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sexta-feira, 27 de maio de 2016

VEM AÍ A I CORRIDA DE SÃO SEVERINO; VEJA COMO PARTICIPAR


HOMENAGEM AO PROFESSOR JERÔNIMO VINGT-UN ROSADO MAIA
REGULAMENTO
I – Do Evento e seus Objetivos
Art. 1º – A 1ª CORRIDA DE SÃO SEVERINO do Parque Cultural “O Rei do Baião”, será realizada no dia 19 de agosto de 2016, na Fazenda São Francisco, município de São João do Rio do Peixe-PB.
Art. 2º – A Corrida será iniciada às 16h00, na cidade de São João do Rio do Peixe, sendo encerrada na entrada do Parque Cultural.
Art. 3º – A Comissão Organizadora da Corrida oferecerá a seguinte premiação:
1º Lugar – 1.000,00 (um mil reais)
2º Lugar – 400,00 (quatrocentos reais)
3º Lugar – 300,00 (trezentos reais)
4º Lugar – 200,00 (duzentos reais)
5º Lugar – 100,00 (cem reais)

Art. 4º – A Coordenação da Corrida dará apoio integral aos participantes com a presença de membros da polícia militar e equipe médica durante o trajeto.
Art. 5º – As inscrições poderão ser realizadas até o dia 14 de agosto com a Comissão Organizadora, formada pelos membros da Diretoria do Parque: Sebasto Luiz, Assis de Cândida e Jaelson Furtado.

Art. 6º – Informações pelos telefones: (83) 99615-7942 / (83) 99379-1893, Pelos e-mails: chicocardoso.caldeirao@gmail.com / chicocardosocz@yahoo.com.br
Fazenda São Francisco, 25 de maio de 2016.
Francisco Alves Cardoso
Presidente do Parque Cultural “O Rei do Baião”



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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DEPOIMENTOS - LAMPIÃO E CANGAÇO

https://www.youtube.com/watch?v=ajdmpHiZKso

Publicado em 4 de dezembro de 2012

Depoimentos colhidos entre 1997 e 1998.

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NO DIA 23 DE MAIO DESTE, A EX-CANGACEIRA DULCE MENEZES ANIVERSARIOU.

Por José Mendes Pereira

Eu lamento muito por não ter percebido que a ex-cangaceira do bando do rei Lampião, dona Dulce Menezes, ex-companheira do cangaceiro Criança, aniversariou no dia 23 de maio de 2016, completando 93 anos, data em que eu também completo mais um ano de vida. 

Ao centro a cangaceira Dulce, ao seu lado esquerdo Criança

Segundo os pesquisadores e escritores dona Dulce Menezes é a única que está viva de todos os homens e mulheres que participaram do movimento social de cangaceiros. 

LEIA O QUE ESCREVEU O SEU GENRO TIÃO RUAS

A CANGACEIRA DULCE MENEZES
Por Ruas Menezes Ruas

Martha filha da cangaceira Dulce e o genro Tião Ruas

Olá!

Sou Tião Ruas, casado com Martha, filha de Dulce. Fui o responsável pela reportagem feita pela Record, no dia 1º de maio deste, sobre ela.

Sou Professor de História, poeta e compositor. Vivi minha infância dentro da casa de dona Dulce, com os filhos dela.

Senti-me no dever de resgatar para o Brasil, a história de Dulce Menezes dos Santos, e colocá-la como mito vivo da tragédia de Angicos. 

A verdadeira história dela, após Angico, é Jordânia, onde residiu e criou seus filhos com seu marido João Anastácio Filho (Jacó). Criança, é outra história. Falo com ela sempre. Está vivinha da silva, tá? Rsrsrsrs!

Abraços.
Fonte: facebook

Pouco se sabe sobre Dulce, uma bela moça nascida em Sergipe e que conseguiu escapar da morte em Angico. A exemplo das demais contribuiu para amenizar a violência do bando, sendo a fiel companheira, enfrentando perigo, fome, sede e demais sofrimentos nas caatingas em pé de igualdade com os homens. Ela ainda está viva e provavelmente morando em São Paulo. Com a idade avançada, as recordações devem ser mínimas. Dulce, já foi personagem aqui, mas retorna devido à informação de que ela está viva. A única viva, assim como a história do Cangaço.

Dulce é exemplo de que o Cangaço lateja, para inquietação de alguns e que pede um maior estudo e não suposições. História se faz com fatos, documentos.

A história do Cangaço está a dever a verdadeira importância da mulher nesse movimento que durou anos seguidos em todo Nordeste sendo odiado e temido por uns e aplaudido por tantos. A contradição ainda há.

Se, o cangaceiro ainda é enquadrado como bandido (76 anos depois da morte de Lampião), a mulher dele, não passa de uma bandida, bandoleira e até criminosa.

Elas chegaram a somar 40, após 1936, já nos últimos anos. Mas poucas ficaram famosas. Existiram aquelas que, mesmo no anonimato, tiveram importância reconhecida pelos historiadores. É o caso de Dulce, a doce a segunda companheira de Criança. Assim era chamado João, que entrou no bando quase menino…

Reconstruir essas vidas, a exemplo de Dulce, é uma tarefa quase impossível diante da ausência de informações, como era o costume da época que nada registrou. Mesmo que se restaure o passado, a história não será a mesma. Esse tributo à mulher cangaceira ainda está por vir.

Fonte: http://www.mulheresdocangaco.com.br/dulce-ainda-vive/

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O PÁSSARO CARÃO VOLTOU A CANTAR NO SEMIÁRIDO NORDESTINO!

Artigo de João Suassuna

Saga da Transposição do Rio São Francisco - Artigo 77 - 10/06/2009

[EcoDebate] Fazemos parte de um movimento social em defesa do rio São Francisco e contra a transposição, projeto este que, infelizmente, já se encontra em fase de implantação pelo governo federal e cujos impactos no bioma da Caatinga são danosos e bastante conhecidos por todos que habitam a região.

Muitos ambientalistas que têm acompanhado o nosso trabalho o têm comparado à saga dos seguidores de Antônio Conselheiro na defesa do Arraial de Canudos – ocorrida no sertão baiano, no final do século XIX, entre o Exército da República e um movimento popular de fundo sócio-religioso – confronto cujos resultados ficaram marcados na história pela insistência e devoção do povo sertanejo na defesa de uma causa, a qual julgavam justa.

Guardadas as devidas proporções com o que ocorreu em Canudos, o nosso trabalho tem sido marcado na realidade pela defesa incessante da vida do Velho Chico, embora entendamos ser uma luta desigual, tendo em vista a interrupção do diálogo, pelas autoridades, acerca das questões técnicas inerentes ao projeto, dando a entender que a disputa, doravante, é por recursos financeiros, conforme bem definido pelo secretário de recursos hídricos de Pernambuco, em evento realizado no Recife, em novembro de 2007.

Não é para menos, pois há uma estimativa de investimentos na região, nos próximos 25 anos, via esse projeto, da ordem de R$ 20 bilhões. Esse é um volume de recursos expressivo, o suficiente para eleger um presidente da república e ainda por cima fazer o seu sucessor. Atualmente, o projeto está sendo implantado a todo custo, embora com a nossa discordância, pois entendemos que o mesmo é desnecessário, tendo em vista à existência de água na região semiárida em volumes suficientes ao atendimento das necessidades de toda sua população, faltando-lhe, apenas e tão somente, a efetivação de uma política específica para nortear o uso desse recurso de forma a mais racional possível.

As autoridades insistem em afirmar que o percentual volumétrico a ser retirado do rio é muito pequeno (cerca de 1,4%) se comparado com a sua vazão média (cerca de 2.800 m³/s). Entretanto, entendemos que elas estão equivocadas ao tratarem essa questão sob esse prisma, tendo em vista não levarem em consideração o volume alocável existente no rio (cerca de 360 m³/s) e a parte que já foi outorgada (cerca de 335 m³/s), resultando desse balanço um volume de apenas 25 m³/s, conforme comentado por nós em artigo da Carta Maior, em 2004. Além do mais, se levarmos em consideração o volume médio de 65 m³/s e o volume máximo de até 127 m³/s demandados pelo projeto, estes significam 25% e 47% do volume alocável do rio, respectivamente, portanto percentuais bem mais expressivos do que aquele de 1,4% informado pelas autoridades.

Divergências à parte, se as autoridades entendem que 1,4 % é um percentual pequeno a ser retirado do rio para ser levado até o nordeste setentrional, entendemos que esse volume transposto também é insignificante para ser somado ao potencial hídrico existente no Nordeste (cerca de 1% para serem somados a um potencial de cerca de 37 bilhões de m³).

Chegamos a essa conclusão em artigo publicado no Repórter Brasil em 2006, após análise realizada conjuntamente com Apolo Lisboa, coordenador do projeto Manuelzão (MG).

Em se tratando da existência de água na região, em fevereiro de 2004, por exemplo, editamos um artigo na internet intitulado “As armadilhas do clima”, no qual, entre outros assuntos, fizemos alusão às crenças populares de que o cantar do pássaro Carão – ave de hábitos aquáticos do sertão nordestino – é indicativo de invernadas rigorosas na região, sendo a intensidade de seu canto proporcional ao volume de água caído durante as chuvas.

Ocorre que no ano de 2009 o Carão voltou a dar seus piados, e um novo cataclismo abateu-se sobre o Nordeste, trazendo conseqüências desastrosas iguais àquelas ocorridas em 2004, com o rompimento de barragens, destruição de lavouras e estradas e, como se isso não bastasse, com a morte de muitos nordestinos. A presença da ave voltou a ser indesejada na região.

Chuvas torrenciais no Semiárido nordestino, no período de suas águas, sempre fizeram parte do nosso discurso e, inclusive, são dadas como certas em períodos subsequentes. O que não se sabe ao certo é a intensidade e distribuição – no espaço e no tempo – de sua ocorrência. Sempre afirmamos em nossos estudos que a região, mesmo com características climáticas de semiaridez, apresenta-se como uma das mais habitadas e chuvosas do planeta. E o resultado disso é essa situação que a população brasileira está acompanhando pelos noticiários televisivos e que tem assustado a todos. O Semiárido voltou a submergir.

Para exemplificar a gravidade desse quadro, a maior represa nordestina – o Castanhão – com 6,7 bilhões de m³ de capacidade, voltou a ter suas comportas abertas, para que fossem drenados os volumes acumulados em excesso, pelas fortes chuvas caídas em todo o estado do Ceará. Essa represa sozinha tem capacidade para abastecer, e com certa folga, toda a população cearense, estimada em cerca de 7,4 milhões de pessoas, nos próximos 15 anos. A exemplo do Castanhão, outras represas de grande porte, como a de Boa Esperança, no rio Parnaíba (PI), e várias outras espalhadas pelo Nordeste vieram a ter suas comportas igualmente abertas, para se evitar os acúmulos volumétricos preocupantes nos períodos invernosos mais severos, os quais poderiam ser causadores de rompimentos, conforme se verificou na represa do açude Algodões I, no estado do Piauí, onde as chuvas nas cabeceiras do rio que foi por ela represado ocorreram em intensidade inimaginável, conforme relatos de especialistas no assunto. São as forças da natureza cuja ação não se tem como evitar. A abertura de todas as comportas de uma represa dessas dimensões, ou mesmo o seu rompimento, habitualmente trazem conseqüências desastrosas a jusante, com alagamentos de cidades e lavouras, prejuízos na economia regional e, em muitos casos, mortes de pessoas.

Diante de tudo isso, o que nos tem preocupado sobremaneira é a incapacidade das autoridades, que não dispõem, ainda, de um plano alternativo emergencial capaz de reter esses volumes escoados em excesso, os quais são destinados, invariavelmente, ao mar. Em se tratando do estrago que as águas fazem nesse percurso até alcançar o mar é de difícil prognóstico, ficando este, na nossa percepção, na dependência direta dos mistérios e das forças da natureza, com possibilidades de serem agravados, evidentemente, pela intensidade do canto do Carão.

Ainda sobre a questão da ausência de políticas de gerenciamento hídrico em si, podemos relatar um fato que ocorreu em 2007, ano no qual foram registradas chuvas acima da média em toda a bacia do rio São Francisco, o que veio a resultar no vertimento da represa de Sobradinho no mês de abril daquele ano. Com o sistema elétrico brasileiro interligado, e havendo carências de chuvas nas bacias das principais hidrelétricas do sul do país naquele período, a Chesf passou a gerar energia no complexo de Paulo Afonso, em quantidades suficientes para atender as demandas nordestinas e enviar o excedente de energia para suprir as deficiências da região sul do país.

O que resultou dessa operação foi uma rápida diminuição volumétrica da represa de Sobradinho, oito meses após o seu vertimento (sangria), chegando a atingir cerca de 15% de seu volume útil, ou seja, as autoridades conseguiram exaurir uma represa do porte de Sobradinho (ela tem uma capacidade de 34 bilhões de m³, equivalente a cerca de 13 baias da Guanabara), no processo de geração de energia, em apenas 240 dias de operação. Com esse nível crítico em Sobradinho, as conseqüências no dia-a-dia daqueles que dependem do rio São Francisco para sobreviver são imediatas e preocupantes. Normalmente o pescado desaparece e o pescador passa necessidades. O mais grave de tudo isso é que o fato voltou a se repetir em 2008, prova inequívoca da falta de controle no gerenciamento desses recursos. Sobre a recuperação volumétrica de Sobradinho, tivemos oportunidade de relatar essa questão em artigo editado em maio de 2008, mostrando a preocupação da Chesf em liberar, da represa, volumes menores (defluentes) do que aqueles que chegavam nesta (volumes afluentes).
No Nordeste, a falta de gestão no setor hídrico, não ocorre, apenas, com as águas dos rios, mas, também, com as águas das represas. Esse fato denunciamos em outro artigo no portal ECODEBATE, em fevereiro de 2009, no qual enaltecemos o trabalho de Hypérides Macedo, ex-secretário de recursos hídricos do estado do Ceará, técnico que conseguiu estabelecer um programa de interligação de bacias cearenses e, com isso, resolver, em definitivo, os problemas de abastecimento das populações da zona rural do estado.

Recentemente, com o inverno rigoroso que se abateu sobre o Ceará, nos preocupou sobremaneira depoimento de Macedo sobre os volumes atuais no Castanhão, segundo o qual “o Ceará está em risco por conta da grande quantidade de água acumulada, ressaltando que, caso houvesse a previsão de que os volumes de chuvas seriam tão violentos em 2009, as comportas do açude deveriam ter sido abertas com mais antecedência. Segundo ele, adotou-se uma gestão conservadora”. Através de seu relato é fácil concluir que as autoridades cearenses – o Ceará é o estado nordestino portador do maior volume de água em superfície – não estão sabendo gerenciar o potencial hídrico existente no estado.

Anteriormente, comentava-se que o Semiárido não tinha segurança hídrica suficiente para o atendimento das necessidades de sua população. Agora a população corre o risco de morrer afogada.

Ora, diante desse quadro de excessos hídricos, ficamos a questionar a necessidade de se implantar um projeto de transposição numa região que, freqüentemente, apresenta esse tipo de ocorrência em seu ambiente natural. Na nossa ótica, é o fazer por fazer, é a obra pela obra. Caso o projeto já estivesse operando, qual seria o destino da água? Se nossas autoridades sequer estão sabendo gerir as águas que existem na região, muito menos saberão gerenciar o projeto da Transposição.

Foi exatamente levando em conta a existência dessas questões no semiárido nordestino que iniciamos nossa luta em defesa do rio São Francisco e contra a transposição. Na nossa ótica, não há o menor sentido em não se fazer uso das águas que já existem na região para a solução dos problemas de abastecimento de sua população e ir-se buscá-las no Velho Chico, distando cerca de 500 km do local do consumo. Isso é insustentável!

Finalmente, temo-nos preocupado sobremaneira com o quadro de denúncias ora vivenciado na área ambiental do nosso país, sobre a repetição de erros de nossas autoridades em nome de um pretenso desenvolvimento. Essas questões têm que ser enfrentadas pelo ministro Carlos Minc com rapidez e determinação. Sua excelência precisa dirigir-se à população para explicar as pretensões de seu ministério diante da possível realização de um projeto caríssimo que irá levar águas para locais no Nordeste onde elas já são abundantes e, além do mais, não resolver os problemas de abastecimento de sua população mais carente.

Enquanto isso não acontece, concluímos o texto com uma frase de Leonardo Boff citada na assembléia geral da ONU: “se a crise econômica é preocupante, a crise da não sustentabilidade da Terra se manifesta, cada dia mais, ameaçadora”.

Recife, 10/06/2009

João Suassuna – Engº Agrônomo e Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, colaborador e articulista do EcoDebate.

Não deixem de acessar o Portal da Rede Marinho Costeira e Hídrica do Brasil, para terem informações sobre a realidade nordestina.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

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NOTAS AVULSAS SOBRE MOSSORÓ DO PASSADO - 22 DE MAIO DE 2016

Por Geraldo Maia do Nascimento

Em velhas atas da Câmara Municipal de Mossoró do início do Século passado, pescamos algumas informações, reminiscências da cidade, que nos dão exata dimensão do seu cotidiano. As decisões tomadas pela edilidade, como era a cidade na época, quais os seus moradores de destaque e muitas outras curiosidades que ajudam a conhecer como se formou a Mossoró de hoje.

Através desses documentos ficamos sabendo, por exemplo, que em 1905 a cidade era formada por 920 casas, entre térreas e sobrados, excetuando-se desse número os seguintes edifícios: Igreja Matriz, Igreja Coração de Jesus, Capela da Conceição, Cemitério Público e Capela de São Sebastião, Mercado Público, Matadouro, Casa de Detenção, Colégio Diocesano, Casa de Aulas Municipais, um colégio em construção e o edifício da Loja Maçônica 24 de junho. Dessas casas, 620 eram de tijolos, cobertas de telhas e 300 de taipa. 

               
Numa ata datada de 17 de janeiro desse mesmo ano tomamos conhecimento de que a Intendência (Prefeitura) elevou a verba da Limpeza Pública para 2.000$, dois contos de réis, e renovou o contrato com Antônio Pompílio que há nove anos vinha sendo contratado. Assinou contrato também para a iluminação pública que era constituída de 60 lampiões a gás e postes em seus pontos convenientes. Há uma informação interessante sobre o uso dos lampiões. Os mesmos seriam acesos três dias depois da lua cheia até cinco dias depois da lua nova. Em noites de lua cheia não era preciso acender os lampiões pois a lua clareava mais que os mesmos. No contrato ainda dizia que os lampiões deveriam ser mantidos limpos, asseados e eficazes. Para que isso acontecesse, existia a figura do Acendedor de Lampiões. Toda tarde aquele profissional seguia pelas ruas, ‘a boquinha da noite”, levando uma escada e um galão de querosene, abastecendo os lampiões, limpando a fuligem e acendendo os mesmos. Na manhã seguinte seguia o mesmo trajeto apagando os que permaneciam acesos, menos nos dias mencionados acima ou quando estava chovendo. 

A 30 de julho o Decreto 6.059 criou uma Brigada de Cavalaria da Guarda Nacional na Comarca de Mossoró.
               
Tomamos conhecimento também que em 10 de agosto, ainda do ano de 1905, João Dionísio Filgueira, Sebastião Fernandes, Antônio Filgueira Filho, Francisco Tavares Cavalcanti, respectivamente Juiz de Direito, Promotor Público, Presidência da Intendência e Vice-Presidente, além do corpo comercial, pessoas gradas do município, enviaram memorial ao Exmo. Sr. Presidente da República e Exmos. Ministros, reivindicando a construção da Estrada de Ferro de Mossoró. (A Estrada de Ferro de Mossoró teve o seu primeiro trecho inaugurado em 1915, ligando Porto Franco à Estação de Mossoró – hoje Estação das Artes).
               
Em 08 de dezembro inaugurava-se a capela de Nossa Senhora da Conceição, construída no governo do Pe. Moisés Ferreira, sucessor do Pe. João Urbano na paróquia de Mossoró. A capela foi inaugurada nessa data para comemorar o cinquentenário do Dogma da Imaculada Conceição. Nesse mesmo dia, e com a denominação de “Bilhar Eureka”, inaugurou-se na cidade uma casa de diversão e jogos lícitos, de propriedade e sob a gerência do Sr. Raimundo Couto.
               
Nesse ano de 1905 o município teve uma arrecadação de 24:100$000 e uma despesa de 23:100$000. Foi um ano seco, sem inverno. O ano entrou com o povo sentindo as consequências desastrosas da seca do ano anterior. Em 1905 apenas o mês de março foi chuvoso. Em seu livro “Secas contra a Seca” Felipe Guerra Registrou:
               
“Finda-se o ano sem indício de inverno; entretanto, o gado conserva-se bem, há pastagem e aguadas. Os gêneros continuam abundantes e por preços baixos. Admira como um só mês de inverno tenha trazido tanta facilidade de vida e abundância no correr do ano”. Em Mossoró choveu 463 mm, naquele ano.
               
São desses pedaços de informações que construímos a História de Mossoró. 

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Fontes:
http://www.blogdogemaia.com

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br

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EMOÇÃO MARCA A ABERTURA DO CARIRI CANGAÇO DE FLORESTA

Por Junior Almeida

Em um auditório lotado, teve início na noite de ontem (26) o Cariri Cangaço de Floresta. A abertura do evento aconteceu na Câmara de Vereadores local, onde mais de duzentos pesquisadores, escritores e visitantes de 16 estados do Brasil, se juntaram com o bom e acolhedor povo de Floresta se fizeram presentes em centenas de pessoas.

A mesa das autoridades formada pela prefeita de Floresta Rosângela Maniçoba, presidente da Câmara, Murilo Almeida, curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa e mais os representantes dos grupos de estudo do cangaço Archimedes MarquesJuliana PereiraNarciso Dias, mais um dos organizadores locais Manoel Serafim, a gerente da GRE Floresta Dilma Torres, secretária de educação Amanda Rafael.


Ao abrir o evento, numa fala de aproximadamente 20 minutos, Severo destacou primeiramente a platéia, que lotava naquele momento as dependências do poder legislativo. Continuando seu discurso Severo deu ênfase a luta do povo florestano, em especial os bravos nazarenos, com suas histórias de bravura no combate ao banditismo rural. Agradeceu aos organizadores locais e terminou como de costume homenageando os amigos do Cariri Cangaço, que foi um momento marcado pela emoção, onde um homenzarrão como Geraldo Ferraz, vestido a caráter como seu avô Teophanes Ferraz, marejou os olhos ao ser homenageado pelo curado do evento.



Outro momento emocionante, dentre os vários da solenidade, foi a entrega de uma placa homenageando Neco de Pautilha, recebida pela sua esposa Mariquinha, de quase 100 anos de idade. Também estavam presentes à Câmara, dona Neusa Gilo, neta de Gilo Donato, vítima de uma das maiores e covardes atrocidades da saga cangaceira. Outra “guardiã” da história de Floresta presente era dona Adália e sua Irmã Cotinha, professoras aposentadas da cidade, as quais tivemos a honra de sermos recebidos em sua residência. 

O evento foi encerrado com o lançamento do livro AS CRUZES DO CANGAÇO, dos florestanos Marco de Marcos De Carmelita CarmelitaCarmelita e Cristiano Ferraz, que promete esclarecer e corrigir muitas passagens do cangaço em Floresta.

Fonte: facebook
Página: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/



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ANTÔNIO CONSELHEIRO: A LUTA CONTRA A OPRESSÃO

por José Gonçalves do Nascimento*

“O homem era alto e magro... sua pele era escura, seus ossos proeminentes e seus olhos ardiam como fogo perpétuo. Calçava sandálias de pastor e a túnica de azulão... era impossível saber sua idade, sua procedência, sua história...”.

Este, o perfil de Antônio Conselheiro na visão poética de Mario Vargas Llosa.

Antônio Vicente Mendes Maciel (mais tarde conhecido como Antônio Conselheiro) nasceu no dia 13 de março de 1830, em Quixeramobim, então província do Ceará. Quando jovem, frequentou uma das poucas escolas existentes na região. Ali estudou Português, Aritmética, Geografia, Latim e Francês. Por esses tempos, já demonstrava interesse pela leitura da Bíblia.

Após longos anos de intensa peregrinação, aporta Antônio Conselheiro em Canudos, antiga fazenda de gado, situada às margens do rio Vazabarris. As terras ali eram úmidas e férteis, devido às águas do grande rio, o que proporcionava boa agricultura. A vegetação à base de arbustos e favelas favorecia a criação de bode. A pele deste animal chegou a ser exportada para o exterior. Em quatro anos apenas (1893-1897) o arraial aglomerou de 10 a 15 mil pessoas, sendo uma das maiores concentrações populacionais do estado da Bahia. Canudos era uma comunidade solidária. Ali cada um possuía de acordo com suas necessidades. Havia escola e serviço de saúde. O povo vivia decentemente e não dependia dos "coronéis".

Não demorou muito e Canudos começou a abalar a velha e ultrapassada estrutura rural. A “Canaã do Povo” corria perigo. Em novembro de 1896, tem início a perseguição contra a comunidade de Antônio Conselheiro. Com o propósito de construir uma igreja maior em Canudos, o peregrino negocia compra de madeira em Juazeiro. O material comprado e pago, não foi entregue no prazo determinado. A construção não podia ser interrompida. Os canudenses, então, tomam a iniciativa de irem, eles mesmos, a Juazeiro,a fim de conduzir a madeira até Canudos. A notícia chega à cidade san-franciscana e soa como um alarme aos ouvidos do juiz daquela comarca, Dr. Arlindo Leoni, antigo desafeto do Conselheiro. O magistrado alarmou por toda a cidade e vizinhança que os canudenses estariam preparando um saque à feira de Juazeiro. Era a oportunidade que Leoni esperava, para acertar contas com Antônio Conselheiro.

RESISTÊNCIA ÀS EXPEDIÇÕES

Sob pretexto de que a cidade de Juazeiro estava prestes a ser invadida por moradores de Canudos, Arlindo Leoni requisita do governador da Bahia, Luiz Viana, proteção policial, a fim de conter a suposta invasão. O juiz é atendido, e para Juazeiro é enviada a primeira expedição militar, que é derrotada pelos canudenses no combate de Uauá.

Imediatamente é organizada a segunda expedição que, sob o comando do major Febrônio de Brito, tinha 543 praças, 14 oficiais e três médicos. Essa expedição também não logrou êxito. Foi batida pelos sertanejos, que se valiam de armas rústicas, como espingardas, facões, machados.
Para comandar a terceira expedição contra Canudos, escolheram “a maior estrela do florianismo” – na expressão de José Antonio Sola – o coronel Antônio Moreira César, já famoso por ter liquidado a Campanha Federalista de Santa Catarina. Dita expedição reunia 1.300 homens. Também foi derrotada pelos seguidores de Antônio Conselheiro. Moreira César morreu no início dos combates.

A quarta expedição, destinada a fechar o cerco contra Canudos, foi dividida em duas colunas. Uma coluna partiu de Sergipe, a outra de Monte Santo. A primeira, comandada pelo general Savaget; a segunda sob o comando do general Silva Barbosa. Tal expedição contava com batalhões de 11 estados da Federação.

Depois de obstinada resistência, tanto do lado do Exército, como do lado dos sertanejos, Canudos, finalmente, é derrotada. Foi quase um ano de resistência. Tombou por completo no dia 5 de outubro de 1897. Antônio Conselheiro morreu no dia 22 de setembro. No dia 06 de outubro seu corpo foi exumado, decapitado e seu crânio levado a Salvador, a fim de ser cientificamente examinado.

Euclides da Cunha, jornalista que acompanhou o desenrolar da quarta expedição, escreveu no final d'Os sertões”, o seu livro vingador: “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5 ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados”.

Fonte: facebook
Página: José Gonçalves do Nascimento
Poeta e cronista
jotagoncalves_66@yahoo.com.br

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VOLTA SECA (ANTÔNIO DOS SANTOS)


Trecho do depoimento prestado pelo ex-cangaceiro Volta Seca ao Jornal “O GLOBO” de 04 E 05/11/1958.

As autoridades baianas sabiam que eu não poderia ir a julgamento com quinze anos incompletos, por isso esperaram que eu completasse 21 e me transferiram para Queimadas, a fim de que eu respondesse por crimes do bando naquele local. O julgamento foi uma vergonha e uma infinidade de testemunhas depôs contra mim, até que, no final, o juiz me condenou a 145 anos de cadeia! Lembro-me de que, na minha ignorância, ao ouvir aquela condenação tão longa, disse para o juiz: “Estudaste, estudaste, e continuas burro! Onde já se viu um homem viver tanto tempo assim”... Eu pensava que eles queriam me fazer viver tantos anos preso quantos os da sentença... Quando me trouxeram de volta para Salvador, a pena foi reduzida para trinta anos de reclusão.

ILUSÃO...

FORAM vinte anos cruéis os que passei na penitenciária, cumprindo uma pena de que, a rigor, eu não tinha consciência de merecer. Sofri muito, e não desejo a ninguém, nem a meu maior inimigo, castigo igual. Quem passou tanto tempo atrás das grades, sabe muito bem que a pena de morte não é castigo e que ninguém pode ser feliz dentro da cadeia. Duvido mesmo que a felicidade consiga penetrar numa penitenciária. Lá só vive o remorso, o ódio, a desgraça e, como não pode deixar de ser, a esperança...

De fato, a esperança acompanhou-me nesses longos e tristes vinte anos de cárcere. Um belo dia, sem dúvida, no ano de 1952, o presidente Getúlio Vargas indultou-me e eu deixei a cadeia finalmente. Lá entrei com quinze anos incompletos. Foi o dia mais feliz de minha vida, e eu supunha que, deixando o cárcere, tudo seria mais fácil e iria, enfim, encontrar a felicidade.

Ilusão... Até hoje ando à procura da felicidade e não a encontrei. A cadeia envelheceu-me o corpo, e quem me vê atualmente me dá mais dez anos. De qualquer forma, porém, estou solto e, se não sou feliz, pelo menos não sou desgraçado.

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)
Fonte: facebook
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=589113797919187&set=gm.1231762423503540&type=3&theater

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LAMPIÃO E A BALA ATRÁS

Por Clerisvaldo B. Chagas, 27 de maio de 2016 - Crônica Nº 1.520

Na época do cangaceirismo, além da exuberante caatinga ─ cobertura vegetal do semiárido ─ as estradas e caminhos de terra, davam grande cobertura a bandidos. Portanto, as fazendas nordestinas em geral, vilas e povoados, amargavam o abandono dos governos. Quando havia alguma autoridade numa vila ou povoado, não passava de delegado civil, um subdelegado ou no máximo um cabo.

Aproveitando-se dessa fraqueza que tão bem conhecia, bandos de cangaceiros invadiam esses locais para roubar, assaltar, estuprar e torturar de forma vergonhosa. Os pobres e pacatos  roceiros eram submetidos a toda qualidade de selvageria que alguns abnegados da bandidagem, hoje, procuram exaltar as hostes dos demônios.


Falando do bandido total, Lampião, em Alagoas atacou somente duas cidades e seu Parceiro Corisco, uma. O restante foi a covardia que o guiou a vida toda, nos inúmeros crimes praticados aos indefesos nas citadas vilas, povoados e fazendas.


Ainda antes da fama, o marginal, sorrateiramente, durante a madrugada, fez um roubo em Água Branca na casa da Baronesa. Logo descoberto, deixou a cidade debaixo de bala para orgulho de seus habitantes.


Em Mata Grande, incentivado pelos irmãos que não passavam de irmãos e viveram sempre à sombra do chefe, especializando-se em estupros (menos Antônio Ferreira, a velha jararaca) foi outra fragorosa derrota. Em pouco tempo a tentativa de Lampião em assaltar o comércio, foi transformada em correria com um bocado de balas na traseira. Não foi só Mossoró a única cidade que botou Lampião para correr, como em artigo que nós lemos. São muitos leigos, bajuladores, adoradores e mentirosos escrevendo coisas sobre cangaço, daí essa confusão solta no meio do mundo.

João Bezerra e a esposa Cyra Britto

Em Piranhas, Corisco e cerca de vinte cangaceiros, tentaram sequestrar a esposa do tenente Bezerra. Alguns gatos-pingados botaram os valentões para correr da cidade, onde morreu o cangaceiro Gato. (este episódio é narrado completamente deturpado em uma das páginas da Wikipédia) que horror!

O cangaceiro Gato e a esposa Inacinha

O restante em Alagoas, meu amigo, cadê coragem para invadir mais cidades? Como não podia com os sadios, Lampião continuou atacando apenas coxos, cegos e coitados, isto é, os indefesos: vilas, fazendas e povoados... É esse o herói dos frustrados.


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