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sábado, 11 de junho de 2016

ALGODÃO-DOCE E O PESTE

 Por Clerisvaldo B. Chagas, 11 de junho de 2016 Crônica Nº 1.530

Saindo de casa fui surpreendido por uma presepada. Presepada era o termo que usávamos para algo inédito. Um ruído constante e repetitivo incomodava. Foi quando avistei vindo ao meu encontro, uma coisa que lembrava os tempos de criança. Um vendedor de algodão-doce. Não era naquele carrinho em que o produto é feito à vista do cliente, rodando uma manivela e surgindo o emaranhado do algodão, o céu da criançada.

Foto:(gideonimaran).

Esse vendedor vinha com uma vara às costas, onde pedaços de algodão-doce estavam pendurados, como os vendedores faziam transportando galinhas. O rapaz, no sol quente, usava chapéu de palha e mantinha uma cara sem sorrisos. Foi aí que descobri uma espécie de megafone automático, de pilha, com repetição constante e curta: olhe o algodão-doce! Olhe o algodão-doce! Olhe o algodão-doce!... Aquele barulho chato, cabuloso, irritante, poupava a voz do indivíduo, sem dúvida. Mas freguês nenhum tinha prazer em ouvir a geringonça pendurada no pescoço do vendedor. Imaginemos o produto descoberto, sujeito às moscas, à poeira e o sol o dia inteiro, para terminar no bucho das crianças!

Hoje, até cegos e aleijados usam as novas tecnologias para pedir esmola. O barulho incomoda terrivelmente e, ainda mais quando se mistura a outros sons sem controles, no Comércio.

Até que o vendedor poderia ser muito útil, se usasse aquela porcaria para rodear por meia hora o golpista, traidor e safado que em breve pagará o que fez.

FORA FIO DA PESTE! Ainda gritaria o vendedor de algodão-doce no seu pé de ouvido! 

* a foto não é a do meu vendedor.


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O AMOR É TUDO

*Rangel Alves da Costa 

Amor, amor, amor. Uma palavra demasiadamente conhecida e pronunciada ou a essência da vida em seu nome? Amor, amor, amor. Um sentido de afeto, de fraternidade, de união, de enlace, de comunhão, de compartilhamento, ou a expressão real de tudo isso quando gestado no ser de forma verdadeira?

O amor é tudo. Ninguém vive sem amor, ninguém existe sem amar, ninguém pode fugir do seu abraço e do seu afago. O amor humano, entre pessoas, mas também o amor perante outros seres. Zezé amava seu pé de laranja lima, a bela Remédios amava as borboletas que entrava sobre sua janela e ficavam esvoaçando sobre sua cabeça.

Diz o poeta que João amava Teresa, que amava Raimundo, que amava Maria... Já outro poeta diz que o amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. Como arremate, ainda outro diz que quero vivê-lo em cada vão momento, e em seu louvor hei de espalhar meu canto, e rir meu riso e derramar meu pranto, ao seu pesar ou seu contentamento.

Drummond, Camões, Vinícius, três poetas, três feições de amor em versos. Mas também o amor nas cartinhas com letras trêmulas, nos bilhetinhos rimando amor com dor, nos beijos lançados à ventania, nos corações desenhados nos troncos dos arvoredos. Ai aquele amor parecendo impossível, e por isso mesmo mais amado, mais querido, mais desejado. E também aquele amor tão insistente em amar que nem a distância diminui a certeza no coração.

Amar os pais, amar os irmãos, amar a família. Amar o próximo, amar até o desconhecido, pois tudo amor sempre retribuído com mais amor. Amar o pobre, o desvalido, o excluído, aquele que nem todos recordam da existência. A este humilde um amor redobrado, pois um afeto tamanho que depois de usufruído possa ser recompensado. E não há retribuição maior do que saber que o outro valoriza o sentir-se amado.


Não há coração que desconheça a força do amor, que não tenha necessidade de amar e ser amado. O silencioso intimamente implora, grita, pede. O entristecido busca encontrar a alegria no seu encontro. Não há olhar que não se encante com as singelas belezas da vida, com uma flor, um alvorecer, um pôr do sol, e em tudo uma demonstração dessa força atraente que somente o amor possui.

Por que o garoto pula o muro para roubar a flor, pula o quintal para afanar goiaba madura, atira bilhetinhos pela janela, escreve nomes ao vento? Por amor. Por que o olhar não se cansa de olhar os velhos retratos na parede, com aquelas feições que também são as suas? Por amor. Por que a lágrima no adeus, na despedida, no luto e por toda a vida, depois da partida de uma pessoa? Por amor.

Tudo por amor porque o amor é tudo. Ama-se a Deus pela fé, pela obediência, pelo que serve de alimento no templo erguido no coração. Ama-se outra pessoa pela confiança, pela necessidade de compartilhamento das coisas boas da vida. Ama-se o filho, o neto, o bisneto e toda a geração familiar, porque o amor é raiz que necessita ser fortalecida com a mesma seiva do primeiro pai ao último filho.

A expressão máxima do amor está no primeiro livro de Coríntios, capítulo 13: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta...

Eu amo. Amo a mim e amo a você. Não viveria sem amar o mundo, a vida, o meu sertão, os meus conterrâneos. Não sei o tamanho do amor. Só sei que é imenso.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO

Por Luiz Serra Novo trecho

Previsão de lançamento: última semana de julho! Outubro Edições (Clara Arreguy).

Espaço cultural do Restaurante Xique-Xique, SQS107, Brasília.

PERSONAGEM QUE VIROU TEMA DE MÚSICA DE LUIZ GONZAGA: CORONEL MARCOLINO de Patos de Irerê, Paraíba (trecho).

CORONÉIS SERTANEJO DOS ANOS VINTE VIVIAM SOB FOGO CRUZADO (ENTRE ELES E) DE CANGACEIROS!

“Nesse tempo conturbativo (do cangaço de Lampião), o então presidente (governador da Paraíba) João Suassuna sustentava o apoio ao coronel José Pereira.


O governante da Paraíba no início de 1925, a pedido do amigo coronel José Pereira, fez estabelecer um posto da força policial em Princesa Isabel, com objetivo de dar combate ao bando de Lampião e seus seguidores. O coronel José Pereira apoiou, executando obras para a sede do que se tornou o 2º Batalhão da Polícia Militar na cidade promissora, limítrofe com Pernambuco. Alguns policiais da Paraíba, como os capitães Manoel Benício e Francisco de Oliveira, entre outros, compunham a força. Também em colaboração com o governo do estado vizinho, chegaram os melhores quadros daquela força policial.

Para inicialmente reforçar o pequeno contingente do batalhão, o coronel Zé Pereira recrutou grande número de jagunços e civis, elevando a tropa consideravelmente. De Princesa partiam as forças volantes em direção a Cajazeiras, Piancó e outros povoados da Paraíba, além de Flores, Triunfo, Vila Bela e circunvizinhança, em Pernambuco.

O médico Aloysio Pereira, filho de José Pereira, em artigo de 1984, intitulado "A chama ainda acesa", edição especial de União, Paraíba, revelou a insatisfação da sua família que, “por circunstâncias singulares, chegou (anos antes) a dar teto algumas vezes a Lampião”.

Os combates ocorridos entre a Paraíba e Pernambuco, apesar do revés das forças na Serra Grande, de resto, foram devastadores para o bando de Lampião, com a morte do irmão Livino e do companheiro perfilhado Sabino Gomes, além do trágico acidente com o irmão Antônio, e o quase fim do próprio Lampião, que agonizou por mais de uma semana com uma bala no pé. 

• Essa tal batalha da Serra Grande fez a fama de Lampião como guerreiro: 70 cangaceiros entrincheirados em um morro venceram uma ruma de volantes que totalizavam 300 homens armados... que se puseram em fuga!!

No artigo para a revista União, Aloysio Pereira deixou ainda registrado que os chefes das forças volantes solicitavam ao seu pai, coronel José Pereira, instruções de como deveriam dar início à missão de perseguir Lampião.

Para se ter ideia do nível de perturbação trazido pelo chefe cangaceiro, certa manhã chegou a informação de que o cangaceiro estaria homiziado no vilarejo de Patos de Princesa, hoje Irerê, ainda protegido por Marcolino Pereira Diniz, cunhado do coronel Zé Pereira, o que provocou esta resposta mordaz do coronel:

Se é verdade esta notícia, e se vocês surpreenderem Lampião debaixo da cama de Marcolino, atirem primeiro neste.

Aloysio Pereira, A União, edição IV Centenário, 1984, pág.19

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LIVROS DO ESCRITOR GILMAR TEIXEIRA


Dia 27 de julho de 2015, na cidade de Piranhas, no Estado de Alagoas, no "CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015", aconteceu o lançamento do mais novo livro do escritor e pesquisador do cangaço Gilmar Teixeira, com o título: "PIRANHAS NO TEMPO DO CANGAÇO". 

Para adquiri-lo entre em contato com o autor através deste e-mail: 
gilmar.ts@hotmail.com


SERVIÇO – Livro: Quem Matou Delmiro Gouveia?
Autor: Gilmar Teixeira
Edição do autor
152 págs.
Contato para aquisição

gilmar.ts@hotmail.com
Valor: R$ 30,00 + R$ 5,00 (Frete simples)
Total R$ 35,00

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O CANGAÇO NA LITERATURA DE CORDEL...

Por Kydelmir Dantas

Esta é uma palestra que fizemos em 1997, no V Fórum do Cangaço, em Mossoró, e que gerou uma plaqueta publicada pela Coleção Mossoroense. Estamos preparando uma 2ª edição, revista, ampliada e atualizada, onde listamos mais de 1000 títulos de cordéis cujo tema versa sobre o Cangaço. Eis a capa da 1ª edição. A quem interessar possa, disponibilizamos em pdf, ao preço da amizade.

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