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quinta-feira, 19 de maio de 2016

DELMIRO GOUVEIA UM GRANDE EMPRESÁRIO DO NORDESTE DO BRASIL

Por Geziel Moura

Delmiro Gouveia foi um visionário... além de seu nome está intimamente ligado, e eletrificação, e portanto, ao progresso industrial no sertão nordestino, há também relações dele, com o cangaço de Sinhô Pereira, a quem, "supostamente", esteja envolvido em seu homicídio, ocorrido em outubro de 1917, na, então, Pedra, hoje o município alagoano de Delmiro Gouveia. 




Além de Pereira, os irmãos Ferreiras, no tempo em que eram almocreves, trabalharam de alguma forma para Delmiro, assim como, Corisco, antes de adentrar às hostes cangaceiras. Compartilho com os amigos, a Revista Nosso Século, de número 41, que mostra breve biografia, desta grande personalidade cearense. 

Fonte: facebook
Página: Geziel Moura

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CORISCO A SOMBRA DE LAMPIÃO


Pela grandeza da Obra e pelo inconfundível talento do autor, Corisco - A Sombra de Lampião é mais do que recomendável, é imprescindível!

Palavras do Manoel Severo do:
 
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CANGAÇO - ECOS NA LITERATURA E CINEMA NORDESTINO

Autora Vera Figueiredo Rocha

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QUERO VOAR MAIS ALTO

*Rangel Alves da Costa

Quando ao final de 2008, após treze dias em estado de coma induzido num leito de UTI do Hospital João Alves Filho, novamente abri os olhos à vida, então com a luz me veio outro destino.

E um novo destino concedido por Deus. Não tive apenas a oportunidade de sair da escuridão para a luz, não tive apenas a sorte de vencer a tão difícil situação. Ora, aquele que me fez reviver também me fez outro ser.

E Deus, no silêncio misterioso que em tudo é palavra, certamente disse: Faça-se em ti a luz! E a luz se fez. E disse ainda: Tua vida ainda é de construção, por isso siga sua estrada. E no caminho prove a ti mesmo que és capaz de construir muito mais.

Estive, pois, no alto da cruz, e Deus não me abandonou. E de lá para cá, sempre caminhando por estradas recobertas de flores e espinhos, venho trazendo comigo o compromisso da construção. Difícil como o grão sertanejo, mas dadivoso como a colheita que chega.

Desde então, o meu compromisso é voar alto, voar cada vez mais alto. Um voo pelas asas da procura, da realização, do comprometimento, do compartilhamento, do prazer em semear. Um voo pelas asas da cultura, do saber, do conhecimento, da escrita, da preservação de importantes patrimônios.

Não se voa alto sem sair do chão, alguém poderia dizer. Mas mesmo de pés no chão, com a sola do chinelo fincada na terra, meu voo se torna possível toda vez que procuro transformar em realidade aquilo que a muitos é difícil conseguir.

Preciso voar cada vez mais alto para, lá de cima, onde somente o olho preocupado com o chão avista, conhecer cada vez mais as carências e as necessidades que se avolumam sem esperanças de dias melhores.


Quero voar cada vez mais alto e ainda assim caminhar pelo mesmo chão, e lado a lado, com meu conterrâneo, com o meu irmão sertanejo. E na caminhada confirmar que ninguém vai a lugar algum sem ter o mesmo passo e a mesma importância daquele que segue a seu lado.

Quero voar cada vez mais alto, com títulos, reconhecimentos, prêmios, escolhas e conquistas, e ainda assim ter a certeza de que jamais estarei distante daqueles que são da mesma raiz e do mesmo chão, de um mesmo berço chamado sertão.

Quero voar cada vez mais alto e no alto onde eu estiver jamais deixar de ter a mão ao alcance da mão que esteja estendida em minha direção. E ter os olhos diante do olhar que me olha, e ter a palavra para aquele que deseja ouvi-la, e ter a amizade necessária aos que me reconhecem como amigo.

Quero voar cada vez mais alto sem jamais deixar de estar na companhia do meu povo sertanejo, sem jamais deixar de estar caminhando pelos arredores de mata, visitando os esquecidos, compartilhando palavras e afetos com os mais humildes.

Quero voar cada vez mais alto porque Deus me permitiu assim voar. Mas o pássaro que Deus me fez só pode voar até o céu da realidade. Jamais ir além daquele céu dos humildes, onde o horizonte não tem outra feição senão a de gente, a de povo, a de chão.

Muito tenho conseguido na vida, mas preciso voar ainda mais alto. E quanto mais caminho pelos caminhos de Poço Redondo mais quero voar. No sertão o meu ninho e minha baraúna. Dele alço voo por todo o espaço.

Um voo cuja altura vai muito além de onde minha altura vai. Pois assim disse Fernando Pessoa: Porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura...

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

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Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
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PAJEÚ O MAIOR ESTRATEGISTA DAS GUERRILHAS DA GUARDA CATÓLICA DE ANTÔNIO CONSELHEIRO

Por José Romero Araújo Cardoso (*)

Como ficou conhecido nas lutas de Canudos, Pajeú era pernambucano do famoso vale imortalizado por Luiz Gonzaga décadas depois do massacre abominável que manchou indelevelmente a história do Brasil. Escravo liberto que rumou para Canudos apostando nas promessas do Bom Jesus Conselheiro tendo achado por lá, às margens do rio Vaza-Barris, a tão sonhada liberdade que a sociedade negou, e ainda nega de forma inadmissível e desumana, aos excluídos. 


Quando da desastrosa campanha comandada pelo famigerado Coronel Moreira César, Pajeú se destacou pela impecável forma como conduziu a guerrilha da guarda católica do Conselheiro. Dizem que foi ele quem pôs fim à arrogância de Moreira César, acertando certeiro tiro de bacamarte boca-de-sino, municiado com chifre de novilho, no sanguinário corta-cabeças. Não obstante usar colete de aço, Moreira César foi milimetricamente varado pelo disparo em local desprotegido. O oficial responsável pela substituição do Coronel Moreira César no comando da tropa também não agüentou as táticas de guerrilha implementada por Pajeú. Uma ordem do Coronel Tamarindo ficou famosa: “Em tempo de murici, cada um cuida de si”. O que restou da tropa de Moreira César foi fustigada pelos guerrilheiros comandados por Pajeú. Verdadeira carnificina foi feita pelos bravos combatentes para pagar a profanação do arraial sagrado do belo Monte, pois inadvertidamente Moreira César desprezou todas instruções do regimento do Exército Brasileiro e ordenou ataque de cavalaria a Canudos, cuja característica era a topografia extremamente íngreme, impossível de ter sucesso por parte de Moreira César através de investida com esse tipo de estratégia militar. Para tentar coibir e amedrontar outras expedições que vieram em direção a Canudos, Pajeú ordenou que os cadáveres dos soldados e oficiais ficassem insepultos, pendurados em árvores como exposição macabra do ódio devotado pelos conselheiristas às tropas do governo federal. Quando a quarta expedição foi enviada para destruir canudos, cujo comando ficou a cargo do General Arthur Oscar de Andrade Guimarães, foi com terror e suspense que a soldadesca encontrou o aviso dos guerrilheiros da guarda católica, na forma de corpos ressequidos pelo sol esturricante do sertão nordestino. Com certeza, aumentou o ódio do corpo militar do Exército Brasileiro contra os membros da comunidade mística de Antônio Conselheiro. Pajeú foi responsável pelas mais significativas baixas contra as tropas federais. Acostumados a caçar para sobreviver, os guerrilheiros usaram a experiência adquirida e se tornaram franco-atiradores, pois quando algum soldado desavisado, principalmente em noite sem lua, acendia um cigarro, certeiro tiro o prostrava imediatamente. Usavam os “presentes” que Moreira César lhes deixou, ou seja, fuzis mausers de fabricação alemã do Exército Brasileiro. Não obstante terem conseguido canhões e metralhadoras, esses não foram usados, pois os guerrilheiros do Conselheiro não souberam como manusear as mortíferas armas tomadas da expedição de Moreira César, destroçada pela genialidade incontestável das táticas do maior guerrilheiro de Canudos. Quando a guerra de Canudos tornou-se insustentável, com sucessivas baixas e derrotas das tropas federais, o governo enviou verdadeiras máquinas de matar. Entre essas estava um canhão Withworth 32, a famosa “matadeira”, como ficou conhecido entre os habitantes de Canudos. Foi a única forma que conseguiram para pôr a baixo as torres da igreja nova do belo Monte. Cada tiro da “matadeira” era verdadeiro massacre que a mesma proporcionava. O famoso canhão tornou-se o terror dos canudenses, razão pela qual Pajeú organizou grupo de assalto intuindo destruir a máquina destrutiva. Onze guerrilheiros chegaram de surpresa a bem guardada arma. Nesse ataque, o bravo comandante conselheirista perdeu a vida, bem como nove companheiros, sendo que apenas um conseguiu escapar. Com a morte de Pajeú, a guarda católica do Conselheiro ficou desfalcada do principal estrategista, abalando sensivelmente a estrutura das estratégias da guerra de guerrilha que até então vinha obtendo sucesso indiscutível. Pajeú, o famoso negro ex-escravo que marcou de forma impressionante a guerra de guerrilhas nas batalhas em canudos, foi imortalizado por Euclides da Cunha, que não obstante racismo e estereótipos, dedicou-lhe páginas de reconhecido mérito pela bravura indômita em “Os Sertões: Campanha de Canudos”. 

(*) Geógrafo. Professor-adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

http://lentescangaceiras.blogspot.com.br/2010/07/pajeu-o-estratagista.html

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PADRE CÍCERO ROMÃO BATISTA DE JUAZEIRO DO NORTE

www.portaldejuazeiro.com

O relógio assinalava cinco horas quando Cícero Romão Batista nascia numa humilde casa de número 157 da Rua Grande, hoje Rua Miguel Lima verde, no Centro de Crato. O dia era 24 e corria o mês de março do ano de 1844, durante uma madrugada fria motivada pelo inverno e a tradicional temperatura amena inerente a uma cidade privilegiada por se localizar no sopé da Chapada do Araripe. Era o segundo filho do casal de agricultores Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência Romana.

Oriundo de uma família pobre do sertão cearense, ele foi criado entre duas irmãs: “Mariquinha” e Angélica. Ainda jovem, com 18 anos, viu seu pai morrer vitimado por uma epidemia de cólera e, dezesseis anos após, a morte da irmã Angélica. Nesta época, já era o Padre Cícero Romão que acompanhava a recomendação do corpo da mana mais velha. Ele começou a sentir sua vocação para o sacerdócio após ter lido sobre a vida de São Francisco de Sales, fazendo voto de castidade ainda aos doze anos.

O ingresso no Seminário da Prainha, em Fortaleza, ocorreu quando tinha 21 anos de idade e, cinco anos após, já estava sendo ordenado. Padre Cícero retornou ao Crato no ano seguinte, mas sua identidade maior foi com o vilarejo denominado “Joazeiro”, pertencente àquele município. Daí em diante tornou-se o evangelizador e líder espiritual da comunidade, que passou a respeitá-lo. Faltavam apenas 18 dias para o sacerdote completar 45 anos quando um fato despertou a atenção de todos. Após consagrar a hóstia e pôr na boca da beata Maria de Araújo, viu a mesma transformar-se em sangue.

Beata Maria Madalena do Espirito Santo de Araujo - www.fortalezaemfotos.com.br

Segundo historiadores, a notícia correu e passou a atrair fiéis de todos os lugares. Enquanto a localidade ia se transformando num centro de romarias, Padre Cícero era suspenso das ordens. Muitas foram as versões para os fatos ainda hoje objeto de estudos. As peregrinações tiveram continuidade e até cresceram após a morte do “Padim”. Hoje, Juazeiro do Norte acolhe cerca de 2,5 milhões de romeiros por ano.

http://www.juazeiro.ce.gov.br/Cidade/Padre-Cicero/

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LAMPIÃO EMPRESÁRIO


Parece estranho falarmos de Cangaço e termos que recorrer a conceitos próprios do ambiente empresarial moderno; mas, nos aprofundando um pouco mais na história intrigante de Virgulino Ferreira, não nos parece exagero considerar que já naquela época o engenhoso bandido das caatingas conhecia muito bem o valor do Marketing Pessoal, da Política da Boa Vizinhança, Lobby e Tráfico de Influência, até mesmo noções de Logística Empresarial; na verdade não conseguimos conceber um reinado tão extenso de uma vida fora da lei em circunstâncias tão adversas, sem que boa parte desses conceitos não fizesse parte da mente prodigiosa de Lampião.

Desde cedo pela própria profissão da família; eram almocreves; Virgulino e os irmãos passaram a conhecer toda a região e fazer um grande ciclo de relacionamentos, que mais tarde, unido a ingredientes como o medo e o favor, seriam de muita valia. Sem falar que essa espetacular rede de “apoiadores” ou coiteiros, formada de gente miúda e graúda, foi fundamental para a sobrevivência por tanto tempo do famoso grupo.

Fonte – canalcienciascriminais.com.br

As condições inóspitas e hostis da caatinga exigiam, além da extrema capacidade física, um exagerado instinto de sobrevivência. Comida, água, descanso, dormida, eram luxos muitas vezes esperados por dias a fio. Andanças intermináveis, muitas vezes em círculos, passando por vários estados em poucos dias carecia de um mínimo de organização e senso de direção, sem falar na constante perseguição por parte da polícia volante, de sete estados nordestinos.

Um líder sempre atento a seus próprios movimentos.

Outro fator preponderante era o acesso à munição. Até os mais próximos do grande chefe do grupo, não sabiam de onde vinha tamanha carga de armamento, inclusive recebendo o que havia de mais moderno na época, exclusividade que nem as forças policiais recebiam.


Penso que o maior de todos os diferenciais entre Lampião e os outros grandes chefes do cangaço, como Jesuíno Brilhante, Antonio Silvino e mesmo Sinhô Pereira, sem dúvidas era o seu cérebro privilegiado. Mesmo compreendendo a posição de amigos pesquisadores quando defendem a desconstrução do mito de que Lampião não tinha nada de estrategista militar e que seu sucesso e longevidade na vida cangaceira se deveu a uma “mistura de incompetência e corrupção, por parte dos governos, e instinto de sobrevivência da parte dele, Lampião”; as espetaculares técnicas desenvolvidas para a “guerrilha” na caatinga, muitas vezes foram determinantes para salvar vidas e vencer batalhas, muitas delas beirando ao absurdo do desequilíbrio de forças, como a de Serra Grande onde uma força volante de perto de 400 homens não conseguiu dá cabo do grupo cangaceiro com pouco mais de 70 cabras, que se valiam desde o ousado enfrentamento em nítida desvantagem, à retirada estratégica quando lhe era conveniente, muitas vezes o bando simulava o abandono do embate e voltava pela retaguarda e encontrava a força volante totalmente desprevenida, fatos confirmados por exemplo nos combates do Serrote Preto e Maranduba… 

No cangaço de Virgulino, cada peça se encaixava em seu lugar…


Na verdade, o próprio estilo de vida cangaceira; uma espécie de nômade das caatingas, o profundo conhecimento da região e suas sólidas redes de apoio logístico, lhes conferiam um grande poder de mobilidade, como também maiores condições de escaparem da polícia. 

Um dos maiores cuidados do grupo era evitar o movimento pelas estradas, e mesmo dentro da caatinga tomavam cuidados excessivos com relação aos rastros. O ato de andar em fila indiana, todos seguindo na mesma pegada, até o mito de calçar alpercatas com o salto na frente e o último do grupo apagar as pegadas com galhos de plantas eram providências costumeiras para dificultar o trabalho dos rastreadores das volantes, o cuidado em acender o fogo para a comida e até mesmo em enterrar os restos de animais sacrificados e restos de comida eram costumais, além do uso de cães para a sentinela e um entrançado de fios e chocalhos ligados entre si pela catinga, para denunciar a presença indesejada. Ao invadir os lugarejos o primeiro alvo eram sempre os fios do telégrafo.

Um líder consciente do poder de sua própria imagem e mito…

Manoel Severo Barbosa, Curador do Cariri Cangaço

Outra tática que visava confundir o trabalho das volantes era não deixar os corpos de seus companheiros abatidos em combate, quando era inevitável, cortavam as cabeças dos mesmos para evitar que fossem identificados. O grupo também possuía o hábito de para os novos membros adotar a alcunha ou apelido de outro companheiro morto, também na intenção de confundir a polícia, perpetuando o personagem abatido. 

Dessa forma não seria exagero nenhum, declinar Virgulino Ferreira como um dos cérebros mais privilegiados de sua época, razão sem dúvidas que permitiu seu “reinado” por quase vinte anos; de sua simpática Vila Bela em 1918 até o fatídico julho de 1938, em Angico. 
TEXTO – Manoel Severo Barbosa – Curador do Cariri Cangaço


Extraído do blog Tok de História do historiógrafo Rostand Medeiros

https://tokdehistoria.com.br/2016/05/19/lampiao-empresario/

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OS RETROCESSOS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

 ARTIGO DE ROBERTO MALVEZZI (GOGÓ)

Vários retrocessos vieram junto com o governo interino desde o primeiro dia. Um ministério do tempo do Brasil Império – só homens de bens e brancos, sem negros, mulheres e indígenas -, o anúncio do corte na saúde, na educação, encolhimento do SUS, desvinculação do salário dos aposentados em relação ao salário mínimo, eliminação do MINC, daí prá frente.

Dentre esses retrocessos os que mais impactam o Semiárido são o da educação, saúde e a desvinculação do salário mínimo, do qual dependem aproximadamente 100 milhões de brasileiros.

Porém, há retrocessos que o Brasil em geral não vê, a não ser nós que moramos por aqui, na busca de vida melhor para a população nordestina que sempre esteve à margem dos avanços brasileiros.

O paradigma da “convivência com o Semiárido”, ganhou carne com os programas “Um Milhão de Cisternas” (P1MC) e o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da ASA. O primeiro visando a captação da água de chuva para beber e o segundo para produzir.

Em aproximadamente 15 anos 1 milhões de famílias recebeu a cisterna para beber e cerca de 160 mil famílias uma segunda tecnologia para produzir. É lindo, até emocionante, quando em plena seca vemos espaços tomados de verde com hortaliças ao redor de uma cisterna de produção. Essas tecnologias ainda teriam que ser replicadas ao milhões para garantir a água para beber e produzir, ofertada gratuitamente pelo ciclo das chuvas. 

Junto com esses programas veio a expansão da infraestrutura social da energia, adutoras simples, telefonia, internet, melhoria nas habitações rurais, estradas, etc.

A valorização do salário mínimo e o Bolsa Família injetaram dinheiro vivo nos pequenos municípios, movimentando o comércio local, o maior beneficiário desses programas.

Houve também contradições profundas, como a opção pela mega obra da Transposição de Águas do São Francisco ao contrário de adutoras simples e a implantação das cisternas de plástico por Dilma no seu último governo. Além do mais, ela estava encerrando o programa de cisternas para beber, alegando que já tinha atingido o número de famílias necessitadas.

Detalhe, o ministro para o qual ela liberou as cisternas de plástico, orientou o filho para votar contra ela na Câmara dos Deputados e agora ele é ministro das Minas e Energia.

Mas, esse avanço pressupôs a organização da sociedade civil articulada na ASA e a chegada ao poder de governos estaduais menos coronelísticos e corruptos. Sobretudo, supôs o apoio do governo federal a esses programas da sociedade civil.

Acabou. Se perguntarem ao atual presidente onde fica o Semiárido Brasileiro, é provável que ele diga que fica no Marrocos. Como não tem base na região, vai entrar pelas mãos dos velhos coronéis ou de seus descentes.

Não é possível destruir a infraestrutura construída. Ela tornou o Semiárido melhor, sem fome, sem sede, sem migrações, sem mortalidade infantil. Mas, há muito ainda a ser construído para não haver mais retorno ao ponto da miséria. Uma delas é a geração de energia solar de forma descentralizada, a partir das casas. Dilma não quis dar esse passo.

Os velhos problemas poderão voltar? No que depender das políticas públicas federais, sem dúvida nenhuma. Quem está no poder não enxerga o Semiárido.

Tempos estranhos, quando setores da sociedade brasileira preferem retroceder aos tempos da miséria total e parte da população se alegrar com esses retrocessos. 

Roberto Malvezzi (Gogó é membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Bahia.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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O CARTÃO DE LAMPIÃO. O MARQUETEIRO,...!


Atendendo sugestão de Benjamin Abrahão e, com a finalidade de evitar " falsificações ", LAMPIÃO adotou o uso de cartões personalizados onde constava a sua FOTO e, a sua alcunha. Neles, eram inscritos pedidos de dinheiro destinados a fazendeiros, coronéis e comerciantes. 

Servia, também, como SALVO CONDUTO para as pessoas que o rei do cangaço queria proteger dos ataques dos cangaceiros.


Dito CARTÕES, em sua grande maioria, foram confeccionados em Fortaleza e, em Recife.

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=514373008764678&set=gm.1226669104012872&type=3&theater

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