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sexta-feira, 6 de maio de 2016

SEMANA DO MUSEU - MUSEU DA CULTURA SERTANEJA REALIZA PROGRAMAÇÃO ESPECIAL DE 18 A 22 DE MAIO


O Museu de Cultura Sertaneja (MCS) do CAMEAM/UERN e o Programa Raízes da Cultura Sertaneja (PROCULT) 2ª Edição convidam todos para participarem da 13ª Semana de Museu do Brasil, que será realizada de 18 a 22 de maio, na sede do Museu e em outros espaços do CAMEAM/UERN, na cidade de Pau dos Ferros/RN.

O evento contará com a presença do prof. Dr. Hélder Pinheiro, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que fará a conferência de abertura no dia 18/05, às 19h, no auditório "Prof. Antônio de Farias Capistrano" (CAMEAM/UERN). Além disso, a programação conta com diversas atividades, tais como: oficina, minicurso, mesa-redonda, lançamento de livro, palestra e o resultado do I Concurso Cultural de Literatura de Cordel (edital abaixo).

Durante o evento serão oferecidas visitas guiadas à III Exposição Temática "Memórias dos engenhos e das casas de farinha", reafirmando a proposta do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) na 14ª Semana de Museus do Brasil, ao fazer alusão ao dia Internacional do Museu (dia 18/05) e a importância dos Museus para a sociedade.

Nos anos anteriores, o evento contou com participação expressiva da comunidade acadêmica, das escolas da região do Alto Oeste Potiguar e da sociedade civil. Recebeu visita de centenas de pessoas, oferecendo, por meio do Museu da UERN, a oportunidade de acesso à cultura e às memórias dos sertanejos.

Saiba mais sobre MCS - O Museu da Cultura Sertaneja se constitui em um espaço reservado à cultura, à memória, à identidade e ao patrimônio material e imaterial do sertão nordestino. É um ambiente aberto à visita, ao conhecimento e ao desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão vinculados à UERN e à sociedade.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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LUIZ RUBEN SERÁ HOMENAGEADO COM TÍTULO DE CIDADÃO PAULOAFONSINO


Vereador Ivaldo Sales (PSD) propõe homenagear com título de Cidadão Pauloafonsino, o Sr. Luiz Ruben. Após passar pela avaliação da comissão o título deverá ser submetido à apreciação dos vereadores, na sessão ordinária da próxima segunda-feira, dia 9, às 9h, no plenário Dr. Manoel Josefino Teixeira, quando será definida a data da entrega do Título de Cidadão de Paulo Afonso ao economista, turismólogo e escritor Luiz Ruben F. de Alcântara Bonfim. 

Luiz Ruben F. de Alcântara Bonfim. 

O agraciado é natural de Pernambuco, terra natal, de um verdadeiro mito já falecido o ex-governador Eduardo Campos. Luiz Ruben é um dos mais consagrados escritores locais, com publicações importantes, como o livro "Estrada de Ferro Paulo Afonso - 1882-1964" e Lampião conquista a Bahia, entre outros.

Da Assessoria

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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

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A GRANDE FAMÍLIA DE VIRGULINO FERREIRA DA SILVA O REI LAMPIÃO

Por Governador DO Sertão
Lampião está à direita, seu irmão Antonio, à esquerda. Em pé, no meio, João Ferreira, o único irmão Ferreira que não entrou para o cangaço. Ezequiel Ferreira, o irmão mais moço, está à direita de João. João está com a mão no ombro de sua mulher. As outras senhoras são irmãs dos rapazes. Os outros no grupo são primos. Foto liberada por João Ferreira. Propriá.

Muita gente não sabe, mas a família de Lampião viveu em Juazeiro do período de 1923 a 1927, com a permissão do Padre Cícero. Na segunda década do século passado, por duas vezes, a família Ferreira teve que se mudar em razão dos entreveros com o vizinho José Alves de Barros, o Zé de Saturnino. Na primeira vez, obedecendo a um pacto de acomodação arbitrado pelo Coronel Cornélio Soares de Vila Bela, mudaram-se para a Vila de Nazaré do Pico, PE. Na segunda vez, demandaram à cidade alagoana de Mata Grande, ocasião em que morreram os genitores de Lampião, José Ferreira (vítima da volante de José Lucena Maranhão) e Dona Maria (vítima de um ataque cardíaco).

Em 1922, o jovem cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, já definitivamente com o pé fincado no cangaço, assume a chefia do bando do célebre Sinhô Pereira, que deixava o Nordeste em fuga para Goiás. A família Ferreira, sem possibilidade de retornar para Vila Bela, procura abrigo em Juazeiro do Norte. Com a morte dos pais, João Ferreira (o único dos irmãos que não entrou para o cangaço), assume a chefia da família. Após conversa com o Padre Cícero, recebe permissão para se estabelecer em Juazeiro com as irmãs, cunhados, primos (os Paulo) e sobrinhos.

Fonte: facebook
Página: Governador DO Sertão
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=172839426206654&set=a.172838829540047.1073741825.100004417929909&type=3&theater

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HISTÓRIAS DE UM PARENTE DE MINHA FAMÍLIA.

Por Antônio Vilela

Coronel João Nunes

João de Araújo Nunes, nasceu em 27 de janeiro de 1881 em Águas Belas(PE). João Nunes foi um homem de extrema coragem comandando a Força Pública de Pernambuco no combate ao cangaceirismo, enfrentando Lampião e seu séquito com uma bravura fora do comum. O Coronel João Nunes era um homem forte e destemido, não tinha medo de Lampião, ao contrário, o Capitão vesgo tinha um respeito muito grande por Nunes.

Coronel João Nunes

Lampião teve uma grande oportunidade de matar o Coronel João Nunes e não o fez graças a bravura do mesmo. O coronel não se dobrou ao "Capitão" bandido. Em 30 de novembro de 1930, o Coronel, então aposentado estava descansando em sua fazenda em Águas Belas. Lampião foi lá e sequestrou o brioso militar. Primeiro o Rei do cangaço exigiu a importância de quinze contos de réis de resgate, mas João Nunes estava sem essa importância, o velho Coronel jurava que era um homem morto. Foi levado até o estado de Sergipe, entretanto, por sua coragem e bravura, sem jamais mostrar fraqueza, foi tratado com educação pelos cangaceiros e com muita admiração pelo próprio Lampião. Ao chegar à Sergipe e sem receber os 15 contos de réis pedidos de resgates, Lampião resolveu liberar o velho e brioso Coronel João de Araújo Nunes.


Ao contrário, em vez de pagar o resgate ao Capitão Virgulino, João Nunes acabou recebendo 30 mil réis para as despesas com comida e transporte. O velho Coronel chega ao Recife cansado, mas vitorioso de ter escapado das garras do famigerado Lampião, o terror do sertão, afirmando que Lampião era um "bandido de sentimentos humanos". O que salvou o Coronel João Nunes foi a sua coragem de enfrentar o infortúnio de estar sequestrado pelo bando de Lampião, conseguindo assim a simpatia dos bandoleiros e do próprio Virgulino Ferreira da Silva.


Na revolução de 1930, João Nunes foi preso juntamente com o governador de Pernambuco Estácio Coimbra, ele, João Nunes, foi levado para a Casa de Detenção do Recife, ficando na mesma sela com João Dantas, assassino de João Pessoa, interventor da Paraíba. João Dantas disse ser o Coronel João Nunes "um homem forte". O Coronel teve uma trajetória de vida muito bonita, foi prefeito de Águas Belas, Canhotinho e Garanhuns.

Antônio Vilela - Garanhuns - PE
Sócio da SBEC
Conselheiro Cariri Cangaço

Fonte: facebook
Página:  Elpídio Araújo
Link: https://www.facebook.com/groups/ocangaco/?fref=ts

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MORREU CADINHO MACHADO; UM DOS ÚLTIMOS COITEIROS DE LAMPIÃO EM NOTICIA DADA ONTEM POR CELSINHO RODRIGUES.


CADINHO MACHADO: BALEADO POR PASSARINHO E SOCORRIDO POR MARIA BONITA.

Tantas histórias e personagens encontramos todos os dias em nossas pesquisas sobre o cangaço...

Há ainda tantas figuras e fatos que tiveram ligações diretas com a vida conturbada dos cangaceiros.

Em recente visita com o amigo Josué Santana ao senhor Cláudio Alves Fontes, conhecido por Cadinho Machado, podemos ouvir e registrar suas histórias.

Ainda garoto, com a idade de oito anos, Cadinho conheceu alguns cangaceiros. (Cadinho nasceu no dia 07 de setembro de 1920). Depois desse encontro, durante muitos anos, foi encarregado de levar algumas coisas para os cangaceiros.

José Alves Fontes e Maria Alves Fontes, pais de Cadinho, residiam na fazenda Beleza em 
Pão de Açúcar, Alagoas.

Cadinho ficou muito tempo levando leite para Corisco e Dadá alimentarem sua filha no coito Poço Salgado (Esse coito depois ficou conhecido como a Pia de Corisco). Essa fazenda hoje pertence a Mané Cajé e na época do cangaço pertencia a Neco Brito.

Cadinho também ficou abastecendo o grupo de Lampião com leite e água, e sempre tinha seus serviços pagos pelos cangaceiros, dinheiro esse que, juntava e sempre andava nos bolsos de suas calças.

Em uma dessas idas ao coito “Pocinhos” (também de Neco Brito), presentes nesse dia os grupos de Lampião e Corisco, Cadinho sentou-se na beira de um riacho e ficou conversando com o cangaceiro Cacheado que o escutava encostado no mosquetão. Em frente a Cadinho, o cangaceiro Passarinho limpava sua arma; De repente ouviu-se um disparo, os cangaceiros procuraram abrigo e se prepararam para lutar; Cadinho correu achando que era a polícia, e quando chegou ao barranco do riacho e se escorou, sentiu o sangue jorrando de suas nádegas e banhando as pernas. O meninote se assustou com a quantidade de sangue. Os cangaceiros se recompuseram do susto.

Maria Bonita, Dadá e Maria de Pancada viram Cadinho molhado de sangue, pegaram o menino e Maria Bonita avisou Lampião:

- Oh Lampião, o carregador de água tá baleado!

As mulheres baixaram a calça de Cadinho e ele disse que estava com vergonha. Maria Bonita mandou ele se calar e depois observou:

- Ah, ele já tá criando Penugem!

Lampião perguntou de onde tinha partido o tiro. O cangaceiro Cacheado entregou:

- Foi Passarinho! Olha ele lá embaixo da quixabeira!

No bolso da calça do garoto tinha um dinheiro todo ensopado de sangue, e Lampião pegou o dinheiro e colocou farinha em cima pra secar o líquido. Lampião pediu o dinheiro emprestado (era 220 mil réis); Cadinho emprestou.

Do coito, Lampião veio pro Caboclo (local onde reside hoje o senhor Cadinho). O cangaceiro veio pra matar Neco Cavalcante, inimigo ainda da época de Pernambuco.

Cadinho ficou sendo cuidado por Juriti. Uma semana depois Lampião retornou e pagou o dinheiro do jovem.

Depois Lampião prometeu duas novilhas de presente para Cadinho e foi quando aconteceu a morte do cangaceiro, no dia 28 de julho de 1938. 
Cadinho até hoje lamenta ter perdido o prêmio.

Aos 95 anos de idade, Cadinho é ainda homem lúcido, bom de prosa, sorridente, alegre... Ri sempre que lembra de um tiro que varou suas nádegas e da vergonha que teve em ter suas vestes arrancadas deixando suas “VERGONHAS” à mostra de mulheres encaliçadas na lida diária com a presença do sangue que banhou tantas vezes as áridas veredas das Caatingas nordestinas.

JOÃO DE SOUSA LIMA é historiador e escritor. Membro da ALPA – Academia de Letras de Paulo Afonso e Membro da SBEC – Sociedade Brasileiro de Estudos do Cangaço

http://joaodesousalima.blogspot.com.br/2016/05/morre-cadinho-machado-um-dos-ultimos.html

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OPINIÃO: CANGAÇO UM OLHAR SOCIOLOGICO

 Por Marcos Damasceno
Marcos Damasceno e Manoel Severo

Para uma tentativa de compreensão histórica e de se reconhecer o legado e a construção do Cangaço, em todos os tempos e por parte de todos os seus personagens, mesmo que variando aqui e acolá as motivações, mas num mesmo contexto social, eis um olhar sociológico: antes de qualquer coisa, o Cangaço foi um protesto social. E todo protesto social no Brasil sofreu e sofre a desqualificação por parte da visão oficial ou por parte da sociedade; ora coagida, ora manipulada. 

Historicamente houve o processo oficial de elevar o nome do opressor, do exterminador, do semideus do poder. Por outro lado, ocultou-se, desarticulou-se, desqualificou-se e ridicularizou-se a história popular. Fomos presas fáceis desse olhar, até mesmo nos bancos das escolas. Hoje somos salvos disso e temos um novo olhar a partir de trabalho de grandeza histórica, popular e acadêmica, como o Cariri Cangaço. A importância da pesquisa e do debate da história do Cangaço e de outras histórias relacionadas. Somar-se o academicismo com o conhecimento popular.

Arte de Eduardo Lima

Vejamos: a história do Cangaço e de seus personagens por muitos anos e em muitas iniciativas de registro foi escrita e contada pela versão oficial, na representação dos comandantes de volantes policiais e dos coronéis políticos. Ainda pela oralidade popular, por pessoas muitas vezes coagidas ou manipuladas. 

Lampião frouxo? Bandido? Fora da lei? Criminoso? Bandido social? Herói? Enfim, ir aos extremos ou ter uma visão rasteira ou superficial do tema não é o caminho. Tudo isso é o menos importante. O mais importante é o seu exemplo de luta e as motivações de sua causa. Alguns livros, por exemplo, falam em imparcialidade, mas desde quando o autor decide o sumário elege assuntos e censura outros. Ele enquadra o roteiro. Justiça dos fatos? Só se tomarmos dois cuidados: sem revanchismo e sem romantismo. Um olhar sociológico do assunto.

Os cangaceiros eram destemidos, estratégicos, motivados. Eles tinham bandeiras sociais, nas entrelinhas. Lampião foi fiel à sua luta até a morte. Nunca foi preso. Há convicção humana nisso. O que o motivava? Há mistério? Talvez não. Numa pesquisa criteriosa vamos compreendendo os detalhes de cada ação, de cada escolha e de cada decisão. O próprio protesto é uma bandeira por si só. Quer um dado? Foi o Cangaço e os movimentos messiânicos de Caldeirão e Pau de Colher os responsáveis por grandes investimentos governamentais ocorridos posteriormente na região Nordeste, no Governo Vargas e por governos seguintes.

Marcos Damasceno, pesquisador e escritor
Dom Inocêncio, Piauí.

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2016/05/opiniao-cangaco-um-olhar-sociologico.html

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[LEIA] NOTAS SOBRE CAVERNAS E BELEZAS NATURAIS DO MUNICÍPIO DE FELIPE GUERRA

Por José Romero de Araújo Cardoso

O afloramento do calcário Jandaíra que abrange os municípios potiguares de Felipe Guerra e Governador Dix-Sept Rosado destaca-se pelas belezas escondidas em inúmeras cavernas de origem cretácea, as quais atestam pretérita transgressão marinha que há milhões de anos transformou a região em imenso mar interior, tendo em vista a origem biológica dessa rocha intensamente utilizada em necessidades individuais e coletivas.


Não obstante intenso trabalho desenvolvido pelos membros da Sociedade Espeleológica Potiguar, muitas cavernas ainda não foram mapeadas em razão de inúmeros fatores, tais como falta de incentivo, ausência de acesso adequado e gradual processo de identificação dos lugares em que se encontram localizadas.

Em Felipe Guerra estão mapeadas e identificadas as cavernas da Rainha, de Passagem Funda, do Urubu, da Catedral, do Abissal e outras constantes em catalogação efetivada pela SEPARN e pela SEP. Embora a paisagem subterrânea seja de beleza inigualável, poucos moradores do antigo termo de Pedra de Abelha aventuram-se pelas íngremes brechas naturais que conduzem ao interior das estruturas calcárias.


Quando da passagem do bando de Lampião, em junho de 1927, pessoas mais velhas do lugar informam que muitos buscaram abrigo nas cavernas, intuindo proteger-se da horda bandoleira e suas ações nefastas.

O interesse pelas cavernas de Felipe Guerra é despertado sobretudo em espeleólogos, biólogos, geógrafos e admiradores das belezas naturais encontradas no interior de uma caverna calcária com suas estalactites, estalgmites, travertinos, perolizações e ecossistemas interessantes e inusitados.


Verdadeiro patrimônio natural está concentrado no sub-solo de Felipe Guerra, bem como nos vizinhos municípios de Governador Dix-Sept Rosado e Apodi, faltando, no entanto, maior conscientização da população local e dos poderes públicos sobre a real dimensão do valor que essas cavernas possuem enquanto fator alicerçante do orgulho de todos os habitantes, não apenas de Felipe Guerra, mas de todo o estado do Rio Grande do Norte.

Em Felipe Guerra a existência de cavernas é mais enfática, encontrando-as profusamente pelos carrascais adustos que existem em vasta extensão municipal, importante dádiva da natureza que precisa com urgência ser preservada, visando disponibilizar as gerações futuras paisagens subterrâneas magistrais que ainda são deslumbradas no presente.


Defendo a necessidade de simbiose entre os moradores do lugar e órgãos públicos e privados para efetivar a preservação em nível sustentável, criando-se infra-estrutura que favoreça o turismo em bases racionais, sem depredar cavernas e olhos d’águas que também existem no lugar, sobretudo no Brejo, histórica comunidade privilegiada pelos caprichos da natureza.

Consciência ambiental e implemento à geração de emprego e renda devem nortear as ações humanas, razão pela qual lutar pela preservação e usufruto racional das cavernas e outras riquezas naturais existentes no município de Felipe Guerra consiste em meta embasada nos princípios definidos na busca pelo desenvolvimento sustentável da região semi-árida do nordeste brasileiro.

José Romero Araújo Cardoso

Geógrafo


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzageuano José Romero de Araújo Cardoso.

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CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO/RN

Por José Romero Araújo Cardoso

Localizado no médio oeste potiguar, o município de Governador Dix-sept Rosado possui área territorial de 1.268 quilômetros quadrados (MORAIS, 1998, p. 92). A primeira denominação toponímica foi Passagem do Pedro, depois São Sebastião, Sebastianópolis e, através da Câmara Municipal de Mossoró, tendo em vista que até quatro de abril de 1963 o território dix-septiense integrava esse município norte-riograndense, por meio da Lei número 16/1951, houve a mudança que perdura, para Governador Dix-sept Rosado, em homenagem ao político e industrial potiguar martirizado em 12 de julho de 1951, quando de acidente aviatório próximo à capital sergipana.
          
Descrição importante sobre aspectos territoriais e geográficos do município de Governador Dix-sept Rosado, encontramos no Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Estratégico elaborado pelo SEBRAE/RN (1998, p. 19).
Conforme este documento, o município de Governador Dix-Sept Rosado tem uma extensão territorial de 1.269 Km2, o que equivale a 2,39% da superfície estadual, e, de acordo com a divisão territorial do Brasil, pertence à Microrregião da Chapada do Apodi.
          
O território dix-septiense possui altitude média de 26 m acima do nível do mar, situado a uma posição geográfica determinada pelo paralelo de 05º 27 32 de Latitude Sul e 37º 31 15 de Longitude Oeste. A distância em relação à capital é de 313 km (rodoviário) e 254 km em linha reta. Os limites geográficos do município são:
Ao Norte com o município de Mossoró e Baraúnas; Ao Sul com o município de Caraúbas;
Ao Leste com o município de Upanema; A Oeste, com os municípios de Felipe Guerra e Apodi e parte do estado do Ceará.
          
O clima é semiárido com temperatura média anual de 27,4ºC. O período chuvoso compreende os meses de fevereiro a maio, cuja precipitação pluviométrica varia de 89,20 mm a 1.849,10 mm por ano.
          
A vegetação é a Caatinga Hiperxerófila - vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactáceas e plantas de porte mais baixo e espalhadas, destacando-se a jurema-preta, mufumbo, faveleiro, marmeleiro, facheiro e xiquexique. Presença também de carnaubal - vegetação natural constituída predominantemente pelas espécies palmeira e carnaúba.
          
Os solos mais comuns são a Rendzina e Cambissolo Eutrófico. Rendzina - fertilidade alta, textura argilosa, moderada e imperfeitamente drenado, relevo plano. Este tipo de solo oferece aptidões regulares e restrita para a pastagem natural; áreas menores a oeste e sudeste com aptidão restrita para lavouras e aptas para culturas de ciclo longo como algodão, sisal, caju e coco.
          
O Cambissolo Eutrófico é um solo de fertilidade média e alta, textura argilosa, bem ou moderamente drenado, relevo plano.
          
Observa-se ainda em boa parte dos terrenos, a ocorrência de aflorações calcárias utilizadas largamente nas indústrias como matéria-prima na construção civil (britas, calçamentos), fornos de cal, etc. Deve-se salientar que o município ocupa o1º lugar na produção de calcário. Duas importantes mineradoras exploram esse recurso natural, quais sejam: Mineração Ouro Branco e USIMIN. Quanto a primeira, foi registrado que:
"O empresário Geraldo Pragana, da Mineração Ouro Branco, recebeu do secretário Thiago Simas o ato concessivo do Proadi - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial no sábado dia 22. A empresa do setor de calcário, localizada no município de Governador Dix-Sept Rosado, é fornecedora de matéria-prima para a Petrobrás e grandes siderúrgicas do norte do país". (http://www.rn.gov.br/sistemnoticias/noticias.asp?idnoticia=8399).
          
Com relação à segunda empresa, destaca-se que:
Subsidiária da belga SCR Sibelco, a mineradora Unimin do Brasil acaba de adquirir a empresa potiguar Kical. Os novos donos dos dois mil hectares de exploração de calcário querem chegar à produção anual de 80 mil toneladas até 2009. A unidade será a primeira da Unimin a produzir cal.
          
Localizada em Governador Dix-Sept Rosado (município vizinho a Mossoró), a área da Unimin produz 40 mil toneladas de calcário atualmente. O minério é beneficiado no local. Como os custos de transporte inviabilizam a exportação da cal para outros países, a produção é voltada para o RN e para compradores de outros estados das regiões Nordeste e Norte.
          
De acordo com o diretor de Operações da Unimin, César Castro, a qualidade do material potiguar foi o que atraiu a mineradora para o Rio Grande do Norte, onde a Unimin está atuando pela primeira vez. Ele diz que a lavra de calcário e a produção de cal na Região Oeste do estado são amplamente conhecidas no mercado. "A empresa seguiu o caminho natural na busca de um calcário de boa qualidade", assegura Castro. (http://www.ibram.org.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=34218)
          
A complexa formação cretácea da bacia potiguar, com destaque ao calcário Jandaíra assentado sobre o arenito Assú, é marca indelével nos tipos e formas do relevo da região. ROSADO (1999, p. 19) frisou que:
"Governador Dix-sept Rosado e Mossoró são, em sua maior área, uma imensa jazida de calcáreo, utilizada no abastecimento de dezenas de caieiras e ainda na fabricação do cimento Nassau, do grupo João Santos, que consome o minério de baixo teor magnesiano".
          
Em razão da solubilidade pela ação mecânica da água acidificada, o calcário deu origem a inúmeras cavernas, muitas caracterizadas pela peculiaridade de suas formações, a exemplo do olho d´água do Poço Feio, localizado a cerca de cinco quilômetros e meio da zona urbana dix-septiense, na comunidade rural do Bonito. Ao abordar o trabalho espeleológico realizado pelo Padre Florêncio Gomes de Oliveira, ROSADO (Id.; p. 31) destaca que o sacerdote (...) refere-se às cavernas que tem água por dentro como a de São Sebastião e a do Poço Feio.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial e em Organização de Arquivos. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP).

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