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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

NUMA ESTRADA DE ESPINHOS

*Rangel Alves da Costa

Não. Não culpo a vida. A vida é bela. E viver não deixa de ser prazeroso a quem possa compartilhar da felicidade. No entanto, a meus pés, sinto chão o chão apunhalado duma estrada de espinhos.

Não. A culpa não é da vida. A vida é maravilhosa. O que não se pode dizer o mesmo é sobre a existência. Melhor existir entre lobos que em meio a homens. Melhor o instinto da selvageria que a sordidez do homem.

Mas a culpa talvez não seja do homem enquanto ser humano. Mas apenas minha. Sim. Talvez a culpa seja toda minha pela descrença em quase tudo, seja no próprio homem, seja nas relações que permeiam e conduzem a vida.

Por todo lugar e tendo que caminhar por estradas de espinhos. Temo me acostumar às feridas na pele e perder o dom de apreciar algumas plantinhas miúdas e floridas que ainda restam pelas beiradas e nos escondidos das pedras.

Espinhos que refletem o ódio, a vingança, a traição, a desconfiança, a vileza, a falsidade. Pontas finas e vorazes que espelham os medos, as angústias, as aflições, os sofrimentos do viver. E o sangue que nem mais escorre ante a anestesiada sensibilidade.

O que dizer do amor, então? Sem direito a amar, a sentir felicidade, a compartilhar, a encontrar no afeto uma razão de viver. Amor que se falseia, que se dilui e se dissolve, que está tão próximo e tão evaporado em névoa que dolorosamente se dissipa ante o olhar.

Querer amar e não poder. Pensar que ama e ser derrotado pela palavra, pela traição, pela insensibilidade. Ser usado como folha morta, sem açoitado como poeira velha, ser achincalhado como verme asqueroso. E depois do beijo, do abraço, da confissão amorosa.


Amar num instante e no seguinte já ser rasgado como um papel qualquer, descartado como imprestável qualquer coisa, jogado fora como se faz com lixo. E ter de suportar a tudo no silêncio do sofrimento, na dor sem voz e na agonia dos mártires inocentes.

Nem para ser o ferro que enferruja e se consome em si mesmo. Nem para ser a pedra que vira pó e se deixa levar pela ventania. Nem para ser o fogo que se torna em chamas e dá por satisfeita sua existência. Mas não. Ser apenas o fígado de Hércules.

Ser apenas o fígado e as entranhas de Hércules em eterno sofrer e renascimento para a dor. Não obstante o sofrimento, mas a junção contínua de dores, angústias, insuportabilidades. Mas ter de suportar por que a águia sempre se aproxima para devorar.

Impossível até viver de recordações. Ora, se ontem houve um abraço, um beijo, uma promessa de amor, e hoje apenas o avesso, então por que se imaginar ainda em falsa felicidade, em falsa alegria, em falso amor? E o pior é a certeza da incerteza em tudo.

Porta afora e a estrada de espinhos. No caminho de chão ou por cima do asfalto e essa estrada de espinhos. Por todo lugar e essa estrada de espinhos. E sei muito bem que na mesma estrada existem árvores sombreadas, flores do campo, borboletas e colibris. Por que fogem de mim?

Cadê o céu de passarinhos, de revoadas, de nuvens festivas e pousos contentes? Cadê a brisa perfumada, a boa aragem, o vento refrescante que esvoaça varais? Nada disso parece acontecer mais. Adiante as aves agourentas, carnicentas. Adiante as sombras e as tempestades.

Cansados e doridos estão meus pés por essa estrada de espinhos. Meu olhar cansado, perdido, vazio. Minha boca sedenta e áspera, minha rouquidão agonizante. Como caminhando num deserto, apenas o sol abrasador da desvalia e da desesperança.

E eu não queria viver assim. Eu não queria caminhar assim por essa estrada de espinhos. Mereço viver minha dádiva de vida. Mereço ter qualquer instante de felicidade. Ah como novamente eu queria seu rosto diante do meu!

Deus, meu Deus, como novamente eu queria seu rosto diante do meu!

Escritor
Membro da Academia de Letras de Aracaju
blograngel-sertao.blogspot.com

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MOSSORÓ É UMA DAS MELHORES CIDADES PARA MORAR, APONTA REVISTA VEJA


Mossoró é uma das melhores cidades para morar, aponta revista Veja. Natal e Parnamirim também foram destacadas pela pesquisa, que se baseia no IDH.

A Revista Veja divulgou no último domingo (25) o ranking das melhores cidades do Brasil para se morar de acordo com cada região.

A pesquisa feita é baseada no índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e listou cerca de 100 cidades das cinco regiões do país.

Fernando de Noronha

Os destaques no Nordeste são Fernando de Noronha, com IDH de 0,788, Parnamirim em 5º lugar, Natal em 6º lugar, enquanto Mossoró aparece na 19º colocação com IDH de 0,722.


Mossoró foi lembrada principalmente por ser a Terra do Sol, Sal e Petróleo, além dos seus festejos já conhecido como o Mossoró Cidade Junina e demais eventos culturais que são realizados durante o ano.

Com informações de Mossoró Hoje

http://portalagendese.com.br/noticia/mossoro-e-uma-das-melhores-cidades-para-morar-aponta-revista-veja

Página: Grismarim Nogueira Lucena Nogueira

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DAVID JURUBEBA UM HERÓI NAZARENO

Por Jose Irari

Livro que demonstra a força e valentia dos Nazarenos. São boas memórias descritas pelo valoroso Davi Jurubeba.  


O próprio Lampião muitas vezes afirmou que os Nazarenos eram inimigos destemidos. Fica a dica de leitura. 


Se você tem interesse de adquirir esta obra entre em contato com o professor Francisco Pereira Lima, ou através do seu e-mail: 
franpelima@bol.com.br

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MARINGÁ

Autor: Zé Ronaldo

Maria era uma cabocla
Da região do Ingá
Que veio para Pombal
Vendo a seca castigar
Lá no século XIX
Descobri ao pesquisar.

1877 foi o ano
Que Maria de Pombal partiu
Deixando triste um caboclo
Com o coração vazio
A lenda tornou-se música
Conhecida no Brasil.

Dr. Ruy Carneiro
Indo ao Rio de Janeiro
Teve um encontro com o autor
Era Joubert de Carvalho
Um grande compositor
Ouvindo o drama narrado
Fez a letra e musicou.

A seca deixa um flagelo
No coração das pessoas
Mais em meio a pobreza
Ainda existe gente boa
Maringá tinha beleza
Que o doutor sorriu atoa.

O destino o fez partir
Na poeira foi-se embora
Deixando um coração triste
Um par de olhos a chorar
Mesmo assim conseguiste
Virar canção popular.

A cidade de Pombal
O teu nome imortalizou
Dr. Rui te promoveu
E Joubert te decantou
Muita gente te escreveu
Te pesquisou e chorou.

Eu também fiz estes versos
Para um pouco vos lembrar
Nossa história e as vertentes
Da cultura popular
Pois habito neste seio
Da terra de Maringá.

A cabocla Maringá
Deu sua contribuição
Ao teatro e ao cordel
Também a educação
Todo pombalense sabe
Cantar da música o refrão.

Vou ficando por aqui
Finalizando meus versos
A cabocla Maringá
Estudei tendo acesso
Aos textos de Romero
Zé Ronaldo agradece.

Zé Ronaldo é poeta e teatrólogo. Natural de Natal RN e radicado na cidade de Pombal-PB

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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ASCRIM/PRESIDENCIA – SEMINÁRIO “ABRINDO O LIVRO DO ESCRITOR MOSSOROENSE/ABLEM”


ASCRIM/NORMATIVO Nº 003/2016.

I. Na qualidade de Presidente Executivo da ASCRIM, conforme me faculta os incisos V do Art. 35, I, IV, V e VI do Art. 36, atendendo aos objetivos específicos preceituados no Art. 2º, combinados com o disposto nas QUINTANAS LITERÁRIAS DA ASCRIM, todos do ESTA,

D E T E R M I NO:

1. A criação do SEMINÁRIO “ABRINDO O LIVRO DO ESCRITOR MOSSOROENSE-ABLEM”, para divulgação e exposição das obras literárias dos ESCRITORES MOSSOROENSES, associados da ASCRIM, em caráter de apoio e incentivo, que se RESSENTEM DE UM ESPAÇO E ÉPOCA ADEQUADOS PARA SUSTENTAÇÃO E EXPOSIÇÃO DE SUAS OBRAS LITERÁRIAS, OBEDECIDOS os seguintes critérios:

a) CRIAÇÃO DE UMA COMISSÃO PARA organizar e coordenar O ABLEM, QUE DEVERÁ ELABORAR O REGULAMENTO E PLANEJAR O CALENDÁRIO DE EDIÇÕES ANUAIS DAS SUAS ATIVIDADES.

b) podem participar da Comissão do ABLEM, os associados regulares inscritos da ASCRIM que manifestem o interesse através de mensagem dirigida ao Presidente Executivo, que submeterá os nomes à DIRETORIA EXECUTIVA.

c) Participarão do EBLEM, apenas ESCRITORES MOSSOROENSES, que sejam associados regulares inscritos da ASCRIM, inscrevam-se e estejam quites com suas obrigações sociais e financeiras.

d) Obras literárias inéditas não poderão participar do ABLEM. Essas poderão integrar a COLEÇÃO DOS ESCRITORES DA ASCRIM-COLEASCRIM, observado o EDITAL de publicação, anualmente, em Outubro.

2. QUE, os autores de livros inscritos no ABLEM, através de termo de compromisso, deverão destinar 5% do produto da venda das obras literárias, a título de ajuda para custear parte das despesas da EDIÇÃO DA ANTOLOGIA DOS ESCRITORES DA ASCRIM-ANASCRIM, quando verificar-se insuficiência de recursos financeiros para aquele fim.

2.1. As verbas oriundas desse compromissório, não utilizadas na finalidade prevista, deverão ser aprovisionadas para custear possíveis despesas operacionais semelhantes da ASCRIM.

3. QUE, Todos os atos do EBLEM, não especificados neste normativo, devem ser prévia e obrigatoriamente submetidos à apreciação do Presidente da ASCRIM.
       
TERMOS EM QUE DETERMINA, PUBLICA-SE E CUMPRA-SE NA FORMA ESTATUTÁRIA.

MOSSORÓ(RN), 28 DE dezembro DE 2016,

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
-PRESIDENTE DA ASCRIM-
C/CÓPIA PARA OS CANDIDATOS A POTENCIAIS ASSOCIADOS DA ASCRIM.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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LIVRO NOVO SOBRE O CANGAÇO...


O Cangaço no Vale do Piancó-PB...

O cangaceirismo no Nordeste brasileiro é rico em nuances e a Paraíba também tem uma rica manifestação desse fenômeno social.

Aqui e agora tem referência o Livro O FOGO DA JUREMA: Sertão das Emboscadas - Os Cangaceiros Febrônio e Ozório... (foto), de autoria de Francisco Nunes de Morais (Chico Nunes), parece-me que paraibano, mas, radicado em Natal-RN.

O fato acontece em Coremas-PB, por volta de 1915, onde o agropecuarista e comerciante Olinto José de Sousa é assassinado por membros da família paulino, os quais, eram empregados da vítima.

Como consequência, os filhos do sacrificado: Febrônio e Ozório formam um bando, como cangaço de vingança, e, conseguem eliminar de 10 a doze membros dos paulino's. 


Dando-se por satisfeito, Febrônio abandona o cangaço, perdoado pelo governo de João Pessoa e admitido na Polícia Militar da Paraíba para lutar contra a Sedição de Princesa, em 1930.

Também mostra a atuação de Febrônio em relação ao contexto da época: Lampião, Coluna Prestes, Guerra de Princesa, etc.

Uma boa parte do conteúdo do Livro citado é originária da oralidade e rico em iconografia.

Vejam um paralelo da manifestação do cangaço de vingança, na Paraíba, o coronel João Pereira quando foi assassinado, deixa um recado à família, inclusive para o filho Chico Pereira, e, expressa em forma de síntese: "Vingança, não". Fato contextualizado e transformado em Livro (foto) pelo neto: Padre Pereira. Enquanto o rico sertanejo Olinto Sousa, expressa o contrário: "Febrônio vingue a minha morte, quem atirou em mim foi Severino Paulino e José Paulino".

São fatos históricos do Sertão paraibano e nordestino, que, precisam ser conhecidos por pesquisadores, estudiosos e leitores...


Aguarde o professor Pereira chegar! Ele estará nos enviando informação como adquirir esta obra. 
Seu e-mail é: 
franpelima@bol.com.br

Fonte: facebook
Página: Carlos Alberto
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=938871379545997&set=pcb.938897126210089&type=3&theater

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EU, A GROTA E O CORPO DE MARIA


No amanhecer do dia 28 de julho de 1938, uma quinta-feira, Maria Bonita deixa a tolda e segue, descendo rumo ao poço do tamanduá localizado no leito do riacho Angico, próximo ao acampamento, distando, mais ou menos, entre 80 e 100 metros. Com ela, ou mesmo na sua frente, segue um cangaceiro chamado Amoroso.

Noite da quarta-feira, 27 de julho de 2916, capturada durante a "I Expedição Angico". 78 anos depois da última noite do "rei e rainha dos cangaceiros" estarem no mesmo local.

A tropa foi dividida no Alto das Perdidas pelo comandante João Bezerra, o Aspirante Ferreira de Melo, segue com sua volante, no sentido nordeste daquela posição. Chegando à margem esquerda do riacho, desce a barreira e segue com parte dos homens. O cabo Bertoldo, que fazia parte da sua coluna, permanece na margem, sobre a barreira, com o restante dos volantes. O Aspirante e o Cabo seguem agora rumo ao sul, sempre subindo. Ferreira de Melo, às vezes no leito seco do riacho, às vezes na margem direita, sempre no sentido contrário o caminho das águas, que no tempo das cheias, serve de calha natural rumo ao “Velho Chico”, e seu imediato fazendo o mesmo sentido, só que sobre a barreira esquerda.

Fogueira e a chaleira do café, na noite da quarta-feira, 27 de julho de 2016, no acampamento na grota do angico, "I expedição angico". 78 anos depois.

O cangaceiro Amoroso, está muito próximo da coluna, tinha ido buscar água no poço do Tamanduá, d’uma moita, de repente, escuta um estampido de uma arma de fogo, tão perto que quase estoura seus ouvidos. O tiro fora disparado pelo soldado Abidon Cosme dos Santos, e o mais incrível é que ele erra o alvo.

Eu, o Riacho e o corpo de Maria Bonita aos meus pés, decapitado e sangrando.

Maria, muito próxima do cangaceiro e do poço, escuta o disparo e em seguida, sente uma dor dilacerante na altura da barriga... Cai, ergue-se, dá meia volta e tenta correr no sentido da tolda onde estaria a salvação, onde estava seu amado, seu protetor, o “Capitão Lampião”. Nisso recebe o impacto de mais um projétil em suas costas. Cai novamente, mas não morta, a “Rainha do Cangaço”, agoniza, mas está viva. O tiroteio toma conta do acampamento...

Aurora do dia 28 de julho de 2016, exatamente 78 anos depois do ataque ao acampamento dos cangaceiros, na Grota do Riacho Angico.

Há duas versões sobre como Maria Gomes de Oliveira, Maria de Déa, a Maria Bonita teria sido morta e decapitada. Dois volantes da coluna do Aspirante Ferreira de Melo, tomam para si, cada qual com sua versão, a responsabilidade da morte da “Rainha do Cangaço”.

 Grota do Riacho Angico

São eles, Antônio Honorato e José Panta de Godoy. Honorato, além de dizer que matou Maria, ainda afirma ter sido ele a ter matado Lampião. Panta Godoy relata ter atirado duas vezes em Maria. Uma vez quando ela vinha de frente, e ele estava por detrás de uma pedra, atingindo-a na altura do abdômen, e a outra quando a mesma se levanta e tenta correr na direção onde estava Lampião, e ele a acerta nas costas. Relatos nos dizem que Maria, segundo o próprio soldado Godoy, mesmo com duas balas de fuzil no corpo, ainda estava viva quando o mesmo se aproximou dela estirada no chão. Ainda disse o militar que ela pediu pela vida, mas, ele saca do facão e decepa sua cabeça, cortando seu pescoço. Também há citações por alguns autores de que o corpo da “Rainha do Cangaço” fora profanado mais ainda, pois fora colocado um pedaço de pau em sua vagina.

Grota do Riacho Angico. Sentido Sul, contrário ao sentindo das águas.

O aspirante Ferreira de Melo, em entrevista ao jornal Gazeta de Alagoas, edição do dia 14 de dezembro de 1965, disse:

“-... Maria Bonita, com o fato todo de fora, pronunciava palavras incompreensíveis, arrancadas com esforço de moribundo.”

Quando, naquele local estou, sinto uma energia negativa muito forte e, acredito, que todos que sabem o que ali ocorreu e visitam-no, também a sentem.

Em uma das minhas visitas a grota do riacho Angico, estando, dessa vez, acompanhado pelos amigos, estudiosos do tema, Edinaldo Leite e Gilmar Leite, estávamos estudando o terreno do ataque, onde, provavelmente ocorreram as mortes e decapitações, quando, ao chegar junto a uma pedra, um deles fez uma captura fotográfica sem que percebesse.

Mais tarde, Edinaldo Leite, faz daquela imagem, uma que retrata o que imaginava ter ocorrido, naquela manhã, e em determinado momento. Imaginava o sangue dos corpos seguindo, ou tentando seguir, o caminho que as águas do riacho fizeram por tantos e tantos anos.

Foto Edinaldo Leite
Gilmar Leite
Sálvio Siqueira

PS// A FOTO NA GROTA, COM O CORPO DE MARIA GOMES DE OLIVEIRA, A MARIA BONITA, É UMA MONTAGEM E COLORIZAÇÃO, DIGITAL, DO NOSSO AMIGO Edinaldo Leite.

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: Ofício das Espingardas
Link: https://www.facebook.com/groups/545584095605711/permalink/751019958395456/

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O CANGACEIRO ANTONIO SILVINO EM OURO BRANCO

Por José Fabrício de Lucena 
Capela do Divino Espírito Santo

Baseado em fontes documentais e orais, podemos afirmar que o afamado cangaceiro Antonio Silvino (conhecido como o rifle de ouro), cujo verdadeiro nome era Manoel Batista de Morais, e seu bando passaram em Ouro Branco pelo menos três vezes. Antonio Silvino e Lampião foram os dois maiores nomes do cangaço nordestino.

A primeira vez foi em 12 de fevereiro de 1901, véspera da data na qual ocorreria o casamento da última filha solteira do coronel Januncio Salustiano da Nóbrega, da fazenda Pedreira, filho de Gorgônio Paz de Bulhões, da Timbaúba.


Na noite de 12 de fevereiro de 1901, Antonio Silvino e seu bando estiveram nas cercanias de Santa Luzia onde por intermédio do padre Jovino da Costa Machado arrecadou uma boa soma em dinheiro dos moradores mais abastados e depois foram em direção a fazenda Pedreira a convite de dois filhos do coronel Januncio para participarem da festança do casamento. Esse convite foi feito ao capitão Antonio Silvino quando o próprio juntamente com seu bando de cangaceiros cercou os dois filhos do coronel Januncio no sertão da Paraíba, os mesmos estavam retornando de Pernambuco. No entanto, fazia parte do bando de cangaceiros do capitão Antonio Silvino, o negro Azulão, que era de Caicó e já tinha trabalhado para um filho do coronel Januncio, o tenente-coronel Gorgônio, e após reconhecer os dois outros filhos do coronel, pediu ao capitão Antonio Silvino que não fizesse nada com os filhos do coronel Januncio.  Então, os dois filhos do coronel Januncio fizeram o convite para o capitão Antonio Silvino e seu bando participarem do casamento da irmã deles.

Quando vieram para o casamento da Pedreira, o bando de cangaceiros tinha a frente com o capitão Antonio Silvino, o negro Azulão, pois, o mesmo sabia o caminho para a Pedreira. Passaram no Poção de madrugada em direção a Pedreira, sendo, portanto, a primeira vez que o capitão Antonio Silvino adentrou em terras potiguares.

Só que no encalço dos cangaceiros estava uma força policial comandada pelo tenente Tolentino, vindos de Santa Luzia. Passaram por Ouro Branco e foram até a Pedreira onde surpreendeu os cangaceiros na manhã de 13 de fevereiro de 1901.

No tiroteio entre a polícia e os cangaceiros, morrem o cangaceiro Pilão Deitado e dois sargentos da polícia paraibana, Nestor e Estolão. Estes foram mortos por Antonio Silvino, que com dois tiros certeiros de seu rifle acabou com a vida dos dois jovens sargentos.

Antonio Silvino conseguiu fugir a pé do cerco policial. Outros cangaceiros não tiveram a mesma sorte do chefe, pois, mesmo fugindo do tiroteio na Pedreira, alguns foram posteriormente capturados e executados pela polícia. Azulão e Morreninho são presos na fazenda Dominga em Caicó, do Tenente-coronel Gorgônio e lá mesmo são executados. Pimenta e Macambira são presos em São José do Sabugi e executados em Santa Luzia, antes de serem executados, eles foram obrigados a cavar as suas próprias covas. Já o cangaceiro João Paciente é preso próximo a fazenda Pedreira, no Umari, e lá mesmo também é executado.

O livro “O fogo da Pedreira”, de Orlando Rodrigues, conta em detalhes o tiroteio entre o bando de Antonio Silvino e a força policial na Pedreira.

Em outra passagem por Ouro Branco em de 1911, Antonio Silvino e seu bando vinham de Jardim do Seridó famintos e cansados quando chegaram ao hotel de Silvéria Gorda (Silvéria Francelina da Conceição) que ficava na Rua de Baixo. Antonio Silvino logo chegou, apeou-se do cavalo com seu rifle Winchester e o punhal atravessado, entrou no hotel onde após se apresentar logo pediu a Silvéria Gorda para pôr comida e bebida para o seu bando.

Escabreado como sempre, Antonio Silvino deixava uma parte do bando dentro do hotel, enquanto esses tiravam a barriga da miséria com os ótimos quitutes de Silvéria Gorda, o resto do bando ficava fora do hotel na espreita pra ver se os “macacos” apareciam.

Passando alguns minutos, aproximou-se do hotel, Joaquim Ananias, neto de Bartholomeu de Souza Silva, o mesmo estava com uma dor de dente infernal, e adentrando no hotel foi logo recepcionado pelo Capitão Antonio Silvino que se apresentou lhe dizendo:

– Eu sou o Capitão Antonio Silvino, mas me diga, seu cabra, por que você tá com cara de aborrecido?

Assustado em estar de frente com o temido cangaceiro, Joaquim Ananias responde:

– Eu tava com uma dor de dente danada capitão, mas agora já passou!

Em 1912, novamente Antonio Silvino adentra o povoado do Espírito Santo só que dessa vez o mesmo dá um desfalque em três comércios, principalmente, na bodega de Pedro Gonçalves de Souza, que fecha seu estabelecimento e vai embora para Caicó. Antonio Silvino aproveita sua presença aqui na região e vai a Santa Luzia para se vingar do Capitão Aristides de Araújo Guerra, chefe político de Santa Luzia, bisavô de Dona Maria José de Nóbrega, porque ele tinha certeza absoluta que tinha sido o Capitão Aristides, o responsável pela emboscada policial na Pedreira. Chegando a Santa Luzia, a vingança foi consumada, pois, o Capitão Antonio Silvino deu uma surra de chibatadas no Capitão Aristides que já se encontrava com a idade avançada.

Antonio Silvino esteve no Poção, na casa de Amaro Leopoldino da Costa, mais conhecido como Amaro do Poção, também esteve na casa de Manoel Correia, no Cobiçado, e no sítio Angicos, propriedade de Joaquim Melquíades Alves Chianca.

Dona Maria Figueredo, já está com cento e dois anos de idade, e me falou que sua família morava na Paraíba no início do século passado, quando ela ainda recém-nascida ganhou dois anéis de presente do Capitão Antonio Silvino, um de ouro e outro de prata. O presente foi entregue pelo próprio Capitão Antonio Silvino ao pai de Dona Maria, Ananias Dantas da Silva. O anel de ouro, a mãe de Dona Maria vendeu por causa duma seca muito severa, tendo que se desfazer do mesmo, já o anel de prata se encontra até hoje com Dona Maria. O Capitão Antonio Silvino foi preso após se ferir num tiroteio com policiais em 1914, no Estado de Pernambuco.

FONTE: “LIVRO “OURO BRANCO: DE 1722 A 1954”.
Pesquisador e amante da verdadeira cultura nordestina. Em 2015, lançou o livro "Ouro Branco: De 1722 a 1954".

http://xn--quipau-uta.blog.br/fabricio-20161221-25

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SEPULTURA DO CANGACEIRO IZAIAS I


Fotografias da sepultura de Izaias Vieira da Silva "Zabelê I" antigo "cabra" de Lampião e do Cemitério Público Municipal de Serra Talhada/Pe, local em que está sepultado o ex-cangaceiro.





Fotografias gentilmente cedidas por Luiz Carlos Araújo Alves (Bisneto de Zabelê I).
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=692987590865140&set=pcb.1422752914404489&type=3&theater

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LAMPIÃO, MARIA BONITA E ZÉ LEOBINO


Ao lado de Lampião e Maria bonita está José Ventura Lins, mais conhecido como Zé Leobino. Seu Zé Leobino (vaqueiro) é um figura icônica em Canindé de São Francisco, no Estado de Sergipe, precursor da Cavalhada no município. 

Em Sergipe, visite a Orla de Canindé de São Francisco e conheça essas belas homenagens que enfeitam a entrada da cidade, no bairro Beira Rio.

Fonte:
#caminhosdosaofrancisco #canindedesaofrancisco #sergipe #sertao #nordeste #zeleobino #cavalhada


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SHOW DE GONZAGUINHA

Por Luiz Lemos

Eu morava em Governador Valadares – MG, onde trabalhava no Banco do Brasil. 

No Teatro Atiaia, único da cidade, o programa era o show “Cavaleiro Solitário” com o cantor e compositor Gonzaguinha, filho de Mestre Luiz Gonzaga, como todos sabem. 

Gonzaquinha e Gonzagão

O Show foi simplesmente lindo! Só ele e um violão. Sentado no chão do palco, tomando água mineral, ele cantou e contou estórias incríveis durante duas horas, na maior intimidade com a platéia.

Contou e cantou, inclusive, a estória (verídica) do Profeta Gentileza, o louco mais gentil e mais conhecido do Rio de Janeiro, a quem dedicava o show.


Profeta Gentileza
Pois bom...

Terminado o show, fiquei por último e fui ao camarim. Gonzaguinha me recebeu gentilmente, bem no espírito do espetáculo que acabara de apresentar. Em nossa longa conversa, ele me disse duas coisas importantíssimas:

1 – Que ele sentia que estava precisando muito, mas muito mesmo, de saúde, para continuar seu trabalho, pelas estradas do Brasil.

2 – Que ele, ultimamente, estava sentindo muitas saudades do pai, falecido em agosto de 1.989, há quase dois anos. 


Era uma saudade que incomodava. Ele não conseguia parar de pensar no pai.

Pois bom...

Ao fim da conversa eu... pedi um autógrafo, que ninguém é de ferro. E ele, no verso do programa do show, escreveu: “Ao amigo Lemos, SAÚDE!...” 

Datou, assinou e me entregou, dizendo: Xará, estou te desejando saúde, porque saúde é o que eu mais preciso, neste momento. E tudo o que a gente deseja para o outro... volta pra gente! Vai com Deus!”

Saí feliz do teatro, grato por um momento tão significativo.

Pois bom...

Exatamente dez dias depois, numa fria segunda-feira, 29 de abril de 1.991, Gonzaguinha, o filho de Sêo Luiz, faleceu, num acidente de automóvel, perto da cidade de Pato Branco, no Paraná...

Contribuição: Compadre Luiz Lemos

http://www.luizluagonzaga.mus.br/000/index.php?option=com_content&task=view&id=14&Itemid=32

Leia aqui a biografia de Gonzaguinha:
http://www.gonzaguinha.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=46&Itemid=58

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