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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

MOXOTÓ: DESTINO E SINA DO VELHO VAPOR

*Rangel Alves da Costa

Povoado ribeirinho de Bonsucesso, município de Poço Redondo, sertão sergipano. No outro lado, encravado entre as serras, o pequeno arruado alagoano de Belo Monte, o mesmo Belmonte para alguns. Entre os dois, limitando estados e terras, as águas remansosas do São Francisco, o rio da raiz de todo o nascer e viver sertanejo. De leito vasto e opulento antigamente, agora apenas um caudal que de repente ganha vida para no instante seguinte melancolicamente emagrecer.

Nas suas águas, contudo, uma história triste e comovente que se prolonga, ainda com sombras que despontam, desde os tempos idos, desde a segunda dezena do século passado. Quando as águas são muitas e o leito se estende alto de margem a margem, os visitantes sequer imaginam o que jaz sem vida nos escombros aquosos. Mas quando as vazantes chegam, o rio diminui e seus ossos vão ficando à mostra, então surgem os esqueletos e os restos de uma embarcação e sua trágica história: Moxotó! Sim, um pouco mais além do meio do leito, já nas proximidades das ribeiras do Belo Monte, ainda permanecem os restos naufragados do velho Vapor Moxotó. E que história mais instigante!

10 de janeiro de 1917, uma quarta-feira. O percurso da Moxotó, uma embarcação que fazia parte da Companhia Pernambucana de Navegação, na verdade um vapor também conhecido como Chata, era cantado e decantado por toda a região. Ora, o principal meio de transporte. Tinha porto de origem em Penedo, seguia até Propriá, desembocava em direção a Pão de Açúcar e prosseguia até os costados de Piranhas, passando pelas povoações ribeirinhas que se estendiam ao longo das ribeiras do São Francisco.

Naquela tarde de quarta-feira, já com itinerário de retorno, partiu de Piranhas com muitos passageiros, produtos para serem comercializados em outras cidades, fardos e mais fardos de sortimentos, sacos de açúcar, feijão e farinha, além de muitos outros objetos de valor tão costumeiros naqueles tempos áureos e faustosos nas ribeiras e pelos arredores sertanejos, mas também por que muito do que transportava possuía destinação aos grandes centros e até outros países. Até ouro e prataria levava, segundo relatam.


Ao entardecer, retornando de Piranhas, seu último porto no trajeto, a Moxotó singrou as águas do Velho Chico para uma viagem normal, como costumeiramente fazia. Estava lotada de passageiros, amontoada de bagagens, repleta de um tudo. Com destino à cidade alagoana de Pão de Açúcar, para na manhã seguinte seguir até Penedo e Propriá, primeiro aportou na povoação de Curralinho, no atual município de Poço Redondo, no intuito de receber mais passageiros e descer e fazer subir objetos e mercadorias, o que igualmente faria mais adiante, quando chegasse às margens de Bonsucesso, tendo Belo Monte no outro lado.

Como meio de transporte mais utilizado naqueles idos de 1917, a Moxotó acomodava em seus balanços e remansos diversas classes sociais sertanejas e nordestinas, levando e trazendo desde coronéis a pequenos comerciantes e homens da terra. Contudo, o acúmulo de pessoas acabava causando problemas a uma embarcação reconhecidamente frágil perante as águas revoltosas e as verdadeiras armadilhas que se apresentavam a cada avanço do rio. E ante as tempestades, então a situação se tornava verdadeiramente desesperadora. Foi uma situação assim que começou a surgir depois das quatro da tarde, enquanto seguia ao largo do Curralinho. O céu enegreceu, a ventania soprava cada vez mais forte, as águas sacolejavam ante a repentina tormenta.

O medo toma conta de tudo e de todos. As vozes são caladas pelos assombrosos sacolejos que tornavam o frágil vapor como brinquedo de papel dentro de uma banheira agitada. Pedem para que o comandante imediatamente providencie uma parada numa margem qualquer. Mas nenhum efeito surtiram os rogos dos aterrorizados passageiros. A decisão é seguir em frente e baixar as âncoras mais adiante. Já estavam entre o Bonsucesso e o Belo Monte quando a Moxotó não mais suportou as ferozes investidas das águas e sucumbiu entre as vagas então profundas. Neste passo, urge trazer o relato tão dramático quanto emocionante do escritor Etevaldo Amorim, em texto intitulado “O Destino da Moxotó”:

“Seguem-se momentos de pavor. Forma-se de repente um cenário dantesco: gritos, choro, desespero. A água transpõe o convés e invade todo o vão interior. Pânico geral! Passageiros e tripulantes se atropelam em movimentos desordenados. Uns se lançam ao rio em busca de salvação; outros são tragados pelas ondas e sucumbem ao soberbo poder das águas tempestuosas, soçobrando inevitavelmente. Consuma-se a tragédia. A tempestade afinal se aplaca ao cair da noite. Dia seguinte, a notícia se espalha. De Pão de Açúcar, onde a tempestade destelhou casas e derrubou árvores, partiram equipes de busca, coordenadas pelo Capitão Manoel Rego. Trabalho difícil e doloroso que ia revelando, a cada corpo encontrado, a extensão e a gravidade do que ocorrera no morro do Belmonte”.

Quase cem anos depois, eis que de repente uma amiga de Bonsucesso, Quitéria Gomes, me envia algumas fotografias e nestas, tal qual os restos de uma baleia que de repente aparecem nas águas rasas, também os restos da Moxotó. As recentes fotografias demonstram o quanto insepulto continua o velho vapor.

Escritor
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CONVITE AOS AMIGOS

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Não consigo ser feliz na solidão. Gosto de vivenciar momentos felizes no meio de familiares e amigos. Irei comemorar meus 71 anos de vida lançando um livro sobre minhas atividades profissionais. 

Venha contribuir para aumentar minha alegria no dia do lançamento deste livro. Sua presença será meu presente.                        

Livro: "História da Minha Vida Profissional"
Data do Lançamento: 19 de agosto de 2016 (Sexta-feira).                         Horário: 20 horas.                                     
Local: Estande da Editora Sarau das Letras, na Feira do Livro de Mossoró
Endereço: EXPOCENTER / UFERSA  (Av. Jorge Coelho de Andrade)

Benedito Vasconcelos Mendes

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ONTEM E HOJE DE UM BAIRRO MOSSOROENSE NA VISÃO DO CORDELISTA ANTÔNIO FRANCISCO

Por José Romero Araújo Cardoso

Ao Prof. Dr. José Lacerda Alves Felipe, maior geógrafo do Estado do Rio Grande do Norte

Antônio Francisco Teixeira de Melo, sertanejo autêntico, licenciado em História pelo Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), doutor honoris causa pela mesma Instituição de Ensino Superior, mossoroense que vem conquistando o planeta com seus cordéis bem escritos, inteligentemente pensados e articulados, descobriu tardiamente dom apurado para a composição da autêntica literatura popular nordestina.

Antônio Francisco Teixeira de Melo
          
Sua produção cordelista vem açambarcando do imaginário ficcional ao cotidiano, passando pela defesa intransigente da natureza aos detalhes que marcaram e marcam aglomerados humanos em forma de bairro, entre outras inúmeras inspirações importantes.
          
Exemplo da influência exercida por sua infância em sua produção literária, destaca-se importante cordel que integra a Coleção Queima-Bucha por título Um Bairro chamado Lagoa do Mato, cuja apresentação ficou a cargo de Jane Melo, irmã do renomado poeta popular mossoroense.
          
A primeira estrofe destaca que o cordelista nasceu em uma casa de frente para a linha do trem da Estrada de Ferro Mossoró-Sousa, tendo crescido vendo a garça, a marreca e o pato. À tarde o veto nordeste soprava forte, quando o trem apitava, a máquina gemia, soltando faísca de fogo no ar.
          
O bucolismo pretérito do antigo bairro Lagoa do Mato é destacado em cada estrofe, pois o canto do galo, a reposta do peru, o grito do pássaro carão quebrando aruá, o pio da cobra caçando preá, o canto em dueto do sapo com a jia, o balé do aguapé, eram completados com as histórias do avô sobre cabra valente.
          
Em suma, verdadeira representação de comunidades marcadas pela simplicidade, paz e harmonia, distante da agitação que caracterizam centros urbanos sofisticados e marcados pela presença de circuitos superiores que fomentam dinâmicas econômicas que desfiguram manifestações humanas aprazíveis e naturais.
          
A poética contida na forma como a lua entrava na casa do cordelista suscita forçar a memória a fim de buscar lembranças pretéritas acerca de um sertão puro e simples em sua geografia humana, pois coisas corriqueiras que não fazem parte de forma proeminente do cotidiano são enfatizadas, a exemplo do ato de comer melancia com amigos de infância e depois se banhar em uma lagoa ainda não poluída.


O rio Apodi-Mossoró, ainda livre de dejetos nocivos à saúde humana, corria sem pressa, bem perto do bairro Lagoa do Mato. O cordelista e seus amigos, então, aproveitavam para fazer coisas que hoje não integram indelevelmente a vida de crianças mossoroenses, como pescar despreocupadamente traíras e piabas para o almoço. Bastante evitado nos dias de hoje, devido a poluição, poucos se atrevem a consumir peixes que ainda existem no rio que outrora serviu até para a realização de regatas.
          
A poluição grassa célere, afetando significativamente a qualidade de vida das pessoas que habitam as margens do rio Apodi-Mossoró, incidindo impactos ambientais extraordinários que destoam as características naturais originais do curso dágua genuinamente potiguar.
          
Na visão do cordelista Antônio Francisco, hoje tudo é diferente no bairro Lagoa do Mato, pois a lagoa não existe mais, foi assoreada em razão dos interesses do capital e dos descasos da humanidade para com o importante ecossistema. O vento que antes amenizava o calor, conforme o poeta popular, está mais quente, fato corroborado por muitas pesquisas cientificas que apontam o desmatamento como uma das causas do aquecimento do vento nordeste.
          
Os raios da lua não conseguem brilhar, tendo em vista que o império dos neons tirou o romantismo do satélite natural terrestre. Os peixes se perderam debaixo do barro, enquanto o sapo e a jia foram embora, havendo ênfase somente para rosas de plástico.
          
A desativação da Estrada de Ferro Mossoró-Sousa, além de ter tirado inúmeros empregos diretos e indiretos, também trouxe desgosto a muitos moradores potiguares e paraibanos que tinham na velha máquina alento para buscar felicidade tão necessária ao dia-a-dia de todos os seres humano através da incorporação do trem ao sentido das próprias existências. Contemplar a passagem da composição férrea era algo que estava diretamente vinculado às atividades das pessoas nos dois Estados nordestinos.
          
A modernidade, seus efeitos e suas consequências alcançaram o bairro Lagoa do Mato, tirando-lhe a originalidade, mas pelo que foi destacado pelo cordelista Antônio Francisco, ainda há resquícios da cultura popular presente de alguma forma, quando pamonha, canjica, beiju, tapioca e outros coisas que são típicas da produção da nossa gente ainda são comercializados no encantador bairro que viu nascer um dos mais brilhantes representantes da autêntica literatura regional.       

José Romero Araújo Cardoso:
Geógrafo (UFPB). Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB-1996) e em Organização de Arquivos (UFPB - 1997). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2002). Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Geografia/DGE da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais/FAFIC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase à Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: ambientalismo, nordeste, temas regionais. Espeleologia é tema presente em pesquisas. Escritor e articulista cultural. Escreve para diversos jornais, sites e blogs. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP).
Endereço residencial: Rua Raimundo Guilherme, 117 – Quadra 34 – Lote 32 – Conjunto Vingt Rosado – Mossoró – RN – CEP: 59.626-630 – Fones: (84) 9-8738-0646 – (84) 9-9702-3596 – E-mail:romero.cardoso@gmail.com

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CONTRIBUIÇÃO HISTÓRICO-GEOGRÁFICA DE MANOEL TAVARES DE OLIVEIRA PARA O ESTUDO EM CORDEL DAS MUDANÇAS DE TOPÔNIMOS DE MUNICÍPIOS NORTE-RIOGRANDENSES POR: JOSÉ ROMERO ARAÚJO CARDOSO

Por José Romero de Araújo Cardoso

Manoel Tavares de Oliveira (Frutuoso Gomes/RN, 1940 - Mossoró/RN, 2016), legou-nos importantes trabalhos literários, a exemplo de Estrada de Ferro Mossoró-Sousa: Um sonho, uma realidade, uma saudade, publicado pela Coleção Mossoroense, bem como cordéis extremamente articulados e úteis aos estudos regionais, com ênfase ao intitulado Cidades do Rio Grande do Norte que Mudaram de Nomes, o qual integra a Coleção Queima-Bucha.
          
As mudanças de nomes em muitos municípios norte-riograndense fez do Estado um dos que mais usaram desse artificio a fim de implementar homenagens a determinadas personalidades influentes em seus tempos, não obstante topônimos de origens indígenas terem tido destaque no fomento à retirada de agraciamentos à figuras ilustres, casos de Assú e Caicó.
          
Conforme Manoel Tavares em seu interessante cordel, Assú já se chamou Vila Nova da Princesa em homenagem a Carlota Joaquina. Afonso Bezerra, topônimo em consideração ao poeta brilhante, era Carapebas, enquanto Almino Afonso foi Caeira. Alexandria, divisa com o Estado da Paraíba, localizada a dezesseis quilômetros de Santa Cruz, município paraibano situado nos antigos trechos finais da Estrada de Ferro Mossoró – Sousa, teve a denominação de Barriguda e João Pessoa, sendo a primeira devido à serra em formato de mulher grávida e o segundo em tributo ao político paraibano martirizado em 1930.
          
Antônio Martins já se chamou Boa Esperança e Demétrio Lemos. Bento Fernandes já foi Barreto. Caicó já foi pomposamente chamado de Vila do Príncipe. Campo Grande teve uma das mudanças de nome efetivada a fim de homenagear Augusto Severo, um dos pioneiros e mártir da batalha em prol da conquista dos céus, tendo sido chamado ainda de Triunfo. A antiga e primitiva denominação encontra-se vigente.
          
Baía Formosa já teve o nome de Aretipicaba e Carnaubais teve os topônimos de Poço da Lavagem e Santa Luzia.  Ceará-Mirim já se chamou Boca da Mata. Coronel João Pessoa era Baixio de Nazaré. Coronel Ezequiel teve dois topônimos: Melão e Jericó.    Doutor Severiano era Mundo Novo. Encanto já foi Joaquim Correia. Equador teve a denominação de Periquito. Cruz do Espírito Santo foi conhecido como Espírito Santo e Cana Brava, Felipe Guerra foi conhecido primitivamente por Pedra de Abelha, enquanto Florânia já foi Flores.
          
Francisco Dantas já foi Tesoura, Frutuoso Gomes já foi Mumbaça e Mineiro e Governador Dix-sept Rosado, que junto com Marcelino Vieira são os municípios potiguares que possuem maior número de denominações toponímicas, até o presente momento, em um total de quatro, já foi chamado de Passagem do Pedro, São Sebastião e Sebastianópolis. O antigo termo de Passagem do Pedro passou a se chamar Governador Dix-sept Rosado em Julho de 1951, depois que o político e industrial potiguar faleceu em companhia do seu secretariado, além de outras pessoas, trinta e duas ao todo, vítimas de acidente aviatório no Rio do Sal, em Aracaju, capital Sergipana, em 12 de julho de 1951.
          
Ielmo Marinho já foi Poço Limpo. Ipanguaçu, Sacramento, Itaú já teve o nome de Angicos. Jaçanã teve dois topônimos: Flores e Boa Vista. Janduís já foi São Bento do Bufete eGetúlio Vargas. Boa Saúde mudou seu nome para Januário Cicco e depois voltou à denominação primitiva, enquanto Jardim de Angicos era apenas Jardim, mesma denominação de Jardim de Piranhas em épocas passadas.
          
Jardim do Seridó também teve dois topônimos: Vila do Jardim e Conceição do Azevedo. João Câmara teve dois topônimos: Baixa Verde e Matas. Localizado em cima de falhas geológicas, João Câmara ficou conhecida na década de oitenta do século passado como a terra dos terremotos.
           
Marcelino Vieira, como frisado anteriormente, teve três topônimos antes da atual denominação toponímica: Passagem do Freijó, Vitória e Panatis. Lajes se chamou Itaretama e Macaíba foi conhecida por Povoação do Coité.
          
Martins já foi Maioridade e Imperatriz, ambos adotados em homenagem à nobreza. Maioridade em razão que Dom Pedro II só foi coroado Monarca graças a uma estratégia que lhe garantiu o poder, a qual ficou conhecida como Golpe da Maioridade.
          
José da Penha já foi Mata. Monte Alegre, Monte das Gameleiras. Messias Targino já foi Junco. Nísia Floresta teve dois topônimos: Vila Parary e Vila Papary. Nova Cruz já foi Anta Esfolada. Ouro Branco já foi Espírito Santo. Ruy Barbosa já foi Olho D´água. Parnamirim já foi Eduardo Gomes, em homenagem ao oficial da aeronáutica que disputou com o General Dutra a Presidência da República. Pedro Velho teve duas denominações: Cuitezeiros e Vila Nova. Pendências já foi Independência e Raul Fernandes já se chamou Varzinha.
          
Rodolfo Fernandes já foi São José dos Gatos. Santana do Matos já foi Santana do Pé da Serra. São Rafael já foi chamado Caiçara. São Francisco do Oeste já foi Salamandra. São José de Mipibu já foi São José do Rio Grande. Umarizal teve duas denominações toponímicas:Gavião e Divinópolis, enquanto São Miguel do Gostoso já foi São Miguel de Touros.
          
Santo Antônio já foi Salto da Onça. Hoje é Santo Antônio do Salto da Onça. São Tomé já foi chamada de Santa Teresa. São Gonçalo do Amarante já foi Felipe Camarão. São José do Seridó já foi Povoação da Bonita. São Vicente já foi Saco da Luzia. Severiano Melo se chamou Bom Lugar. Senador Eloy de Sousa já foi Caiada de Baixo. Rafael Godeiro já foi Várzea da Caatinga. Upanema teve dois topônimos: Curral da Várzea e Rua da Palha.
          
Baraúna já teve a denominação de Xavier Fernandes. Serra Caiada já se chamou Presidente Juscelino, enquanto Santa Cruz do Inharé, localizada na zona do Trairi, já foi chamada de Santa Rita da Cachoeira.
          
Manoel Tavares não citou que a própria capital norte-riograndense, em um certo período, quando do domínio holandês no Nordeste Brasileiro (1630 - 1654), teve a denominação de Nova Amsterdã, em homenagem à capital batava. Esse topônimo também foi lembrado por judeus de origem brasileira, quando da fixação na costa nordeste dos atuais Estados Unidos, para a primitiva denominação da contemporânea cidade de Nova York.
          
Também não há citações aos primitivos topônimos de municípios potiguares como: Tenente Ananias (Ipueira e Bom Jesus do Passo), Luiz Gomes (Serra do Senhor Bom Jesus), Senador Georgino Avelino (Surubajá, ou lugar de muito peixe bagre, em tupi-guarani) e São Fernando (Pascoal). Nos refrão final, o autor deixa claro: Muitos foram os dias a pesquisar/ Trabalhando para fazer este trabalho/ Observei mas não sei se ficou falho/ Levo agora pra você examinar/ Inclusive vocês vão me ajudar/ Verificar o que houve de errado/ Encontrando me dê o resultado/ Indicando a falha que encontrou/ Registrando o ponto que falhou/ Ajude-me que fico gratificado.
          
Importante trabalho inserido no gênero literário cordel, de cunho histórico-geográfico, o legado cultural adaptado ao livro de bolso do Nordestino, de autoria do saudoso Manoel Tavares, destaca-se por subsidiar o conhecimento e o estudo de muitos dos antigos topônimos de municípios pertencentes ao Estado do Rio Grande do Norte, sendo plenamente aconselhável uso em sala de aula.

José Romero Araújo Cardoso:
Geógrafo (UFPB). Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB-1996) e em Organização de Arquivos (UFPB - 1997). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2002). Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Geografia/DGE da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais/FAFIC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase à Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: ambientalismo, nordeste, temas regionais. Espeleologia é tema presente em pesquisas. Escritor e articulista cultural. Escreve para diversos jornais, sites e blogs. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP).
Endereço residencial: Rua Raimundo Guilherme, 117 – Quadra 34 – Lote 32 – Conjunto Vingt Rosado – Mossoró – RN – CEP: 59.626-630 – Fones: (84) 9-8738-0646 – (84) 9-9702-3596 – E-mail:romero.cardoso@gmail.com

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ASCRIM/PRESIDENCIA OF. Nº 167/2016– FRASE FOPHPM”


PREZADOS SENHORES INTEGRANTES DA COFOPHPM,

(ORDEM ALFABÉTICA).: BENEDITO VASCONCELOS MENDES, ELDER HERONILDES DA SILVA, FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO, GERALDO MAIA DO NASCIMENTO, JOSÉ ROMERO ARAÚJO CARDOSO, LEMUEL RODRIGUES DA SILVA, MILTON MARQUES MEDEIROS, RICARDO LOPES, TANIAMÁ VIERA DA SILVA BARRETO E WILSON BEZERRA MOURA(COORDENADOR DA COFOPHPM),  

REF. EXPEDIENTE ASCRIM/PRESIDENCIA OF. Nº 165/2016– FRASE FOPHPM”, DE MOSSORÓ (RN), DE 28 DE JULHO DE 2016.

CONFORME ANUNCIADO, EM NOSSA CONVOCAÇÃO E CONVITE PARA AGE Nº 06B, EM 28.07.2016, CADA UM DOS SENHORES LEU SUA “FRASE ENFOCANDO A TEMÁTICA DO FOPHPM”:

 “GRUPO DAS FRASES ENFOCANDO A TEMÁTICA DO FOPHPM” 

=FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO: “EXTASIO-ME ANTE A CAPACIDADE VELOZ DA LITERÁCIA DOS ESCRITORES MOSSOROENSES, LUZÍDIO QUE DESCORTINA ANTIGOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS COMO DIAGNÓSTICO DE NOVAS PERSPECTIVAS ÀS MUDANÇAS SOCIAIS E AOS EMPREENDIMENTOS CULTURAIS”. (08.MAR.2016).

=BENEDITO VASCONCELOS MENDES: "Os missionários carmelitas, que ajudaram a fundar Mossoró, foram testemunhas oculares da miscigenação genética das três etnias que viviam no sertão nordestino (branca, tapuia é negra). Presenciaram a mistura das culturas europeia, africana e indígena na formação cultural dos mossoroenses” (28.07.2016)

=ELDER HERONILDES DA SILVA: ”Proferiu a frase, de improviso, por ocasião dos “ATOS SOLENES DA ASCRIM” na AGE 06B, no dia 28.07.2016. A mídia gravada pela TCM será anexada a ESTE GRUPO DAS FRASES.”

=GERALDO MAIA: ”Proferiu a frase, de improviso, por ocasião dos “ATOS SOLENES DA ASCRIM” na AGE 06B, no dia 28.07.2016. A mídia gravada pela TCM será anexada a ESTE GRUPO DAS FRASES.”

=JOSÉ ROMERO ARAÚJO CARDOSO: “Terra dos Monxorós, colonizada inicialmente por Religiosos Carmelitas, relicário de grandes e sagradas causas humanas guiadas pelo estoicismo de sua gente impávida e guerreira.” (26.07.2016).

=LEMUEL RODRIGUES DA SILVA:

=MILTON MARQUES MEDEIROS: ”Proferiu a frase, de improviso, por ocasião dos “ATOS SOLENES DA ASCRIM” na AGE 06B, no dia 28.07.2016. A mídia gravada pela TCM será anexada a ESTE GRUPO DAS FRASES.”

=RICARDO LOPES: Embora não seja escritor, deixou o seu LIVRO, “LEGADO”, DE FOTOS, NA SUA VISÃO, ENFOCANDO A TEMÁTICA DO FOPHPM” por ocasião dos “ATOS SOLENES DA ASCRIM” na AGE 06B, no dia 28.07.2016.

=TANIAMÁ VIERA DA SILVA BARRETO: “Interpelo: Mossoró, tu que és a curva do significado da história de luta do seu bravio povo, qual é o ponto de conexão da sua verdadeira origem com os labirintos imaginários dos seus historiadores? Seriam os traçados geodésicos das suas revoluções cartográficas? Ou as marcas lineares e compactas dos dizeres euclidianos? Estas são indagações que me inquietam e aguçam minhas incertezas sobre o(s) significado(s) da historiografia do povoamento de Mossoró. Contudo, sou adepta do pensamento de F. Roosevelt: “Sempre que te perguntarem se podes fazer um trabalho, responde que sim e te ponhas em seguida a aprender como se faz”. Estou compondo o Forum Permanente da Historiografia da Origem e Continuidade do Povoamento de Mossoró, aprendendo como se faz. ”(27.07.2016).

=WILSON BEZERRA DE MOURA (COORDENADOR DA COFOPHPM):" BEM SABEMOS QUE A HISTÓRIA DESCREVE OS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS HUMANOS, ATRAVÉS DOS QUAIS SÃO ESTABELECIDOS PARÂMETRO SOBRE FUNDADORES, POVOADORES PRIMITIVOS DA REGIÃO DE MOSSORÓ. A HISTORIOGRAFIA DE UM POVO O GRAU DE DESENVOLVIMENTO POLITICO, ECONÔMICO, RELIGIOSO E SOCIAL, É O QUE VISA O FORUM PERMANENTE COSTITUTIDO PELA ASCRIM, SOBRE A FUNDAÇÃO E CONTINUIDADE DO POVOAMENTO DE MOSSORÓ PARA APURAR O FATO DETERMINANTE DA HISTÓRIA."(27.07.2016).

SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO, PRESIDENTE DA ASCRIM

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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HISTÓRIAS SOBRE CANGACEIROS

https://www.youtube.com/watch?v=9YYk6buniKU

Sinhô Pereira: o Cangaço e o ciclo de vinganças familiares

Publicado em 2 de set de 2013
O pesquisador Rostand Medeiros conta quem foi Sinhô Pereira, um dos pioneiros do Cangaço. Ele deixou o movimento em 1922 quando conseguiu vingar a morte de seu pai. Outros chefes de bando, como Lampião, também entraram para o Cangaço pelo mesmo motivo.
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https://www.youtube.com/watch?v=uxKiIZnRvto

Zé Baiano e Lídia: uma história de amor sem final feliz

Publicado em 2 de set de 2013
João de Sousa Lima, escritor e pesquisador do Cangaço, mostra o que restou da casa de Lídia, considerada uma das mais belas mulheres do movimento. Ela entrou para o Cangaço para seguir o violento bandoleiro Zé Baiano, por quem se apaixonou. Mas a história não teve um final feliz.

A Rota do Cangaço - Caminhos da Reportagem - TV Brasil
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Vídeos de origem

Acervo Aderbal Nogueira
https://www.youtube.com/watch?v=Ttha_9p7aKo

Entrevista Sila, no programa da Sílvia Popovic
Publicado em 23 de abr de 2014
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MAIS REPORTAGENS FOTOGRÁFICAS DESTA VEZ PELO JORNAL ANOITE DO RIO DE JANEIRO.























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AS CRUZES DAS CRUZES NA MISTERIOSA GROTA DO ANGICO

Por Archimedes Marques

Confirmando o que bem disse o inesquecível amigo pesquisador e historiador do cangaço, Alcino Alves Costa, OS MISTÉRIOS DE ANGICO parecem ser continuados e eternos: Dias atrás surgiu mais um dos capítulos dessa MISTERIOSA TERRA que em 28 de julho de 1938 ficou coalhada de sangue dos cangaceiros Lampião, Maria Bonita e mais nove companheiros, além do soldado Adrião Pedro de Sousa, o único que tombou EM ESTRITO CUMPRIMENTO DO SEU DEVER LEGAL... 


E foi justamente desse bravo soldado que morreu em combate que fora VILIPENDIADA A SUA MEMÓRIA, um vilipendio sem precedente vez que MISTERIOSAMENTE a única homenagem a ele existente fora COVARDEMENTE arrancada e dada como desaparecida do local da sua morte...


Mas o COVARDE ULTRAJE, na verdade um CRIME de FURTO, um CRIME de DANO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO, capitulados nos artigos 155 e 163 do Código Penal, não foi somente contra a memória do bravo soldado Adrião, não foi também fato isolado contra o valoroso ato do amigo/irmão pesquisador e escritor, ANTONIO VILELA que em comum acordo com os MOVIMENTOS e GRUPOS DE ESTUDOS DO CANGAÇO afixou em 01/03/2012 uma Placa de Bronze e Cruz a esse HOMEM DA LEI na mesma área em que há Placa e Cruzes aos citados bandoleiros, sem dúvida, foi um ATO AVILTANTE E CRIMINOSO CONTRA TODOS NÓS NORDESTINOS, CONTRA OS SOFRIDOS SERTANEJOS DE OUTRORA E SEUS SUCESSORES QUE VIVENCIARAM ESSA SAGA, CONTRA TODOS NÓS PESQUISADORES E ESTUDIOSOS DO CANGAÇO e CONTRA A PRÓPRIA HISTÓRIA, vez que com essa tentativa de apagar a memória desse policial, apaga-se também a sua história pouco conhecida...



Assim, no meu entender, do mesmo jeito que se deve preservar o local da morte de LAMPIÃO e seus asseclas com todas as homenagens pertinentes, também deve ser preservada a memória do soldado ADRIÃO PEDRO DE SOUSA.


Bem verdade é que não posso e nem devo ser leviano para acusar ou suspeitar de A ou B como praticante de tais crimes, entretanto, a própria história pede passagem, aliada aos homens de bem que fazem parte deste torrão, para solicitar que a JUSTIÇA SEJA FEITA. 




Desse modo, indignado como historiador e surpreso com homem da lei, na qualidade de Delegado de Polícia no Estado de Sergipe, não poderia e não posso em hipótese alguma ficar omisso, cometer o delito de prevaricação, ao tomar ciência de um crime e não requerer as providencias legais para a sua devida apuração, razão pela qual, OFICIALIZAREI AO SENHOR SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DE SERGIPE encaminhando este texto e a NOTA DE REPÚDIO do Cariri Cangaço e demais Grupos de Estudo do Cangaço, bem como das matérias jornalísticas pertinentes para que o mesmo designe um Delegado Especial para presidir a investigação, vez que a área não é da minha circunscrição, e enfim se instaure o competente Inquérito Policial e se chegue aos verdadeiros responsáveis por tamanho VILIPENDIO, doa a quem doer, sob pena de que “SE A MODA PEGAR” termos que colocar outras CRUZES ENTERRANDO AS CRUZES DA MISTERIOSA GROTA DO ANGICO.

Aracaju, 01 de agosto de 2016.
Archimedes Marques
Historiador/ Delegado de Polícia em Sergipe.

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ANTES E DEPOIS - ANTIGO CASARÃO QUE FOI DO PAI DE JERÔNIMO ROSADO EM PONBAL


ANTES E DEPOIS.

Antigo casarão que foi do pai de Jerônimo Rosado (Jerônimo Ribeiro Rosado) junto à casa que foi de Idelfonso Leite, no centro no comercial de Pombal. Com a expansão do comércio, foram demolidas para construção de lojas. Restou a lembrança nas fotografias.

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Jerônimo Rosado

Para quem não sabe Jerônimo Rosado era o pai da família numerada de Mossoró-RN - (família ROSADO). Ele foi prefeito de Mossoró e faleceu no dia 25 de novembro de 1930. 

Jerônimo Rosado teve 21 filhos de dois casamentos, sendo três do primeiro, com dona Maria Amélia Henrique Maia e 18 do segundo, com dona Isaura, irmã de dona Maria Amélia. Nascido em Pombal, na Paraíba, a 8 de dezembro de 1861, sendo filho legítimo do português Jerônimo Ribeiro Rosado e da paraibana Vicência Maria da Conceição. Órfão de pai aos 10 anos de idade, foi morar em Catolé do Rocha, também na Paraíba. Fez o curso de Humanidades na capital do Estado, ingressando em 1886 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se diplomou em Farmácia dois anos depois. Foi prefeito de Mossoró em 1917.

Homem de temperamento calmo, tornava-se feroz quando o assunto era o abastecimento d'água de Mossoró. Era quase uma obsessão. Passou anos observando o horizonte, medindo as chuvas e tomando notas. Sabia da necessidade de água da cidade. Sua preocupação máxima era dotar Mossoró de um sistema eficiente de abastecimento d'água potável. O primeiro passo dessa luta foi à construção das barragens submersíveis no rio Mossoró. Mas não era suficiente para uma cidade que crescia a olhos vivos. Precisava de mais água. Idealizou então o Açude Taboleiro Grande, por entender que o abastecimento da cidade só poderia ter por fonte um grande reservatório. Não conseguiu ver seu sonho realizado, mas sua luta não foi em vão. Em maio 1999, o governo do Estado do Rio Grande do Norte, tendo à frente o governador Garibaldi Alves Filho, entrega a Mossoró uma adutora, que trazendo água do rio Assu, abastece finalmente Mossoró do precioso líquido, que custou a importância de 40 milhões, com uma extensão de 123.40 quilômetros, com uma vazão de 373 litros por segundo. E muito justamente homenageia o homem que mais lutou pela "Batalha da Água" de Mossoró, denominando a obra de "Adutora Jerônimo Rosado". - (http://jotaemeshon-saaguarn.blogspot.com.br/);


Em 20 de março de 1952 dava-se o falecimento da respeitável Isaura Rosado Maia, viúva do Farmacêutico Jerônimo Rosado.
               
D. Isaura nasceu em Catolé do rocha (Paraíba), a 11 de maio de 1876, matrimoniando-se com o Farmacêutico Jerônimo Rosado por morte da primeira esposa deste, sua irmã.
               
Era uma senhora de prendadas virtudes, sendo sua morte bastante deplorada nos círculos sociais mossoroenses onde radicava grande amizade. (blogdogemaia). 

Verneck Abrantes

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

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