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domingo, 26 de março de 2017

AS VIAGENS DE GULLIVER É MAIS UM CLÁSSICO DA LITERATURA UNIVERSAL ADAPTADO POR STÉLIO TORQUATO LIMA PARA A COLEÇÃO OBRAS PRIMAS EM CORDEL.

Por Prof. Stélio Torquato Lima
Prof. Stélio Torquato Lima e o filho Davi

As viagens de Gulliver é mais um clássico da literatura universal adaptado por Stélio Torquato Lima para a coleção Obras Primas em Cordel. Como os cordéis dessa coleção, aqui já divulgados, a ilustração de capa é de autoria de Cayman Moreira. Esse é um super cordel. São 197 estrofes de sete linhas de pura emoção, na exploração do desconhecido. para ler o cordel, é interessante conhecermos algumas curiosidades do texto original.

As Viagens de Gulliver foi publicado originalmente em 1726. Em 1735, foi lançada uma edição modificada da obra. O livro se constitui de uma sátira à sociedade da época, incluindo críticas à administração inglesa na Irlanda e ao pensamento cientifico alienado, incapaz de trazer benefícios para a humanidade. 

Na parte final do livro, o autor faz o louvor dos ideais iluministas da verdade e da razão. No entanto, esses ideais são transmitidos por cavalos, sendo os homens descritos como feras, os yahoos. O interesse do cinema pela obra se evidencia já em 1902, quando Georges Méliès produz o curta A Viagem de Gulliver a Lilipute e aos Gigantes, ainda mudo. Além de várias versões cinematográficas, a obra também inspirou trabalhos na televisão, no rádio, no teatro, nos quadrinhos, etc.
O autor, Jonathan Swift nasceu em 1667, em Dublin, Irlanda, onde também faleceu, em 1745. Em 1695, dois anos após doutorar-se em Teologia pela Universidade de Oxford, assumiu o posto de Cônego em Kilbroot, na Irlanda. Sua tendência para criticar a elite através de obras satíricas rendeu-lhe dissabores pessoais, ao mesmo tempo em que o tornava popular. Por toda a vida, manteve uma relação especial com Esther Johnson, para quem escreveu as cartas que compõem a obra Diário para Stella (1710-1713). Após o falecimento desta, escreveu Versos sobre a Morte do Doutor Swift (1739). 

Pouco antes de morrer, redigiu em latim o seguinte epitáfio: "Aqui jaz o corpo de Jonathan Swift, doutor em Teologia e deão desta catedral, onde a colérica indignação não poderá mais lhe dilacerar o coração. Segue, passante, e imita, se puderes, esse que se consumiu até o extremo pela causa da Liberdade". Algumas obras: História de um Tonel (1704), A Batalha dos Livros (1704), Diário para Stella (1710-1713), As Viagens de Gulliver (1726) e Versos sobre a Morte do Doutor Swift (1739).

A seguir, leia as estrofes inicias do cordel de Stélio Torquato e para ler a obra completa faça seu pedido pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 999569091.


Gulliver: eis o meu nome,
E médico, a profissão.
Mas, desde a infância, o mar 
Prendia minha atenção.
E foi pelos oceanos
Que vivi fatos insanos
Dos quais faço a narração.

Pra ir direto ao assunto,
Bem pouco irei lhes dizer
Dos anos sem aventura
Que eu também vim a viver.
Contar, porém, me compete:
Foi no século dezessete
Que eu viria a nascer.

Da rotina no hospital,
Eu estava bem cansado.
Então, um antigo sonho,
Que eu sempre tinha adiado,
Resolvi realizar:
Num navio viajar,
Cortando o mar tão amado.

Ingressando como médico
Na embarcação Andorinha, 
Eu, por fim, realizava
A velha aspiração minha.
Ali passei cinco anos,
Percorrendo os oceanos,
Curtindo a vida marinha.

Após instalar-me em Londres,
Belo consultório abri.
Casei-me e tive meus filhos,
Sem atropelos vivi. 
Mas o mar... Oh! Que saudade!
Dele, com sinceridade,
Nem um só dia esqueci.

Se é verdade que a bonança
Vem depois da tempestade,
Para mim foi ao contrário:
Depois da tranquilidade
O tempo ruim chegou:
O meu negócio arruinou,
Contas tive em quantidade.

Mudei pra junto do cais,
Pra clientes arranjar
Entre aqueles que viviam
Percorrendo o alto-mar.
Mas, pra minha frustração,
A minha situação
Não conseguiu melhorar.

Guilherme Prichard, que era
Meu amigo e capitão,
Por sorte, deu-me um emprego
Em sua bela embarcação.
Antílope se chamava
O navio que se achava
Sob a sua direção.

E o Antílope zarpou,
Tendo enfrentado o oceano,
No dia 4 de maio,
Sendo o penúltimo ano
Do século dezessete.
(É verdade! Quem promete
Sou eu, que nunca lhe engano!).

Nas três primeiras semanas,
Foi bem tranquila a viagem.
Estava o céu muito limpo,
Soprando uma branda aragem.
Mas chegaram vendavais
Nas Índias Orientais,
Alertando a marinhagem.

Os ventos, infelizmente,
Não cessaram de aumentar.
As ondas se agigantaram,
Proceloso fez-se o mar.
Nossas velas se romperam,
E tanto as ondas bateram,
Que o leme veio a quebrar.

Entregue à mercê dos ventos
E das ondas furiosas,
O Antílope era levado
Pelas vagas poderosas.
Nossas almas, com o presságio
De um iminente naufrágio,
Se achavam bem temerosas.

Como todos nós temíamos,
O Antílope naufragou.
Fomos lançados ao mar,
Quando o navio tombou,
Gritei por meus companheiros,
Mas nenhum dos marinheiros,
Ao chamado, retornou.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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