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sábado, 1 de outubro de 2016

EXTRA - A QUENGA E O VEREADOR

Por Paulo Afonso Linhares

Paulo Afonso Linhares é jurista, secretário municipal e diretor da Rádio e Portal Difusora

Quebrou a calmaria paroquial mossoroense a notícia que o vereador Jório Nogueira, em veemente pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal, teria afirmado que os alunos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte não ”faziam sequer um ‘o’ com uma quenga”. Claro, essa é uma expressão bem típica da falar sertanejo, desta região potiguar, na qual o “o” é apenas aquela inocente quarta vogal do alfabeto e “quenga”, bem, não é o que as pessoas gostariam que fosse, pois há “quengas” e “quengas”, mas, a referida no polêmico discurso daquele edil  é apenas aquela banda do endocarpo lenhoso do fruto do coqueiro (Cocos nucifera), de formato arredondado e muito utilizada como recipiente (em algumas localidades substitui as xícaras e canecas) para servir bebidas diversas, de água a cachaça, enfim, uma vasilha feita com a metade de um coco. Que também serve para traçar um círculo, fazer um “o”.  A outra acepção de quenga, bem chula e com muitos “os” a considerar, é prostituta, garota de programa, periguete e por ai vai…

Claro, alunos, ex-alunos e professores da UERN assomaram às trincheiras das redes sociais para protestar contra as invectivas do vereador Jório Nogueira. A retaliação foi grande, de tuíte a fuxibuque. Interessante é que têm assentos na Câmara Municipal de Mossoró vários edis egressos dos cursos universitários da UERN, inclusive o seu presidente que, aliás, é docente dessa instituição. O atual prefeito de Mossoró, Francisco José Lima da Silveira Júnior, e o vice-prefeito, professor Luiz Carlos de Mendonça Martins, são egressos, também, da UERN. Brios feridos à parte, tudo não passou de mais uma trovejante e ciberespacial Batalha de Itararé, aquela que nunca houve.

A UERN não precisa dar explicações acerca da capacidade ou não de seus alunos fazerem um singelo “o” que seja. Em mais de quatro décadas de existência, essa notável instituição que é  fruto da ousadia da gente mossoroense, tem sido um dos mais notáveis pilares do desenvolvimento regional não apenas com abrangência no Rio Grande do Norte, mas, também no vale jaguaribano e no sertão da Paraíba. É injusto e absurdo negar a enorme contribuição da UERN. Sem mais nem menos ela é reflexo da estrutura social e econômica desta região do semiárido nordestino, nem tão melhor ou pior que outras instituições similares da mesma região. Aliás, desde o surgimento da vetusta Università di Bologna, na Itália, fundada em 1088, que essas instituições são marcadas pelos motivos que justificam as suas criações, sempre com profundas imbricações culturais, econômicas, políticas e sociais.

Com 87 cursos de graduação, entre bacharelados e licenciaturas, 15 cursos de especialização, 7 mestrados e 2 cursos de pós-graduação interinstitucional (um mestrado e um doutorado), a UERN está anos-luz à frente do singelo dilema de fazer um “o” com uma quenga. Outro aspecto relevante é tocante à qualidade técnica e profissional de seus egressos. E os exemplos são diversos: o Curso de Direito do campus de Mossoró está entre os cem melhores cursos jurídicos do país, a tirar pelo selo que lhe conferiu o Conselho Federal da OAB. Aliás, é muito alto o índice de aprovação de egressos da UERN no exame da OAB e em concursos públicos na área jurídica. Esse perfil se repete noutras áreas do ensino e pesquisa da Instituição. O episódio aqui comentado, por desagradável que possa ter sido, tem um lado positivo: trouxe à baila uma discussão sobre o papel atual da UERN, nos contextos social, econômico, cultural e político desta região. Em especial, neste momento em que se realizarão eleições em diversos níveis, inclusive para escolha do novo governador deste Estado, que assumirá em primeiro de janeiro de 2015, também, na condição de chanceler da UERN.

Ressalte-se que, diante da repercussão dessa querela, o vereador Jório Nogueira, em recente entrevista à Rádio Difusora de Mossoró, negou ter feito aquela afirmação; teria sido tudo um mal-entendido, pelo qual pediu desculpas à comunidade acadêmica da UERN. Meno male! Episódio esclarecido, caso encerrado. E a brava UERN segue em frente, por vezes até aos trancos e barrancos, mas, sempre, liber vi spiritus!

Adendo - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Talvez o leitor irá pensar que eu estou tentando defender o vereador Jório Nogueira, mas não é, eu nem o conheço pessoalmente. Teria sido alguém para infernizar a vida pública do Jório Nogueira, para tentar derrubá-lo nas urnas de amanhã, que sempre foi eleito a vereador de Mossoró? Um político dizer isto contra uma universidade, onde nela existe uma porção de eleitores, é muito difícil. Acho eu. 

FONTE: 

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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QUAL DESSES EVENTOS VOCÊ IRÁ PARTICIPAR?

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Amigo(a), qual desses eventos você irá participar? Será uma alegria poder lhe abraçar em um desses lançamentos do meu livro.


Enviado pelo professor, escritor pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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DUVIDO VOCÊ TER ESTA RIQUEZA


Panela jarro e azol,
Petisqueiro e lamparina,
Cabaça e um urinol,
Deposito para a urina,
Leite de Rosas e o pó,
Aumentava a nossa estima.

Uma cela de cavalo,
Espingarda na parede,
Do chicote o estalo ,
E o balanço de uma rede,
O sino com o seu badalo,
Um pote matando a sede.

Uma cadela magrela,
Um jumento no oitão,
Uma dor na espinhela,
Peixe farinha e feijão,
A donzela na janela,
Dando vivas a São João.

Um fogão movido a lenha,
Em cima uma cuscuzeira,
Uma velha chamada Penha,
No oficio de costureira,
Os meninos na resenha,
Do tiro da baleira .

De palha uma latada,
Dando sombra na cozinha,
Uma porca na lapada,
Brincadeira do advinha,
Uma broa com cocada,
E uma prosa com a vizinha.

O cantar de um uma sabiá,
Na copa de uma oiticica,
Galinhas pintos e preá,
Pamonha cravo e canjica,
Buchada com mungunzá,
Na casa de tia Chica.

Um banho num bom riacho,
A correnteza a banhar,
De bananas tirar o cacho,
Fugir da mãe pra não apanhar,
Nordestino é cabra macho,
Cuidado quando falar.

Guarde sua descriminação,
Sua forma intelectual,
Seu estudo sem noção,
Teorias eu meto o pau,
Eu não troco o meu sertão,
Por nenhuma capital.

A capital eu respeito,
Seu falar e sua vivência,
Sua fama e seu conceito,
Sua cultura e crenças,
Sou forte e bato no peito,
Sou a voz da experiência.


SOU SERTANEJO COM ORGULHO !

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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RELATÓRIO DO BB DE MOSSORÓ FAZ DENÚNCIAS - PARTE I



Um dos mais importantes documentos escritos contra Lampião e seu bando é um relatório é um relatório assinado pelo então gerente do Banco do Brasil de Mossoró. O documento enviado na época da Superintendência do Banco, depois que o bando tentou invadir Mossoró, faz uma análise sociológica do cangaço, denuncia as crueldades cometidas por Lampião e as suas ligações com os que chamou de "coronéis do sertão".

Diz o relatório: "As incursões de grupos de cangaceiros ocasionaram séria paralisação nos negócios nos meses de maio e junho do ano corrente (1926), determinando alguns pedidos de prorrogação de títulos, aliás justíssimos, uma vez que, receosos de serem atacados no caminho, os comerciantes e agricultores do interior não se atreviam a vir a esta cidade, para liquidar ou amortizar os compromissos vencidos.

É inacreditável que existam ainda, no século em que vivemos, com o avanço da civilização, no vasto interior dos sertões nordestinos, bandos armados que roubam, depredam, martirizam, matam e desonram. É ainda uma estilha de barbárie primitiva que a condescendência de certos governos está deixando eternizar, com grandes prejuízos para a nação. De quando em vez, grupos de indivíduos, na mais revoltante das covardias, pois a sua arma de maior sucesso é a surpresa, investem contra cidades, vila e povoados.

Esses assaltos cada vez, se tornam mais audaciosos, haja vista, o desta cidade, distante cerca de 40 quilômetros do litoral, em treze de junho do corrente ano, constituem um pesadelo indefinido para as populações laboriosas, ordeiras e honestas, ao mesmo tempo, preocupadas em defender a vida e a honra de suas famílias, já que não podem garantir as suas propriedades".

O gerente do Banco do Brasil de Mossoró acrescenta em seu relatório: "É uma situação tristíssima, na qual já nos encontramos e representa um doloroso aspecto do sertão. E quando não vem a lembrança que esta situação desumana é simplesmente criada e alimentada por certos coronéis de influência política nas zonas que notificam, cuja moralidade e compostura bem se ajustam aos atos canibalescos do banditismo, não podemos esconder o espírito de revolta que nos vai na alma". 

"O cangaceiro, na sua horrenda psicologia", diz o relato, "é ainda um tipo superior a dessas teratológicos/coronéis, seus mandantes e protetores. Pelo menos, aquele arrisca a própria vida, enquanto estes comandantes aguardam o produto dessas vilegiaturas, em que a morte é o mais humano de todos os crimes".

CONTINUA PARTE II AMANHÃ.

Fonte: Jornal "DIÁRIO DO NORDESTE"
Cidade: Fortaleza-CE
Data: 26 de julho de 1997
Ano: ?
Número: ?

Este jornal foi a mim presenteado pelo pesquisador do cangaço e sócio da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Francisco das Nascimento (Chagas Nascimento).

Desculpem-me algumas falhas de digitação, eu estou com sérios problemas na visão; sei que se faltar letras em algumas palavras, mesmo assim o leitor entenderá o significado delas. 
 
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LIBERDADE E MAÇONARIA


O prédio antigo da Loja Maçônica 24 de Junho, no Centro de Mossoró, não passa despercebido. Logo no seu frontispício, se entende porque ele faz parte de um pedaço importante da história, lembrado pelos mossoroenses: A Libertação dos Escravos em 1883, cinco anos antes da assinatura da Lei Áurea. 

A placa possui a inscrição: “Aqui nasceu a Abolição da Escravatura”, datada de 1953 e assinada por Vingt Rosado, então prefeito naquele ano em que foi concedida a homenagem em reconhecimento ao envolvimento dos maçons neste feito. Mas, até por não ser divulgado, pouco se fala na contribuição dada pela Maçonaria para o feito do 30 de Setembro. Um erro grandioso, já que muito do esforço para a concretização da abolição deveu-se aos maçons, intelectualizados e conscientes de que a escravidão, no contexto da época, poderia ser abolido.

Envolvimento 

Em 30 de setembro de 1883, as autoridades maiores de Mossoró se irmanaram com uma comitiva muito grande que veio de Fortaleza (CE) para tratar da liberdade dos escravos. A reunião histórica ocorreu no Passo Municipal, o atual Museu Lauro da Escóssia, por voltas das 12h.
Entre as pessoas ilustres daquela manhã, vários deles faziam parte da Maçonaria e já vinham se esforçando para o ideal dez anos antes daquele momento, desde a fundação da Loja Maçônica em 1873. Muitas das discussões sobre a Abolição da Escravatura ficavam no interior do templo, mas ganhavam força na medida em que os ideais atingiam cada vez mais autoridades capazes em colaborar com ela. 


Segundo Olismar Lima, maçon da Loja Maçônica 24 de Junho, o momento da leitura da Ata realizada em 30 de setembro, às 16h de 1883, homologando a Libertação, foi a concretização de uma discussão de uma década defendida pela Maçonaria. “Sabemos que a cidade não foi a primeira a libertar os escravos, mas considerando a época, o feito, a ação deve ser sempre comemorada”, explica Olismar Lima.

Documentos 

Dentro da Loja 24 de junho, em uma das saletas se avista um grande cofre que guarda a verdadeira riqueza da Maçonaria: os seus documentos. 


Dentro do cofre há o acesso a uma outra porta gradeada de ferro, contendo diversos livros, atas, jornais e uma gama de documentos que possuem uma riqueza histórica, incluindo o fato da Abolição do 30 de Setembro, muitos documentos com 129 anos, desde o primeiro dia da fundação da Loja 24 de Junho, até os dias de hoje. Além dos documentos em papel, estão as bandeiras com os ideais ‘Liberté, Igualité, Fraternité’ que moveram as revoluções na França e das quais motivaram os abolicionistas e uma mais antiga ainda da bandeira do município.

Sessão Magna 


Em virtude da data, no dia 30 de setembro e para relembrar a participação dos maçons para a efetivação da libertação naquele ano de 1883, a Loja 24 de Junho realiza na noite do dia 30 a Sessão Magna.
Hoje, haverá palestra com o grão-mestre de Honra do Grande Oriente Independente do Estado do RN (GOIERN), Antônio de Brito Dantas. A Sessão é aberta ao público e é prestigiada por maçons e autoridades, mas é aberta ao público. Haverá ainda lançamento de livro e da Edição 16 da Revista do ICOP. Em seguida os maçons saem em caminhada para participar do Cortejo da Liberdade que se realiza a partir das 19h na avenida Alberto Maranhão.

Cortejo 

Neste ano, o desfile do cortejo em homenagem ao 30 de Setembro tem a coordenação de Marcos Leonardo, concepção artística e produção cênica de Joriana Pontes, com a participação do grupo Diocecena e bailarinos de outras companhias, trilha sonora de Kleber D’mazzio e Fabrício Monteiro e terá a participação militar, civil e cultural com concentração, às 18h, no cruzamento da Felipe Camarão com avenida Alberto Maranhão, com início às 19h. Confira a programação completa no box abaixo.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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REEDIÇÃO NA PRAÇA - CICINATO RELANÇOU "A MISTERIOSA VIDA DE LAMPIÃO"


Já está disponível a nova edição revista e ampliada do livro "A Misteriosa Vida de Lampião" de Cicinato Ferreira Neto. Agora em capa dura e papel pólen.

Virgulino Ferreira, o Lampião, teve uma vida – e uma morte – cheias de mistérios.

Por que entrou no cangaço ? Como conseguiu resistir a mais de vinte anos de perseguições policiais ? Como estabelecia a sua rede de colaboradores ? Como a polícia conseguiu chegar ao seu esconderijo? 

São indagações que tornam cada vez mais apaixonante tudo o que se refere à Lampião e ao mundo dos cangaceiros. No livro “A Misteriosa Vida de Lampião”, a trajetória do rei dos cangaceiros é acompanhada com detalhes, ano a ano, desde a sua entrada no cangaço até o massacre de Angico.

Episódios são apresentados em versões diferentes, informando e estimulando o leitor à análise do que realmente pode ter ocorrido.
352 páginas. Valor R$ 40 (Quarenta reais) com frete incluso Para adquirir, basta entrar em contato com o autor através do e-mail cicinatoneto@zipmail.com.br ou através do Perfil do autor no Facebook

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VIRGOLINO FERREIRA DA SILVA AINDA DESPERTA PAIXÕES E ÓDIO


Desde a sua morte, ocorrida em julho de 1938, o mito Lampião continua sendo objeto de análise.

Virgolino Ferreira da Silva, O Lampião, volta em forma de mito, despertando paixões, ódio e fantasias. Dia 28 de julho é o seu aniversário de morte. Lampião foi assassinado no ano de 1938, na Grota de Angico, Estado de Sergipe. 

A mais importante informação é um relatório sigiloso feito pelo então gerente do Banco do Brasil de Mossoró, no Rio Grande do Norte, Jaime Fernandes Guedes, repassando para a superintendência do banco, informações sobre o ataque de Mossoró, em 1927.

O gerente faz uma análise sociológica do cangaço, denuncia os "coronéis do sertão" que, como afirma, eram piores do que os cangaceiros e denuncia o apoio que as autoridades cearenses da época davam ao banditismo.

Bandido ou herói, anjo ou demônio, é dentro desta visão maniqueísta que Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, está sendo analisado no âmbito das comemorações do seu aniversário de nascimento. Para uns, ele foi uma espécie de Robin Hood do Nordeste que tomava dos ricos para dar aos pobres. Para outros, ele foi um assassino cruel que não defendeu nenhuma causa social. Foi no contexto desta dicotomia que separa o bem do mal que Lampião viveu entre a cruz e a espada. De pistola em punho, ele enfrentava a polícia nas mais sangrentas batalhas. De rosário na mão, ele se ajoelhava nos pés do padre Cícero, mendigando uma bênção.

Na verdade,Lampião foi as duas coisas: bandido e herói. E não poderia ser diferente, vítima de uma sociedade injusta, ele teve a coragem de se rebelar contra o regime de escravidão da época. E nesta jornada de atrocidades, ele praticou gestos nobres e heroicos que conquistaram a simpatia popular. Esta foi a conclusão de um debate realizado na Rádio Educadora do Cariri com a presença de Vera Ferreira da Silva, neta de Lampião e Maria Bonita, Sandra Ferreira da Silva, sobrinha-neta de Lampião e os escritores Magérbio Lucena, Hilário Luceti e Antonio Amaury Correa, este último apontado como o maior conhecedor do cangaço e da vida de Lampião.

Repórter cinematográfica, Vera Ferreira da Silva neta de Lampião, transformou-se num cavaleiro errante à procura de informações sobre o seu avô. Em parceria com o escritor Antonio Amaury Correia, ela vai lançar (já lançou) um livro sobre Lampião fundamento em depoimentos de pessoas que conviveram com o cangaço, entre os quais, os ex-cangaceiros e os policiais. Foi com este objetivo que ela veio a Juazeiro participar do Simpósio sobre o Centenário de Nascimento de Lampião. Vera estranhou o fato de alguns pesquisadores negar o envolvimento de padre Cícero com Lampião. "Este é um acontecimento histórico irrefutável. Está documentado", reclama.

A convite de Padre Cícero e de Floro Bartolomeu, Lampião esteve no Juazeiro, em 1926, onde recebeu a patente de capitão, a fim de combater a Coluna Prestes. O escritor Antonio Amaury Correia informa que a patente de capitão foi dada pelo padre Cícero que ditou as palavras, enquanto o funcionário federal, Pedro Uchoa, agrônomo do ministério da Agricultura, escrevia. Esta afirmação confirmada por outros historiadores é contestada pela escritora juazeirense Fátima Menezes que atribuiu a entrega da patente a Lampião a Benjamin Abraão.

Outro assunto levantado na entrevista foi o suposto filho de Lampião, João Índio, conhecido com João Peitudo, que conseguiu uma certidão de nascimento, segundo a qual, ele é filho de Lampião com Maria Bonita. João tem a seu favor um exame de DNA. O médico Margébio Lucena autor do livro " Lampião e o Estado Maior do Cangaço", diz que esta filiação é uma farsa. Não existe possibilidade do ponto de vista histórico, afirma. O parentesco é também contestado por Vera,neta de Lampião. Ela considera absurda a ideia. "Por que aproximação com a família?", pergunta. Essa conversa de dizer que nós não o aceitamos como irmão porque ele é pobre não tem fundamento. A família de Lampião é pobre. justifica.

Apesar de uma convivência fraterna mesmo com aqueles que criticam Lampião e não vêem nenhuma qualidade positiva no rei do Cangaço, Vera Ferreira defende com intransigência aquilo que ela considera verdade e repudia o que ela classifica de mentiras. Um exemplo disso é a sua posição quanto à nova versão do filme, O Cangaceiro, rodado no Ceará. O film, segundo Vera, distorce a verdade, deturpa a imagem do cangaço, levanta suspeitas de traição. "Este filme não deve ser assistido por quem desejar saber a verdade", adverte a neta de Lampião.

Outra presença que despertou curiosidade durante a entrevista concedida à Rádio Educadora foi da sobrinha-neta de Lampião, Sandra Ferreira da Silva. Policial civil, lotada na secretaria de Segurança de Pernambuco, Sandra cresceu ouvindo críticas e elogios a seu tio-avô. Ela diz que está na polícia em razão da mesma sede de Justiça defendida por Lampião. Muita gente costuma fazer referências a ela como sendo parente do rei do cangaço, lembrando que ela é tão valente quanto o tio. Sandra faz questão de afastar este estigma de valentona. Bonita e educada, ela diz que sente orgulho de ser parente de Lampião e dá um conselho aos estudiosos do assunto para que escutem os dois lados para depois fazerem um juízo sobre Lampião. "Analisem a época em que ele viveu", recomenda. "Existe muita mentira e fantasia sobre Lampião". Muita gente diz ter sido vítima de Virgolino. Quando a gente vai pesquisar, Lampião nunca passou naquele lugar onde a pessoa disse que ele esteve". O comentário é do escritor Antonio Amaury, esclarecendo que rudo de ruim que acontecia no sertão era atribuído a lampião, que por isso chegou a pagar por muitos crimes que não cometeu. "Essa história de jogar criança para cima e aparar na ponta do punhal é mentira. Nunca aconteceu este tipo de crueldade praticada por Lampião. Ele não era um santo. Ao contrário, cometeu muitos crimes hediondos, mas a polícia era muito violenta", diz o escritor. Acrescentou que conheceu muitos cangaceiros reintegrados à sociedade. Eram pessoas dóceis, afáveis, exemplares pais de família, modelos de cidadão.

Fonte: Jornal "DIÁRIO DO NORDESTE"
Cidade: Fortaleza-CE
Data: 26 de julho de 1997
Ano: ?
Número: ?

Este jornal foi a mim presenteado pelo pesquisador do cangaço e sócio da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Francisco das Nascimento (Chagas Nascimento).

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BOM DIA, CABROEIRA!

Por Geraldo Júnior

Vamos começar o dia de hoje apresentando aos jagunços (as) recrutas que estão chegando ao nosso Grupo uma fotografia que foi registrada no dia 15 de junho de 1927 há exatos dois dias após a tentativa de invasão à cidade de Mossoró/RN, por parte de Lampião e seu bando (Foto).

Observem que entre os bandoleiros estão os quatro prisioneiros que foram feitos reféns pelo bando durante o trajeto, sendo eles; Dona Maria José Lopes (Esposa do Cel. José Lopes da Costa), Cel. Joaquim Moreira da região de Luiz Gomes/RN, Cel. Antônio Gurgel e um rapaz chamado “Leite”, ambos identificados na fotografia abaixo.

A tentativa de invasão à cidade de Mossoró/RN ocorrida no dia 13 de junho de 1927, significou na carreira cangaceira de Lampião uma de suas maiores derrotas e a ousadia de atacar uma das maiores e mais prósperas cidades do Nordeste daquela época, fez com quê aumentasse intensamente a perseguição ao seu bando por parte das autoridades. A intensa e incessante perseguição policial (Volantes) fez com quê no ano seguinte (1928) acompanhado de cinco homens, Lampião atravessasse o Rio São Francisco rumo ao estado da Bahia em busca de descanso e tempo para recompor o seu bando dizimado.

Ao contrário do que muitos pensam essa foi a última vez que Virgulino Ferreira “Lampião” incursionou em solo potiguar.

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo O Cangaço)
https://www.facebook.com/groups/ocangaco/1326767724003009/?notif_t=group_activity&notif_id=1475330261139991

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O CANTOR JOÃO MOSSORÓ FARÁ SHOW LOGO MAIS NO RIO DE JANEIRO


Logo mais o cantor João Mossoró fará show no 
no Rio de Janeiro, no bairro Benfica no"Mercadão Cadeg". Uma festa portuguesa,  no "Cantinho das Concertinas". Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções.

https://www.youtube.com/watch?v=zyN0RDJCrNg

 Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show.

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RELAÇÃO DE LIVROS À VENDA (PROFESSOR PEREIRA - CAJAZEIRAS/PB).


O MAIOR ACERVO DE LIVROS À VENDA SOBRE OS TEMAS NORDESTE E CANGAÇO.
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BOQUEIRÃO CAI PARA 6,3% DA CAPACIDADE TOTAL E RACIONAMENTO AUMENTA EM CAJAZEIRAS


A barragem tem capacidade para acumular 255 milhões de metros cúbicos de água.

O Açude que abastece a cidade de Cajazeiras, Engenheiro Ávidos (Boqueirão) está com apenas 6,3% da sua capacidade.

A população de Cajazeiras enfrenta o forte racionamento de água, que é distribuída por meio de manobras quando abre para um setor da cidade deixa outro sem abastecimento.

A barragem tem capacidade para acumular 255 milhões de metros cúbicos de água. No início do mês o açude que estava pouco mais de 16 milhões de metros cúbicos, atualmente, segundo dados da Aesa está com 15.977 mil metros cúbicos.

Por outro lado tem aumentado as reclamações em relação à falta de água nos bairros da cidade. Segundo alguns moradores, o número de dias sem água está aumentando e fazendo com que as caixas sequem. Quando isso acontece os moradores recorrem a vizinhos, compram a água mineral, e a ordem é economizar.

O problema do aumento no número de dias sem água em alguns bairros também acontece quando ocorrem vazamentos na rede de distribuição que têm sido constantes, que além de prejudicar a distribuição de água vem contribuindo para o desperdício.

A rede de distribuição tem mais de quatro décadas de existência e não aguenta mais a pressão do ar e da água. A Cagepa contratou uma empresa apenas para fazer os consertos da rede, que estava apresenta vazamentos. Quem também sofre com essa situação é a infraestrutura da cidade.

O governador Ricardo Coutinho (PSB) anunciou na última segunda-feira (19), que no final do mês deverá estar em Cajazeiras para inaugurar a adutora Lagoa do Arroz, para a Zona Norte, o que iria melhorar consideravelmente o abastecimento não apenas dessa área, mas de toda a cidade que continuaria sendo abastecido por Boqueirão, entretanto o seu funcionamento, segundo as informações do gerente de Regional da Cagepa, Cleidismar Alexandre (Neném), vai depender da autorização da ANA, pois a á água existente no Açude de Boqueirão é suficiente para abastecer a população de Cajazeiras até a chegada do inverno no início do próximo ano.

No mês de agosto, Boqueirão perdeu com evaporação e o abastecimento da água da cidade de Cajazeiras 1 milhão 128 mil metros cúbicos de água. Se nos próximos quatro meses perder esse mesmo volume, isso representará a 4 milhões 512 mil metros cúbicos, chegando janeiro com 12.283 mil metros cúbicos de água.

DIÁRIO DO SERTÃO com Gazeta do Alto Piranhas

https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/1577e0b71ec9d1ff

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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OS DOIS LADOS DO CANGAÇO: O PITORESCO E O AGRESSIVO.

Material do acervo do pesquisador do cangaço Raul Meneleu Mascarenhas

"Regressando do assalto em Água Branca, Lampião entrou de surpresa em Nazaré. Era a primeira vez que o fazia desde a sua saída para Alagoas em outubro de 1919. Estava confiante no acordo de paz que propusera aos nazarenos através de "Sinhô" Pereira. De qualquer modo, os moradores do povoado estavam temerosos por se acharem desprovidos de armas e munições caso os bandoleiros quisessem efetuar vingança; todos sabiam o quanto Lampião era rancoroso e extremamente vingativo.

Mas os bandoleiros não molestaram a ninguém, pois vinham bastante eufóricos pelos resultados obtidos no roubo de Água Branca. E neste ponto incidia o aspecto constrangedor e também comprometedor daquela visita. 


Manuel Flor relembrou aquele dia: "Dançaram muito a 'Mulher Rendeira', acompanhada do xaxado, que pela primeira vez presenciei, bem ritmado, em perfeita harmonia com a música. Tenho dúvidas se essa modalidade de dança foi criação do grupo de Lampião ou de Sebastião Pereira porque os principais dançarinos eram Baliza, Vereda, Mão-de-Grelha e outros veteranos de Sebastião. 

A dança foi realizada à tarde, sob uma quixabeira que à época existia no centro do povoado e a cuja sombra se realizava a feira. Foi um espetáculo que nos empolgou ver todos aqueles homens, chapéu de couro na cabeça, dançando e cantando: 

"Olé mulé rendêra 
Olê, muié rendá
Tu mí insina a faze renda 
Qui eu ti insino a namorá 
Olé mulé rendêra 
Olê, muié rendá 
Choro por mim não fica
Só si eu não vê chorá 
As piquena vai no bolso 
As maió vai no borná" 

Em Pernambuco, uma das primeiras pessoas a sofrer perseguição de Lampião, logo após o seu regresso de Alagoas, foi Clementino de Carvalho, abastado proprietário rural (era dono da fazenda Lagamar, situada às margens do Pajeú, entre Floresta e a vila de Santa Maria), Clementino compareceu à feira de Nazaré e o bando o aguardou nas imediações. Quando ele retornou  a trilha que o levaria de volta à fazenda, os bandoleiros investiram em sua direção; Clementino conseguiu safar-se graças à sua boa montaria, retrocedendo para o povoado em desabalada carreira. 

Os cangaceiros, no entanto, não estavam dispostos a perder sua valiosa presa e permaneceram à espera por longas horas nos arredores. A população do povoado ofereceu a Clementino Carvalho integral apoio, no sentido de evitar os vexames que o fazendeiro poderia sofrer nas mãos dos bandidos.

Soube-se depois que Virgulino pretendia sequestrá-lo em troca de vultoso resgate; foi Lampião o primeiro cangaceiro a empregar o sequestro como meio de obter resgate em dinheiro — essa modalidade de crime era desconhecida no sertão pernambucano. 

Passaram-se vinte e quatro horas sem que Clementino pudesse regressar a Lagamar. Logo que a sua família foi informada do que acontecia em Nazaré, foi buscá-lo com uma escolta de vinte homens bem armados. Os cangaceiros chegaram a provocar a força de socorro, disparando suas armas; alguns dos mais audaciosos membros do grupo de Clementino fizeram menção de persegui-los mas foram impedidos pelo fazendeiro que não desejava mais violência. 

Em pouco tempo aconteceu a segunda tentativa de sequestro envolvendo outro rico fazendeiro dos Carvalhos, Florentino, dono da fazenda Entresserra, o qual foi submetido a cerco em sua propriedade. Apesar do forte tiroteio que marcou esse episódio, Virgulino teve mais uma vez frustradas suas intenções. Assim, os fazendeiros da região tiveram oportunidade de observar os dois lados do cangaço: o pitoresco e o agressivo."*

 * do livro O Canto do Acauã - Marilourdes Ferraz
O acauã é uma ave pertencente à ordem dos Falconiformes, da família Falconidae. É conhecida pelo seu canto característico e por se alimentar de serpentes.

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OS FILHOS DE MARTINHO DE SOUZA...

Volante composta pelos filhos e primos de Martinho 

Em 10 de março de 1934, o subgrupo do cangaceiro Zé Baiano, em terras sergipanas, assassinou o fazendeiro Martinho de Sousa Freire, O vaqueiro Joãozinho de Vítor e o pai deste. Com o assassinato do velho Martinho, seu sobrinho Antonio Conrado foi até o Governador do Estado, o Dr. Eronides de Carvalho, seu amigo, e comunicou-lhe o crime cometido pelos bandidos contra seu tio, pedindo-lhe para incluir os filhos do finado no combate ao Bando de Lampião. Aceito o pedido, foi criada uma Força Volante, composta de 10 homens, sendo 05 deles filhos do morto: Felinto, José, Filomeno, Pedro e Alcino, e mais 05 primos deles, todos dispostos a tudo.

Essa volante deu vários combates com os cangaceiros e, em um deles, auxiliando a volante do Tenente Zé Rufino, mataram o cangaceiro Zepelin.

Fonte do Texto: Carira, do autor João Hélio de Almeida.

Lampião, Cangaço e Nordeste
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O FENÔMENO LAMPIÃO


O fenômeno Lampião, o mais famoso cangaceiro,do nordeste, continua a ser estudado e o que dele se sabe ainda não é tudo. 

...Frederico Pernambucano de Melo

Frederico Pernambucano de Melo, diretor  da Fundação Joaquim Nabuco, de Recife, traça um dos peris mais detalhados do cangaceiro. 

Professor Diatahy Bezerra de Menezes - http://blog.opovo.com.br/

O sociólogo  Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes constata que Lampião desperta maior interesse, ainda hoje, do que outros mitos mais recentes... Ele Mostra que figura tão contraditória só pode ser entendida se situada em seu tempo e no ethos cultural da ordem social sertaneja  onde a plebe rural, dominada, só dispunha de dois caminhos para insubordinar-se: o bando de cangaceiro ou o séquito de um beato.

Daniel Lins - g1.globo.com

O sociólogo Daniel Lins descreve os últimos momentos do guerreiro e sua companheira Maria Bonita trucidados por policiais em Angico. "Foi o fim de uma epopeia marcada pela tragédia que terminará com a lenda do ser invisível, enfeitiçado.


Entretanto, se vivo ele era tanto maquinaria de acontecimentos quanto maquinaria de guerra, morto ele tornar-se-à um ser histórico. O escândalo da morte é, antes de tudo, o da epiderme que não aguenta mais, do coração que para e dos pedaços de organismo que estouram triturados pelas balas. "Em Triunfo, será lançada a pedra fudamental do Parque Histórico do Cangaço, que terá uma estátua de 32 metros em homenagem a Lampião. 


Até um concurso para escolha da garota Maria Bonita e do sósia do rei do cangaço está programado. Lampião é um pretexto para se estudar a verdadeira história da denominação no Nordeste brasileiro. 

Fonte: Jornal "O Povo"
Cidade: Mossoró Rio Grande do Norte
Data: 08 de julho de 1997
Ano: ?
Número: ?

Este jornal foi a mim presenteado pelo pesquisador do cangaço e sócio da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Francisco das Nascimento (Chagas Nascimento).

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