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domingo, 7 de maio de 2017

O SALÁRIO!

Professora Dai Dantas

Receber o meu salário, aquilo que garante meu alimento, moradia e manutenção da minha vida e que recebo após um custoso mês de esforços físicos e mentais, virou um jogo de batalha naval. Lembram como é? A gente tenta, às cegas, acertar em que latitude e longitude estão posicionados os submarinos, navios e etc. Se erramos, tomamos uma bala de canhão e corremos o risco de afundar, metaforicamente.


A cada mês, tento adivinhar em que data devo posicionar os vencimentos de minhas contas. A cada mês, tenho errado, pois as longitudes do governo do estado se tornam cada vez mais longínquas. A cada mês, afundo em juros. A cada mês, recebo menos dinheiro, porque a conta do atraso sem reposição é uma conta que não fecha nos bolsos de uma trabalhadora. A cada mês, amargo o meu pagamento fracionado e reduzido e ainda sou exposta à ridicularização por um calendário sectário, que além de me excluir ainda coloca a minha faixa salarial com um status subliminar de onerosa. Sou daquela faixa salarial que não tem data prevista para ser paga. 


A cada mês, ansiedade, humilhação e aperto, já que o governo decidiu que o meu emprego é um hobby pelo qual devo prescindir de pagamento, embora eu me dedique arduamente a cumprir as tarefas da minha carga horárias de 40h e seja devidamente qualificada a desempenhar a função para a qual fui contratada. A cada mês é um tiro. Gostaria de saber se apenas eu estou com dificuldades em estancar tanto sangue!


Dai Dantas

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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