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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

FEITICEIROS NA ILHÉUS SETECENTISTA

Por Rostand Medeiros

O amigo Urano Andrade, de Salvador, Bahia, publicou uma interessante história ocorrida em junho de 1761, na bela cidade baiana de Ilhéus, onde dois homens negros foram presos como “feiticeiros”, resistiram a prisão e na sequência do processo do processo houve algo bem diferenciado. 


Além das informações contidas no texto, é interessante ver a forma como estes documentos oficiais eram elaborados há 255 anos, os termos utilizados na época, mas preocupações dos membros da justiça. Vale frisar que os documentos produzidos em terras potiguares no período setecentista não diferem em nada da forma aqui apresentado.


Dou parte a Vossa Majestade em como a esta Villa vieram conduzidos por Ignácio Fernandes de Souza, morador nesta Villa, dois pretos feiticeiros, os quais entraram a curar publicamente de feitiços a várias pessoas, usando de arte diabólica com alguidares de água em que faziam aparecer figuras, e para isso se punham a falar com galos pretos, sapos e outras visagens semelhantes, em que diziam adivinhar, pondo preços exorbitantes dinheiro para a paga das ditas curas, que mais parecia furtos que curas, levando vinte mil réis, e dali para cima a cada pessoa sem que tivessem estas vigor, antes alguns pioraram, e morreram e era tudo uma confusão nesta Villa com estas artes diabólicas, e vendo o Reverendo Vigário da Vara estas feitiçarias de que usavam os ditos pretos, os mandou prender valendo-se para isso do socorro da justiça secular pedindo-me ajuda, e foi o que logo fiz mandando pelos oficiais [diante de] mim prendessem os ditos pretos, e indo se executar a dita prisão em o dia 25 do mês de março, achando-me eu também presente, se puseram estes em resistência puxando por facas de pontas, armas proibidas pela Lei por andarem estes para esse efeito preparados, e com elas feriram perigosamente a um dos oficiais, e a outro que ia em socorro a mesma justiça, sendo seu maior empenho o maltratarem-me que se não fora o defender-me o fariam; e sendo com efeito presos prossegui a devassa pela resistência feita a Justiça a armas por editais fazendo-lhe prontamente sequestro em uma caixinha pequena com duas fechaduras em que se lhe achou sessenta e tantos mil réis em dinheiro, roupas e algumas peças de ouro que se lhe havia dado em penhor de algumas curas, e muito por praticas de feitiçarias em que entravam algumas coisas sagradas das quais tomou entrega o mesmo Reverendo Vigário da Vara, que presente se achava, e também procedeu a devassa e sequestro, cujos pretos os fiz remeter com a devassa, seguros com ferros a cadeia dessa cidade ao Doutor Ouvidor Geral do Crime, por José Luiz Pinto, mestre e dono de uma lancha, morador este na Villa do Camamu por levar também em sua companhia os escravos que foram dos Padres da Companhia cujos ia a entregar ao Desembargador Chanceler, e Juiz Comissário da Inconfidência, e por ser público e notório nesta Villa que o dito José Luiz Pinto não entregara os ditos presos nem a devassa pelos haver postos em liberdade por dadivas de dinheiro que lhe haviam dado, mandou prender o Doutor Corregedor da Comarca na Villa do Camamu, onde se acha por causa do dito José Luiz lhe não apresentar recibo de uns e outros presos por correr naquela Villa a mesma fama de que os havia soltados, nem menos mandou entregar em esta Villa os ferros em que foram seguros os ditos presos uns e outros, e como o Juiz Ordinário desta Villa dou conta a Majestade para a nenhum tempo me prejudicar. Villa dos Ilhéus, e de Junho 10 de 1761. Vossa Majestade. 

Vassalo o mais obediente;
Antonio José Martins.           
Correções: J.J.R.
Fonte: Arquivo Público do Estado da Bahia, seção colonial, maço: 201. 

Urano Andrade é Graduado em História, Pós Graduado em História Social e Econômica do Brasil Colônia, mas para mim é um caçador de histórias interessantes da Bahia colonial. Histórias que ele disponibiliza, em um interessante trabalho de democratização da informação histórica e do seu trabalho como pesquisador no blog “Pesquisando a História” ( https://uranohistoria.blogspot.com.br/ ), onde vale a pena a visita.

Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NOVO LIVRO NA PRAÇA - A ARTE DE ISAC DE OLIVEIRA


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ISAC DE OLIVEIRA

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OS VALENTES HOMENS DE NAZARE DO PICO, " OS FLOR"


Campo da Ema, terra pertencente à antiga fazenda Algodões - arrendada em 1819 por Manoel de Souza Ferraz, nasceu em 1870, João de Souza Nogueira, futuro líder de uma família que teria sua importância na história da região e no combate ao cangaço: os Flor.

João de Souza Nogueira, ou João Flor, como tornou-se conhecido, era filho de Florência Filismina de Sá (Flor) e de Manoel de Souza Ferraz (JSF, Tn 18). Estimado e respeitado pela gente da terra, casou-se com Angélica Teodora de Souza e, por solicitação dos habitantes da região, assumiu em 1907 o cargo de subdelegado na fazenda Ema. Sempre procurando cooperar na manutenção da ordem, assumiu posteriormente cargos semelhantes. Era um homem ponderado em sua função de conselheiro e apaziguador de conflitos. Afável, levava, à sua maneira, vida social intensa, a despeito da violência que por vezes grassava na região.

Dotado de boa voz, tornou-se seresteiro requisitado, cantando muitas vezes ao lado do irmão Francisco e da negra Rita Grande. Na noite de 23 de junho de 1918, tornou-se padrinho de São João de Virgulino Ferreira da Silva, o futuro Lampião. Mais tarde se empenharia na luta contra o bandido até que, ao retornar de uma peleja, foi acometido de um acidente vascular cerebral que o deixou semi-paralítico. A sua luta iniciada contra o banditismo teria continuidade através dos seus filhos Euclides de Souza Ferraz (01.03.1897 - 07.01.1968), Odilon de Souza Nogueira, Luís de Souza Nogueira, Américo, Hildebrando, Ildefonso e Manoel de Souza Ferraz. Também eram seus filhos: Valdemar de Souza Ferraz, Ana Angélica (Donana) e Emília Angélica de Souza Ferraz.

https://www.facebook.com/virgulinoferreira.ferreira.5?fref=hovercard

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O TEMÍVEL LAMPIÃO ESTÁ MORTO!

Por José Mendes Pereira
Foto do site tokdehistoria.com.br do historiógrafo Rostand Medeiros

Amigos leitores deste blog, infelizmente, Virgolino Ferreira da Silva o sanguinário e perturbador da tranquilidade do nordeste brasileiro, o capitão ou o rei do cangaço o Lampião, está morto. Foi morto a tiros e depois degolado pelas tropas do tenente João Bezerra da Silva.


Usei a palavra "infelizmente", não para defender fora-da-lei, mas para mostrar que se foi, a vida de um "sertanejo", que antes era do bem, trabalhador, cumpridor dos seus deveres, cuidador dos seus queridos pais, irmãs e irmãos, familiares de modo geral, que talvez desejava ser um fazendeiro, um médico ou outra coisa semelhante, com tranquilidade, junto com aqueles da sua idade que os viu crescer e, atufarem-se nas águas barrentas dos rios, e em outros momentos, cristalinas, e de repente, sem menos pensar e desejar, o destino desviou o seu caminho, caminho este que jamais colocaria os seus pés por espontânea vontade; as coisas mudaram, e mudaram para desgraçar a vida de quem tinha bons planos para o futuro.

Agora, as famílias do sertão do nordeste brasileiro podem respirar fundo. O capitão Virgolino não tirará mais a tranquilidade destes sertanejos, infelizmente, ele está morto. Finalmente, Lampião está sobre os pedregulhos da Grota de Angico, no Estado de Sergipe. Uma data que, por ser múltiplo do número 7, segundo a cigana de Pariconha nas suas previsões, o número 7, não seria nada bom para Lampião, e assim foi. 

Clique no link e leia as semelhanças referentes ao número 7.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2012/10/para-voce-que-ainda-nao-o-leu-cigana-de.html

Mesmo ele tendo sido um homem perverso e sanguinário, nenhum de nós tem o direito de julgá-lo. O que ele passou diante de todos os seus familiares, vizinhos e amigos, ver a mãe enfartar e não resistindo, veio a óbito; posteriormente a morte do seu pai sem que ele tinha nada com os seus problemas; desrespeitado, humilhado, proibido de frequentar festas decentes, perseguido pela polícia, e por uma boa parte de pessoas civil, não é para qualquer um suportar sem retaliação. 

Vamos calar a nossa boca para não fazermos injustiças com Lampião. Lógico que santo ele não foi, mas de nós, quem será santo?

Disse Lampião quando foi entrevistado pelo jornalista José Alves Feitosa do Jornal “A NOITE”, de Recife-PE. Essa entrevista foi publicada pelo Jornal Cearense “O POVO”, no dia 04 de junho de 1928. Lá se vão 88 anos. 

“Não sou cangaceiro por maldade minha, mas pela maldade dos outros”. "... é por isso que de rifle às costas, cruzando as estradas do sertão, deixo um rastro sangrento na procura dos assassinos de meus pais”. Publicação do Jornal "O POVO” / Ceará - 04/ junho/ 1928.

Os pais de Lampião José Ferreira da Silva e dona Maria Sulena da Purificação.

Dona Maria Sulena da Purificação a mãe de Lampião não foi assassinada, faleceu em consequência da pouca consideração do seu vizinho Zé Saturnino a seus filhos (mas mesmo eles não querendo que isso acontecesse, eles também colaboraram por continuar com as suas perseguições contra o Zé Saturnino); e principalmente, o desrespeito deste contra o patriarca José Ferreira da Silva. 

José Saturnino

Mas o que Lampião diz que os pais foram assassinados é justamente para ganhar apoio da população que não conhece como aconteceu o falecimento da sua mãe. Isso faz parte de quem quer ser aplaudido pela população.

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BLITZ NA ROTATÓRIA AMANHÃ (11/10)


A ADUERN realiza amanhã (11), a partir das 16h, uma blitz educativa na rotatória da Avenida Francisco Mota, no bairro Costa e Silva em Mossoró.

Na oportunidade, vamos distribuir panfletos e conversar com motoristas, motociclistas, ciclistas e toda a comunidade sobre o processo de sucateamento das universidades públicas e os recorrentes atrasos no pagamento dos salários dos servidores estaduais.

CONVIDAMOS todos os professores e professoras a se unir à blitz e fortalecer a luta contra os atrasos salariais e os desmandos do Governo de Robinson Faria.

ATIVIDADE: blitz educativa

LOCAL: Rotatória da Avenida Francisco Mota, no bairro Costa e Silva em Mossoró.

DATA E HORA: Amanhã (11/10) a partir das 16h.

QUEM PODE IR? Professores, professoras, estudantes e toda a comunidade mossoroense que deseje lutar contra a retirada de direitos.

Para mais informações:


Jornalista
Cláudio Palheta Jr.
Telefones Pessoais :
(84) 88703982 (preferencial)

Telefones da ADUERN:

ADUERN
Av. Prof. Antonio Campos, 06 - Costa e Silva
Fone: (84) 3312 2324 / Fax: (84) 3312 2324
E-mail: aduern@uol.com.br / aduern@gmail.com
Site: http://www.aduern.org.br
Cep: 59.625-620
Mossoró / RN
Seção Sindical do Andes-SN
Presidente da ADUERN
Lemuel Rodrigues

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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AS ENCHENTES DO RIO MOSSORÓ - 09 DE OUTUBRO DE 2016

Por Geraldo Maia do Nascimento

Quem olha hoje para o Rio Mossoró, de águas mortas e cobertas de vegetação, preso em suas barragens, cortado por pontes e dividido em três braços, dificilmente pode imaginar o que foi esse rio no passado, correndo livre em seu leito, calmo e navegável durante o nas secas, mas extremamente violento nas enchentes, arrancando árvores e arrastando-as perigosamente ao longo do seu curso, ilhando comunidades, causando transtorno a população, fenômeno esse observado pelos índios que habitaram primitivamente a sua ribeira, e que por isso o chamaram de Mossoró, que em Tupi significa “rio furioso, que rompe e rasga o terreno”.


Tive acesso a um depoimento do Dr. Raul Fernandes, médico, filho do ex-prefeito Rodolfo Fernandes, que retrata bem essa época.
               
A família do Dr. Raul morava, estava no Sítio Boa Vista, vizinho ao dos Pintos, a meia légua de Mossoró. A casa ficava no centro da propriedade, a um quilômetro do rio, situada numa pequena elevação e cercada de carnaubais.
               
Certa manhã de 1917, despertaram assustados. Estavam ilhados. A água subira no piso do alpendre, em frente à casa e espalhava-se numa grande extensão para todos os lados. Quase metade da cidade amanhecera inundada. A correnteza passava vários palmos por cima da barragem, a grande velocidade, produzindo estrondos. Choupanas cobertas de palha de carnaúba eram arrastadas pela enxurrada, assim também como animais, aves domésticas, árvores, malas, baús e objetos caseiros boiavam rio abaixo.
               
Notícias alarmantes chegavam do interior, relatando que as fortes chuvas que tinham caído na altura da nascente do rio, tinham deixados habitantes desabrigados, que vários barreiros tinham transbordado e que açudes e represas estavam arrombando. A consequência é que as águas corriam formando ondas e se espalhavam nas partes planas do solo.
               
Rodolfo Fernandes tinha dormido na cidade e pela manhã, quando viu o estrago que o rio estava fazendo, mandou uma lancha a motor buscar a família que tinha ficado no sítio, em número de seis pessoas: o Dr. Raul, que na época estava com nove anos de idade, sua irmã Isaura Fernandes, sua mãe, uma tia e um tio, além da empregada. Segundo as lembranças do Dr. Raul o batel, que era equipado com um pequeno motor, chegou cedo ao sítio, pilotada por Seu Aristides e um ajudante, portando vara e dois remos pequenos. Lembrou que a todo instante se ouvia o soar agudo dos búzios, num triste lamento, pedindo socorro. Com toda a família a bordo, navegaram entre o carnaubal, na direção da margem, quando uma forte correnteza arrastou a lancha de encontro a uma carnaubeira, enchendo-a de água e logo depois esbarrou nos galhos de uma árvore que vinha sendo arrastada pela enchente. Com o impacto o jovem Raul caiu na água, sendo resgatado por Seu Aristides, que conseguiu nadar com o garoto até uma outra carnaubeira ficando ali agarrado, enquanto o restante da família, na mesma situação, agarrava-se as carnaubeiras. O ajudante saltou da embarcação levando a ponta da grande corda presa à proa. Nadou um pouco e andou em direção a terra. Amarrou-a numa árvore e passou a puxar o barco auxiliado pelos moradores da região. Assim o batel alcançou a margem e começaram, então, a esvaziá-lo. Em pouco tempo voltava a flutuar. Foi puxado mais para cima, contra a correnteza e a corda amarrada em terra. O rapaz com a vara empurrava a lancha para fora, seguindo o curso das águas até alcançar as pessoas. Assim foram resgatadas todas. Mas ainda estavam longe da cidade. Foi preciso mandar um portador, que saiu a pé margeando o rio até Mossoró, com um recado para Rodolfo Fernandes, que enviou um barco maior, com motor mais potente e foi nesse barco que conseguiram chegar a cidade, depois de muito sacrifício e risco de morte. No outro dia as águas começaram a baixar com rapidez.
               
Essa narrativa ilustra bem a força do rio quando cortava livre a cidade. Hoje praticamente não se vê mais as suas águas, apenas um verde campo florido, de uma vegetação que cobre o seu leito, sufocando-o, tornando-o sem vida e mau cheiroso. Sua força permanece apenas no nome “Mossoró – rio furioso, que rompe e rasga o terreno”. E nada mais. 

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento
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http://www.blogdogemaia.com

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PARA NÓS, DELMIRO VIVE!!! VIVA DELMIRO GOUVEIA!!!

Do acervo do pesquisador Adauto Silva

Hoje, 10 de Outubro de 2016, completam-se 99 anos do assassinato do fundador desta cidade que, com muito orgulho, guarda os seus restos mortais e recebeu merecidamente o seu nome: Delmiro Gouveia.

É um dia para que todos os delmirenses façam SILÊNCIO e REFLITAM BASTANTE... 

Há quase quatro meses ininterruptos, não escutamos mais o som do apito da FÁBRICA DA PEDRA. 

São mais de 400 pais e mães de família à mercê da esperança em dias melhores que não se sabe quando virá. Incerteza e Angústia – sentimentos que afligem o povo delmirense. São teares e sonhos parados. 

Falta neste momento a FORÇA que este cearense tão especial buscou na Cachoeira do Angiquinho e que, em 1913, começou a operar possibilitando a inauguração da Fábrica de Linhas de Coser e Bordar Estrela em 1914 e que despertou os olhares do mundo para este pequeno pedaço do sertão alagoano que ninguém acreditava ser capaz de gerar tanto desenvolvimento e progresso. 

Hoje, nada temos a celebrar...

Enquanto Governo Municipal, celebramos Delmiro Augusto da Cruz Gouveia todos os dias: quando tiramos uma criança da rua e da vulnerabilidade social e a conduzimos para uma Escola confortável, com transporte decente, merenda farta e professores qualificados; quando conseguimos promover Assistência Social aos menos favorecidos; quando abrimos Postos de Saúde nas comunidades e vemos uma equipe “aceitar” vir trabalhar aqui e promover a Saúde Básica; celebramos Delmiro Augusto quando ampliamos as possibilidades de geração de emprego; quando melhoramos estradas e acessos; quando cumprimos a missão de gerir o dinheiro público e prestamos conta com dignidade e transparência. Exaltamos a memória de Delmiro quando, em momento de tão sombria crise financeira, estamos em dia com o pagamento dos funcionários públicos municipais – afinal, quem trabalha com decência merece ter em sua mesa o pão sagrado e a dignidade.

Hoje, especialmente, pedimos a cada um dos quase 60 mil habitantes desta cidade que, às oito horas da noite – horário provável da morte de Gouveia em 10 de Outubro de 1917 – estejam onde estiverem, num gesto de respeito e de gratidão, rezem por ele uma Ave-Maria, pedindo com fervor à Virgem do Rosário, nossa Padroeira, que volte o seu olhar materno a esta cidade que, graças a atuação de Gouveia, merece todo destaque conquistado ao longo de sua trajetória e que sempre estará fadada ao desenvolvimento, mesmo diante de tantas adversidades.

Por: Ascom/PMDG

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SANTANA DO IPANEMA/ALAGOAS

Por Geraldo Júnior

Um soldado da Volante organiza as cabeças dos cangaceiros mortos em Angico em frente à uma Capelinha na cidade de Santana do Ipanema/AL para os curiosos vislumbrarem a cena e os retratistas baterem as *chapas dos restos mortais e dos objetos de curiosidade.

Manhã de 29 de julho de 1938. Rumo à Maceió/AL.
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)

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CONVITE! - ANIVERSÁRIO DO CAMPUS CAICÓ


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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AS ENCHENTES DO RIO MOSSORÓ - 09 DE OUTUBRO DE 2016

Por Geraldo Maia do Nascimento


Quem olha hoje para o Rio Mossoró, de águas mortas e cobertas de vegetação, preso em suas barragens, cortado por pontes e dividido em três braços, dificilmente pode imaginar o que foi esse rio no passado, correndo livre em seu leito, calmo e navegável durante o nas secas, mas extremamente violento nas enchentes, arrancando árvores e arrastando-as perigosamente ao longo do seu curso, ilhando comunidades, causando transtorno a população, fenômeno esse observado pelos índios que habitaram primitivamente a sua ribeira, e que por isso o chamaram de Mossoró, que em Tupi significa “rio furioso, que rompe e rasga o terreno”.



Tive acesso a um depoimento do Dr. Raul Fernandes, médico, filho do ex-prefeito Rodolfo Fernandes, que retrata bem essa época.
               
A família do Dr. Raul morava, estava no Sítio Boa Vista, vizinho ao dos Pintos, a meia légua de Mossoró. A casa ficava no centro da propriedade, a um quilômetro do rio, situada numa pequena elevação e cercada de carnaubais.
               
Certa manhã de 1917, despertaram assustados. Estavam ilhados. A água subira no piso do alpendre, em frente à casa e espalhava-se numa grande extensão para todos os lados. Quase metade da cidade amanhecera inundada. A correnteza passava vários palmos por cima da barragem, a grande velocidade, produzindo estrondos. Choupanas cobertas de palha de carnaúba eram arrastadas pela enxurrada, assim também como animais, aves domésticas, árvores, malas, baús e objetos caseiros boiavam rio abaixo.
               
Notícias alarmantes chegavam do interior, relatando que as fortes chuvas que tinham caído na altura da nascente do rio, tinham deixados habitantes desabrigados, que vários barreiros tinham transbordado e que açudes e represas estavam arrombando. A consequência é que as águas corriam formando ondas e se espalhavam nas partes planas do solo.
               
Rodolfo Fernandes tinha dormido na cidade e pela manhã, quando viu o estrago que o rio estava fazendo, mandou uma lancha a motor buscar a família que tinha ficado no sítio, em número de seis pessoas: o Dr. Raul, que na época estava com nove anos de idade, sua irmã Isaura Fernandes, sua mãe, uma tia e um tio, além da empregada. Segundo as lembranças do Dr. Raul o batel, que era equipado com um pequeno motor, chegou cedo ao sítio, pilotada por Seu Aristides e um ajudante, portando vara e dois remos pequenos. Lembrou que a todo instante se ouvia o soar agudo dos búzios, num triste lamento, pedindo socorro. Com toda a família a bordo, navegaram entre o carnaubal, na direção da margem, quando uma forte correnteza arrastou a lancha de encontro a uma carnaubeira, enchendo-a de água e logo depois esbarrou nos galhos de uma árvore que vinha sendo arrastada pela enchente. Com o impacto o jovem Raul caiu na água, sendo resgatado por Seu Aristides, que conseguiu nadar com o garoto até uma outra carnaubeira ficando ali agarrado, enquanto o restante da família, na mesma situação, agarrava-se as carnaubeiras. O ajudante saltou da embarcação levando a ponta da grande corda presa à proa. Nadou um pouco e andou em direção a terra. Amarrou-a numa árvore e passou a puxar o barco auxiliado pelos moradores da região. Assim o batel alcançou a margem e começaram, então, a esvaziá-lo. Em pouco tempo voltava a flutuar. Foi puxado mais para cima, contra a correnteza e a corda amarrada em terra. O rapaz com a vara empurrava a lancha para fora, seguindo o curso das águas até alcançar as pessoas. Assim foram resgatadas todas. Mas ainda estavam longe da cidade. Foi preciso mandar um portador, que saiu a pé margeando o rio até Mossoró, com um recado para Rodolfo Fernandes, que enviou um barco maior, com motor mais potente e foi nesse barco que conseguiram chegar a cidade, depois de muito sacrifício e risco de morte. No outro dia as águas começaram a baixar com rapidez.
               
Essa narrativa ilustra bem a força do rio quando cortava livre a cidade. Hoje praticamente não se vê mais as suas águas, apenas um verde campo florido, de uma vegetação que cobre o seu leito, sufocando-o, tornando-o sem vida e mau cheiroso. Sua força permanece apenas no nome “Mossoró – rio furioso, que rompe e rasga o terreno”. E nada mais. 

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Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento
Fontes:

http://www.blogdogemaia.com

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CONVIVER COM A SECA É APRENDIZADO CONSTANTE DO POVO DO SEMIÁRIDO


Tecnologias sociais tem sido ferramentas importantes para abastecimento de água dessa população.


Elen Carvalho
Brasil de Fato | Recife (PE), 07 de Outubro de 2016 às 15:26

Cisterna-enxurrada, tecnologia social do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da ASA / Manuela Cavadas/Arquivo Asacom.

Diversos estados brasileiros vem lidando com a questão da seca atualmente. No Nordeste, onde o fenômeno já é um conhecido do povo, a seca vem desde 2012. Essa é considerada pelos pesquisadores como uma das mais severas enfrentadas pela população. Contudo, é possível ver uma melhor convivência com esses períodos de grandes estiagens por parte de quem reside no Semiárido brasileiro. Essa melhoria vem de um fator já conhecido: a luta e a resistência popular. Soma-se a isso as diversas iniciativas da sociedade civil organizada.

João Suassuna, engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, aponta que, neste momento, o que mais pesa é o fato de ser o quinto ano consecutivo de seca. “Não temos água nos açudes. O açude de Jucazinho (PE), que abastecia muitos municípios, por exemplo, secou. A forma imediata de resolver esse problema foi levar caminhões – pipa. Mas, a tendência dessa seca é piorar. Pois a quadra chuvosa da nossa região só acontece a partir de fevereiro”, observa o pesquisador.

Apesar desse cenário crítico, a população tem conseguido lidar com esse fenômeno de forma mais positiva. “Estamos vivendo um dos maiores períodos de estiagem do Semiárido brasileiro e observamos que não houve morte humana e que não houve forte processo de migração campo/cidade. Muitas políticas que incidiram no Semiárido permitiram que as famílias ficassem”, reflete Glória Araújo, coordenadora da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) na Paraíba.

Diante disto, Glória afirma que a seca não é um problema. “A seca é um fenômeno natural e precisamos conviver com ela. O problema está nas desigualdades sociais, na concentração da terra e da água. Isso é um problema. É possível conviver com o Semiárido e um conjunto de experiências de organizações mostram comprovam isso.

João Suassuna compartilha dessa visão e traz o exemplo do Programa 1 Milhão de Cisternas, desenvolvido pela ASA. “Essa é uma saída muito interessante e que fornece água para o povo nordestino beber. As cisternas, enquanto tecnologia social, conseguem captar e armazenar água da chuva e permitir que as famílias tenham água também para cuidar da produção em períodos que não chove. Por isso podemos dizer que o cenário no Semiárido está mudando”, ressalta.

No Rio Grande do Norte, onde cerca de 75% dos municípios passam por escassez de água, a família de Dona Fátima e Seu Manoel tem conseguido produzir alimentos para consumo e ter água para beber. A filha do casal, Macioneide Lopes, 34 anos, conta que a chegada da cisterna há oito anos e a produção por meio do quintal produtivo tem sido uma experiência importante. A propriedade tem 2,4 hectares e produz uma diversidade de alimentos.

“As cisternas são nossa fonte de água e garantem que a gente possa produzir os alimentos para nosso consumo e que a gente possa fazer as coisas de casa e ter água para beber. Antes era bem mais complicado conseguir água. Mas a gente fica preocupada também, porque se não chover até o final do ano, vai ficar mais difícil. Sem água a gente não planta e não come”, afirma Macioneide.

Na comunidade de Cabaceira, município de Canhotinho, em Pernambuco, as agricultoras e agricultores também tem conseguido passar por essa estiagem abastecidos de água e produzindo, apesar das dificuldades. Ednilza Santos, 49 anos, afirma que está faltando água nos açudes, mas que as cisternas tem conseguido assegurar a comunidade. “Temos conseguido plantar verduras e outros alimentos para nossas famílias. É um período muito crítico, pois estamos a mais de 90 dias sem chuva, mas as cisternas tem nos abastecido. Antes eu pegava carro de boi emprestado para ir buscar água num poço longe da minha casa”, conta a agricultora.

Transposição

Apesar de ser um fenômeno antigo e conhecido, como já apontado, as formas de lidar com a seca tem encontrado divergências entre povo, poder público e pesquisadores. A transposição do Rio São Francisco, iniciada em 2007 e com nova previsão de entrega para 2016, tem sido questionada. “Tenho restrições fortes sobre essa transposição. Há 20 anos estudo essas questões e sempre me posicionei contrário. O Rio São Francisco está limitado e serve para múltiplos usos. 95% da energia do Nordeste vem dele, serve para irrigação de cerca de um milhão de hectares e fornece água para uma centena de municípios. Por isso, teremos problemas muito sérios quando essa obra for inaugurada”, reflete João.

Glória Araújo pontua que a transposição não trará impactos positivos para a agricultura familiar, tampouco para o próprio rio. “O rio está perdendo a sua vida. Penso que para trazer qualquer inovação, é necessário que olhar para a natureza daquele lugar. A vazão do Velho Chico já reduziu muito. Ele está ficando assoreado e precisa ser cuidado. O velho Chico está morrendo. Não se cuida dele, precisa ser cuidado”, coloca.

“Esse alto investimento não vai para as famílias dessa região. Beneficia diretamente o agronegócio, sabendo de todos os prejuízos que isso traz para o meio ambiente e para a população. O Semiárido brasileiro é o que mais chove no mundo. Desenvolver tecnologias sociais que se esparramem pela região de forma descentralizada é um caminho possível e eficaz”, conclui Glória.

“Nós temos que fazer uma nova avaliação das possibilidades hídricas do São Francisco. Uma possibilidade é juntar os volumes possíveis do Chico, dos açudes, poços e cisternas e criar uma infraestrutura, na qual o São Francisco seja usado de forma complementar. Esse é um planejamento para médio e longo prazo. A transposição como resolução do abastecimento, é o menor caminho para matar o rio”, explica João Suassuna.

O pesquisador conclui que a situação atual é resultado de uma falta de planejamento e da crença da infinitude da água. “Não há planejamento do uso dos recursos hídricos no Brasil e muito menos no Nordeste. Colocaram na cabeça que o rio tem volumes infinitos e pode ser usado a bel prazer. Dão muita importância as vontades políticas, mas elas não podem estar em hipótese alguma acima das possibilidades técnicas de se resolver as coisas. Água é um bem natural finito e tem que ser usado com muita cautela”, finaliza.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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E A "ASSOCIAÇÃO PROTETORA À COLEÇÃO MOSSOROENSE" IRÁ SAIR?

Por José Mende Pereira
Arte do poeta Rogério Dias

A maior edição de livros do mundo está em Mossoró - no Rio Grande do Norte - Brasil - "quase 1 milhão de livros da coleção mossoroense".

Tem que ser criada logo uma associação com os escritores que têm livros nas péssimas condições da “COLEÇÃO MOSSOROENSE”, do contrário, o que eles escreveram não serão apresentados aos futuros mossoroenses.

Arte do poeta Rogério Dias
Arte do poeta Rogério Dias

A criação de uma "Associação Protetora à Coleção Mossoroense" irá fazer com que chame a atenção de prefeitos e vereadores para aprovação de verbas que mantenha a biblioteca viva. Seja o primeiro, você que tem livros lá, para partir com esta associação! Apesar de não ser escritor, mas já estou sonhando com esta associação. São centenas de escritores mossoroenses que têm livros nela! 


Vejam o que disse Aline Linhares:

FALTA RESPEITO E PAGAMENTO

"Sem pagamento desde abril de 2013, que deveria ser feito pela prefeitura de Mossoró, a fundação Vingt-un Rosado terá que sair de sua casa. Para onde irão quase "1 MILHÃO DE LIVROS DA COLEÇÃO" Mossoroense, que está sendo despejada hoje com todo seu acervo? Pro lixo? É assim que a cultura (verdadeira de Mossoró) é tratada? #luto".

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