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sábado, 6 de agosto de 2016

JORNAL O GLOBO - 07/02/1969 SEPULTADA DEPOIS DE TRINTA ANOS A CABEÇA DE LAMPIÃO

Do acervo do pesquisador do cangaço Antonio Corrêa Sobrinho

SALVADOR (O GLOBO) – Após trinta anos insepultas, as cabeças de Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros que estavam no Museu Estácio Lima foram agora colocadas em ossuários no cemitério Quintas dos Lázaros, nesta capital.

Expostas no museu, pertencente à Faculdade de Medicina, as cabeças provocaram durante longo tempo polêmicas na imprensa e entre os entendidos, uns considerando a exposição uma desumanidade e uma falta de respeito para com os mortos, e outros achando que o problema transcendia o aspecto ético, pois as cabeças teriam um valor histórico inestimável, sendo na realidade valiosas peças de museu.

DADOS NOVOS

Detalhes inéditos sobre a morte de Lampião foram narrados pelo seu lugar-tenente, Labareda (Ângelo Roque), ao jornalista Juarez Conrado, que está escrevendo um livro sobre os cangaceiros. Labareda, que foi lugar-tenente do chefe do cangaço durante 18 anos, disse ter conseguido escapar ao cerco e posterior massacre porque pouco antes fora ao município de Jeremoabo adquirir um xarope para combater a violenta gripe que o afligia.

Contou ainda que Lampião foi abatido na gruta de Angicos quando experimentava, com os companheiros, uma máquina de fazer café. Maria Bonita foi baleada nas costas e Lampião correu para socorre-la quando foi varado de balas e morreu instantaneamente. Pouco antes assistira à morte do seu irmão Ezequiel, atingido pela volante pernambucana chefiada pelo tenente Epitácio, conhecido entre os cangaceiros como “Chorão”.

Imagem colhida na internet: O legista Charles Pittex com as cabeças de Lampião e Maria Bonita

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GENTE DAS RUAS DE POMBAL: FÉLIX DE LOURDES FÉLIX TAVARES DE ARAÚJO

Por Jerdivan Nóbrega de Araújo

Ao perder o pai, ainda adolescente, Félix teve que abdicar dos estudos para, com os irmãos se dedicar a agricultura, assumindo um pequeno roçado nas terras da família, localidade de nome “Outra Banda”, na parte superior oeste do Rio Piancó.


Teve convites de parentes para deixar a cidade de Pombal e fazer como muitos fizeram, viajando para o sul do país para tentar a vida. Mas, para isso teria que deixar a sua mãe, o que fez com que essa opção fosse descartada. Optou por ficar na cidade procurando se profissionalizar, dividindo as atividades agrícolas e estudos com a buscar de uma profissão que lhes viesse garantir a subsistência. Tornou-se aprendiz de alfaiate – uma tradição da família -, com o seu tio José Benigno de Sousa (Lelé) que a época já era um renomado alfaiate da cidade, confeccionando “ternos” da melhor qualidade para políticos de todo o sertão paraibano.

Em pouco tempo Félix Tavares de Araújo já era um alfaiate respeitado na cidade de Pombal, confeccionando “ternos” da mais alta qualidade para políticos da cidade. 

Com a chegada das grandes confecções, as alfaiatarias artesanais caíram em decadência. Félix Tavares de Araújo aos pouco viu a sua clientela desaparecendo, ao ponto de ter que procurar outro meio de vida para sustentar a sua família. Montou um cassino e na década de 1970 um bingo -“ROMBÓ' - em Pombal e outro na cidade de Sousa.

Era filho do Comerciante José Tavares de Araújo e Benigna Lourdes de Sousa( dona Lourdes), casado com Gildeth Nóbrega de Araujo. Filhos: João de Oliveira Nóbrega Neto, José Tavares de Araujo Nóbrega Neto, Jerdi Nóbrega de Araújo, Jerdivan Nóbrega de Araújo, Jianete Nóbrega de Araújo, Jansser Nóbrega de Araújo (in memoriam), Josinete Nóbrega de Araújo e Josenite Nóbrega de Araujo.

Félix faleceu no dia 14 de novembro de 2000 na cidade João pessoa, e foi sepultado no dia 15 de novembro na cidade de Pombal.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

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PROFESSOR UNIVERSITÁRIO É O GRANDE CAMPEÃO DO II CONCURSO LEMBRANÇA DO ÍDOLO


O professor universitário José Romero Araújo Cardoso foi o grande campeão do II Lembrança do Ídolo, um concurso de crônicas que este ano homenageia o multi-instrumentista Sivuca.

José Romero é natural da cidade de Pombal-PB, mas atualmente reside em Mossoró, onde leciona Geografia na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN).

O professor Romero virá até o município de São João do Rio do Peixe-PB, onde receberá sua premiação e troféu, durante o IX Festival de Músicas Gonzagueanas (FESMUZA), no dia 20 de agosto do corrente ano.

A expressão máxima da autêntica cultura popular nordestina em Feira de Mangaio [1]

José Romero Araújo Cardoso

As feiras livres nordestinas caracterizaram-se, em um passado não muito distante, por serem verdadeiros repositórios para a comercialização da produção artesanal, as quais personificam formas perfeitas e acabadas do trabalho coletivo ou individual com pouco ou nenhum uso dos artefatos sofisticados surgidos com a industrialização.
          
Em épocas pretéritas havia ênfase quase absoluta nas feiras livres nordestinas para a venda do que era produzido na região, ou na própria localidade, estando hoje visivelmente submetidas aos ditames contidos no comportamento da economia globalizada, sendo facilmente encontrados produtos de fora, do exterior, em consonância com a oferta de objetos e demais artes da cultura popular genuinamente regional.
          
Nesses espaços marcantes, a interação entre as pessoas verifica-se notavelmente, fomentando formas variadas de contato, as quais vão da pechincha dos fregueses com comerciantes ao bate-papo descontraído sobre fatos e personagens locais e das redondezas, entre inúmeras outras maneiras de tangência direta da própria sociedade.
          
Momento sublime de referência às feiras livres nordestinas encontra-se em composição musical de autorias de Severino Dias de Oliveira, mais conhecido como Sivuca (Itabaiana/PB, 26 de Maio de 1930 – João Pessoa/PB, 14 de Dezembro de 2006) e de Glória Gadelha (Sousa – Paraíba, 19 de Fevereiro de 1947 - ), a qual sintetiza de forma invulgar e extraordinária a importância assumida pelas manifestações da cultura popular enquanto marca indelével dos espaços abertos que integram economicamente os circuitos inferiores do processo de comercialização no Nordeste Brasileiro.
          
O povo sertanejo, com suas criações, invenções, interações e maneiras como se apresenta a culinária regional, integram os refrães marcantes de uma das mais belas canções regionais, pois é notável o apelo à compra do que é ofertado através do destaque dado aos produtos. Fumo de rolo, arreio, cangalha, bolo de milho, broa, cocada, pé-de-moleque, alecrim, canela, cabresto de cavalo, rabichola, pavio de candeeiro, panela de barro, farinha, rapadura e graviola são vendidos há tempos imemoriais em feiras livres nordestinas, razão pela qual a identificação espaço-tempo é realizada sem nenhum empecilho no que tange ao entendimento por aqueles que, nordestinos de fato, escutam Feira de Mangaio, tendo em vista que, invocando conceitos pertinentes a lugar e ao espaço vivido, a tradução precisa acerca de pertencimento está explícita de forma clara e objetiva, pois as representações da geografia humana contidas em uma feira livre nordestina estão definidas com precisão, razão pela qual personagens reais do mundo dos compositores, sobretudo ao que pertence Glorinha Gadelha, estão imortalizados através da arte sublime de dois gênios de sensibilidade extraordinária, aos quais o povo do Nordeste deve agradecer eternamente pelo legado ímpar e autêntico que valoriza exponencialmente toda região. Tudo foi logisticamente invocado em Feira de Mangaio, desde a feira de pássaros à vendinha localizada de forma estratégica, a qual não pode faltar em uma feira livre nordestina, onde um mangaieiro ia se animar, tomando bicada com lambu assado, olhando para Maria do Joá, passando pelo sanfoneiro no canto da rua, fazendo floreio para a gente dançar, com Zefa de Purcina fazendo renda e o ronco do fole sem parar, dando ênfase à necessidade do sertanejo de xaxar o roçado que nem boi de carro para garantir a sobrevivência de si próprio  e da sua família, finalizando com o fomento de que alpargata de arrasto não quer lhe levar para sua labuta, pois o forró inebriante tomava conta da feira em todos os quadrantes.
          
Causa admiração que Feira de Mangaio tenha sido composta na globalizada e cosmopolita Nova York, quando o casal residia nos Estados Unidos. A estrutura começou a se efetivar quando Glorinha Gadelha estava em uma aula de inglês, sendo concluída em um fast food da McDonalds, mas foi a bucólica e sertaneja cidade-sorriso que serviu de inspiração para um dos mais belos símbolos musicais do Nordeste Brasileiro.

[1] Crônica vencedora do II Concurso Lembrança do ídolo, promovido pelo Grupo União São Francisco – Caldeirão Político no ensejo do IX Festival de Músicas Gonzagueanas.

José Romero Araújo Cardoso (Mini Currículo):

Geógrafo (UFPB). Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB-1996) e em Organização de Arquivos (UFPB - 1997). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2002). Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Geografia/DGE da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais/FAFIC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase à Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: ambientalismo, nordeste, temas regionais. Espeleologia é tema presente em pesquisas. Escritor e articulista cultural. Escreve para diversos jornais, sites e blogs. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP). Membro da Associação Mossoroense de Escritores (ASCRIM).

Endereço residencial:
Rua Raimundo Guilherme, 117 – Quadra 34 – Lote 32 – Conjunto Vingt Rosado – Mossoró – RN – CEP: 59.626-630 – Fones: (84) 9-8738-0646 – (84) 9-9702-3596 – E-mail:romero.cardoso@gmail.com

Enviado pelo professor, escritor pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

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NA LUTA GEOGRÁFICA

Por Clerisvaldo B. Chagas, 06 de agosto de 2016 - Crônica 1.555


Numa luta silenciosa e solitária, continuamos a trilhar o mundo encantado da Geografia. Ontem foi a vez dos tradicionais mirantes de São Gonçalo e de Santa Teresinha, onde o deslumbrante cenário maceioense cabe no bolso. Depois, uma visita à Feira da Agricultura Orgânica, no pátio da Secretaria da Agricultura. Convite para se chegar até Branquinha e União dos Palmares, o que será feito em breve. Entre o computador e o campo, uma visita bem proveitosa à Mata Atlântica de encosta e um pulo anunciado ao riacho Catolé, já no município de Satuba, em área ambiental protegida até Fernão Velho.

FEIRA ORGÂNICA EM MACEIÓ. Foto: (Clerisvaldo B, Chagas).

A poluição e o desmatamento não escapam em lugar nenhum. A falta de consciência ou o desrespeito do povo faz-nos encontrar lixo doméstico nos mais imaculados lugares. O cuidado com o meio em que vivemos, ainda está longe do que sonhamos. Usando todo tipo de transporte, menos o trem, ainda, tiramos lições nos próprios coletivos. Uma senhora de idade que viajava ao meu lado, pelo celular avisava à família que estava com muitas dores. Depois puxou uma bala que notei pelo rabisco do olho. Confeito na boca, a senhora estende o bração, passa pelo meu nariz e joga o invólucro em plena Avenida Fernandes Lima. Um simples papel que pode custar uma vida ou mais ao motorista que o recebe. Reclamar para quê? Para gerar uma briga com a vovó?

Retirado os excessos das incursões, o miolo preenche as páginas do trabalho, sofrido, profícuo e de futuro incerto, mas realizado.

E driblando todas as nuances da Geografia Humana, os espaços são preenchidos com rios, serras, montanhas, vales e serrotes. Em breve o mar ficará para trás e um ser de duas pernas penetrará pelos cheiros das matas que se salvaram... Por enquanto.

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SEU ERMERINDO, MEU PATERNO AVÔ

*Rangel Alves da Costa

Pai do meu pai Alcino, meu avô Ermerindo era a flor e o espinho em pessoa, ao menos alguns assim achavam. Decerto, de vez em quando se mostrava um tanto fechado, mas era de coração bondoso e com atitudes surpreendentes. Por trás do bigodudo, de chapéu e chinela de couro, sempre um homem preocupado com a religiosidade e a cultura sertaneja.

Devoto do Padim Ciço Romão, cedo se tornou romeiro e não perdia uma só viagem ao Juazeiro, fosse de pau de arara, caminhonete, ou carro baixo, como se dizia. Logicamente que sempre ao lado de sua Emeliana. Então seguia o casal ao lado de conterrâneos, levando farofa, lombo, carne assada, farinha seca e outras comidas de estrada, para uma viagem que era longa e cansativa.

O retorno, por estradas perigosas e sacolejos dos veículos, era outra santa missão. Mas traziam rapaduras, imagens em todos os tamanhos do Santo do Juazeiro, fitas abençoadas, garrafas com água benta, além de outras lembranças tão necessárias. Seu Ermerindo sempre aproveitava a viagem para trazer uma dezena ou mais de discos, e todos de repentistas. Agora não recordo os nomes das duplas violeiras, mas lembro muito bem da verdadeira discoteca que o meu avô mantinha em sua casa. E toda ela de Lp’s de repentistas.

Sua paixão era tão grande pelo repente - uma cantoria ou desafio em dupla, aonde um mote vai puxando outro, e assim por diante - que fazia do seu Poço Redondo um lugar de parada obrigatória para muitas dessas duplas. Acolhia-os na própria residência, mas os desafios eram marcados para a sua mercearia, ao lado da atual Câmara de Vereadores, quando uma multidão se apertava para beber, aplaudir e torcer pela resposta mais criativa de um ou outro repentista.


Ao lado do bilhar de Angelino, a mercearia de Seu Ermerindo era ponto de passagem obrigatório no centro da povoação. Balcão grande, comprido, de madeira antiga, por cima dele passando desde a cachaça ao quilo de tudo. A pinga mais ao fundo, perto da sinuca, onde também ficavam umas duas ou três mesas, para não tomar muito espaço para os jogadores. Mesas de beber e de jogar, pois o baralho também corria solto, porém sem rivalizar com a jogatina do bilhar de Angelino.

Num tempo sem energia elétrica, como se dizia, a geladeira era a gás e o resfriamento da cerveja e refrigerantes nem sempre era maior que o do fundo de um pote. Ademais, a geladeira da mercearia não fechava bem e tinha de ser vedada com um verdadeiro cinturão de borracha macia de pneu. Mas não faltavam clientes, principalmente quando os repentistas chegavam ou quando algum forrozeiro puxava o seu pé-de-bode para animar a sertanejada. Acaso não pagasse na hora não havia problema, pois, o caderninho ia somando tudo. Depois, já se conhecendo o humor do dono, não havia como se fazer de esquecido.

Meu avô Ermerindo não tinha leitura nem escrita, nunca aprendeu qualquer coisa que envolvesse letras, mas diferente acontecia quando se tratava de números. Analfabeto de um lado, mas verdadeiro doutor no número, na conta, na medição, no cálculo de cabeça. Nem precisava de papel e lápis para dizer quantos metros, tarefas ou hectares, havia em determinado lugar. Igualmente um exímio caçador, apaixonado por cachorros perdigueiros e uma boa espingarda de caça. E de vez em quando chegavam caravanas da capital para que o caçador sertanejo os ensinasse os caminhos das nambus, das codornas, das caças grandes.

Não gostava de sentar, mas ficar sempre de cócoras onde estivesse, ainda quem em cima de um banco. Fumava cachimbo, com baforadas longas. Foi branqueando os cabelos lisos, o bigode vasto, ficando mais bonito, mais sereno, mais avô. Seus caminhos não mais eram para as caçadas, mas para a sua Santa Rita, propriedade que amava como o seu lar maior.

Apaixonado pelo seu tio Totonho e seu irmão Dedé, dividiu seu restante de tanto amor entre os seus filhos, netos e sua Emeliana. Um dia, quando a doença lhe tomou grande parte das forças, eis que voltou a ser criança. Uma criança linda num pijama azul, de mãos frágeis, trêmulas, sorriso fácil e olhos lacrimejantes. Uma criança que chorava. Assim o meu avô Ermerindo.

Escritor
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O CANGAÇO: 12 FOTOS E 7 FATOS IMPRESSIONANTES SOBRE UM BRASIL FORA DA LEI

Por Bruno Henrique Brito Lopes
Zé Sereno e outros três cangaceiros de seu bando, 1936. (Benjamin Abrahão/Acervo Abafilm).

Essa é uma parte do país que por séculos se manteve oculta, um Brasil quase mitológico de tamanha particularidade. À própria sorte desde que se tem notícia, onde o Estado só comparece para cobrar tributos e a escassez está sempre por perto. Cidades e minúsculos distritos são controlados por figuras que muito bem se assemelhariam a senhores feudais, os coronéis, como eram conhecidos, eram autoridade máxima. Autoridade quase sempre incompatível com as péssimas condições de vida do sertão nordestino.

Foi nesse contexto que surgiu o Cangaço. Um banditismo digno dos clássicos filmes de faroeste, onde criminosos itinerantes driblavam a lei atravessando fronteiras estaduais. Sempre acompanhadas de sangue,  as histórias do Cangaço remetem a pessoas muito humildes que, por um motivo ou outro, se recusaram a seguir a inércia de permanecer sob controle dos coronéis, optando por um caminho incerto que tratava com especial truculência aqueles tidos como seus inimigos. 

Mas o Cangaço não possuía apenas inimigos, entre fazendeiros estrategicamente aliados e outros pobres sertanejos, a opinião pública se manteve dividida. Se os miseráveis insatisfeitos com os abusos dos coronéis se sentiam representados na contestação desaforada daqueles homens e mulheres fora da lei, os frequentes requintes de crueldade e frieza garantiam o medo e a tensão permanente nas cidades por onde passavam os bandos de cangaceiros. 

Maria Bonita, mulher de Lampião, posa para o fotógrafo libanês Benjamin Abrahão junto aos seus dois cães, Guarany e Ligeiro, 1936. (Benjamin Abrahão/Acervo Abafilm).

#1 - O poder absoluto dos coronéis no Sertão. 

Desde os tempos do Império, a falta de interesse do Estado pelo Sertão obteve efeitos sangrentos na região. Entre os mais devastadores episódios de clara resposta à situação negligente e única presença para cobrança de tributos, destaca-se a Guerra de Canudos e o fenômeno de banditismo conhecido como Cangaço. Ambas as experiências possuíam em sua essência o sentido de contestação das figuras conhecidas como coronéis.

Em meio a uma vasta extensão territorial de pouco interesse público, o Império instituiu a titulação de Coronéis da Guarda Nacional para grandes latifundiários Brasil a dentro. Na prática, o governo passou a legitimar uma relação de domínio que já se fazia efetiva desde os tempos coloniais. Os coronéis eram, quase sempre, pessoas que possuíam total influência na atividade econômica de cidades inteiras. O que representava poder absoluto em uma região onde a opção era se submeter ou sucumbir.

Os coronéis eram homens acima da lei. Além das tradicionais forças policias, também submetidas aos seus interesses, eles tinham sua própria "polícia", eram capangas conhecidos como jagunços: figuras armadas que tratavam de fazer a guarda de terras, castigar e executar inimigos de seus chefes. Foi a truculência desses jagunços que deu origem à jornada de diversos cangaceiros motivados pelo desejo de vingança. 

Virgínio Fortunato da Silva, cunhado de Lampião, posa sorridente junto aos "cabras" e mulheres de seu bando, para as lentes de Benjamin Abrahão, 1936. (Benjamin Abrahão/Acervo Abafilm).

#2 - A vida criminosa como alternativa à miséria e submissão. 

As condições naturais do Sertão são especialmente infavoráveis à vida humana. Os longos períodos de estiagem castigam seus habitantes através dos efeitos consecutivos que a falta d'água produz. O gado morre e as plantações ficam comprometidas, assim, famílias inteiras tentam se equilibrar num contexto de subsistência precária. Quando havia oferta de emprego, ou melhor, de trabalho, ela era ligada ao coronel da região, figura nem sempre louvável.

"Inteiramente só, o sertanejo é um homem abandonado a sua própria sorte, nada lhe resta senão a desesperança. Ou a rebeldia, que é um simples efeito de causas profundas, da ausência de justiça, analfabetismo, precariedade de comunicação, baixos salários, débil capitalismo e um lentíssimo desenvolvimento das forças produtivas."

Pensar nas autoridades da região como figuras de violência e senso de justiça similar aos dos temidos cangaceiros faz com que se compreenda melhor como tantos sertanejos optaram por esse caminho. A vida criminosa não era nada cordial, mas entre fugas e investidas, oferecia o poder de ter tudo aquilo que passava longe da realidade da maioria: ouro, respeito e mulheres (e sobre este último ponto, como é de se imaginar, o estupro era algo recorrente).

Corisco, o primeiro a esquerda, tendo ao seu lado a companheira Dadá e integrantes do seu grupo, 1936. (Benjamin Abrahão/Acervo Abafilm).

#3 - O sangrento preço da vida entre os cangaceiros. 

O vermelho é uma cor muito compatível com o trajeto do Cangaço, não apenas pelo coro de luta ou coragem, mas principalmente pelo sangue. Se entre os coronéis, representantes da lei no Sertão, a violência já era evidente, no Cangaço ela era uma assinatura. O traço hediondo da tradicional execução por sangramento era regido pelo punhal, introduzido em pontos vitais de suas vítimas. Para lidar com tamanha rotina, outra característica chamava atenção: a frieza aterrorizante. 

Ao passo que se comandava torturas e execuções, as histórias também falam dos cangaceiros como figuras musicais e risonhas. Como se a vida e a morte fosse (e era mesmo) parte do dia-a-dia daquelas pessoas. 

Já dizia o mítico Rei do Cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião:

"Três coisas eu trago de Pernambuco: dinheiro, coragem e bala."

Bem como a tradição oral transmite, em certa ocasião um sujeito estava cometendo incesto e foi flagrado por Lampião, o cangaceiro separou os dois irmãos e trouxe o rapaz para conversar. Ele falou para o homem que ele devia colocar os seus testículos dentro da gaveta e fechar com chave. Em seguida, Lampião colocou um punhal sobre o criado-mudo e disse "Volto em dez minutos, se você ainda estiver aqui eu te mato".

Assim se construiu uma lenda, e essa é só uma das histórias que se contam até hoje. 

O lendário cangaceiro Lampião posa para foto segurando uma edição de um dos jornais que costumava ler, "O Globo", 1936. (Benjamin Abrahão/Acervo Abafilm).

#4 - A opinião pública dividida entre amor e ódio.

Lampião já era uma lenda viva antes mesmo de sua vida ser documentado pelo corajoso jornalista sírio-libanês, Benjamin Abrahão.  Tratado pela polícia dos estados como uma verdadeira praga a ser exterminada, temido por onde passava, ainda assim ganhou a simpatia de muita gente. Virgulino tinha a confiança de gente de diversos setores da sociedade: coronéis, sertanejos e até mesmo a igreja, representada pelo inigualado Padre Cícero, a quem se deposita regionalmente o prestígio de uma santidade. 

A situação de considerável apoio da sociedade pode se amparar no senso de justiça em crítica à força oficial vigente. O respeitado historiador britânico, Eric Hobsbawn, em uma de suas obras (Bandidos/1969), apontou o Cangaço brasileiro como um exemplo claro do fenômeno do banditismo social, que se alinhava ao princípio de contestação, como um sentido primitivo de revolta. 

“O ponto sobre bandidos sociais é que eles são criminosos camponeses a quem o senhor feudal e o Estado enxergam como criminosos, mas que permanecem dentro da sociedade camponesa, e são considerados por seu povo como heróis, como campeões, vingadores, lutadores pela justiça, talvez até mesmo líderes de libertação e, em qualquer caso, homens para serem admirados, ajudados e apoiados. Esta relação entre o camponês comum e o rebelde, bandido e ladrão é o que faz o banditismo social interessante e significativo.”
Eric Hobsbawn

Volantes do estado da Bahia em registro de Benjamin Abrahão, circa 1936. (Benjamin Abrahão/Acervo Abafilm).

#5 - Volantes: a polícia especial dos estados treinada com as mesmas práticas dos cangaceiros.

Por décadas a República simplesmente amargou a inferioridade de suas forças diante do preparo e conhecimento preciso dos bandos cangaceiros. Equipados com cangas de madeira e utensílios metálicos (daí o nome cangaço: canga+aço), esses grupos eram compostos por homens (e também, muito raramente, mulheres) de invejável experiência de combate, sempre furtivos e ágeis.

Nas cidadelas invadidas, a polícia costumava ser ínfima e sem a menor condição para impedir investidas tão bem articuladas. Quando chegava algum reforço capaz de enfrentá-los, os cangaceiros simplesmente desapareciam em rotas de fuga que os levavam para outros estados, onde somente as forças policiais correspondentes poderiam atuar.

A reação dos estados foi precisa: responder na mesma moeda. Foram constituídas as chamadas forças volantes, o braço cangaceiro da polícia, formadas por homens (alguns deles até ex-cangaceiros) de preparo e práticas de combate idênticas às dos bandos criminosos. Assim, rotas de fuga, abrigos e investidas furtivas estavam mais sujeitas a falhas. 

O encontro de Abrahão com o bando de Virgulino, em foto tirada pelo cangaceiro Juriti. Da esquerda para a direita: Vila Nova, não identificado, Luís Pedro, Benjamin Abrahão (à frente), Amoroso, Lampião, Cacheado (ao fundo), Maria Bonita, não identificado, Quinta-Feira, foto de 1936. (Acervo Abafilm).

#6 - O jornalista libanês que documentou a vida dos cangaceiros.

Figura responsável pelos mais preciosos registros iconográficos do Cangaço, Benjamin Abrahão Botto conheceu de perto, por vários meses, a rotina de diversos bandos cangaceiros, inclusive os dos notáveis Corisco e Lampião. Ele foi por muitos anos secretário de Padre Cícero em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará, até que com a morte do sacerdote em 1934, colocou em prática seu projeto mais ambicioso: filmar e fotografar Lampião e seu bando.

Se aproveitando da ligação de Lampião com Padre Cícero, Abrahão facilmente se aproximou do cangaceiro. Lampião era uma figura extremamente vaidosa, característica que o consolidava como Rei do Cangaço, se deixando acompanhar pelo jornalista. O material coletado ao longo de cerca de 2 anos (1936 e 1937) era de extrema preciosidade e foi recebido nas grandes metrópoles como um verdadeiro escândalo. O Cangaço era uma ofensa ao Estado Novo de Getúlio Vargas, que tratou de censurar e confiscar o registro de Benjamin. 

“As fotos e filmes de Benjamim eram um atestado da incompetência das forças policiais e uma afronta ao Palácio do Catete”
Frederico Pernambucano de Mello


O sírio-libanês Benjamin Abrahão trouxe a público relatos detalhados sobre a rotina e características dos bandos cangaceiros, o que pode ter sido nocivo à estratégia dos bandos, cada vez mais combatidos em esfera interestadual. Em menos de três anos a maior parte dos principais bandos foi desmantelada, inclusive com a execução de Lampião (1938) e Corisco (1940). O próprio Benjamin também teve seu fim em 1938 (dois meses antes da morte de Lampião e seu bando), vítima de nada menos que 42 facadas em um assassinato até hoje não esclarecido. Segundo o historiador Frederico Pernambucano de Mello, a mesma força que matou Lampião, matou Benjamin: o desmoralizado Estado Novo. 

“Antes que o Estado Novo espatifasse o sistema de poder do sertão, era alto negócio para qualquer fazendeiro comercializar com o cangaceiro. O Estado Novo acabou com esse colaboracionismo. A morte de Benjamin foi, sobretudo, uma queima de arquivo histórica.”
Frederico Pernambucano de Mello

Cangaceiro Barreira posa junto à cabeça de seu ex-companheiro de bando, Atividade, como prova de lealdade à volante. 

#7 - Um cerco que se fechava: a falência dos bandos e o fortalecimento do combate ao cangaço.

Com o passar dos anos, a forma que o Estado tratava o Cangaço era cada vez mais madura. A segunda metade dos anos 1930 foi especialmente difícil para os bandos cangaceiros. Um a um, os criminosos iam sucumbindo ou se entregando em troca da anistia. O marco do fim dos tempos do Cangaço foi a emboscada que executou Lampião, Maria Bonita e diversos membros de seu bando. Suas cabeças foram expostas ao público em muitas cidades do Sertão nordestino.

“Naquela época, Lampião mobilizava grossos capitais. Travava com coronéis da região que financiavam seus roubos e recebiam parte do lucro. Seu bando era a imagem do sucesso da organização fora da lei."
Frederico Pernambucano de Mello

O fim do Cangaço foi causa direta da insatisfação com tamanha desmoralização do Estado Novo causada pelas imagens de Abrahão. Não só como atividade marginal, mas também como exemplo escancarado da corrupção de coronéis colaboradores, o Cangaço era uma afronta a Getúlio Vargase sua proposta ideológica. E sistematicamente pagou o preço da visibilidade que adquiriu.
  
Cadáver do cangaceiro Cirilo de Engrácia, morto por civis e usado como exemplo pela volante alagoana. A cabeça de Cirilo já havia sido decepada, foi recolocada para a foto. 1935. (Autor desconhecido/Acervo Sociedade do Cangaço).
Cabeças cortadas de membros do bando de Lampião, incluindo o próprio e sua parceira, Maria Bonita, mortos em uma emboscada em Porto da Folha, Sergipe. Elas foram expostas como troféu na escadaria da Prefeitura de Piranhas, no estado de Alagoas, este episódio simbolizou o fim dos tempos áureos do Cangaço. Foto de 1938 (Autor desconhecido/Acervo Sociedade do Cangaço).
Cabeças dos cangaceiros expostas em Santana do Ipanema/AL, 1938. (Autor desconhecido/Acervo Sociedade do Cangaço).
O médico legista Charles Pittex segura as cabeças mumificadas de Lampião e Maria Bonita, elas ficaram expostas por muitos anos na Faculdade de Medicina da Bahia, foto de 1939. (Autor desconhecido).

Fontes:
HOBSBAWM, E.J. Bandidos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1969.
MELLO, Frederico Pernambucano. Guerreiros do sol – violência e banditismo no nordeste do Brasil. São Paulo: A Girafa Editora, 2004.

Bruno Henrique Brito Lopes 
Graduando em História pela Universidade Católica de Pernambuco. 

http://www.historiailustrada.com.br/2014/11/o-cangaco-12-fotos-e-7-fatos.html

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Marcílio Lima Falcão
 
Marcílio Lima Falcão é professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), mestre em História Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e atualmente faz doutorado em História Social na Universidade de São Paulo (USP). Suas principais áreas de pesquisa são a História Social da Memória, Religiosidade e Movimentos Sociais no Brasil Republicano.

Enviado pelo poeta, escritor e pesquisador do cangaço Kydelmir Dantas.
 
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ABRE-TE SÉSAMO !!!

Por Manoel Severo

Não foi o lendário Ali-Babá em "Mil e Uma Noites"... Mas no começo da tarde do último dia 29 de julho de 2016, com o esforço do Conselheiro Cariri Cangaço, professor Edvaldo Feitosa e a intercessão da querida Professora Maria Stela Torres Barros Lameiras, pela primeira vez na história foram abertas as portas da Casa do Barão de Água Branca, para a visita de um grupo de estudiosos. O Cariri Cangaço agradece a enorme atenção e deferência por parte da família dos descendentes, na pessoa de Inácio Loiola - Loia; que nos recebeu neste dia histórico de Cariri Cangaço em Água Branca.

Gilmar Teixeira, Elane e Archimedes Marques e Manoel Severo
Ana Gleide e Betinho Numeriano e Manoel Severo
Manoel Severo e o clã Tavares, abaixo: Detinha, Nicolas e Nicole Tavares e Neli Conceição

Com  a palavra o pesquisador Geziel Moura: "Por ocasião do assalto em Água Branca -AL Lampião, ainda, estava sob ordem de Sinhô Pereira, é certo que ele comandou o bando, neste assalto, mas Pereira, ainda não havia se retirado para Goiás, hoje estado de Tocantins. Outros autores, apontam este caso, como o primeiro de Lampião, como comandante. Para pensar um pouco mais sobre o assalto em Água Branca e a Chefia de Lampião: Segundo o escritor José Bezerra Lima Irmão em sua obra "Lampião, a Raposa das Caatingas" na pág 116 - Sinhô Pereira após reunião com familiares,reuniu com a cabroeira, no dia 08.08.1922, passando efetivamente o comando do bando para Lampião, sendo que no dia 22.08.1922, Pereira segue para o então, estado de Goiás. 

Diversas são as datas apontadas, pelos autores e jornais, para o assalto da Baronesa de Água Branca, considerando o Diário de Pernambuco, cuja publicação informa que a data foi em 28.06.1922. Portanto, penso que na ocasião do assalto e utilizando um jargão do meio jurídico, Virgolino era um chefe de fato e não de direito.Em tempo: segundo o autor alagoano Clerisvaldo Chagas o dia do assalto foi 26.06.1922 sendo acompanhado do mesmo entendimento, por Geraldo Ferraz e Jose Bezerra Lima Irmão"

Yasmim, Netinho, Maiara e Junior Almeida
Ingrid Rebouças
Edvaldo Feitosa grande anfitrião em Água Branca

A baronesa de Água Branca, dona Joana Vieira Sandes, era viúva do Barão de Água Branca;  Joaquim Antônio de Siqueira Torres; e já contava mais de 90 anos quando sua residencia foi invadida e assaltada por Lampião e seu bando, nesse que é contado em prosa e verso, como o primeiro ato do Rei do Cangaço, como chefe efetivo de um bando. Era o mês de Junho de 1922. Por muito tempo as jóias roubadas da Baronesa de Água Branca, ornaram a figura da rainha do Cangaço, Maria Bonita.

  Imagens do Casarão do Barão de Água Branca
 Tomaz Cisne e Louro Teles
Ivanildo Silveira
Raul Meneleu
Família Cariri Cangaço na Casa do Barão de Água Branca 
 Camilo Lemos e Quirino Silva no local onde no passado os cangaceiros entraram no casarão da Baronesa
  Louro Teles
A arquitetura e os detalhes do belo casarão do século XIX chegam a impressionar por sua beleza e grande significado histórico, ainda é possível identificar marcas de balas possivelmente daquele junho de 1922. A mobília de época nos transporta para o cotidiano de uma das mais tradicionais e influentes família do sertão de Alagoas. 





 Louro Teles e a marcas de bala que persistem e trazem a lembrança do ataque
Aline Melo, João de Sousa Lima, Petrucio Rodrigues, José Tavares, Francimary Oliveira, Alan , Detinha, Nicole e Nicolas Tavares
Louro Teles, Petrúcio Rodrigues, João de Sousa Lima, Wescley Rodrigues e Abreu Mendes
 Oleone Coelho Fontes
Inácio Loiola, descendente do Barão de Água Branca
Oleone Fontes, Ana Lucia Gomes, Maria Oliveira, Neli Conceição e Catarina
Junior Almeida

Joaquim Antônio de Siqueira Torres, filho do capitão Teotônio e de Gertrudes Maria da Trindade, nasceu em 8 de setembro de 1808 vindo a falecer em 29 de janeiro de 1888. Nobre proprietário rural do sertão alagoano, recebeu a comenda da Ordem de São Gregório Magno, pelo Papa Leão XIII por ter patrocinado a construção da belíssima Matriz de Água Branca. Por concessão de Dom Pedro II, recebeu o Título de Barão de Água Branca por Decreto Imperial em 15 de novembro de 1879.

  Imagens do interior da Casa do Barão de Água Branca, inclusive os aposentos da Baronesa, senhora Joana Sandes Vieira

Fotos: Louro Teles, Ingrid Rebouças, José Tavares e Junior Almeida
Cariri Cangaço Água Branca 
Casa do Barão de Água Branca
29 de Julho de 2016

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