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terça-feira, 28 de março de 2017

PADRE ANDRADE FOI UMA FIGURA QUERIDA PELO POVO DE POMBAL.

Por Jerdivan Nóbrega de Araújo
Jerdivan Nóbrega de Araújo, tendo ao fundo o saudoso João Coremas

Era um padre à moda antiga: não dispensava a batina preta, o chapéu coco e uma carteira de Cigarros Arizona no bolso. No Cine Lux ele tinha o seu lugar reservado. Antes de entrar no cinema costuma passar na sorveteria e pegar uns picolés, que colocava nos bolsos da velha e surrada batina.

Padre Andrade

Nunca conseguia assistir ao filme todos: dormia, às vezes, ainda nos trailers.

Mesmo já em idade avançada costuma celebrar missas, mas sempre com um “olho no missal” e um ouvido nos sinais sonoros do Cine Lux, que a época era possível ouvi-los de toda a cidade.


Certa feita padre Andrade celebrava a missa, que naquele dia havia atrasado, quando de repente ouviu o sinal do início do filme. Eram três sinais que avisavam o início da exibição. No segundo sinal ele olhou para os fies e falou:

- Vocês ouviram? Falta um sinal para iniciar o filme. Num é possível que vocês tenham tantos pecados assim, que não possam faltar um domingo de missa.

Dito isso o padre desceu os batentes do altar e seguiu caminhando em meio a nave principal da Matriz, andando com dificuldades, já que mancava por conta de uma deficiência na perna, e segui em direção ao Cine Lux, deixando para trás os fies sem o final da missa.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

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