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domingo, 4 de dezembro de 2016

DO AMOR E DE TODO O MAL EM SEU NOME

*Rangel Alves da Costa

O amor é bom. O amor é mau. Amar é doce. Amar é terrivelmente ácido. O amor é brinquedo. O amor é brincadeira que fere, que mata, que dilacera.

O amor é remédio e cura. O amor é veneno mortal. Amar é devoção e piedade. Amar é pecado e abominação. Não há amor que não ele eleve e ao mesmo tempo faça prostrar.

O amor é paisagem com brilho e cor. O amor é labirinto e escuridão. Amar protege e alimenta a alma. Alma corrói e faz fraquejar, submete e impiedosamente escraviza.

O amor semeia e colhe. O amor resseca e devasta. O amor faz brotar e florescer. O amor faz definhar e morrer. Amar assim é viver e padecer no mesmo céu e mesmo fogo.

O amor canta a mais bela canção, faz ecoar sua maravilhosa voz. O amor esquece o canto, cala a voz, entorpece o sentir. Amar assim é caminhar sobre flores e espinhos.

O amor é carícia e carinho, é dengo e cafuné, é meiguice e doçura. O amor é espinho, é beliscão, é tormento e tortura. Amar com pluma e seda e depois com a faca mais afiada.

O amor que comove, que sensibiliza, que faz mais amoroso. O amor que endurece, que petrifica, que torna em pedra o sentimento. Amar para sofrer se imaginando na alegria.

O amor que sonha, que deseja, que quer, que corre atrás. O amor que esmorece, que se recolhe para tramar a dor. Amar em rio manso e depois se sentir diante um mar revoltoso.

O amor que faz da hora uma espera para sorrir, para o encontro, para a felicidade. O amor que só espera o momento de dizer não, de negar a si mesmo, enquanto o outro sofre.

O amor é alvorecer, é pôr do sol, é vida, é alegria, intenso contentamento. O amor que traz a sombra e se esconde na bruma da crueldade. Amar entre a salvação e a perdição.

O amor que é humilde sem se humilhar, que é calmo e paciente sem nada abdicar. O amor que se arroga de ser arrogante, e num rompante faz explodir e estraçalhar.


O amor que tem fome e sede e sabe querer o grão de pão e de água. O amor insaciável que quanto mais esvazia mais quer, quanto mais acaba mais quer destruir ainda mais.

O amor que é passarinho, que é borboleta, um colibri, um beija-flor. O amor que é ave carnicenta, agourenta, devoradora. Amar assim entre a liberdade e o laço da insanidade.

O amor que chega e se sente bem em estar, em continuar, em dar prazer. O amor que chega somente para ferir, para abrir feridas onde a carne é carente e frágil.

O amor que é valsa, sonata, noturno, cantata, a mais bela sinfonia de conforto à alma e ao coração. O amor que é tempestade, é ventania, uma tormenta que devasta tudo ao redor.

O amor que é poeta, que é docemente apaixonado, tecendo versos para alimentar o próprio amor. O amor que nada sonha e não se nega a rasgar todo verso feito em seu nome.

O amor que brilha como a mais bela das luas, que cintila mais que a estrela mais fulgurante. O amor em meio às sombras e sem que o olho possa avistar sua terrível arma na escuridão.

O amor que é nobre, fidalgo, gentil, cordial. O amor que é vagabundo, imundo, perdido na sua miséria de crueldade. Amar que vai do silêncio ao grito num mesmo instante. 

O amor se enfeita, se embeleza, se perfuma para se tornar cada vez mais atraente e amado. O amor se enfeia, se embrutece, se ojeriza, mas ainda fingindo que ama de forma tão bela e perfumada.

O amor dorme tranquilo, sonha, acorda feliz, sempre ávido por reencontrar seu amoroso destino. O amor já se levanta para negar o espelho e iludir a se mesmo e ao outro.

O amor faz bem, nunca fez mal algum. Mas o amor faz mal, nunca fez bem algum. Amar também faz apaixonar e toda paixão desanda na morte dos sentimentos. E de forma mais dolorosa que possa existir.
Assim o amor. Assim também o amor. Só que reconhecê-lo na paz ou na dor.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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MARCONI CRUZ DE LACERDA: O MARTÍRIO DE UM JOVEM INEXPERIENTE!

Por José Romero Araújo Cardoso*

Marconi Cruz de Lacerda nasceu no dia dois de setembro de 1956, em São José de Piranhas (PB), filho caçula do casal Martinha Cruz de Lacerda-Sinval Lacerda de Oliveira. Era neto do lendário Romeu Menandro da Cruz.

Casa do Estudante de Mossoró - fonte agora-rn

Em Mossoró (RN), onde foi terminar os estudos médios, teve início o martírio que o atingiria como emboscada do destino. Na capital do oeste potiguar passou a residir na casa do estudante, localizada bem próxima da Escola Estadual Jerônimo Rosado, onde estudava.

Fonte - Início

Bon vivant, era frequentador assíduo das noites mossoroenses, as quais animava com o som cadente de um violão bem dedilhado, intercalado por voz suave e melodiosa. Despertava fascínio nas mulheres, solteiras e casadas, devido ao visual moderno e atraente para a época. Em um desses saraus, despertou a atenção da esposa de um capitão-médico da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte, tendo aceitado inadvertidamente a investida da mulher que havia sido enfeitiçada pelo galante jovem.


Corria o ano de 1977, o sucesso das paradas musicais era a música “Sonhos”, composta e interpretada por Peninha. A canção tornou-se o hino oficial do inexperiente paraibano que tentava a sorte no Estado do Rio Grande do Norte.


Os encontros dos dois amantes despertaram a atenção dos moradores da residência localizada nos fundos da casa do estudante. Eram parentes do capitão-médico da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte que observavam o romance proibido.


A casa do estudante passou a ser frequentada assiduamente por primo legítimo do oficial, intuindo aproximar-se sorrateiramente do incauto jovem a fim de firmar amizade com objetivos claramente maléficos e diabólicos.

E. C. São Sebastião em disputa futebolística no Estádio de Futebol Marconi Cruz de Lacerda - São José de Piranhas - Paraíba

Avisado sobre o que acontecia, o capitão-médico procurou a ficha de Marconi Cruz de Lacerda na unidade educacional onde estudava. Em seguida, incumbiu o primo da execução do macabro plano que deveria ser marcado pelo hediondo “cheiro do queijo”, pois constatou que o jovem completaria vinte e um anos em breve. Marconi, dessa forma, estava marcado para morrer.

Friamente, o novo “amigo” passou a cevá-lo da melhor forma possível, convidando-o constantemente para almoçar em sua casa, sair pela noite mossoroense, enfim, assumindo postura “amigável” que não despertava nenhuma desconfiança da parte do inexperiente jovem.


No dia dois de setembro de 1977, uma sexta-feira, Marconi não assistiu a todos os blocos de aulas, pois pediu permissão à professora de História para sair antes do término das atividades em razão que era seu aniversário de vinte e um anos.

O “amigo”, sem saber que o jovem marcado para morrer havia saído mais cedo, chegou atrasado ao encontro satânico. Mesmo assim varou sem sucesso todos os recantos geralmente frequentados por Marconi, a fim de matá-lo.

No sábado, dia três de setembro, adentrou com cara feia a Casa do Estudante, não encontrando o jovem. Deixou recado, convidando-o para uma vaquejada na cidade de Olho d´água do Borges (RN), convite prontamente atendido quando o jovem chegou na residência estudantil. 

Era, na verdade, o início do fim do inexperiente jovem, pois seu “amigo” mancomunava-se com um irmão, tramando sua morte covardemente. Devido a desconfiança de experientes sertanejos, os quais notaram as intenções macabras dos dois irmãos, retiraram Marconi para Patu(RN). O meio de transporte do trio era um fusca azul.

Crise de consciência abateu-se sobre o irmão do “amigo” de Marconi e este começou a relutar em levar adiante o plano diabólico, razão da sobrevivência do jovem até o dia de domingo, quando o inocente estudante entrava em contagem regressiva.


Jogaram futebol, beberam, enfim, divertiram bastante o garoto que foi marcado pela maldade humana para pagar pecados originados através de uma mulher leviana.

A noite chegou e resolveram levar o jovem para passeio descontraído no sítio Tuiuiu, lugar onde nasceu o cangaceiro Jesuíno Brilhante. Na volta, ao passar pelo açude dos bodes, na propriedade de Vicentinho Moura, o “amigo” do jovem teve a ideia de se refrescarem em um banho noturno, exatamente por volta das dez horas, convite logo aceito pelo inexperiente rapaz. Pararam o fusca azul bem próximo do açude. Quando estavam se preparando para entrar no açude, o “amigo” do jovem disse que ia ao carro, voltando armado com um revólver calibre 38 e uma faca-peixeira de doze polegadas.


O jovem não acreditou no que estava acontecendo. Começou a pedir por tudo, por todos os Santos, para não fazerem aquilo, valendo-se, nos últimos momentos, da mãe que encontrava-se distante, mas o “amigo” disparou seis vezes contra a cabeça do pobre rapaz, desferindo em seguida duas facadas no pescoço para concluir o serviço maldito.

Dessa forma, manifestava-se contra um jovem sonhador a mais abominável de todas as traições, a mais nefasta e aviltante forma desprezível de traição.

Em São José de Piranhas homenagearam Marconi Cruz de Lacerda dando seu nome ao Estádio de Futebol, pois ele era um apaixonado pelo esporte, assim como era pela vida que foi ceifada covardemente por mãos assassinas insensíveis e desprezíveis.

* Geógrafo. Professor da UERN.


Enviado pelo autor José Romero de Araújo Cardoso

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PRESENTEI UM AMIGO NESTE NATAL COM UM BELO LIVRO!

Por José Bezerra Lima Irmão

Caros amigos Antonio Oliveira, José Mendes Pereira, Antonio Edson Lima, Geraldo Júnior, Valdemir Valença, Wilma Maria, Marcia Filardi, Rezende, Cícero, Zé Tavares... enfim, todos os que se manifestaram sobre o meu livro: obrigado.

Já que estamos às vésperas do Natal, pense nisto: ao dar um presente, você, mesmo de forma inconsciente, deixa transparecer o que pensa da pessoa a quem está presenteando - denota se você a considera uma pessoa frívola ou uma pessoa inteligente. O melhor presente continua sendo um bom livro: Machado de Assis (Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas...); Jorge Amado (Gabriela Cravo e Canela, Mar Morto, Tenda dos Milagres, Tocaia Grande...); João Ubaldo Ribeiro (Viva o Povo Brasileiro, Sargento Getúlio...); Oleone Coelho Fontes (Um Jagunço em Paris); Antônio Francisco de Jesus (Os Tabaréus do Sítio Saracura, Tambores da Terra Vermelha, Os Ferreiros...); Prof. Vasko Vasconcelos (Busílis – o x da questão). 



Estou falando essas coisas porque também estou vendendo o meu peixe, o “Lampião – a Raposa das Caatingas”. Veja bem: seu pai, sua mãe, seu tio, sua tia, seu amor, seu amigo (inclusive seu "amigo secreto"), enfim, qualquer pessoa que tenha algum vínculo com a cultura e a história do sertão nordestino certamente adorará receber neste Natal uma obra que, mais do que a simples história do rei do cangaço, vem sendo considerada pelos estudiosos do tema como sendo uma síntese da história do Nordeste na virada do século XIX até a metade do século XX. 

A história do Nordeste resume-se a esses três personagens: Lampião, Padre Cícero e Antônio Conselheiro. A leitura desse livro, espero eu, fará com que o Natal da pessoa presenteada se prolongue por mais tempo, durante o Ano Novo, já que a obra tem exatamente 736 páginas. 

Para adquirir o livro “Lampião – a Raposa das Caatingas”, por favor entre em contato com o professor Francisco Pereira Lima - franpelima@bol.com.br

Para redução do custo do frete, informo que o professor Francisco Pereira Lima é estabelecido em Cajazeiras, Paraíba, e Ana Cecília Correia Lima é estabelecida em São Paulo. 

Desculpem se esta mensagem saiu travestida de “comercial”. 

Um abraço a todos. 

Feliz Natal! Boas Festas! E que em 2017 e nos anos vindouros se mantenha sempre acesa a chama do interesse pela história e pela cultura do nosso querido Nordeste. A melhor forma de demonstrarmos amor à nossa terra é estudando a sua geografia e a sua história.

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MARTINS DE VASCONCELOS UM ENTUSIASTA DA LITERATURA


José Martins de Vasconcelos nasceu a 11 de novembro de 1874, no município de Apodi e era considerado um entusiasta da literatura e do jornalismo. Em 1915 fundou o primeiro jornal, intitulado “A Crise”. Mas, em 15 de novembro de 1916, ele daria um salto além de seu tempo com a criação do periódico O Nordeste, que circularia até o dia 8 de fevereiro de 1934. Com o Nordeste, Martins de Vasconcelos fez carreira como jornalista. Mas nada começou assim, do nada.

Geraldo Maia do Nascimento

O historiador Geraldo Maia no artigo Martins de Vasconcelos, publicado no jornal cultural Clandestino, em janeiro de 2004, relata que “aos 11 anos de idade, Martins de Vasconcelos muda-se para Mossoró a fim de tentar a vida. Aqui chegando, fez de tudo, moleque de recados, vendedor de jornais (numa primeira, depois incurável convivência do seu interesse maior). Tinha um objetivo na vida: sabia que o destino de quem não sabia ler era ser vendedor, de tabuleiro na cabeça. Isso o aterrorizava. E foi esse medo que o fez adquirir uma gramática e um dicionário, na esperança de desvendar o mistério do abecedário.

Martins de Vasconcelos se destacou no cenário cultural do município juntamente como escritores como: Raul Caldas, Vicente de Almeida, Eufrásio de Oliveira, Eliseu Viana Dário de Andrade, Mário Negócio, Américo de Oliveira Costa, Milton Pedrosa, Manoel João, Amâncio Leite, Manuel Assis, Raimundo Nonato, dentre outros.

Segundo o historiador Geraldo Maia “a redação do jornal era sua tenda de trabalho, sua cachaça, o vício de sua vida”, como declarou o escritor Raimundo Nonato, que como amigo, o tratava de Zé do Norte. Manteve-se sempre atento às dificuldades enfrentadas pelo município e se notabilizou, entre outras coisas, pela defesa do meio ambiente, pelo estímulo à atividade cultural e pelo carinho que dedicava às figuras que davam relevo à cultura mossoroense. Ele, um autodidata, era devorador de livros. E toda sua atividade jornalística se marca pela produção de textos, de impressionante qualidade. Colaborou com os jornais da terra, até mesmo em jornais literários e estudantis, feitos de forma manuscrita”.

Historiador Raimundo Nonato

Ele também incentivou jovens poetas e publicou livros de poemas e contos. São de sua autoria “Saltério da Saudade” (Poesia 1905), e “Renovos D’alma” (Poesia, 1906), entre outros. O jornalista faleceu em Mossoró, a 22 de dezembro de 1947. Hoje, a travessa localizada ao lado da gráfica O Nordeste, no Centro, possui o seu nome, mas é conhecida também como Beco da Imprensa.

Fonte: Gazeta do Oeste
22 de Janeiro de 2006
Digitado e ilustrado por José Mendes Pereira

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DIA 04 DE DEZEMBRO - ANIVERSÁRIO NATALÍCIO DO PROF. MS. TARCÍSIO SILVEIRA BARRA

Por José Romero de Araújo Cardoso

Dia 04 de dezembro assinala o aniversário natalício do amigo e colega Uerniano Prof. Ms. Tarcísio Silveira Barra. 


Sertanejo autêntico, nascido no antigo termo de Pedra de Abelha (hoje município de Felipe Guerra), Teté, como carinhosamente o chamamos, é um dos mais competentes professores do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, dando ênfase à Geografia Física, com destaque à climatologia. 



Na gestão Pedro Fernandes Ribeiro Neto, como reitor da UERN, Tarcísio exerce o importante cargo de Chefe de Gabinete. Parabéns, camarada, você merece. 


És uma extraordinária figura humana, um ser iluminado que valoriza sua família, seus amigos e o torrão maravilhoso chamado Nordeste Brasileiro.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero Araújo Cardoso.

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DOM PEDRO II

Publicado por Cláudio Fernandes em Brasil Império

Dom Pedro II, o último imperador do Brasil, exerceu um longo reinado, que se estendeu de 1841 a 1889. Dom Pedro II, filho de D. Pedro I e da imperatriz Leopoldina, reinou sobre o Brasil até 1889

Dom Pedro II (nascido Pedro de Alcântara) foi o segundo e último imperador do Brasil. Ao contrário de seu pai lusitano, o primeiro a reinar em terras brasileiras, D. Pedro II nasceu no Brasil, no interior do Estado do Rio de Janeiro, em 1825, fruto da união das casas aristocráticas de Bragança (à qual estavam vinculados seu pai e seu avô, D. João VI) e de Habsburgo. A essa última pertencia sua mãe, a arquiduquesa da Áustria e imperatriz do Brasil, Maria Leopoldina.


A preparação de Pedro II para assumir o trono de imperador do Brasil começou ainda muito cedo, quando ele estava prestes a completar seis anos de idade, em 1831. Nesse ano, seu pai abdicou do trono em seu favor, voltando para Portugal para enfrentar uma disputa política em virtude da sucessão do trono português após a morte de D. João VI. A mãe de Pedro II, Maria Leopoldina, morreu em 1826, quando o futuro imperador tinha apenas 1 ano de idade. Sendo assim, a sua formação foi conferida a preceptores, dentre os quais se destacou José Bonifácio de Andrade e Silva.

Até 1841, o Brasil foi administrado por regentes que procuravam cumprir as diretrizes políticas imperiais até o momento em que Pedro II estivesse apto para assumir o trono. Esse foi um dos períodos mais conturbados do Brasil, pois houve grande revoltas regionais, como a Guerra dos Farrapos, ocorrida em 1838. Entre 1840 e 1841, os parlamentares do Império Brasileiro, em Assembleia Geral, decidiram por conferir a maioridade a Dom Pedro II, na ocasião em que ele tinha apenas 14 anos de idade. No ano seguinte, Pedro II foi coroado e sagrado como imperador.

O Segundo Império foi marcado por alguns acontecimentos decisivos, como o desenvolvimento da economia cafeeira, tendo como base ainda o trabalho escravo, e de alguns setores da indústria, como a construção de ferrovias. Ao mesmo tempo, também houve o processo gradual de extinção do trabalho escravo, ainda que o Brasil tenha sido o último país ocidental a abolir a escravidão. A garantia da integração territorial nacional, a Guerra do Paraguai e o fortalecimento do Exército Brasileiro também ocorreram sob o reinado de Pedro II.

Alguns aspectos de cunho particular a respeito do imperador também chamam atenção. Dom Pedro II gostava de viajar para centros turísticos de prestígio histórico e chegou a visitar as grandes pirâmides do Egito, no vale de Gizé, onde tirou fotografias com a família real. A tecnologia fotográfica era, diga-se de passagem, uma das grandes obsessões do monarca.

Pedro II foi destronado em 1889, quando ocorreu a Proclamação da República por meio do Golpe Militar de 15 de novembro. O imperador faleceu em Paris, em 1891, recebendo, no entanto, todas as honrarias de chefe de Estado, concedidas pelas autoridades francesas.

ADENDO

 - http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com.br/2013/07/se-dom-pedro-ii-voltasse-viver-novamente.html

Importante: - D. Pedro II nos ensina a amar o Brasil acima de tudo. Punia exemplarmente os políticos e funcionários corruptos, usando dos poderes que a Constituição lhe garantia para removê-los de seus cargos. Venceu importantes disputas diplomáticas, inclusive chegando a desafiar a toda poderosa Grã-Bretanha. - Zeloso que era com as verbas públicas, recusou sucessivas propostas de aumento de seu salário, trabalhando durante meio século com o mesmo pagamento, ainda que, durante seu reinado, a economia brasileira tenha crescido dez vezes. Quanto às suas poucas viagens, custeava-as com seu próprio dinheiro. 

http://imperiobrazil.blogspot.com.br

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/dom-pedro-ii.htm

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NO CALOR DOS ACONTECIMENTOS DE ANGICO.


Anália Ferreira irmã de Lampião fala ao jornalista Melchiades da Rocha e diz lamentar o fim trágico do irmão, mas se alegra por ter encerrado sua trajetória de crimes. Segundo matéria do jornal "A Noite Ilustrada".
Foto: A noite Ilustrada.

Geraldo Antônio de Souza Júnior (administrador do grupo)

https://www.facebook.com/HistoriasdoCangaco/photos/a.435268929895318.1073741828.435240783231466/1177764672312403/?type=3&theater

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EXTRA - PROCURANDO DESAPARECIDO!


Fonte: facebook
Página: Valdeluce Silva

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ALGUNS QUADROS PINTADOS PELA ARTÍSTICA PLÁSTICA E GEÓGRAFA FRANCI DANTAS.


Alguns quadros pintados pela artística plástica, escritora e geógrafa Franci Dantas. Aluna egressa do Curso de Licenciatura Plena em Geografia do Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Franci Dantas presenteou o Prof. José Romero Araújo Cardoso com belíssimo quadro no qual destaca-se paisagem sertaneja, encontrando-se exposto na sala de reuniões do Departamento de Geografia, intuindo embelezar ainda mais o ambiente de trabalho na unidade administrativa da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da nossa amada Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Franci Dantas integra, entre outras entidades culturais, a Associação dos Escritores Mossoroenses, fazendo parte da Diretoria eleita recentemente para o biênio 2017-2018. 






Enviado pelo professor, escritor, fundador e diretor do Museu do Sertão de Mossoró.

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ENTREGA DO CANGACEIRO LABAREDA E SEU BANDO

Por Kydelmir Dantas

LABAREDA (o cangaceiro Ângelo Roque) - Fotos da entrega do seu bando feitas por 'Joãozinho Retratista" e colhidas num cordel publicado logo após este evento no ano de 1940



Kydelmir Dantas é da cidade de Nova Floresta no Estado da Paraíba, poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano. 

https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/1688831858095985/?notif_t=group_activity&notif_id=1480790193207990

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HÁ 60 ANOS

Por Tadeu Rocha (*)

Recife, 09 de outubro de 1977

Assassinado Delmiro Gouveia, o Pioneiro de Paulo Afonso

Está fazendo 60 anos que se cometeu um dos mais hediondos crimes da História do Nordeste: a traiçoeira morte de Delmiro Gouveia, o Pioneiro de Paulo Afonso. Pioneiro não só na conservação da força dessa cachoeira em energia elétrica, mas também do alto comércio de peles de bode e carneiro, da pecuária moderna, da palma forrageira, do zebuamento bovino, da água encanada, da grande indústria, da máquina de escrever, da vila operária, da assistência social, das estradas de rodagem, do automóvel, do gelo, do cinema, da patinação e do futebol no sertão nordestino.

CRIME TRAIÇOEIRO EM NOITE DE VERÃO

Adquira esta obra através deste e-mail: gilmar.ts@hotmail.com

No ano de 1917, Delmiro Gouveia não estava morando na casa-grande da Fábrica da Pedra. Ele residia, então, num elegante chalé, que o dentista Aloísio Cravo mandara construir no largo fronteiro à Fábrica, porém fora da cerca de arame do grande núcleo industrial. Terminada a faina do dia 10 de outubro, uma quente quarta-feira de verão, o Pioneiro recolheu-se ao chalé, onde jantou em companhia do seu compadre Firmino Rodrigues, com quem foi palestrar no alpendre lateral esquerdo da residência. Depois que seu compadre se estirou, Delmiro passou a ler jornais, sentado em uma cadeira de balanço, à luz de forte lâmpada elétrica.


Eram oito e meia da noite, quando três tiros de rifles ecoaram por toda a vila industrial da Pedra. Os tiros foram deflagrados de um corte ferroviário próximo ao chalé. José Alexandre Cordeiro (o jovem Zé Pó), que pouco antes servira o jantar ao Coronel Delmiro e seu convidado, foi encontrar o patrão gravemente ferido, agarrando-se nas cadeiras do alpendre. Muita gente acorreu á residência do chefe, que foi conduzido a seu leito.

Gravemente ferido, Delmiro ainda recebeu socorros do médico da Fábrica da Pedra, Dr. José Maciel Pereira. Dos três tiros deflagrados, duas balas o atingiram, sendo que uma lhe varou o coração. Poucos minutos teve de vida aquele homem de belo porte e grande resistência física e moral. Nos últimos alentos da existência terrena, Delmiro Gouveia fez a mais cristã das súplicas, e a mais nordestina das preces: “Valha-me Nossa Senhora!” Às 20 horas e 40 minutos, rendeu sua alma ao Criador. Estes preciosos informes nos foram dados, em fevereiro de 1953, pelo referido José Alexandre Cordeiro, fiel empregado doméstico de Delmiro Gouveia, desde 1903 até a morte do seu patrão, na trágica noite de 10 de outubro de 1917.

INVEJA E DESPEITO GERARAM A TRAGÉDIA

O grande comércio de peles de caprinos e ovinos, uma pecuária modernizada e a montagem da fábrica de linhas, com a extraordinária façanha do aproveitamento da cachoeira de Paulo Afonso, transformaram Delmiro Gouveia na maior autoridade social dos sertões nordestinos. O novo Coronel, emigrado do alto comércio recifense, tinha enorme prestígio econômico da região e prestígio político no Estado de Alagoas, o qual também se estendeu a Pernambuco, quando, o General Dantas Barreto, “derrubou” a oligarquia do Conselheiro Rosa e Silva. Para o povo em geral, o Pioneiro, de Paulo Afonso era um verdadeiro herói, por ter domado a famosa cachoeira do S. Francisco.

A inveja e o despeito não tardaram em criar duas sérias inimizades ao moderno sertanista. Interesses políticos e econômicos contrariados tornaram o Cel. José Gomes de Lima e Sá, residente em Jatobá, hoje Petrolandia, um inimigo rancoroso de Delmiro. Na outra extremidade da Estrada de Ferro Paulo Afonso, em Piranhas, o Cel. José Rodrigues de Lima, parente do primeiro, também se desentendeu com Delmiro , por questões de terras. O ódio dos dois parentes armou sicários que, nas caladas da noite, abateram traiçoeiramente, em sua casa, a mais importante figura da moderna História Econômica do Nordeste.

Nos dois processos instaurados na Comarca alagoana de Água Branca, apareceram como mandantes do hediondo crime os Coronéis José Rodrigues de Lima e José Gomes de Lima e Sá. O Coronel José Rodrigues acobertou-se com as “imunidades” de chefe político do Município de Piranhas, as quais logo se converteram em imunidades parlamentares, do deputado Estadual. Por isso, ele nem chegou a ser denunciado pela Promotoria Pública daquela Comarca. Em conseqüência de oura inimizade, foi assassinado em Maceió, a 28 de agosto de 1927.

Quando o Cel. José Gomes foi denunciado e pronunciado em Água Branca, mas se refugiou no interior do Goiás, onde nunca chegou a ser incomodado pela Justiça de Alagoas. Decorridos muitos anos, já em 1936, foi assassinado na cidade de goiana de Peixe, por questões de família. O certo, porém, é que o crime mandado praticar por esses dois atrasados Coronéis sertanejos, não atingiu apenas o genial Delmiro Gouveia: a bala, que lhe varou o coração, também, atingiu o próprio coração do Nordeste, onde o Pioneiro de Paulo Afonso fizera brotar a nova civilização industrial.

A confusão que se seguiu a morte violenta do Pioneiro de Paulo Afonso, na vila industrial de Pedra, foi indescritível. A inconcebível realidade foi por demais chocante e as diversas patrulhas, que logo se organizaram para capturar os executores do nefando crime, não surtiram qualquer efeito. Fervilhavam os boatos e multiplicavam-se as insinuações sobre a autoria material do crime, até que as hipóteses recaíram nos derradeiros ausentes do núcleo industrial. Entre estes, estavam os operários José Inácio Pia, que fora despedido da fábrica de linhas, e seu compadre Róseo Morais do nascimento, que pedira suas contas.

Na casa da Ruía Rui Barbosa, na vila operária da Pedra, onde haviam residido Róseo, que era solteiro, e José Inácio Pia, casado, somente permaneciam a esposa e sogra deste último. E logo no dia 14 de outubro, ao que consta dos autos do Processo Delmiro, surgiram as primeiras acusações a esses derradeiros ausentes. Não foi difícil à Polícia Militar de Alagoas capturar os supostos assassinos de Delmiro, permitindo ao Governo do Estado justificar-se perante a opinião pública do Nordeste e de todo o Brasil.

José Inácio Pia, apelidado de Jacaré, foi preso no dia 7 de novembro, em Própria, onde estava em transito, de volta á Pedra, para ir buscar sua mulher. Naquela cidade, ele fora protestar sua inocência no quartel da Polícia sergipana, onde se abrigou. Quanto ao seu compadre Róseo, Jacaré informou que ele estava trabalhando na usina Pedras, no Município de Maruim, onde foi preso a 10 de novembro. Noutro inquérito, feito um ano mais tarde, apareceu Antonio Felix do Nascimento como terceiro mandatário do crime de 10 de outubro de 1917.

À custa de violência de toda espécie, que iam do pistolamento às constantes ameaças de fuzilamento, o famigerado Capitão Nolasco obteve de Jacaré e Róseo a “confissão” da autoria do crime... O mesmo processo foi utilizado em relação ao pernambucano Antônio Felix do Nascimento, que não tinha qualquer parentesco com o cearense Róseo Morais do Nascimento. Denunciados e pronunciados, esses três humildes sertanejos foram submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri de Água Branca, em 22 de agosto de 1919, que os condenou à pena de 30 manos, confirmada por um segundo julgamento, realizado e, 9 de fevereiro de 1922.

ERRO JUDICIÁRIO

Após 22 anos de pesquisas sobre a vida e a obra de Delmiro Gouveia e dois anos e meio depois do lançamento da terceira edição do nosso ensaio sobre o Pioneiro de Paulo Afonso, chegamos à conclusão de que Róseo Morais do nascimento e José Inácio Pia (vulgo Jacaré) foram vítimas de erro judiciário no Processo Delmiro.

Na última semana de setembro de 1917, eles pegaram o trem, na estação da Pedra, e foram até Piranhas, onde embarcaram para Própria, logo nos primeiros dias de outubro. Desceram em S. Francisco na canoa Pirapora, em que também viajavam o industrial Manoel de Souza Brito e o cabo José Marinho de Melo Morais, do destacamento de Piranhas. Róseo e Jacaré pediram emprego ao Cel. Neco Brito, que lhes ofereceu colocação em sai fábrica de tecidos, de Própria. Na terça-feira, 9 de outubro, foram despedir-se do industrial e dizer-lhe que não aceitavam o emprego. Por serem baios os salários.

Na quarta-feira, dia 10, tomaram o trem da Própria a Aracaju, o qual pernoitou em Japaratubinha, hoje Muribeca, por motivo de avaria. No dia seguinte, o trem se arrastou até a estação mais próxima, que era o entroncamento ferroviário de Murta, onde se iniciava o ramal de Capela. Ali na estação de Murta foi, então, que souberam da morte de Delmiro, transmitida pelos passageiros do trem da quinta-feira, saído de Propriá. Róseo e jacaré desceram na estação de Maruim, dirigindo-se à usina Pedras onde se empregaram como pedreiros.


Cerca de um mês depois, quando Jacaré voltou a Propriá, com destino à vila operária da Pedra (para ir buscar sua mulher), soube que ele e Róseo estavam sendo apontados como matadores de Delmiro. Nova, ente procurou o Cel. Neco Brito, em sua própria residência. A seu pedido, o Cel. Manuel de Souza Brito passou um telegrama ao Coronel Ulisses Luna, de Água Branca, informando que Jacaré e Róseo não poderiam ser os assassinos de Delmiro Gouveia, pois na véspera do dia 10 de outubro eles estavam em Propriá. Esse telegrama foi ditado pelo Cel. Neco Brito a sua filha Maria Etelvina (a jovem Lili), que o escreveu, e foi recebido pelo Cel. Ulisses Luna, quer o mandou entregar às autoridades encarregadas do inquérito policial, às quais lhe deram destino ignorado. Tão decisivo documento não consta do Processo Delmiro, ao que verificamos no cuidadoso exame dos seus dois volumes.

Informação: Este vídeo não faz parte deste texto, apenas para o leitor conhecer mais um pouco sobre o coronel Delmiro Gouveia

Em nossa longa e continuada pesquisa sobre a vida e a obra de Delmiro Gouveia (que iniciamos em janeiro de 1950 e ainda não demos por terminada), nenhum elemento conseguimos a respeito da inocência de Antônio Felix do Nascimento, o suposto terceiro mandatário do crime. No sertão do submédio S. Francisco, em Alagoas e Pernambuco, muita gente afirma que ele também “confessou” o crime à custa de grandes torturas, por parte das autoridades policiais alagoanas. Já nos meados de 1953, soubemos que se falava em Água Branca ter sido um dos assassinos de Delmiro o agricultor Herculano Soares Vilela, que tempos antes tivera um sério atrito com o Pioneiro, numa rua daquela cidade. Somente na década de 60 foi que o Sr. Cícero Torres, então Deputado Estadual e hoje Conselheiro aposentado do Tribunal de Contas de Alagoas, fez declarações públicas sobre a culpabilidade de Herculano Vilela na morte de Delmiro. Posteriormente, o Sr. Cícero Torres, neto dobarão de Água Branca, reafirmou essas declarações, em inquérito judicial. Depondo na mesma inquirição, o venerando Sr. José Correia de Figueiredo, genro do Coronel Ulisses Luna, declarou “que era voz corrente em Água Branca que a autoria material do crime cabia a Herculano Soares e seu cunhado Luiz dos Angicos, e Manuel Vaqueiro”. Também se diz em Água Branca, que Herculano Soares Vilela, na hora da morte, revelou o segredo a seus familiares, que se negam a dar testemunho dessa importante confissão.

(*) Advogado, Escritor e Jornalista nascido em Santana do Ipanema (AL).

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