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terça-feira, 2 de agosto de 2016

CORRER ATRÁS DE DOIS

Por Clerisvaldo B. Chagas, 31 de julho de 2016 - Crônica 1.554

Vai expirando o mês de julho, o mais chuvoso do Sertão. Mas este ano julho não quis muita conversa com o sertanejo. Chuvas escassas e má distribuição permitiram apenas a seca verde, isto é, o mato enverdece, porém, não existe água o suficiente para açudes, barreiros e lavouras. E como as coisas estão pelo avesso no mundo todo, pode ser até que aconteça um bom milagre fora do inverno.

Assentados na Praça Sinimbu. Foto (Clerisvaldo).

Enquanto isso vamos também com tempo escasso para crônica diária e aparecimento no Face. Munido de câmera e coragem, haja fôlego para subir e descer ladeiras em busca do ideal. Bem que estivemos na estação do VLT, na Praça Palmares e na Praça Sinimbu. Na estação, diálogo com quem entende de trem urbano, foto para livro, informações para o transporte ferroviário. Na Praça Palmares, a informalidade do comércio menor onde a mistura confunde qualquer um. Entra aqui sai acolá e a Avenida da Paz surge como representante do relevo alagoano da Planície Litorânea. Mas o grosso mesmo é o acampamento dos Assentados na Praça Sinimbu.

Ontem, “Sem Terras”, hoje, “Assentados”, aquele mundo de gente estava ali reunido para algumas palestras de interesse próprio. Representantes de Assentados de doze municípios estavam concentrados em lonas, árvores e barracas. E fomos nos aproximando devagar pela área das panelas, onde a fumaça há muito já desenhava no ar.

As palestras já estavam em pleno andamento e só ouvíamos referência à organização das elites. E essa conversa trazida desde os tempos de rapazinho nos discursos dos políticos do estado, não nos empolgava. Serviços fotográficos feitos, com os dizeres do Sertão: Capamos o gato que a desconfiança era grande. Lá adiante, muito mais adiante, nada para o segundo objetivo. Assim voltamos novamente à sabedoria sertaneja: Quem corre atrás de dois perde um.


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HENRY KOSTER E MOSSORÓ EM 1810

Por Geraldo Maia

A mais antiga descrição que existe de Mossoró do passado é de autoria do viajante inglês Henry Koster, que em 1810 realizou uma jornada fabulosa pelo interior do nordeste, indo de Recife a Pernambuco a cavalo, ida e volta, observando e anotando tudo o que via. No trajeto de Koster estava o pequeno arraial de Santa Luzia, que não passou despercebida aos olhos observadores do viajante inglês. Para o historiador Câmara Cascudo, “é o primeiro e melhor depoimento sociológico e etnográfico da região.”

Henry Koster vivia desde dezembro de 1809 em Pernambuco, onde possuía engenho em Itamaracá. Era conhecido na região como Henrique da Costa. Falava fluentemente o português e veio para o nordeste brasileiro fugindo do inverno europeu, por estar acometido de tuberculose. Morreu em por volta de 1820 no Recife.

Das observações feitas durante a jornada de Recife a Pernambuco, Koster publicou um livro em Londres, no ano de 1816, com o título de “TRAVELS IN BRAZIL” ,em dois volumes. Em 1817 era lançada uma segunda edição que foi traduzida para português pelo historiador Câmara Cascudo e publicada pela Brasiliana, São Paulo, em 1942, com o nome de “VIAGENS AO NORDESTE DO BRASIL”. É através desse trabalho que ficamos sabendo como era Mossoró em 1810. Vejamos trechos da descrição de Koster:

“A 7 de dezembro, às dez horas da manhã, chegamos ao arraial de Santa Luzia, que consta de duzentos ou trezentos habitantes. Foi edificado em quadrângulo tendo uma igreja e casas pequenas e baixas.

Pude reencher minhas garrafas de bebidas e consegui suprir-me de rapaduras. São tijolos de açúcar escuro ou de mel, fervido até suficiente consistência ao resfriar, tornando-se desta maneira mais portáteis e menos sujeito a liqüefazer-se durante o transporte. No dia anterior à nossa chegada a Santa Luzia descansamos o meio-dia sob umas árvores, junto a uma casinha. Notei uma pele de onça, a onça pintada, na linguagem da região, esticada sobre varetas de pau. Parecia ainda fresca. Entretendo conversa com o dono da casa, disse-me ele ter morto o animal a quem pertencia a pele um dia antes, ajudado por três cães. Fazia grande devastação, especialmente entre as ovelhas, escapando sempre e nunca aparecendo no mesmo local duas vezes sucessivas.

Nesse dia tínhamos passado o leito seco do Panema. Era o terceiro rio que atravessávamos desde nossa partida do Assu e todos nas mesmas condições.

Santa Luzia está situada na margem setentrional do rio sem água, num terreno arenoso. Repousamos o meio-dia sob o teto de uma cabana ínfima. Ao centro, as cinzas de um fogo morto, um banco feito de galhos entrelaçados, eram os indícios que fora habitada.

Passamos a fazenda da Ilha, distante de Santa Luzia légua e meia e prosseguimos, depois de nos abastecermos de água, quatro léguas adiante, até uma casa desabitada.

O caminho pela manhã seguinte nos levava entre matagais onde marchamos três léguas sobre areia solta, e outras três léguas pelos charcos. A volta do meio dia passamos perto de uma choupana onde residia o vaqueiro de uma fazenda e imediatamente deparamos o monte de areia, chamado Tibáu, junto do qual se vê o mar.

Avançamos rapidamente pelas areias úmidas, passamos duas choupanas de pescadores, a duas léguas de Tibáu e, uma légua adiante, deixamos as praias do mar, seguindo um caminho areiento, que nos conduziu ao povoado de Areias, composto de uma residência, de aspecto imponente, e cinco ou seis casinhas de palha.”

Pelo relato de Koster podemos conhecer como era Mossoró em 1810. Duzentos ou trezentos moradores espalhados em fazendas ao redor da igrejinha que presidia o quadro da rua de casas pequenas e baixas. Os rebanhos eram rondados pelas onças e a seca dominava, deixando os rios secos. O mossoroense reagia, matando as feras a tiro e a faca, ajudado pelo cão fiel, defendendo o gado, pescando nas praias de Tibáu.
Mossoró prestou homenagem a Henry Koster, emprestando o seu nome a uma rua do conjunto Walfredo Gurgel, onde coincidentemente mora o historiador e pesquisador Raimundo Soares de Brito.

Geraldo Maia. Economista. Historiador. Escritor.Funcionário da PETROBRAS S.A.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso.

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DRA. LALY CARNEIRO MEIGNAN

Por Cid Augusto e Luis Juetê

Maria Laly Carneiro Meignan, 64, nasceu na cidade de Mossoró. Há mais de 30 anos reside em Paris, onde casou-se com um conde francês, mãe de três filhos, sendo duas mulheres e um homem, inclusive uma das suas filhas é atriz bastante conceituada na França, e há seis anos atua em uma minissérie dedicada ao público jovem, além de ter atuado em vários filmes veiculados na Europa.


Dra. Laly, que atualmente é diretora de Neurorreanimação do Hospital Sainte-Anne-Paris, é uma das mais conceituadas neurocirurgiãs da França, tendo sido citada em várias publicações científicas da Europa, além de ter cravado o nome de Mossoró no livro "Who`s Who in the World", tradução: "Quem é Quem no Mundo".


Filha de José Benevides Carneiro e Luiza Amélia Gregório Carneiro, dra. Laly é descendente direta da família Benevides Carneiro da cidade de Caraúbas, mas quanto a esse assunto, ela preferiu não declinar nenhum comentário, apenas confirmar a ligação familiar.


Dra. Laly Carneiro esteve recentemente na capital do Estado realizando trabalho de consultoria a hospitais da rede pública. Mesmo com a agenda bastante atribulada, ela dispôs de um tempo para nos conceder uma interessante entrevista onde fala sobre o perfil dos médicos do Estado, além de toda sua trajetória de jovem estudante de medicina da UFRN, presa política até chegar a PhD em neurorreanimação.


O Mossoroense – Pelo menos essa vez a senhora esteve em Natal, mas não veio a Mossoró, sua terra-natal. Alguma mágoa, ou as raízes desprenderam-se?


Laly Carneiro – De jeito nenhum. Eu adoro Mossoró, mas não tive convite de Mossoró. Meu tempo aqui foi um pouco curto, mas eu voltarei em dezembro para continuar o trabalho que comecei agora e tenho intenção de ir a Mossoró. Eu não fui convidada para ir a Mossoró, eu fui convidada para vir dar uma consultoria para o Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. Eu sou missionária pela França para dar uma espécie de consultoria sobre o problema das urgências, não só para o Walfredo Gurgel, mas também em outros hospitais da rede pública de uma maneira geral.


OM – Esse trabalho que a senhora veio realizar na capital do Estado, a cidade de Mossoró está incluída na segunda etapa do projeto?

LC – Certamente, porque eu fui convidada a visitar um hospital em Mossoró.


OM – Qual o hospital?

LC – Hospital Regional Tarcísio Maia.

OM – De que maneira a senhora, uma brasileira residente na Europa, vê o desenrolar da guerra entre Estados Unidos e Afeganistão, e suas conseqüências para o mundo, em especial para o Brasil?

LC – Eu acho que o terrorismo é uma coisa terrível e eu o condeno plenamente. Na Europa, nós ficamos sob um clima de vigilância. Mas a minha perspectiva é que este estado de violência termine.


OM – Fale um pouco sobre a sua participação no Movimento Ação Popular.

LC – O Movimento Ação Popular foi um movimento feito no Brasil inteiro com a intenção de fazer, através dos meios democráticos e regulamentares de reformas básicas que Brasil estava precisando.

OM – Quais?

LC – Reformas universitárias, agrárias e tantas outras reformas necessárias para o desenvolvimento do país. Participavam estudantes, professores, intelectuais, além da participação de agricultores e operários do Brasil inteiro.


OM – E quantos processos a senhora respondeu, pelo fato de se opor ao regime de 64? A senhora chegou a ser presa e torturada?

LC - Fui presa sim, e fiquei no 16 RI, em Natal. Eu fui a primeira mulher no Nordeste a ser presa por problemas políticos.


OM – E quanto a processos?

LC – Eu tive três processos. Um na Universidade, um processo do Estado e o processo Militar. Mas eu pedi um habeas corpus no Superior Tribunal Militar no Rio de Janeiro. Com o Ato Institucional, reintegrando os funcionários e as pessoas que foram penalizadas pelo golpe militar, eu fui reintegrada e fui aposentada porque eu era funcionária do Estado. Quanto ao processo da Universidade, eu pude terminar medicina em Natal, antes de ir para a Europa.


OM – Conte-nos sobre os momentos de exílio, as barreiras do idioma, o trabalho?

LC – Foi muito sofrimento, muita solidão. De uma hora para outra eu me vi em um país onde tudo era diferente, o clima, a língua, a maneira de viver e eu sozinha. Não tinha dinheiro, nem tinha nenhuma perspectiva. Eu comecei tudo de novo.


OM – A senhora tinha quantos anos à época?

LC – Eu tinha 26 anos.

OM – É verdade que a senhora precisou formar-se outra vez em medicina?

LC – Justamente. O meu diploma brasileiro não era reconhecido pelas autoridades universitárias francesas e eu tive que recomeçar tudo, pelo vestibular.


OM – Como a senhora é casada com um conde, certamente é uma condessa, mas fale-nos como foi que a senhora conheceu o seu marido.

LC - Eu conheci pouco tempo depois que eu cheguei na França, através de amigos latino-americanos que procuravam um lugar para ficar, um quarto. E ele tinha um apartamento e assim acabamos nos conhecendo. Eu o conheci em 66 e nós nos casamos em 67.


OM – A senhora sente vontade de voltar a morar no Brasil?

LC – Eu morro de saudade, mas eu tenho filhos, tenho agora um netinho, muito lindo, e eu fico completamente dividida em duas. Eu tenho uma grande responsabilidade na França. Eu participo de movimentos internacionais e eu quando chego aqui no Brasil eu me sinto em casa, mas eu não posso vir para cá definitivamente porque ainda tenho compromissos na universidade e no departamento, onde tem muitas pessoas sob a minha responsabilidade.

OM – O que a senhora pensa de Fernando Henrique Cardoso e o seu governo?

LC – Eu penso que o Brasil entrou em um processo de evolução como tantos países que durante muito tempo eram emergentes, mas não tinha condições econômicas de ultrapassar uma certa fase. Eu acho que esse governo federal participa de uma evolução que é mundial, que é técnica, que é econômica, que é social e eu acho que o Brasil entrou nessa mobilidade, nessa evolução, e eu acho que é formidável. Agora eu acho que tem muitas coisas que eu não estou de acordo. Mas a história não volta atrás, eu acho que a evolução do Brasil é nítida, porque nosso país tem muitas possibilidades.


OM – A esquerda de hoje tem pontos em comum com a esquerda de 64, ou as ideologias deixaram de existir na política brasileira?

LC – Eu acho que o homem ideológico é universal. Hoje, você sabe que não tem esquerda definitiva. A ideologia se democratizou. Existem partidos de esquerda, mas eu acho que o fato de uma democratização dos conhecimentos políticos, o que nós queríamos eu ouço hoje de pessoas que são absolutamente apolíticas. Houve uma democratização dos conhecimentos. Pouco a pouco a ignorância vai dando lugar aos conhecimentos, e com isso vai se tendo uma mudança na mentalidade.

OM – Quais os escritores brasileiros que mais chamam a atenção dos franceses?

LC – Guimarães Rosa, o sociólogo do Nordeste Euclides da Cunha, e atualmente o Paulo Coelho.

OM – De que maneira a senhora classifica a medicina no Estado e de que forma o modelo francês poderia nos trazer de contribuição?

LC – Eu acho que o modelo europeu de uma maneira geral, com suas especialidades. Por causa dessa mundialização, o conhecimento médico científico está ao alcance de todos os médicos que querem ler, estudar e que praticam seriamente a medicina. Eu acho que os médicos do Rio Grande do Norte, os de Natal em particular, porque com esses eu estou convivendo e são de ótima formação e com muita vontade de fazer o melhor.


OM – Em outra oportunidade a senhora declarou-se favorável a eutanásia. Hoje, qual a sua posição quanto a esse assunto? E com relação ao aborto?

LC – São dois assuntos difíceis de tratar porque engajam a ética. Eu sou cristã, sou católica e tenho uma ética médica a seguir, de maneira que para mim é um caso de consciência. A eutanásia tem várias classificações. Existe a eutanásia pacífica, a eutanásia ativa. Minha posição é a seguinte; quando não existe perspectiva de recuperação do paciente, recuperação onde ele seja capaz de recuperar a sua dignidade diante da sociedade e da sua família, que sofre e não tem nenhuma possibilidade de recuperação, eu acho que essa pessoa deve morrer na dignidade.

OM – Na Europa, a medicina está a anos luz de avanço diante da medicina brasileira e principalmente a medicina no Estado e de Mossoró, em particular?

LC – Os meios técnicos são realmente performáticos, mas é uma questão de economia e também uma questão de organização sanitária, regional, nacional. E também, especialização com bastantes performances dos médicos.

OM – Na Holanda, recentemente foi aprovado o uso da canábis ativa, popularmente conhecida como maconha, em pacientes de câncer e Aids. Isso se aplicaria aqui em Mossoró, por exemplo?

LC – Não. Depois houve um estudo científico retrospectivo dessa utilização da maconha nos doentes de câncer que eram altamente dolorosos e chegou-se à conclusão dessa droga, que é considerada droga doce, mas não é. Os doentes apresentavam, depois, sinais de esquizofrenia. Então essa indicação foi abandonada.

OM – A senhora participou do programa ‘De pé no chão também se aprende a ler’ , do ex-prefeito Djalma Maranhão. Quais as lições tiradas daquele momento?

LC – Foi um movimento popular, sobretudo um movimento de educação que era compatível naquele tempo com a pobreza e os desejos de trazer as crianças dos bairros bem pobres à possibilidade de alcançar o alfabetismo.

OM – Qual foi o ano?

LC - E acho que foi por volta de 72 a 74.

OM – A senhora publicou diversos trabalhos em revistas científicas, recebeu comendas importantes, faz parte da Academia Francesa de Ciências, mas é praticamente desconhecida na terra onde nasceu. Isso a incomoda?

LC – Perfeitamente (risos). Incomoda, mas saiba, por favor, que no livro Who’s Who in The World (Quem é Quem no Mundo) o nome de Mossoró está incluído. É um livro único e o nome da cidade que eu nasci está lá e eu sou muito orgulhosa disso.

OM – Com quantos anos a senhora deixou Mossoró?

LC – Com cinco anos de idade. Meu pai tinha intenção de ser seringueiro, mas nós ficamos em Natal porque eu adoeci no caminho. Nós partimos em um caminhão, com outras famílias pobres em direção a Amazônia.

OM – O seu sobrenome tem origem da cidade da família Carneiro de Caraúbas?

LC – Exatamente, aquela família...

Cronologia da condessa Laly Carneiro

1965 – Formou-se em medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Norte.
1966 – Laly Carneiro é auto-exilada na França.
1967 – Conhece um conde francês com quem se casa e automaticamente recebe o título de condessa.
1969 – Foi escolhida assistente substituta no Hospital Bicetre, na França, onde exerce o cargo até 1973.
1975 – Foi nomeada médica responsável pela Unidade de Reanimação do Centro Hospitalar Saint Anne.
1979 – Foi nomeada Chefe do Serviço de Anestesia-Reanimação do Centro Hospitalar Saint Anne.
Títulos e Condecorações
Membro da Academia Européia de Anestesia
Membro da Associação de Neuroanestesia-reanimação de Língua Francesa
Membro da Sociedade Francesa de Anestesia, Analgesia e Reanimação
Membro do Conselho de Administração da Associação Internacional de Anestesia-reanimação de Expressão Francesa
Vice-presidente do Colégio Nacional dos Pacientes Hospitalares em regime de tempo integral dos hospitais não universitários da França
Membro do Who‘s Who In The World (Quem é Quem no Mundo)
Condecorada com a Cruz "Pro Mérito Melitense", da Ordem Militar e Hospitalar de Malta
Considerada medica expert em anestesiologia pela diretoria de farmácia e do medicamento do Ministério da Saúde da França


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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CONVITE LANÇAMENTO LIVRO

            
Não consigo ser feliz na solidão. Gosto de vivenciar momentos felizes no meio de familiares e amigos. Irei comemorar meus 71 anos de vida lançando um livro sobre minhas atividades profissionais. Venha contribuir para aumentar minha alegria no dia do lançamento deste livro. Sua presença será meu presente. 
                      
Livro: "História da Minha Vida Profissional"

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OS MARCELINO: CANGAÇO EM BARBALHA

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OS MARCELINO : CANGAÇO EM BARBALHA

Publicado em 12 de jul de 2016
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GENTE DAS RUAS DE POMBAL: DÉCADA DE 1960 SEU ZÉ DE SANTA – JOSE DE ASSIS DE OLIVEIRA. (1918 A 1998)

Por Jerdivan Nóbrega de Araújo

Todos os meninos têm uma fantasia que assombra o seu sono, e que as mães usam para obriga-los a se comportarem adequadamente. Para as crianças de Pombal não tinha o “Homem do Saco”, “Maria Algodão”, ou coisa do tipo para os dias de hoje: o que assustava as crianças da minha época, além dos loucos das ruas da cidade na década de 1960, era o famoso “Papa Figo”. Porém, o meu medo no tempo d’eu criança, era bem mais assustador, e tinha nome e endereço. Eu sempre o via atravessar a Rua de Baixo, em sua bicicleta, com os seus instrumentos de trabalho no bagageiro: um estojo de injeção, e dentro uma seringa de vidro e uma agulha hipodérmica em aço: seu Zé de Santa.

Seu Zé de Santa não era um home mau: ao contrário, era um experiente enfermeiro muito conceituado da nossa cidade, e salvou muitas vidas.

Na cheia de 1967, uma das maiores do Piancó, o governo do Estado distribuiu a famosa “antitetânica” e a milagrosa “Penicilina”. As duas foram aplicadas em “massa” no couro dos moradores dos bairros mais atingidos pelas águas.

Seu Zé de Santa e outros profissionais se desdobraram para aplicar as injeções, principalmente nas crianças.

Ele chegava em sua bicicleta, mandava ferver água para esterilizar os instrumentos, e dava início ao “tirinete”. Os pais seguram as crianças, que estrebuchavam em seus braços, e tome injeção. A agulha hipodérmica mais parecia um raio de bicicleta, entrando couro do “desinfeliz”: chegávamos a ouvir o estralo ao atravessá-lo. Ouvia-se de longe o grito dos moleques, que até parecia seu Godô capando um bacurim.

Nas casas que tinham mais de uma criança para aplicar a maldita injeção, quando o segundo via o sofrimento do irmão saia em disparada pelas ruas, com o pai atrás no encalço. Alguns mais espetos só apareciam em casa à boca da noite, mas, não tinha escapatória: Zé de Santa era impiedosa e no outro dia ele estava de volta para concluir o seu trabalho de tortura.

E era por isso que quando as crianças se recusavam a comer, a mãe se valia de uma estratégia infalível.

― coma, se não eu vou chamar seu Zé de Santa!

Mas, nem tudo era sofrimento: quando o víamos passar em sua bicicleta, já sabíamos que alguém ia gritar de dor. E era divertido olhar pela janela e ouvir a gritaria dos moleques nas garras do velho aplicador de injeção.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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NOTA DO PRESIDENTE DO GPEC – GRUPO PARAIBANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO


SOBRE O ATO DE VANDALISMO NA GROTA DO RIACHO ANGICO QUANDO FORAM, ERRONEAMENTE, RETIRADOS OS SÍMBOLOS QUE HOMENAGEIAM O SOLDADO ADRIÃO, MILITAR, VÍTIMA TOMBADA, MORTA, NA LUTA CONTRA O BANDITISMO EM JULHO DE 1938.


"Falar de repúdio seria um sentimento muito pequeno para os verdadeiros amantes envolvidos de corpo e alma preocupados com a verdadeira história do nosso Nordeste e a cada evento esclarecendo sem cortinas a realidade dos fatos, nunca em hipótese alguma devemos falar (principalmente de cangaço) envolto por fanatismo, o que os verdadeiros estudiosos fazem é com extrema responsabilidade. Portanto se querem nos intimidar vandalizando de maneira tendenciosa não conseguirão. Pois somos fortes e já nos consolidamos como verdadeiros estudiosos comprometidos com o verdadeiro resgate histórico, nós não temos bandido de estimação, sempre respeitamos e nunca afrontamos família de ninguém, mais parece que falar a verdade nesse país incomoda, é principalmente aos acéfalos do conhecimento histórico. Portanto aos robores fanáticos fiquem sabendo que não vão nos calar com atitudes amadoras, pois, sabemos com sabedoria separar o joio e o trigo levando a verdade a público, consequentemente isso incomoda, pois provamos a cada dia que nunca existiu cangaceiro santo. Quem achar que missa, bonequinho de biscuit, quadrilha junina e grupo de xaxado beatífica cangaceiro estão redondamente enganados e devem estudar para conhecer a verdade. Nada contra às artes, folclore, atividades cênicas e romances, mais a realidade histórica é outra. Defendemos a história! Jamais BANDIDOS. A cruz do soldado Adrião foi destruída desafio destruírem nossos conhecimentos."

Narciso Dias
Presidente do GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço
Conselheiro Cariri Cangaço.

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INSTAURAÇÃO DO COMPETENTE INQUÉRITO POLICIAL

Por Dr. Archimedes Marques 

Complementando, confirmo que hoje pela manhã fora entregue ao Secretário da Segurança Pública do Estado de Sergipe, a NOTITIA CRIMINIS, por mim elaborada em três laudas, precedida de outros documentos perfazendo 28 páginas, requerendo a INSTAURAÇÃO DO COMPETENTE INQUÉRITO POLICIAL, inclusive solicitando que seja designado um DELEGADO ESPECIAL para apurar o feito... 

Esperemos, portanto, o resultado da investigação, solicitando a todos que tiverem quaisquer informações que possam ajudar a polícia a descobrir os verdadeiros criminosos desse crime de FURTO e DANO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO que entrem em contato com o endereço do meu e-mail archimedes-marques@bol.com.br

O pesquisador do cangaço Sálvio Siqueira disse o seguinte: 

Parabéns, amigo Archimedes Marques. Esses danos ao Patrimônio Público, não só sobre objetos históricos e homenageadores as personagens históricas sobre o tema Cangaço, mas, na história como um todo, tem que ter um fim. 

Abraço.
Sálvio Siqueira

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/

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DESAPARECEU(?) MAIS UMA CRUZ DA GROTA DO ANGICO...

Por Kydelmir Dantas

E os componentes da irmandade CC Cangaceiros Cariri, e dos Grupos de Pesquisas do Cangaço e da SBEC foram surpreendidos na manhã do dia 28 de julho passado... Não foi a primeira vez que a história dos mortos na Grota do Angico recebeu um ataque à sua memória. No início dos anos 60 do século XX o Capitão João Bezerra chantou nas pedras daquele recanto uma cruz grande com outras 11 em respeito aqueles cangaceiro(a)s mortos no combate das Forças Volantes de Alagoas contra o bando de Lampião. Tempos depois esta cruz foi indevidamente retirada daquele local, em nome de se criar um museu do cangaço e hoje se encontra numa faculdade de Aracaju. 

1 - Colocada por João Bezerra

O ataque à memória do soldado ADRIÃO PEDRO DE SOUZA, com a intenção de ocultar a verdade histórica, também é um ataque aqueles pesquisadores que palmilham a história do cangaço no Nordeste brasileiro, Antonio Vilela, João de Souza Lima, Wilson Seraine Da Silva Filho, Alcino Costa (in memoriam), Antonio Amaury Correia de Araújo e tantos outros. É tentar ocultar que ali morreu um cidadão no cumprimento do seu dever militar e que é uma alma a ser lembrada na Missa do Cangaço.

2 - Colocada por Alcino Costa

As entidades envolvidas devem enviar uma nota de repúdio para que as Câmaras de Vereadores de Piranhas e Poço Redondo as ratifiquem e deveria abrir um BO nas Delegacias de Polícia das duas cidades citadas, além de enviarem ofícios às Secretarias de Segurança dos estados de Alagoas e Sergipe, notificando este absurdo. Nova cruz deverá ser instalada naquele local e esperamos encontrá-la intacta nas próximas Missas do Cangaço.

3 - Colocada por Antônio Vilela e João de Souza Lima

Não será surpresa se as cruzes e a placa colocadas pelo Mestre ALCINO COSTA seja retirada de lá, apenas porque tem os verdadeiros nomes daqueles cangaceiro(a)s que ali pereceram, pois, contraria a vontade de pouco(a)s em preservar a verdade histórica. Esta é minha mensagem de repúdio àquela agressão à História.


Acima, na sequência as imagens encontradas na net, das CRUZES DE ANGICO... 1 - Colocada por João Bezerra; 2 - Colocada por Alcino Costa; 3 - Colocada por Antônio Vilela e João de Souza Lima.


Kydelmir Dantas é poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano.  Filho de Nova Floresta no Estado da Paraíba, mas radicado na cidade de Mossoró. Autor do livro: "Luiz Gonzaga e o Rio Grande do Norte".

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