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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

O MAIS NOVO LIVRO SOBRE JARARACA

Por Marcílio Lima Falcão

Sinopse - Jararaca - Memória e esquecimento nas narrativas sobre um cangaceiro de Lampião em Mossoró - Marcílio Lima Falcão.

Jararaca: Memória e esquecimento nas narrativas sobre um cangaceiro de Lampião em Mossoró historiciza a construção das memórias sobre a santificação do cangaceiro Jararaca, morto na noite de 19 de junho de 1927, no cemitério São Sebastião, em Mossoró, pela força policial que o escoltava para Natal, capital do Rio Grande do Norte. A interpretação é realizada por meio da análise da documentação dos jornais O Mossoroense, O Nordeste e O Correio do Povo, da análise de obras com narrativas a respeito da morte de Jararaca, da importância dos lugares de memória como espaços de conflito e das falas dos devotos que visitavam o túmulo de Jararaca no dia de finados. Procura-se compreender as formas de circulação, apreensão e ressignificação das memórias sobre a santificação de Jararaca.

Jararaca - Memória e esquecimento nas narrativas sobre um cangaceiro de Lampião em Mossoró - Marcílio Lima Falcão.

Autor: Marcílio Lima Falcão
Adquira logo este através deste e-mail:limafalcao34@gmail.com
Valor: R$ 
35,00 (incluso a postagem)
Banco do Brasil
Agência: 
3966-7
CC – 
5929-3
Marcílio Lima Falcão

Marcílio Lima Falcão é professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), mestre em História Social pela
Universidade Federal do Ceará (UFC) e atualmente faz doutorado em História Social na Universidade de São Paulo (USP).
Suas principais áreas de pesquisa são a História Social da Memória, Religiosidade e Movimentos Sociais no Brasil Republicano.

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MARAVILHA, ZÉ

Por Clerisvaldo B. Chagas, 27 de dezembro de 2016 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.611

Uma empresa de fruticultura irrigada será instalada em Alagoas com previsão de gerar mil empregos diretos. Esta parece ser mais uma crônica seriada de boas notícias para o estado. A empresa já é muito famosa e produzirá melão, melancia, mamão, banana, aspargo, entre outras, segundo divulgação da Agência Alagoas.

Foto: (Agência Alagoas).

Trata-se da principal empresa produtora de frutas irrigadas do Nordeste com sede em Mossoró, no Rio Grande do Norte que instalará unidade no município de Delmiro Gouveia, Alto Sertão de Alagoas. A empresa pertence ao senhor Luiz Roberto Barcelos, maior produtor de melão do mundo que foi atraído pelas condições oferecidas de incentivos pelo governo estadual.

Além dos mil empregos diretos, o negócio vai aquecer o comércio da região e trazer tecnologia que será implantada no Sertão e Semiárido, afirmou autoridade representativa. Com a implantação da fábrica surgirão oportunidades aos pequenos produtores que irão comercializar seus produtos também para outros países.

A mesma autoridade diz ainda que “a meta governamental é desenvolver com políticas públicas do setor, o semiárido com sustentabilidade econômica, social e ambiental”.

Ora, com várias empresas estrangeiras e brasileiras querendo investir na região do Canal, o Sertão alagoano poderá se transformar em uma nova Petrolina, ou melhor, na terra de Canaã onde corria leite e mel. Caprinocultura, vinhedos, fruticultura e mais e mais e mais, com ajuda de Deus, dos homens e do rio São Francisco, até os santos vão querer armar redes nas quixabeiras, juremas e baraúnas da região. Xô! Xô! Arautos do pessimismo, pois, visões de futuro, responsabilidade nas críticas e nos elogios, não fazem mal a ninguém.

Nesse caso, amigo Zé, as perspectivas são as melhores possíveis para o próximo ano. A economia alagoana poderá iniciar o 2017 com as botas gigantes Sete-Léguas.


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SILÊNCIO E SABEDORIA

*Rangel Alves da Costa

Vozes inusitadas trazidas ao vento, espalhadas na areia, lançadas às aguas, transmitidas no olhar. Palavras e lições que ninguém jamais leu ou ouviu, mas mesmo assim extrai de sua sabedoria o sentido da existência e da própria vida.

Palavras e escritos jamais ditos na voz ou na escrita. Palavras e escritos perdidos no tempo, soprados ao sabor da natureza ao redor. Sábios, filósofos, profetas, todos ora escrevendo na areia ou fazendo uso do olhar e da imaginação para transmitirem a essência de tudo.

Pois disse o profeta somente com o olhar: Tanto mundo e tanto nada. Tanta beleza e tanta negligência na força do avistar. Tanta força e pujança e tanta fragilidade de morte. Nem que o mundo fosse o único alimento do homem, ainda assim ele cultivaria sua dádiva sagrada.

Pois disse o filósofo enquanto meditava: Há uma irracionalidade no homem que não pode ser explicada no próprio homem. Impossível que um ser dotado de inteligência e racionalidade tanto se contraponha à sua própria existência. Creio haver um outro homem escondido no próprio homem.

Pois disse o sábio na passagem de uma folha seca: Eis a vida. Já tive a primavera, já tive as alegrias e o os sofrimentos de todas as estações, mas hoje sou somente o outono. E sinto o sopro do vento cada vez mais forte. E sinto que o resto de seiva já não pode sustentar no galho da vida a morte que chama.

Pois disse o velho sertanejo enquanto matutava debaixo do sol: O valor da vida é o valor do tempo. Toda a alegria do homem depende da chuva, da terra molhada, da plantação, da colheita. Toda a tristeza do homem depende do sol, da seca, do calor, do bicho sofrendo, da morte da planta, da vida sem vida. E o pior é saber que a tristeza vem a cada manhã e a alegria tarda demais a chegar.


Pois disse o evangelista quando rabiscou na areia: Escrever para a onda chegar e levar. Aqui forjo um Sermão onde digo da força divina e mostro os doces mistérios da aceitação inconteste de seu manto. Bem assim está escrito nos livros. Mas quantos leem os livros e quantos guardam sua sabedoria na ação? Igualmente ao que escrevo agora e a onda que logo mais chegará para tudo apagar.

Pois disse o profeta no alto da montanha. Vejo o Eclesiastes em tudo. Ontem um deserto, hoje uma pujança. Ontem a fé, hoje apenas a oração como remédio passageiro. E do homem, que um dia já foi mais forte e mais resistente, nada mais há que se temer senão o perecimento pela fragilidade de sua espiritualidade.

Pois assim disse o poeta enquanto dialogava com a pedra: Tua pele tão áspera e tão macia. Sinto perfume e vejo aridez. Eu beijaria sua boca de ferro, petrificada. Eu beijaria sua boca porque sei do milagre que existe no ferro e na pedra. Não há candura e afeto que não derreta o mais insensível dos lábios.

Pois assim eu disse enquanto caminhava na estrada: Caminhar é igual a destino. A pessoa sai na porta e não sabe onde vai chegar. Contudo, ao menos não percorrer os desconhecidos e evitar os labirintos e as curvas por todo lugar. Tudo que tiver de acontecer acontecerá. Mas procurando flores na estrada não se lança somente aos espinhos.

Pois assim você pode dizer também. E diz a todo instante. As palavras mais fortes e vivas não surgem na boca através da voz, mas pelo silêncio da mente, pela mudez do pensamento. Cada ser humano possui o poder de dialogar a vida através do silêncio, meditando, refletindo.

Ademais, poucos são aqueles que desejam ouvir verdades. Estas possuem tão íntima serventia que o homem somente deveria pronunciá-las em silêncio.

Escritor
Membro da Academia de Letras de Aracaju
blograngel-sertao.blogspot.com

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ENTREVISTA COM O EX CHEFE CANGACEIRO "SINHÔ PEREIRA"

Luiz Conrado de Lorena e Sá entrevista Sinhô Pereira

Algumas perguntas feitas pelo jornalista Luiz Conrado de Lorena e Sá ao seu parente Sebastião Pereira da Silva o ex-cangaceiro de Serra Talhada do Estado de Pernambuco,  Sinhô Pereira. 

Sinhô Pereira - O tamanho do homem já faz medo

(...)

Luiz Conrado Lorena e Sá - Qual o combate mais dramático que você participou?

Sinhô Pereira - Foi na Serra da Forquilha, numa semana em que estávamos repousando. Éramos doze homens, cercados num casebre, por cento e vinte policiais. Sem outra alternativa bradamos para que segurassem as armas porque iríamos para a luta de corpo-a-corpo e de corpo a punhal.

Lorena - O que aconteceu?

Sinhô - O que aconteceu? Saltamos e fugimos ilesos.

Lorena - Por que a ideia de avisar aos sitiantes, nessa e em outras oportunidades, que continuariam a luta, mas, na verdade, abandonavam o refúgio?

Sinhô - Enquanto aqueles procuravam entrincheirar-se, nós fugíamos.

(...)

Continue lendo a entrevista do Sinhô Pereira clicando no link abaixo:

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/02/entrevista-c-o-ex-cangaceiro-sinho.html

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O CORONEL DOS CORONÉIS

Por Dilton Cândido Santos Maynard

A INCRÍVEL VIDA DE DELMIRO GOUVEIA, AUDACIOSO MÁRTIR DA INDÚSTRIA NACIONAL

Era um homem temido e extremamente sedutor. Dizem que tinha ímã nos olhos e detestava gente preguiçosa. Quando ia à cidade, vestia-se elegantemente, com direito a bengala e cartola. Estava sempre perfumado. No sertão, manejava com habilidade o chicote e sabia fazer-se respeitar. Em todo o Nordeste, chamavam-no coronel Delmiro Gouveia, ou simplesmente “coronel dos coronéis”.

Em meio à pobreza e ao atraso do sertão, Gouveia criou a usina hidrelétrica Angiquinho, encravada nas paredes de uma cachoeira, para obter eletricidade das águas do Rio São Francisco. Com a energia, impulsionou a Companhia Agro-Fabril Mercantil (CAM), conhecida como Fábrica da Pedra — a primeira a produzir linhas de coser no país.

(...)

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/retrato/o-coronel-dos-coroneis

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O CANTO DO ACAUÔ

Marilourdes Ferraz e Sálvio Siqueira

Há aqueles trabalhos literários que desejamos muito em todos os talhos da historiografia. Eu particularmente tinha muita vontade de ter, junto aos meus queridos livros da História do Cangaço, o livro da autora Marilourdes Ferraz , “O Canto da Acauã.

Fabiano Ferraz

Em contato com o amigo Fabiano Ferraz, filho da autora, combinamos que iria, vejam só, na casa dela, na cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco.


Terça-feira passada, ontem, 13 de dezembro de 2016, dia de Santa Luzia, tive que ir a Capital para resolver alguns problemas particulares. Citando essa ida para Fabiano, ele entrou em contato com a mãe, e marcou nosso encontro.

O horário seria para, entre as 13 e 14 horas, estar na casa dela. Resolvendo meus assuntos. A ansiedade bateu forte. A vontade de conhecer mais uma pessoa que é história, me tirou o sossego e, botei o pé na estrada, partindo para o endereço. Só meus amigos, que eram 11h00min horas da manhã quando em frente à morada estava eu. Sem saber como fazer, pois estava muito adiantado. Resolvi falar com o porteiro e este me recebeu educadamente. Interfonou, mas ela tinha dado uma saidinha. Ele mandou que sentasse em um banco no hall. Pouco tempo depois, acredito que nem vinte minutos tinha passado quando, de repente, surgiu uma senhora, sorridente, elegante e muito simples, perguntando se eu era ‘Sálvio’. Reconheci de imediato de quem se tratava. Apresentei-me, larguei algumas coisas que estava vendo, levantei-me e dei aquele abraço nela.


Vocês não imaginam como é educada, simples e inteligente. Ao entrar em sua casa, senti que ali a história fizera moradia.

Sálvio Siqueira com o livro O Canto do Acauã

Obrigado dona Marilourdes Ferraz pela acolhida calorosa e muito amável. Ao seu filho, Fabiano, meus sinceros agradecimentos por ter-me proporcionado tão rico e emocionante encontro.

Marilourdes Ferraz

E o livro veio comigo para juntar-se aos outros. Autografado e tudo.

Aqueles que querem adquirir um exemplar do “O Canto do Acauã”, entre em contato com Fabiano Ferraz, pela página do facebook.

ADENDO - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Adquira também com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br

Fotos Sálvio Siqueira

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=809741869166367&set=pcb.743710299126422&type=3&theater

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LINDA PEDRA!


O episódio de Pedra Bonita figura entre as mais famosas, e até famigeradas, manifestações sebastianistas em nosso país. Em 1836-1838, no sertão do Pajeú assolado periodicamente pelo flagelo da seca, um surto messiânico sublevou a população pobre da localidade. 


Seus rituais incluíam sacrifícios humanos, fiados em que o sangue vertido sobre a Pedra Bonita – um par de monólitos assimétricos, simbolizando as torres de uma suposta catedral ali soterrada - desencantaria D. Sebastião, que surgiria de dentro dela. Com seu advento, El-Rei instauraria uma Idade de Ouro, trazendo prosperidade para todos aqueles pobres miseráveis. Chegaram a sacrificar uma infinidade de pessoas, e consideravam o sangue das crianças especialmente portador de virtude. O levante foi reprimido pelas forças armadas, com grande morticínio.

Isso se deu em outros tempos, servindo de matéria para a literatura e as artes.

Valdir José Nogueira - pesquisador/escritor

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Grupo: ‎Lampião, Cangaço e Nordeste


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O MANDACARU ( Crônica )


Mas o mandacaru, cacto símbolo maior do sertão, carrega em si outras simbologias verdadeiramente maravilhosas. Simboliza a permanência, a força, a esperança, a tenacidade, o suportar as agruras sem esmorecer ou definhar de vez. Simboliza a beleza, a majestade sertaneja, a demonstração da pujança na sua flor. Sim, pois mandacaru tem flor e não há flor mais bela que a do mandacaru. Ao alvorecer, quando toda mataria entristece de sequidão, a flor é avistada no alto ou nas pontas de suas mãos, de forma singela e esplendorosa, ávidas por um beijo do primeiro pássaro que surgir.


Simboliza ainda a terra seca, a sequidão de gente e de bicho, a paisagem matuta no seu sofrimento. Quando tudo morre, quando tudo padece, quando tudo desesperança de vez, lá ele estará em meio ao tempo na sua altivez inabalável. E de braços abertos. Neste gesto a simbologia maior: a fé sertaneja. O mandacaru, sempre de braços abertos, levantados em direção aos espaços, erguidos rumo aos céus, representa a fé maior de todo o sertão. É um mandacaru ser sertanejo, como pessoa que roga, que pede e implora, que diuturnamente se mantém na mesma posição de clemência divina.

Neste gesto de prece, de clamor, de louvação, implorando que as chuvas logo caiam para diminuir o sofrimento de seu meio e de seu povo, silenciosamente faz sua invocação que sempre começa assim: Oh Deus de misericórdia, em nome de São José Sertanejo e Maria de Entre Nós, tende compaixão do homem, do bicho, do chão sofrido, da vida que queima, que sente fome e sede, que tanto espera de Ti um simples gesto em forma de pingo d’água. Fazei, pois, que, de pingo a pingo, o sertão renasça para a glória maior de seus filhos, estes devotos e penitentes pelos caminhos de tanta e toda fé...

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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ESPÓLIOS DE LAMPIÃO (Parte III)


A riqueza do ‘tesouro’ dos cangaceiros é, principalmente hoje, incalculável. Além dos objetos históricos, tinha a quantia em dinheiro, o ouro e as joias.

O comandante Ferreira de Melo, em entrevista, fala sobre eles:

“(...) Era grande a riqueza em poder dos bandidos, principalmente em face dos anéis e medalhas de ouro e prata que quase todos possuíam. Fiquei com alguma coisa, como todos ficaram, porém, quase de nada me serviu, de vez que vendi quase de graça, por preço muito aquém do verdadeiro valor. Outros souberam aproveitar e se saíram muito bem graças a Deus. Outros pertences, documentos diversos, retratos, etc, o “Rei do Cangaço”, os conduzia em uma latinha, com tampa, feita dessas latas de óleo vegetal, vendidos em toda parte. Fiquei com algumas fotografias, das quais algumas ainda figuram em meu álbum como única recordação, que se junto às tristes recordações que conservo dos idos que espero jamais venham a ressurgir. ¬– GAZETA DE ALAGOAS – 14 de dezembro de 1965.(...).” (Ob. Ct.)

Na declaração do comandante Ferreira de Melo, notamos que os espólios, realmente, foram em uma quantidade grande. Chama-nos a atenção quando o mesmo refere a ‘lata de óleo vegetal’, e nela estarem guardado “documentos”, não citando que tipo de documentação seria. Nesses documentos, estaria a resposta para as inúmeras perguntas que pairam no ar? Neles, estaria ou estão guardados tudo aquilo que desvendaria o tão grande mistério que ainda envolve a morte do chefe cangaceiro? Difícil responder, pois o comandante refere que ficou com algumas fotografias, no entanto, sobre os documentos, nada citou na entrevista, pelo menos a que fora publicada.

"Aqui a pulseira, atualmente pertencente a acervo particular, gravada "Maria", identificando a esposa de Virgulino Ferreira, o Lampeão, identificada e fotografada pelo estudioso Orlins Santana, que gentilmente forneceu as imagens a este blog."(cangacçonabahia.com)

Outros pesquisadores/historiadores, de renomes, dentro da historiografia cangaceira também tiveram contatos com os comandantes da derrocada final.

Em princípios de 1969, o pesquisador/historiador Antônio Amaury Correa de Araújo, tendo vindo da terra da garoa, vai à cidade de Garanhuns, no Estado do Leão do Norte, fazer uma visita/pesquisa na casa daquele que fora o comandante do ataque ao acampamento dos cangaceiros na grota do riacho Angico, em meados de 1938, então coronel João Bezerra.

"Aqui a pulseira, atualmente pertencente a acervo particular, gravada "Maria", identificando a esposa de Virgulino Ferreira, o Lampeão, identificada e fotografada pelo estudioso Orlins Santana, que gentilmente forneceu as imagens a este blog."(cangacçonabahia.com)

O historiador nos relata os objetos que vira no acervo particular do comandante, aos quais dá o nome de troféus.

“(...) Armas curtas; vários fuzis; punhais; duas máquinas de costuras do tipo manual; um par de algemas, um jogo de bornais; uma corrente de ouro, bastante grossa e pesada, pendente da mesma um medalhão e um crucifixo de ouro; uma aliança larga e pesada, de ouro puro (...).” (“ASSIM MORREU LAMPIÃO” – ARAÚJO, Antônio Amaury Correa de.)

Mosquetão modelo 1908

O escritor paulista, narra à beleza que viu em uma peça que pertencera ao “Rei Vesgo”. Trata-se de um facão, muito bem trabalhado em sua lâmina e no seu cabo. Tratando-se de uma verdadeira obra de arte. Logicamente a pergunta que todos faziam veio à mente do pesquisador, e ele a fez ao comandante:

“(...) Perguntamos sobre o ouro e o dinheiro que Lampião trazia consigo (...).” (Ob. Ct.)

Mosquetão modelo 1922

Sempre que fora inquirido sobre essas coisas, ouro e dinheiro de Lampião, conta-nos os escritores que o coronel dava respostas evasivas, contraditórias, sentindo-se incomodado com o assunto.

Ao ser inquerido pelo pesquisador Dentista, João Bezerra respondeu, segundo o historiador:

“(...) que tinha sido carregado pelos que escaparam (...).” (Ob.Ct.)


Não estando convencido, nem contentado, com a resposta do coronel, o autor de “Assim Morreu Lampião”, procura seus familiares e faz a mesma pergunta. A resposta dos familiares nos mostra a quantidade e incalculável valor do que fora os espólios dos cangaceiros.

“(...) No mesmo dia, porém, por familiares do nosso hospedeiro, fomos informados que o mesmo (João Bezerra) arrecadara ouro, joias, anéis em quantidade suficiente para encher duas pequenas bacias. Dinheiro também, parece que mais de 100 contos, quantia bastante elevada na época (...)”. (Ob. Ct.)

FACÃO DE LAMPIÃO.
Facão curto de Lampião: Gavião guarnecido por cachorro, 1938. Coleção privada. In Estrelas de Couro - A estética do cangaço pág. 134.

A ordem expressa para acabar de vez com Lampião e seu bando, partiu diretamente do Palácio do Catete, na Capital do País, Rio de Janeiro, pelo então Presidente da República, Getúlio Vargas. Após ter cumprido a ordem, o comandante João Bezerra da Silva e sua esposa, D. Cyra Brito, são convidados e aceitam para jatarem com o Presidente Vargas e sua esposa, D. Darci. Lá estando, João Bezerra dá de presente à primeira dama do país, joias que pertenceram a “Rainha dos Cangaceiros”.

Ele mesmo, João Bezerra, na época já tendo sido promovido a Capitão, no livro da escritora Aglae L. de Oliveira, “Lampião, Cangaço e Nordeste”, na página 35, relata para autora:

Presidente Getúlio Vargas e sua esposa dona Darci

“- Numa dessas visitas ao Catete (Palácio do Catete, sede do Governo Federal na cidade do Rio de Janeiro), lembro-me de que D. Darci Vargas (primeira Dama da Nação) disse, no momento em que lhe mostrei as joias: “Que broche lindo! Capitão este é lindo!” Eu imediatamente lhe fiz presente.”

A pesquisadora/escritora Aglae L. de Oliveira, também nos relata, através de seu livro “ Lampião, Cangaço e Nordeste”, uma entrevista, ou parte dela, que teve com o comandante Bezerra.

"Aqui a pulseira, atualmente pertencente a acervo particular, gravada "Maria", identificando a esposa de Virgulino Ferreira, o Lampeão, identificada e fotografada pelo estudioso Orlins Santana, que gentilmente forneceu as imagens a este blog."(cangacçonabahia.com)

A.O. = Aglae Oliveira
J. B. = João Bezerra
(A.O) “- Coronel Bezerra, o sr. é acusado de ter desviado o dinheiro de Lampião?”
(J.B.) “– Sim, estou. Dizem que o meu interesse de persegui-lo era para ficar com o dinheiro.”
(A.O.) “– Quantas joias aproximadamente apreenderam? ”
(J.B.) “– Davam para encher duas bacias. Eu fiquei ferido e os soldados foram donos de tudo. Para mim os objetos dele davam azar.”
(A.O.) “– O senhor guardou alguma coisa? Refiro-me a joias.”
(J.B.) “– Eu tinha uma caixinha cheia. Quando os amigos mostravam desejo de possuir uma, eu dava de presente. Minha esposa quis ficar com várias, inclusive uma tesoura de unhas toda de ouro. Não consenti que ela usasse. ”

O ataque aos cangaceiros ocorreu na manhã do dia 28 de julho, no riacho Angico, município de Poço Redondo, SE, e nessa mesma manhã, a tropa sobe a correnteza do “Velho Chico”, chegando com as cabeças dos cangaceiros abatidos, o corpo do soldado Adrião e o que foi ‘arrecadado’, na cidade de Piranhas, AL. No dia 29 de julho, espólios e cabeças, troféus macabros, chegam à cidade de Santana do Ipanema, AL, na sede do II Batalhão e, somente no dia 31 do mês de julho de 1938, chegam a Capital alagoana. Vejam bem, o que levaram para Maceió, capital das Alagoas, e lá chegaram no dia 31 de julho, só é catalogado a mando do Comandante Geral da PMAL, Coronel Teodoreto Camargo, no dia 9 de agosto do mesmo ano, como mostra o boletim militar de número 176 de 09 de agosto de 1938.

O jornalista Melchiades da Rocha solicita um inventário dos Espólios dos Cangaceiros mortos na grota do Angico, a fim de leva-los, ou parte deles, e expô-los na Capital do País, Rio de Janeiro.

“(...) Coincidentemente, foi no dia 09 de agosto que foi feito o “inventário” dos objetos de Lampião que foram entregues ao jornalista Melchiades da Rocha para serem expostos no Rio de Janeiro (...).” (“LAMPIÃO – SUA MORTE PASSADA A LIMPO” – BASSETTI, José Sabino. e MEGALE, Carlos César de Miranda. 1ª edição)

Fica evidente que boa parte das armas, o dinheiro, as joias e o ouro que estavam em posse dos cangaceiros foram arrematados em Santana do Ipanema, AL, ou mesmo antes. Lembremos que as cabeças chegaram a Piranhas, AL, no dia 28 e só no outro dia, numa sexta-feira, 29 de julho de 1938, é que seguiram para a sede do II Batalhão.

Não esperavam, os comandantes, tanta repercussão sobre a morte dos bandidos que há muito tempo aterrorizavam os sertões nordestinos. Autoridades de outros Estados, a imprensa e a população geral, queriam ver os objetos que pertenceram ao bando de Lampião. Não existindo outra forma, naquele momento, fora colocado armas e outros objetos substituindo os verdadeiros, como forma de dar uma satisfação a todos. E, naquele momento, teve êxito. Quanto aos objetos de valor, ouro joias e o dinheiro, não ocorreram substituições, apenas teve-se notícias de uma joia aqui, outra ali... E assim sucessivamente.

“(...) baseados em documentos da Polícia Militar de Alagoas, entrevistas de ex-militares e nos relatos do jornalista Melchiades da Rocha, podemos afirmar que a grande maioria dos objetos de Lampião, Maria Bonita e dos demais cangaceiros, fez o trajeto de Piranhas até a sede do II Batalhão em Santana do Ipanema onde, desprezando-se completamente a lei, houve a divisão entre os comandantes (...).” (Ob. Ct.)

Após tantas informações notamos a confusão que se deu no comando militar, depois que é concedido ao jornalista o direito de levar os objetos para ficarem em exposição. A pressa é inimiga da perfeição, e mais uma vez, isso nos é confirmado quando o ‘procedimento de carga’ desse Espólio fora feito. Não fora incluído no mesmo a quantidade, tipo, nem a numeração. Segundo os autores, Bassetti e Megale, até fora dada saída em objetos que não tinham sido catalogados na entrada, ou seja, apreendidos.

Não somos ‘donos’ da verdade, porém, procuramos ir buscá-la aonde ela encontra-se. A história muda a cada dia, devido a descobertas de novos fatos ocorridos em cada período.

Fonte “LAMPIÃO – Sua morte passada a limpo” – BASSETTI, José Sabino. e MEGALE, Carlos César de Miranda. 1ª edição.

Foto Armas On-Line
História Militar Online
Lampiãoaceso.com
Cangaçonabahia.com
Jornal Extra de Alagoas
Ob. Ct.

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira‎

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A MORTE DA GALINHA

Por João Neto - Recife – PE

Quando eu fazia faculdade de Engenharia Civil, conheci um cidadão do Crato - Ceará (não lembro o nome dele agora, mas o apelidávamos de "Ceará").

Ele me contou que um tio dele comprou uma fazenda que era de Luiz Gonzaga, e Gonzagão vendeu com tudo que tinha dentro: algumas cabeças de gado, algumas aves, etc.

No meio dessas aves, havia uma galinha, pela qual, segundo o "Ceará", Gonzaga tinha grande estima!

O interessante é o seguinte: no dia 02 de agosto, de 1989 (data da morte de Luiz Gonzaga) essa galinha amanheceu morta, sem vestígio algum da "causa-mortis".

"Tadinha", - dizia sempre o bom "Ceará" -, "a bichinha morreu foi de tristeza mesmo, sêo moço! 

E essa vida, sem Gonzagão, por acaso, vale a pena?..."

Pior é que a galinha tava certa!

Contribuição: João Neto - Recife – PE

http://www.luizluagonzaga.mus.br/000/index.php?option=com_content&task=view&id=14&Itemid=32

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