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quinta-feira, 4 de maio de 2017

FOTO DO QUE SOBROU DO CALDEIRÃO DO BEATO JOSÉ LOURENÇO, SE VÊ VELHOS CRIANÇAS MULHERES EM ESTADO DE MISÉRIA...!!!

Material do acervo do pesquisador Guilherme Machado

Os políticos e donos de terras não viam com bons olhos a concentração de trabalhadores em Caldeirão, que além de não pagarem renda, dificultavam a mão de obra barata nas fazendas. Lembravam da experiência de Canudos e tinham medo que o povo na posse da terra livre, criasse uma organização forte como a de Canudos.

Padre Cícero morreu em 1934, Caldeirão perdeu seu defensor. Suas terras foram procuradas pelos Salesiano, que se consideravam herdeiros do Padre.

A autoridade do Beato Zé Lourenço ia aumentando sempre mais e Caldeirão estava se transformando num grande centro de romaria. O Bispo e os padres estavam bastantes preocupados.

Políticos da região, grandes proprietários de terra, a justiça e a Igreja juntam-se aos poderosos da capital e montam um plano de destruição contra o Caldeirão. A primeira expedição foi realizada em 11/09/1936 e foi comandada pelo capitão Cordeiro Neto, que mais tarde foi prefeito de Fortaleza.

Inicialmente queriam oferecer passagens de trem para as famílias transportarem as bagagens e se retirar do local. O povo não aceitou. Os soldados cumpriram as ordens chegadas de Fortaleza. Queimaram 400 casas, as moagens e as roças. Nenhuma arma foi apreendida, ninguém tinha arma entre os dois mil habitantes do Caldeirão. Os soldados roubaram tudo que podiam levar do Caldeirão.

A segunda expedição para destruir Caldeirão, ocorreu em 11/05/1937, e encontrou resistência de um grupo, liderado por Severino Tavares que passou a agir contrariando as orientações do Beato Zé Lourenço que pregava continuar firmes na luta, mas nunca tocar armas. Nesse confronto morreram um capitão, seu filho, um sargento e um soldado. Outros soldados ficaram feridos. Três camponeses morreram também.

O governo do Estado telegrafou pedindo reforço Federal que enviou uma esquadrilha de aviões. Bombardearam as casas e as roças dos trabalhadores. Foi uma coisa horrível. Cerca de mil trabalhadores foram mortos.

Zé Lourenço e seu povo voltaram para Caldeirão, começaram tudo de novo. Quando já estavam situados, chegou uma carta dos salesianos, dizendo que ele se retirasse com todo o seu povo. Zé Lourenço saiu direto para Pernambuco, foi para a fazenda união, em Exu. Lá morreu de peste bubônica, no dia 12 de dezembro. Seu corpo foi sepultado em Juazeiro do Norte.

Caldeirão foi destruído, mas até hoje milhões de posseiros, trabalhadores sem terra, continuam na mesma busca de uma nova terra. Na busca de Terra Livre, onde possam trabalhar como irmãos...!!!

Foto: fonte Cangaceiros e Jagunços, Rui Facó.

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