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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

ENTRE POMBAL E MARINGÁ, O QUE HÁ?

Por Dermival Moreira dos Anjos


Mesmo lidando com operações burocráticas atendendo o público no labor diário de uma agência bancária, uma vez ou outra a conversa assume tons mais amenos. O serviço que faço não guarda qualquer afinidade com minha formação em Geografia mas quando o assunto descamba para essa área do conhecimento, o meu interesse é imediato e dou sempre um jeito de esticar o diálogo alguns minutos. Numa dessas, uma senhora paranaense que eu atendia, me falou que sua cidade, Maringá, no Paraná, teria sido fundada por paraibanos, ou que, na pior das hipóteses, sua construção estava ligada à presença de imigrantes do sertão nordestino no norte daquele estado, atraídos pela colheita do café. Fiquei interessado na conversa e ao mesmo tempo curioso, pois jamais ouvira alguém falar disso antes. Na verdade eu sempre quis investigar a ligação do nome daquela cidade paranaense à cidade de Pombal, conhecida no Nordeste como “a Terra de Maringá”. A afirmação daquela mulher acabou por atiçar minha curiosidade me fazendo crer que havia alguma conexão, por mínima que fosse. De um lado, Pombal, no sertão paraibano, com quase 200 anos de vida e história; do outro, Maringá, 350 mil habitantes, pouco mais de 70 anos de emancipação política e muita prosperidade. Entre as duas, muitas diferenças e 3.600 km separando-as.

Em minhas hipóteses sobre a questão nunca considerei uma música, gravada nos anos 30, como possível conexão. Eu partia do princípio de que uma coisa não teria nada a ver com a outra. Engano meu! A música a qual me refiro é “Maringá... maringá...”, composta por Joubert de Carvalho, que fez muito sucesso na voz de Carlos Galhardo, mas também gravada por dezenas de outros cantores em fim dos anos 30 e 40. Mas, e os imigrantes paraibanos? O que teriam a ver com a fundação de Maringá como afirmou a mulher na agência? Ou, ao menos, com o “batismo” da cidade?

A cidade de Maringá, no Paraná, é resultado de um projeto da colonizadora Companhia de Melhoramentos do Norte do Paraná, que fundou uma vila que desse suporte logístico à atividade cafeeira, e onde operários e agricultores (locais e imigrantes) que ali trabalhavam, pudessem ser instalados. Muitos daqueles homens eram nordestinos do interior da Paraíba. Por esse mesmo tempo a música de Joubert de Carvalho fazia muito sucesso e era entoada pelos trabalhadores saudosos de sua terra natal e de suas amadas, nos cafezais paranaenses.

Em 1947, Elizabeth Thomas, esposa do presidente da citada Companhia, sugeriu que a composição, tão presente no dia-a-dia daquele lugar, desse nome à vila recém construída pela empresa. Uma espécie de homenagem, muito mais dirigida às centenas de trabalhadores que não se cansavam de cantá-la, do que à música em si. E assim se fez! O mais comum no mundo inteiro, são as cidades emprestarem seus nomes a canções; difícil é uma canção inspirar o nome de um lugar. O título da música acabou emprestando o nome à futura cidade que logo se tornaria uma das mais prósperas de toda a Região Sul.

Relativamente à música, esta teria sido escrita na presença do Ministro de Viação e Obras Públicas, do governo Getúlio Vargas, José Américo de Almeida, e de seu Oficial de Gabinete, Ruy Carneiro. Joubert de Carvalho, que era médico, aspirava um cargo público no Rio de Janeiro e fora apresentado aos políticos paraibanos por um amigo comum. O compositor resolveu agradar o ministro compondo uma música retratando o flagelo da seca, associando-a também ao romantismo e à lenda envolvendo uma tal “Maria” - a mítica cabocla retirante que teria vivido em Pombal no início do século XX. Na busca de elementos para a composição, o autor perguntou aos ilustres paraibanos de onde eles eram. Como Areia e Pombal, terras natal do Ministro e de seu assessor, respectivamente, não soavam bem para a rima, os três “percorreram” vários nomes de cidades paraibanas, até que alguém falou “Ingá”. – Pronto! - Falou Joubert de Carvalho – a “Maria” vai ser do Ingá. E surgiu o título da música.

Quanto aos paraibanos, é razoável afirmar da participação destes na construção da vila que daria origem à cidade. Embora na história de Maringá, as palavras “nordestinos" e "paraibanos" não sejam citadas, não há como negar a influência e presença desses imigrantes por ocasião de sua construção. Dados afirmam que, no seu início, a população de Maringá era em sua maioria formada por nordestinos e paulistas que trabalhavam na colheita do café. Corroborando com essa ideia, a música de Joubert de Carvalho vem reforçar a hipótese da participação, direta ou não, dos nossos irmãos conterrâneos na fundação desta bela cidade paranaense.

Dermival Moreira dos Anjos é paraibano de Cajazeiras, bancário e licenciado em Geografia pela UFPE.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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GENTE DAS RUAS DE POMBAL JOSÉ BENIGNO DE SOUSA – SEU LELÉ

Por Jerdivan Nóbrega de Araujo

A nossa família, do ramo e da nossa avó paterna, como é comum em famílias judaicas, dispensava um respeito todo especial ao seu patriarca, que funcionava como uma espécie de líder conselheiro. Desta prática, a informação mais remota que tenho conhecimento, vem desde a chegada dos irmãos João Ignácio Cardoso D’Aarão e Francisco Ignácio à Cidade de Pombal, no começo do século XIX, originários do sítio Jacoca, hoje Conde, do engenho Forte Velho e do engenho Tibiri, localizado no município de Santa Rita.


Quando menino eu me acostumei a ouvir minha avó, e depois meu pai e meus tios, se referirem ao patriarca e líder “Pai D’ Airão”, e depois “Pai Benigno” que viveram no inicio e no final do XIX respectivamente. Acredito que eles, meus tios, não os tenham alcançados, mas de tanto ouvi-los falar, fortaleceu em mim a imagem homens rígidos que exerciam no seio famíliar as suas devidas autoridades, de forma que não se tomavam decisões sem antes ouvi-los.

Outros patriarcas e líderes surgiram no seio da nossa família e, do último, eu me lembro muito bem. Ouvi dele conselhos no meu tempo de adolescente e também ouvi, por diversas vezes, o meu pai dizer coisas como: não tomo nenhuma decisão sem antes ouvir Lelé; Falei com Lelé e ele não concordou etc, etc...


Pois bem, foi Lelé ou José Benigno de Sousa o último dos lideres da nossa família, e o único com quem convivi e aprendi algumas lições de vida, que ainda hoje carrego comigo. Não era homem de chamar atenção em público, mas, era destes que com um olhar já sabíamos que havíamos nos metidos em encrencas.

Na minha adolescência muitas vezes “cortei o caminho” para não cruzar com Lelé, pois sabia que ele veria nos meus olhos que algo de errado eu havia feito. Quantas vezes eu ouvi a frase: “Amanhã quero falar com você ás 09 horas lá na alfaiataria” . Ai de mim se não estivesse na alfaiataria, em dia e hora marcada, para o costumeiro sermão.

Certa vez, na “Outra banda” terra dos nossos avôs, ele pediu que eu plantasse um pé de manga, e disse: “em dez anos ela já vai botar os primeiros frutos”. Respondi que era muito tempo e que não valia a pena. Lelé me levou até a parte alta do sitio mostrou uma frondosa mangueira, ali existente e perguntou se eu sabia por que aquela mangueira era conhecida por todos da família como o “pé de manga de Lelé” . Respondi que meu pai havia dito era por que ele, Lelé, quem a plantou. Ele insistiu: “você já me viu colhendo manga ai?” Respondi que não, ai ele disse: quando eu plantei esta mangueira eu também pensei que ia morrer e não a via botar, mas sabia que alguém um dia ia colher aquelas mangas. Era o espírito socialista, de um homem que se doava para atender as necessidades dos outros. Um líder!

Tenho muitas outras boas lembranças de José Benigno de Sousa ou Seu Lelé, mesmo por que eu tive a satisfação de conviver com ele durante boa parte da minha infância, naquela alfaiataria, onde ele ensinou esta arte ao meu pai, o que nos deu o sustento por muitos anos.

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Nascido dia 22 de outubro de 1910, faleceu no dia 12 de janeiro de 1996 aos 86 anos. Era filho de Felemon Estevão de Sousa e Ana Benigno de Sousa, estes meus bisavós.

Lelé casou-se em 1948 com Elisa Abrantes de Sousa, nascendo da união: Eliezer Gandhi Abrantes de Sousa - Engenheiro civil (in memória), Elisane – Assistente Social, Verneck Abrantes de Sousa – Engenheiro Agrônomo, Eliene – Formada em Enfermagem, Maria do Socorro – Universitária em Psicóloga(in memória), José Filho - Economista, Francisco José – Ciências Contábeis, Economista e advogado, e Cândida Abrantes de Sousa.

Exerceu várias atividades: trabalhou na agricultura nas terras da sua mãe, foi “apontador de trabalhadores” na construção da linha do trem, manteve uma alfaiataria por muitos anos como profissão maior. Em 1955 foi eleito vereador e reeleito mais cinco vezes, vivendo a política pombalense por 29 anos de vereança, quando se deu a sua última legislatura, a de 1983 a 1988, já com a saúde precária.

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Lelé não fazia campanha ostensiva, limitando-se a conversas nas ruas e visitas a casa dos seus eleitores amigos. Seque fazia “santinhos” ou cartazes. A divulgação da sua imagem era feita pelos seus familiares e pelos que tinham por ele o respeito que se tem por um homem sério e pela própria história da família Benigno Cardoso.

Foi o vereador com mais tempo na Câmara Municipal de Pombal, o pombalense que por mais tempo presídio a S.A.O.B, Sociedade Artística e Operária Beneficente, mais conhecida como a SEDE a mais antiga sociedade beneficente do município, fundada no dia 8 de julho de 1934 pelo músico, Francisco Ribeiro. No final dos anos de 1940, José Benigno – Seu Lelé assumiu a Presidência da Sociedade e permaneceu na mesma por 43 anos.

Na década de 1950, com verbas do governo federal, intermediadas por Dr. Janduhy Carneiro, José Benigno construiu os dois prédios da sua sede própria, e que serviram por muitos anos como instituição de ensino fundamental. Ali funcionou o primeiro cinema da cidade, também, muito utilizada para reuniões da classe operária, encontros para as noites de mágicas do professor Guimarães, festas sociais, local da realização dos grandes carnavais de antigamente e primeira biblioteca pública da cidade de Pombal, com livros de autores brasileiros e da literatura universal. Além a Sede, Lelé construiu um patrimônio físico para Sociedade Artística e Operária Beneficente, a exemplo:

- Construção de unidades residenciais para seus associados.

- Criação e instalação a primeira Biblioteca Pública de Pombal.

- Construção de túmulo no Cemitério N.S. do Carmo para os associados.

- Construção da sede própria e anexo.

- Desenvolveu programas assistências que, até hoje, são inovadores, como o apoio à melhoria de renda dos associados, oferecendo cursos de capacitação e concessão de máquinas de costuras, em sistema de rodízio. Mantinha um serviço assistencial médico e odontológico permanente aos seus associados, bem como ajuda emergencial.

Lelé foi um homem de procedimentos exemplares. Uma lembrança de integridade moral, honestidade e de grandes amizades. Era comum parar os filhos de seus amigos na rua para saber sobre a família ou com intuito de aconselhar-los, a pedidos dos próprios pais desses adolescentes. Cumprimentava todos que encontrava pelo seu caminho, independente da classe social ou idade. Tinha um grande amor pela política, à cidade e ao povo pombalense. Lembrar é homenagear as qualidades íntegras deixadas por ele; é ressaltar os valores humanos da nossa Pombal.

Lelé foi o ultimo líder dos Benignos e Cardosos, responsável pela agregação da família e que nos dias de hoje faz a devida falta, quando em certos momentos da nossa vida se procura a sabedoria de líder, de um guardiã para um bom conselho.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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ESTAR FALTANDO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 26 de agosto de 2016 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Para Jonas Pacífico - Crônica 1.568

Muito bem observada pelo conterrâneo Jonas Pacífico, o lugar de emprego do “Seu Basto”, o homem que virou mito futebolístico em Santana do Ipanema, Alagoas. Gostaria de pelo menos conhecê-lo através de foto.

Foto: (verdadealagoas).

Não foi somente uma vez em que me referi ao padre Bulhões, ao Departamento Nacional de Obras Contra a Seca – DNOCS – e ao Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – DNER, nos meus escritos. Foi apelos aos cultos ou quase isso que trabalharam nesses departamentos e aos que foram ligados ao vigário santanense.

As duas repartições têm história fecunda em Santana, ocasião em que eram os dois maiores centros de referência da cidade. Construções de açudes, rodagens, pontes, pontilhões, bueiros, futebol, professores, engenheiros e fontes infindáveis de empregos... Duas vigas mestras de desenvolvimento regional. Pedi sempre aos que trabalharam nessas repartições que escrevessem um livro sobre cada uma, pois eles sabiam de tudo. Ninguém, amigo, absolutamente ninguém se prontificou. Inúmeras dessas pessoas cultas partiram, outros se arrastam na idade e as repartições morreram sem literatura. Tudo que foi escrito está no geral do “Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema”.

O mesmo apelo fizemos em relação ao padre Bulhões, cuja vida daria um livrão bastante colorido. Nada! E Santana perdeu ainda fresquinho, um mundo de dados importantíssimos do seu acervo histórico, tanto pela apatia dos seus filhos, quanto pela indiferença e ignorância de seus gestores.

Sei não, deixe continuar para saber como é que fica. Gestor na minha terra sempre foi caso perdido. 



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AS PEDRAS DAS LAVADEIRAS

*Rangel Alves da Costa

Todo santo dia, logo cedinho, ela passava entoando a velha canção: Lá vai eu de novo, lá vai eu de novo, levando na cabeça trouxa de roupa do povo. Mas que roupa mais suja, que roupa encardida, não tem sabão que chegue pra essa coisa fedida. E sem jeito a dar, lá vai eu de novo, levando na cabeça a imundície do povo...

Já outra, com medo de perder clientela pela cantiga desaforada, cantarolava baixinho: Caminho que me leva à beira do rio, nessa mesma estrada o mesmo desafio. Molhar, ensaboar, esfregar, sacolejar, depois a roupa estender e logo secar. Caminho que me leva à beira do rio, nessa mesma estrada choro e não sorrio...

As lavadeiras seguiam assim, cantando, mas depois o canto era outro, cheio de saudosa plangência, emotivo demais e até lacrimoso. No bate-bate, no enxagua-enxagua, iam surgindo dolências de entristecer coração. E pelas beiradas e além a voz bonita: Minha mãe partiu e eu fiquei aqui, e minha filha sabe que um dia hei de ir. Enquanto não vou, a roupa eu lavo, assim lavo a alma desse viver escravo. Do tempo e de tudo, que viver mais escravo...

Silenciosas para o instante, de cabeças baixas, sentindo por dentro, as demais se afligiam. Depois também cantavam e em cada canção a poesia sofrida, desiludida, cheia de tormentos. Assim todo dia de difícil labuta. Ofício que sempre começava na noite anterior, quando iam de casa em casa recolhendo as roupas, se estendendo pela maior parte da manhã, até o retorno da beirada do riacho já com os panos lavados e arrumados em trouxas.

Aquilo que comumente chamavam de rio e para onde se dirigiam a cada manhã, não passava de um riacho cujas águas dependiam sempre das chuvas na nascente, ou cabeceiras, como preferiam chamar. Quanto mais chuvas mais enchentes, mais águas muitas, mais facilidades de lavar as roupas nas correntezas que se formavam. Mas quando as chuvas escasseava, então se valiam das águas represadas para o molhar, esfregar, ensaboar, dar a limpeza final. Em situações assim, um sacrifício ainda maior.

Leito de riacho entremeado de pedras grandes, pontudas, lisas, traiçoeiras, onde se formavam os poços fundos. Nas épocas de cheias, adultos e crianças se lançavam de suas alturas para mergulhar sem medo dos perigos lá debaixo, pois sempre existindo outras pedras miúdas e perigosas nas águas rasas. Muitas eram as vezes que as lavadeiras tinham de gritar para que não espanassem aguaceiro por cima dos panos já estendidos nas pedras.


As pedras das lavadeiras já haviam sido escolhidas de muitas outras gerações. As que agora utilizavam já vinham sendo usadas por suas mães, avôs, bisavós, numa linhagem de mesma luta debaixo do sol ou da chuva. Sim, pois se lavava até quando chovia, depois levando as roupas para serem colocadas nos varais estendidos nos quintais e arredores. Estendidas ficavam ao sabor do tempo, da ventania ou de quando o sol novamente despontasse.

As pedras já demarcadas pelos antepassados possuíam toda uma feição especial, além de uma simbologia que muitas das mais jovens sequer chegavam a compreender. Diziam os mais velhos que sobre aquelas pedras, entre a beirada e o leito do riacho, muitos já se ajoelharam rogando por chuva ante a secura do leito. E também que muita moça solteira abriu os braços em noite de lua grande para implorar casamento, prometendo até o impossível de realizar. E o mais instigante: no meio da noite, uma mulher descia da lua vestida de sol, tendo às mãos a flor e o espinho, e em cima da pedra permanecia mirando aqueles horizontes escurecidos, mas tão visíveis aos seus olhos doces. Logo disseram ser a visita, em pessoa de luz, da padroeira da luta e da esperança: Nossa Senhora Sertaneja.

Por isso mesmo que aquelas pedras iam muito além de simples locais onde as roupas eram lavadas, pois simbolizando outras presenças antigas e ainda tão acreditadas pelos mais novos. Daí que aquelas mulheres se ajoelhavam e a reverenciavam quando chegavam e quando partiam, e alguma ou outra não se esquecia de deixar um raminho de flor de catingueira por cima de sua tez molhada. E a flor, misteriosamente, sem que ninguém jamais pudesse avistar como acontecia, simplesmente iam sumindo nas entranhas da pedra. No seu lugar, formava-se uma pocinha de água a mais cheirosa do mundo. Um perfume santo na aridez sertaneja.

Hoje as lavadeiras ainda possuem caminho, mas não na quantidade de antigamente. As roupas sujas são lavadas em casa, na mais pura expressão da palavra. As máquinas de lavar, as pias e outras locais de lavagem, certamente afastaram os ofícios daquelas mulheres. Mas as pedras continuam por lá, com menos água pelos arredores, mas ainda continuam por lá. E os cantos também. Não é raro se ouvir, mesmo sem qualquer presença de lavadeira, cantigas de um tempo muito distante.

Escritor
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MENSAGEM ENVIADA PELO PROFESSOR, ESCRITOR E PESQUISADOR DO CANGAÇO BENEDITO VASCONCELOS MENDES


MENSAGEM ENVIADA PELO PROFESSOR, ESCRITOR E PESQUISADOR DO CANGAÇO BENEDITO VASCONCELOS MENDES

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SERRA TALHADA SEDIARÁ I ENCONTRO DA FAMÍLIA PEREIRA

Por Junior Almeida

Agora no mês de setembro, durante a tradicional festa de Nossa Senhora da Penha, padroeira da cidade, Serra Talhada sediará o I Encontro Nacional da Família Pereira do Pajeú, a ser realizado na Associação Atlética do Banco do Brasil – AABB, no dia 3 de setembro de 2016.

A ideia surgiu após membros da família se comunicarem pelas redes sociais, primeiro pelo Facebook e depois pelo WhatsApp, quando criaram um grupo apenas com pessoas da família Pereira.

Segundo um dos membros da família,  que mora em Salgueiro, o evento vai proporcionar o encontro das atuais gerações, vai ajudar a resgatar a história de lutas, glórias, dificuldades e superação desta tradicional família do Sertão pernambucano.

Nomes como o do Barão do Pajeú e os lendários Luiz Padre e Sinhô Pereira, sendo esse o primeiro e único chefe de Lampião, fizeram a história do Nordeste, foram alguns dos Pereiras mais conhecidos e terão seus familiares nesse encontro.

Do Estado de Goiás estão sendo esperados descendentes de Luiz Padre, que em 1922 junto com Sinhô Pereira, abandonou o Sertão do Pajeú, depois da sangrenta guerra com a família Carvalho, e foi em busca de paz naquelas terras.

Também devem comparecer ao encontro, na terra de Virgulino Ferreira e Agamenon Magalhães, familiares do alagoano Tenório Cavalcanti, deputado federal pelo Rio de Janeiro, de 1951 a 1964, que tinha um primo casado com uma Pereira. Tenório Cavalcanti, o “Homem da Capa Preta”, foi imortalizado no cinema pelo ator José Wilker.

Dentre as várias histórias de ações violentas do político, uma chama atenção pelos nomes envolvidos: Em 1962,  Tenório Cavalcanti fazia um duro discurso contra o presidente do Banco do Brasil na época, na tribuna do Congresso, quando o colega baiano, Antônio Carlos Magalhães, o interrompeu chamando-o de ladrão. Tenório explodiu em fúria e armado de revólver, partiu para matar ACM. Com o rebuliço no plenário, o Homem da Capa Preta percebeu que o colega da Bahia tinha se urinado de medo. Tenório Cavalcante apenas riu, e disse que só matava homem.

Para a festa os comes e bebes já estão sendo preparados para receber o clã dos Pereira. O evento será restrito aos membros da família e contará com inúmeras atrações musicais, artísticas e culturais como forma de apresentação dos diversos talentos da família. Uma exposição das pinturas de Clayton Valões também vai está na programação da festa, assim como o lançamento do livro “O Patriarca”, de Venício Feitosa Neves, neto de Ioiô Maroto, envolvido direto numa das ações mais conhecidas de Lampião, que foi em 1922, onde morreu o chefe político de São José do Belmonte, coronel Luiz Gonzaga Ferraz.

Os Pereiras da região Agreste de Pernambuco e de todo Brasil que quiserem participar deste encontro, podem entrar em contato com a Comissão Organizadora, através da página do evento no Facebook clicando aqui ou via WhatsApp 11 97335-8801 / 81 99645-6663 / 81 99146- 6859 / 87 99631-7333.

http://robertoalmeidacsc.blogspot.com.br/2016/08/serra-talhada-sediara-i-encontro-da_48.html

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QUEM DESEJAR ADQUIRIR ESTA OBRA, CONTACTAR COM O PROFESSOR Francisco Pereira Lima

E-mail: franpelima@bol.com.br!

Leiam o que disse o pesquisador Jose Irari:

"Este não é mais um livro sobre Lampião e o cangaço. Pode-se dizer "O Livro Sertanejo "Vejam esta bela citação "O sol crescia e se enchia de luz pra ver melhor. Nenhuma nuvem passava por essa visão de fogo. E o céu era tão feliz que não chorava mais. Nem uma gota d´água! Por causa desse namoro, as fontes foram secando, as árvores esfolhando-se, a terra estorricando..."da obra " a bagaceira", 185. E por aí vai este bom livro. Parabéns o escritor Luiz Serra". 

Hoje, (sexta-feira, 26 de agosto de 2016) o autor deste livro " O Sertão Anárquico de Lampião" estará em Brasília, na Casa do Cantador, maravilhoso reduto cultural e afetivo, do Nordeste no Cerrado, em noite de autógrafos do seu livro, em meio ao Festival de Repentes, evento tradicional. (Agenda Leidi Silveira). 

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HERMECILIA BRÁS SÃO MATEUS A "SILA"

Por Geraldo Júnior

Hermecilia Brás São Mateus a "Sila" que trilhou pelas veredas do cangaço ao lado do cangaceiro Zé Sereno, seu companheiro. Após o cangaço e já em tempos de paz adotou o nome de Ilda Ribeiro de Souza.

Sila é a segunda da esquerda lá atrás ao lado de Zé Sereno que é o terceiro 

Sila e Zé Sereno estavam presentes no coito de Angico e sobreviveram ao ataque da Força Volante alagoana no dia 28 de julho de 1938. Na ocasião foram mortos; Lampião, Maria Bonita, onze cangaceiros e um Soldado da Força.

Uma imagem pouco conhecida que foi publicada na Gazeta de Mossoró/RN no ano de 1997.

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