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quinta-feira, 30 de março de 2017

O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA EM CORDEL.

 Por Antônio Queiroz de França


Em 1848 Marx e Engels, a pedido da Associação Internacional dos Trabalhadores - a primeira Internacional, reunida em Londres, escrevem O Manifesto do Partido Comunista e, 169 anos depois, em Fortaleza, a Cordelaria Flor da Serra publica a obra em versos de cordel.

Brincadeira à parte, essa edição do Manifesto em versos, vem realizar um antigo sonho do poeta e editor Paiva Neves, já que, no final dos anos 90, esse mesmo texto de autoria do poeta França Queiroz passava por sua mão, sem contanto conseguir editá-lo. 

2017 é o centenário da Revolução Russa, movimento revolucionário de trabalhadores que ousou construir uma sociedade sem senhores, inspirado e guiado pelas ideias do manifesto de 1848. Dessa forma, o Manifesto Comunista em cordel é, de certa forma, uma homenagem aos revolucionários de 1917.

O cordel de França Queiroz traduz, em poesia popular, o vigor dos manuscritos que há 169 anos alimenta sonhos e embasa reais possibilidades de rupturas com o capitalismo. A arte da capa é fruto da sensibilidade do artista Cayman Moreira. 

Leia agora as estrofes iniciais da poesia de Antônio Queiroz de França e para ter acesso a obra completa, compre o folheto diretamente com o autor ou faça seu pedido pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou ainda pelo WhatsApp (085) 9.99569091


Ronda a Europa um espectro
Pregando o igualitarismo,
O qual difunde um discurso
Contrário ao Capitalismo.
Esse fantasma classista 
Tem nome de Comunismo.

Pensadores, sociólogos, 
Cientistas sociais
Preocupem-se com o homem,
“Esse rei dos animais”,
Que cultiva o egoísmo.
Da ética, não lembra mais.

Devido à desigualdade,
Estudam Economia,
E chegam à conclusão:
A poucos privilegia.
Sem o mínimo pra ter vida,
Sofre a grande maioria.

Fizeram a divisão,
Após “estudos profundos”:
“Primeiro mundo” dos ricos;
“Terceiro”, dos moribundos.
Os pobres, escravizados
Por burgueses dos dois mundos.

Um grande gênio alemão 
E um outro camarada
Prepararam uma tese,
Da humanidade estudada,
Vindo a encontrarem a causa
Da fome verificada.

Foi de Karl Marx e Engels
A grande ação humanista,
Quando lançaram ao mundo
Manifesto Comunista,
Mostrando que nosso grito
Necessita ser conquista.

Em mil oitocentos e
Quarenta e sete emitiram,
Na Liga dos Comunistas,
Em congresso, decidiram,
O manifesto dos pobres
Marx e Engels redigiram.

Escrito de forma eclética,
Une anticapitalistas
Da grande liga operária,
Os quais eram comunistas,
Que faziam um consenso
Com os irmãos anarquistas.

Quando a vida virou luxo
Neste tal planeta Terra,
Onde poucos vivem bem,
Pra se manter fazem guerra
Sobre muitos que produzem,
Nova escravidão se encerra.

Geram insensibilidade
Em todos desde a infância:
Nos ricos, por vaidade,
É causada por ganância;
Nos pobres, pela miséria,
A causa é a ignorância.

Sobre nossos ombros pesa
A responsabilidade
Pelo bom combate à causa
Dessa insensibilidade,
Entre nosso segmento,
Com solidariedade.

O Partido Comunista
Já começa a progredir,
E os vários movimentos
Resolveram se unir,
Para a vil exploração
Nesse planeta abolir.

Várias correntes de ideias,
Movimentos sociais,
Havia, entre operários
E entre intelectuais.
Depois desse manifesto,
Ficaram consensuais.

O movimento operário
Chamava-se comunista;
O dos intelectuais,
Chamou-se socialista;
Afora outro que havia,
Denominado anarquista.

Alertava o Manifesto
Que havia um fantasma ousado
Que rondava toda a Europa,
Para transformar o Estado,
Prometendo reunir
Todo o operariado.

Por fim, nos paliativos
Das doenças sociais,
Só eliminando a causa,
É que não voltarão mais,
Não confundido a espécie
Com a de outros animais.

Karl Marx conclama a todos
Para entrarem em ação,
Unindo os trabalhadores,
Sem distinção de nação,
Para o fantasma passar
À materialização.

O tal ousado fantasma
Era o Socialismo,
Que é o primeiro passo
Pra chegar ao Comunismo,
Chamado pelos burgueses
Projeto de terrorismo.

O Papa e Imperadores
Fizeram a Santa Aliança
Contra a ideia comunista,
Dos pobres, uma esperança.
Enquanto estes mendigavam,
Os ricos enchiam a pança.

A palavra comunismo
Passou a ser condenada.
A Igreja com a burguesia
Já era mancomunada,
Pregavam que esta ideia
Estava amaldiçoada.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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