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quinta-feira, 5 de maio de 2016

GRAVIDEZ E PARTO NO CANGAÇO

Por Rangel Alves da Costa*

A gravidez, seja em qualquer meio e situação, é sempre uma situação traumática e que requer muitos cuidados. Surgem riscos, muitas vezes graves, tanto para a mãe como para o bebê. Mesmo nas gestantes citadinas, com acompanhamento pré-natal, não se descartam riscos de hipertensão arterial, de diabetes pelo aumento da glicose no organismo, de estresse, além de problemas ginecológicos regulares.

A medicina moderna ainda não conseguiu afastar os riscos da gravidez nem possibilitar que os filhos sempre nasçam saudáveis. Infelizmente, ainda há morte de parto e vidas são perdidas ainda jovens por problemas durante o nascimento do bebê. Hoje se tem evitado muito, mas as mulheres que não recebem tratamento e acompanhamento durante a gravidez e o parto podem sofrer danos irreparáveis. E o que dizer daquelas mulheres do cangaço?

A gravidez de risco e as incertezas do parto foram graves problemas enfrentados na vida cangaceira. Considerando o número de mulheres agregadas ao bando de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, muitos problemas surgiram na gravidez e parto das cangaceiras, havendo conhecimento de morte. Ora, as parteiras geralmente eram as próprias companheiras de bando, se esmerando em cuidados mas sem muita experiência. Não havia panos limpos, medicamentos, cuidados básicos.

No cangaço, a gravidez, dado o meio e às condições, era sempre de risco. Não se imagine como conduta exemplar uma mulher grávida viver exposta às intempéries, andando e correndo de canto a outro, numa situação de estresse e ansiedade indescritíveis. Dia e noite desconfortáveis, alimentos inadequados, sem poder contar com tempo suficiente para descanso. Certamente as pernas inchavam, havia hemorragias, tensões de todos os tipos. E nem sempre as gestantes podiam se afastar do bando para dar a luz em ambiente menos perigoso.

Por maior cuidado que o companheiro tivesse, ainda assim não podia fugir do cotidiano incerto e apressado do bando. A caminhada não podia sofrer atrasos pelo fato de uma gestante não estar se se sentindo bem. Era a vida de todos que estava em jogo. Daí o imenso sacrifício, dor e sofrimento daquelas buchadas que, intimamente, não suportavam dar mais um passo sem um descanso. Mas tinham de seguir adiante.


Seguir adiante até não mais suportar. Não irrompia o grito, mas a feição apertada, agonizante, já demonstrava haver chegado o instante do parto. E dor sobre dor, pois também a certeza de que seu menino ou menino não poderia permanecer por muito tempo ao seu lado. O cangaço não era lugar de criança, e por isso mesmo os nascidos eram entregues a coiteiros e outros conhecidos do bando.

Os estudos dão conta que após pouco tempo de bando, ao lado do seu Capitão, Maria Bonita engravidou e acabou perdendo o bebê gestado. Sua filha Expedita somente viria nascer em 1932, de parto normal (se assim é possível afirmar), debaixo de um pé de umbuzeiro e depois entregue ao vaqueiro Severo Mamede para ser criada. Sila engravidou pouco tempo depois de chegar ao bando, teve o filho, sendo Maria Bonita a parteira, mas teve de entregá-lo para ser criado por outra família. Adília, que também acompanhava a conterrânea, afirma que era choro de menino misturado ao ribombo de tiros.

Pelos relatos colhidos, a maioria dos meninos e meninas do cangaço - ou filhos de cangaceiros - nasceram debaixo de pés de pau, de umbuzeiros principalmente. Tinha-se como verdadeira dádiva que os nascidos não apresentassem problemas e suas mães em pouco tempo pudessem retomar seus cotidianos. Mas algumas não tiveram essa sorte, pois perderam suas vidas durante o parto. E de ao menos uma a literatura cangaceira dá conta: Adelaide.

Adelaide, nascida em Poço Redondo e primeira companheira de Criança (a outra foi Dulce), morreu de parto. Mas não debaixo de umbuzeiro, mas dentro de uma rede enquanto era transportada, já sem esperança de sobrevida ante seu estado agonizante, para a povoação de Curituba, no sertão sergipano. E certamente consequência das durezas da vida cangaceira.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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NO COITO DO SABINO BASSETTI


O cabra é bem recebido na casa do anfitrião cangaceiro, come, bebe..., e depois, sai contando a vida do sujeito nas rodas de debatedores/pesquisadores do cangaço e nos livros que escreve. E o pior de tudo que, ainda ganha para fazer isso.

Esse é o professor cangaceiro José Sabino Bassetti (Direita) durante uma de suas pesquisas campais, onde visitou e entrevistou o ex-cangaceiro Candeeiro II “Manoel Dantas de Loiola” (Esquerda) na cidade de Buíque, no Estado de Pernambuco.

A vida e os bons momentos passam... ficam as boas lembranças e a sensação de missão cumprida.


Quem desejar conhecer um pouco mais sobre os trabalhos do escritor e pesquisador José Sabino Bassetti entre em contato através do e-mail: sabinobassetti@hotmail.com e adquira o seu mais recente trabalho intitulado LAMPIÃO – O CANGAÇO E SEUS SEGREDOS. Entrem em contato e consultem valor e condições de entrega.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior
Grupo: ‎O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=580833525413881&set=gm.1218512174828565&type=3&theater

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MARIA GRACINDA BASÍLIO A DONA BRANCA

Por Junior Almeida

Maria Gracinda Basílio a Dona Branca, nascida em 24 de Junho de 1914, mora no Sítio Azevém em Serrinha do Catimbau, hoje Paranatama. Teve a sua casa invadida e a bodega (foto 2) ao lado saqueada pelo bando de Lampião em 19 de julho de 1935. 


Dona Branca nos disse que ficou com os braços roxos de tanto levar coronhadas de rifle de Maria Bonita e Maria Ema, para que ela dissesse onde tinha mais joias, além dos brincos e trancelins que as duas bandidas tomaram. 

No outro dia, ao adentrar na Vila de Serrinha, a súcia foi recebida a bala pelos bravos resistentes de Serrinha do Catimbau, que balearam justamente as duas Marias, a do capitão e a Ema.

Fonte: facebook
Página: Junior Almeida
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=856813701097137&set=pcb.856816887763485&type=3&theater

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A ESTRADA - ZÉ MARCOLINO

Por Zé Marcolino

A estrada

Seu moço, eu sou a estrada
Que você vive a pisar
Sem a curiosidade
De nem uma vez pensar
Que eu sou a passagem das coisas
Nas devidas direções
Que seguem suas funções
Cada uma em seu lugar.

É por mim que se vai tudo
Mensagem do mal e do bem
Os outros resolvem as coisas
Você resolve também
Eu, lentamente aceitando
Pelo direito e a razão

No corpo imenso da terra
Eu sou um traço no chão
E no livro aberto da vida
Sou ponto de exclamação.

Se às vezes ganho uma roupa
Que tem o nome de asfalto
É pra o longe vir pra perto
Ficando a distância um salto

Dão a mim, brilha nos outros
E não me serve a lordeza
Eu sou o centro econômico
Que leva e traz a  riqueza

Veja bem como trabalho
Pra você sem ganhar nada
E disposta a receber
Do mais fraco ao mais possante
Você é o viajante
Seu moço, eu sou a estrada

Zé Marcolino

Enviado pelo professor, escritor. pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso.

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CARIRI CANGAÇO FLORESTA.

Por Marcos De Carmelita/Cristiano Ferraz/Cangaceiros Cariri

Está chegando a hora, meu povo. Pernambuco e mais precisamente a nossa amada Floresta irá receber no próximo dia 26/05, o maior encontro de cultura já realizado em nossa região. Escritores, pesquisadores, fotógrafos, cineastas, repórteres, filhos de cangaceiros e volantes, além de uma infinidade de visitantes, apaixonados pela epopeia do maior mestre das caatingas, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. 


O Cariri Cangaço, sob a batuta do maestro Manoel Severo Barbosa virá trazendo para a nossa cidade, a oportunidade única de colocarmos Floresta e Nazaré na rota do Cangaço em nosso estado. Vamos lutar pela reforma do Batalhão. Esse projeto é uma parceria com a Prefeitura Municipal de Floresta, na administração da Prefeita Rorró Maniçoba. O evento é gratuito e contamos com a presença de todos. 

Parabéns Rorró, Gatão, Kaio, Isabella, Eugênio, Dilma Marques, Fátima Rocha, Amanda, Raul, Elba, Murilo, demais vereadores e todos aqueles que colaboram com o nosso sonho. Essa será a grande VITÓRIA do povo Florestano. Por favor compartilhem. Vamos divulgar e trazer cultura para o nosso povo. 

Essa foto com uma peça indígena é um voto de apoio ao povo Pankara que sofreu um incêndio covarde no seu local sagrado de cultos e religiosidade.

Fonte: facebook

Página: Marcos De Carmelita Carmelita
Link: https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fref=ts

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DESARME-SE, É O FIM DE UM CICLO

Por Rinaldo Barros(*)

"Nossos sonhos são os mesmos há muito tempo, mas não há mais muito tempo para sonhar"
(Engenheiros do Hawaii)

Conheço alguns militantes e ex-filiados do PT, pelos quais tenho o maior respeito. Pela sua capacidade de luta e pela virtude de continuar acreditando em ideais e princípios que foram rasgados por alguns dirigentes lulo-petistas, para os quais, aliás, a história reserva lugares pouco dignos.

Registre-se que, nos governos do PT, questões maiores da pauta histórica da esquerda, como as Reformas agrária, fiscal, urbana, política e universitária não foram realizadas, foram relegadas a um futuro incerto. Ou seja, o maior inimigo do PT sempre foi o próprio PT. Senão, vejamos.

Será que Lula falava a verdade em agosto de 2006, quando estourou o escândalo do mensalão? Ou não?

Dizia o então presidente: “Quero dizer, com franqueza, que me sinto traído. Não tenho vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas”.

Lula se reelegeu e mudou de opinião. Em novembro de 2009, proclamou que “foi uma tentativa de golpe. Foi a maior armação já feita contra um governo”.

Em 2010, já comemorando a eleição de sua sucessora, anunciou: “Vou desmontar a farsa do mensalão”. Depois, numa entrevista à TV Portuguesa, corrigiu: “A verdade é que nunca houve mensalão”.

A realidade é que Lula nunca foi de dar muita bola para os fatos. Quando não gosta deles, simplesmente os descarta. Prefere criar suas próprias versões.

Agora, em 2016, com o tsunami de fatos e versões reveladoras emergindo da operação Lava Jato, do “Petrolão” e do processo de impeachment, pergunto eu: para onde vão os militantes sinceros do PT?
A resposta imediata que emergirá à mente do leitor sarcástico é impublicável.

Todavia, além de não ser uma resposta academicamente aceitável, pode sugerir, erradamente, ao leitor que o autor de tal pensamento é ideologicamente de direita.

A propósito, a fauna política está repleta de hienas que riem à toa, um riso hipócrita que acoberta o ranger raivoso dos dentes contra tudo que questione os seus privilégios, os quais são tidos como direitos naturais desde os tempos mais remotos.

Há também lugar para os ressentidos, os arrependidos e os oportunistas de última hora.

No campo do petismo, há os que já arrearam a bandeira do partido. Uns simplesmente jogam-na na lata do lixo da história e se recolhem ao recôndito espaço do lar e das suas consciências; outros a substituem por novas bandeiras, que imaginam serem límpidas e corresponderem aos ideais suplantados pela política petista-lulista, e se filiam a outros partidos.

Há os que desejam lavar a bandeira vermelha com a estrela solitária, purificá-la e hasteá-la no altar da política, um gesto que simbolizaria o resgate da ética e dos princípios originais; e há, ainda, os perplexos que a mantém, qual tal um pano surrado, a meio pau, como que em sinal de luto.

Em meio à perplexidade, lágrimas e esforços de superação da crise, sobrevive o continuísmo amparado numa retórica saudosista, auto apologética e culpabilizadora do outro. É a sobrevivência da política como relação amigo-inimigo, bem ao gosto de uma época na qual não se admitia críticas.

O mundo gira e os fantasmas do passado assaltam as mentes dos que vivem no presente de construção democrática. Democracia não é fácil, há que se praticar a tolerância, e aceitar a alternância no poder como pilar do Estado Democrático de Direito.

Sempre é preciso saber e aceitar quando uma etapa chega ao final, desarmando os espíritos. 

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado. O que passou não voltará: feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. A vida é renovação. Às vezes é necessário morrer, fechar ciclos, para que se renasça.

Ano da Graça de 2016. É o fim de um ciclo.

(*) Rinaldo Barros é professor- rb@opiniaopolitica.com

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cagaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso.

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JOSÉ MARCOLINO (JOSÉ MARCOLINO)

Por José Romero de Araújo Cardoso


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do canga e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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NOTÍCIAS DE LAMPIÃO NO ESTADO DO CEARÁ






Fonte: facebook
Página: Cap Cangaceiro
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MARIA BONITA A RAINHA DO CANGAÇO

Por Noádia Costa

De estatura mediana, morena clara, cabelos negros e um olhar marcante. Maria Bonita encantou o homem mais temido do sertão, Virgulino Ferreira o Lampião.

Foto Benjamim Abraão e Google 

Os registros de Maria feitos por Benjamim retratam a beleza e delicadeza desta sertaneja. Nem mesmo a dureza, cansaço e violência do cotidiano do Cangaço conseguiram tirar de Maria a serenidade e a beleza feminina. Um rosto de moça delicada que ao mesmo tempo se contraria com seu olhar profundo e enigmático. Um olhar firme, que mesmo no silêncio, parece nos dizer tanta coisa. Nas fotos abaixo vemos vários registros de Maria. 

Foto Benjamim Abraão e Google

Em uma das fotos ela esboça um delicado e contido sorriso. Na penúltima foto observamos a cabeça de Maria após sua morte em Angico. 

Foto Benjamim Abraão e Google - Foto colonizada por : Rubens Antonio

Na última foto as cabeças dos cangaceiros mortos onde também aparece a cabeça de Maria Bonita. 

Foto Benjamim Abraão e Google - Foto colonizada por : Rubens Antonio

Mesmo após a degola Maria ainda conseguia conservar sua serenidade. Maria tombou de forma cruel em Angicos no dia 28 de Julho de 1938. Mas ainda hoje continua eternizada como a Rainha do Cangaço e inspirando muitas mulheres.

Fonte: facebook
Página: Noádia Costa
Grupo: Ofício das Espingardas
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=491369097728143&set=pcb.628982510599202&type=3&theater

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CASINHA DE ORAÇÃO

Por Júnior Almeida

Essa casinha de oração marca o local exato onde foi morto o agricultor José Gomes Bezerra (foto 2), no Sítio Queimada do André em Serrinha do Catimbau, hoje Paranatama, no dia 20 de julho de 1935. Lampião estava na casa amarela (foto 3) quando um cabra de nome João Coxó, que acompanhava seu grupo assassinou covardemente o cidadão.



Fonte: facebook
Página: Junior Almeida
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=856397307805443&set=pcb.628757967288323&type=3&theater

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