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domingo, 2 de abril de 2017

AS CONTRADIÇÕES DOS COMANDANTES DA “OPERAÇÃO ANGICO” (OU TERIA SIDO DO JORNAL QUE PUBLICOU A MATÉRIA, OU AINDA DO OPERADOR DO TELÉGRAFO?)


As notícias, logo após as mortes dos cangaceiros na grota do riacho Angico, na fazenda Forquilha, município de Poço Redondo, SE, em 28 de julho de 1938, foram distorcidas, equivocadas e ‘inventadas’ por várias e várias pessoas que deram seus relatos. No embalo do sensacionalismo, os meios de comunicação em massa da época, jornais, revistas e telegramas, pegaram ‘carona’ nesse ‘trem da mentira’.

Dois dias após o massacre, num sábado, o jornal A Noite estampa em sua primeira página, da edição 9.507, a manchete: “LAMPEÃO ERGUEU-SE COMO UM DEMONIO, DE MOSQUETÃO EM PUNHO!”. Sabemos nós que não só Lampião como nenhum dos que ali estavam, e morreram, tiveram tempo de reação. Se isso tivesse ocorrido, mesmo tendo sido mortos os que foram, a quantia de cadáveres teriam sido bem maior, principalmente em relação a baixas da Força Pública.

Nessa matéria o jornal informa que traria em suas entrelinhas: “Sensacional entrevista concedida à Noite, em longa conferência telegráfica, pelo bravo tenente João Bezerra”. Chamo aqui a atenção dos senhores para essa informação, “... EM LONGA CONFERÊNCIA TELEGRÁFICA...”.

Segundo o jornal, estando o tenente impossibilidade de locomover-se, devido a um ferimento em sua coxa direita ocorrido no local da hecatombe, fizera um ‘questionamento’ de perguntas e o dirigiu ao comandante através da rede telegráfica. Ainda segundo o jornal, foi o comandante do 2º Batalhão, coronel José Lucena que, tendo em mãos as repostas escritas pelo tenente João Bezerra, as dita para o operador do telégrafo, o qual vai transmitindo para os repórteres do citado vespertino.

Quando começamos a ler as notícias, vemos um monte de distorções, equívocos e errôneas notícias noticiadas pelo jornal. A dúvida começa quando, em outras reportagens do mesmo jornal, vemos imagens do comandante em Piranhas, no próprio dia 28, e em outras cidades alagoanas, inclusive naquela que era sede do 2º BPM comandado por Lucena, Santana do Ipanema, onde há imagens dele junto ao coronel Lucena, ao comandante Geral da PM alagoana na época Theodureto Camargo. Então, quando o jornal noticia que não entrevistou pessoalmente o comandante do ataque por ele estar convalescendo do ferimento, parece-nos que a matéria fora ‘criada’, num ímpeto sensacionalista, para melhor distribuírem seu produto.

Se não, os dois comandantes foram quem mudaram completamente o relato dos fatos? O ocorrido fora um e eles contaram outro? Ou ainda fora somente o coronel José Lucena citando, referindo, que eram respostas do tenente João Bezerra, e faz tão equivocada narração?

Abaixo, mostraremos aos senhores a reportagem por inteiro. Não somos, nem pretendemos ser, o dono da verdade, porém, vamos que vamos..., sempre, em busca dela.

Fotos A Noite (capturas da citada matéria)


















Informações abaixo da foto: " Tenente João Bezerra, o comandante da coluna volante que realizou no sertão alagoano a sensacional proeza e que falou à NOITE narrando o episódio impressionante da morte de "Lampeão" e numerosos dos seus comparsas." (Usada a grafia da época).





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