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sexta-feira, 16 de junho de 2017

BRANCA DE NEVE EM CORDEL

Por Stélio Torquato Lima

Branca de Neve, um dos contos de fada mais populares, virou cordel pela pena de Stélio Torquato Lima e ganhou plasticidade com o desenho de capa de Eduardo Azevedo. Esse é um dos 10 cordéis publicados pela crodelaria Flor da Serra que fazem parte da caixa "Contos de Fada em Cordel". Esse conto de fada foi uma das primeiras histórias que ouvi. Escutei pela boca de meu pai e carrego ainda hoje, a lembrança de suas palavras descrevendo o sangue jorrando do dedo da rainha e tingindo a neve de vermelho.

Branca de Neve é um conto de fadas originário da tradição oral alemã. Este foi compilado por Jacob (185-1863) e Wilhelm (1786-1859), os Irmãos Grimm, sendo publicado entre os anos de 1812 e 1822, num livro com várias outras fábulas, intitulado Contos de Fada para Crianças e Adultos. A origem do conto é controversa, havendo a possibilidade de ter se iniciado na Idade Média, vindo a se manter pela tradição oral. Em muitas versões alemãs antigas, os anões são substituídos por ladrões, enquanto o diálogo com o espelho é feito com o sol ou com a lua. Com influência direta do filme da Disney de 1937, a maioria das versões publicadas atualmente para este conto não inclui três tentativas da madrasta de matar Branca de Neve, sendo contada apenas a tentativa final: a da famosa maçã envenenada, que consegue com sucesso fazer com que a princesa adormeça para que possa despertar ao ser beijada por um príncipe.

Depois de toda essa conversa, agora leia os versos com que Stélio começa a narrar a história. Para comprar esse cordel faça seu pedido pelo e-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 999569091.


É com alegria e leveza
Que trato d’uma donzela
Chamada Branca de Neve,
Moça fina e muito bela.
Também tratarei por cá
De uma bruxa muito má,
A qual tinha inveja dela.

Certa vez, uma rainha,
Num espinho, o dedo fura.
Estando junto à janela
De madeira muito escura,
Na neve, o sangue caiu,
E então ela exprimiu
Uma vontade muito pura:

“Quem dera ter uma filha
De cabelo negro assim
Como a madeira que eu vejo
Na janela em frente a mim.
Qual neve, alva seria.
Nos lábios, a cor traria
Deste meu sangue carmim.”

E veio a ter uma filha
Como havia desejado:
Os cabelos muito negros,
E a pele, pra seu agrado,
Tal como a neve, era alvinha.
E lábios vermelhos tinha,
Cor do sangue derramado.

Chamou de Branca de Neve
A sua filhinha linda.
Ela era sua alegria,
Uma felicidade infinda.
Mas pouco isso durou,
Pois logo o dia chegou
Em que a rainha se finda.

A linda Branca de Neve
Era ainda uma neném
Quando sua mãe querida
Foi morar lá no além.
E o pai, coberto de dor,
Dava adeus ao seu amor,
Ao seu puro e amado bem.

Da morte da sua esposa,
Algum tempo se passava,
Quando o tão sofrido rei
Uma decisão tomava:
Para vencer seu tormento,
A um novo casamento
Ele então se consagrava.

Ele acabou se casando
Com uma jovem orgulhosa.
E a mulher logo mostrava
Como ela era vaidosa:
Junto ao espelho vivia,
Para o qual sempre dizia
Esta frase pavorosa:

“Responda-me bem depressa,
Oh! Espelho, espelho meu:
Há uma mulher mais bonita
Neste reino do que eu?
E não me deixe esperando,
Ou vou logo lhe quebrando.
Nada restará de seu!”

Depressa o espelho mágico
Respondia para ela:
“Em todo o teu grande reino,
Tu és, de fato, a mais bela.
Não se encontra mais formosa,
Seja moça ou seja idosa,
Seja casada ou donzela.”

Mal ouvia essas palavras,
Ficava com a alma leve.
No entanto, seu triunfo
Teve uma duração bem breve,
Pois do espelho ela escutou
Tão logo moça ficou
A linda Branca de Neve:



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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