a revolta me corrói o coração. Qual o motivo de não "podarem" nossos tamarindos? O que está acontecendo com os filhos de Floresta que não dão a mínima para a nossa história e nossa cultura? Será que só tomarão providências quando todos os nossos tamarindos morrerem ou quando caírem na cabeça de alguém? Cadê os nossos representantes que ainda não criaram uma lei para proteger os nossos tamarindos e nosso patrimônio histórico, ou se ela existe, qual o motivo de tanto descaso? Os tamarindos são velhinhos e precisam de mais cuidado e de mais atenção! 



E o batalhão? Vai ficar só no papel, só em promessas? Vão deixar cair mesmo? Até quando ele vai suportar?


Desculpe João Gomes Barbosa, Alfredo Barros, Cazé , Floresta e nossos descendentes, pois só estávamos preocupados com nós mesmos. 

Uma cidade que não tem passado, não terá presente e muito menos futuro.


Marcos Antônio de Sá
Escritor florestano.


Fonte: facebook
Página: Marcos de Carmelita

https://www.facebook.com/marcosdecarmelita.carmelita

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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