Seguidores

sexta-feira, 29 de abril de 2016

LÁ NO MEU SERTÃO...

Por Rangel Alves da Costa

Meu sobrinho Átyla, com feição tristonha ao lado do avô Alcino. Já parecia um rapazinho, como se entendesse os desígnios da vida. Ontem, 28/04, ao completar mais um ano de vida, vive abraçado ao sorriso, à alegria, à felicidade. Eis a força de Deus. Parabéns, menino bonito!

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogodmendesemendes.blogspot.com

ITIUBA (BAHIA) HOMEM FINDOU SUA VIDA COM MEDO DE LAMPIÃO


Apenas um simples boato sobre a passagem de Lampião e seus comandados por determinada região era o suficiente para que as populações de povoados, sítios, fazendas e pequenos lugarejos abandonassem suas casas e procurassem refúgio em locais seguros. O cidadão citado acima na matéria do jornal “A Noite” optou pelo suicídio.

Nas quebradas do sertão.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior 
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=578079285689305&set=gm.1213982935281489&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

UMA FOTOGRAFIA VALE MAIS...

Toda iconografia tem os seus porquês. Disse o colecionador e o pesquisador de fotografia da história do Nordeste, especialmente sobre o cangaço: Ivanildo Silveira, no Cariri Cangaço, de Piranhas-AL, em julho de 2015, que, toda foto precisa ser indagada para se conhecer o seu conteúdo, através de questionamentos básicos: Quem? Onde? Como? Quando? 

Foto copiada do Blog História de Juazeiro e do Portal Estante Virtual

Foto copiada do Blog História de Juazeiro e do Portal Estante Virtual

Abaixo tem a fotografia, identificada pelos pesquisadores como sendo do Doutor Floro Bartolomeu, paramentado com a indumentária similar a um cangaceiro em combate e com os seus apetrechos peculiares...

Doutor Floro Bartolomeu - Faleceu no Rio de Janeiro em 8 de março de 1926 - Fotografia copiada da página 77, do Livro: O TURBILHÃO DOS PUNHAIS, de Corrêa Filho, Rio de Janeiro-RJ: Gráfica Barbero, 1975, 176 páginas (foto) 

Estava sentado e encostado no valado: "O Círculo da Mãe de Deus" (foto), idealizado pelo ex-comerciante canudense Antônio Vila Nova, como trincheira dos combatentes juazeirenses contra as forças legais do Estado do Ceará, pela ocasião da Sedição de Juazeiro, acontecida em 1913/14, para derrubar o governo salvacionista de Franco Rabelo, como terminou acontecendo.

Fonte: facebook
Página:  Carlos Alberto
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=779273878839082&set=pcb.779282315504905&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LEMBRANÇAS EMOCIONADAS DOS PLANTIOS DE ALHO E CEBOLA DIX-SEPTIENSES

Por José Romero Araújo Cardoso

Quando criança se constituía verdadeira diversão ajudar, talvez mais atrapalhar, querido tio de nome João Onofre Cardoso a preparar canteiros de alho e cebola nas vazantes do rio Apodi-Mossoró no percurso deste curso d´água no município de Governador Dix-sept Rosado.

Ficava encantado com a destreza do meu velho tio ajeitando cuidadosamente os sedimentos depositados pelo escoamento superficial, trabalhando artesanalmente um dos principais sustentáculos econômicos das famílias dix-septienses.

Culturas bastante democráticas, as quais atendiam de forma significativa à geração de emprego e renda para a população, sobretudo àquela parcela que dispunha de terras à beira do rio, os plantios de alho e cebola tornaram-se um dos símbolos do lugar. Governador Dix-sept Rosado ficou conhecida em épocas pretéritas como a capital do alho.

flores.culturamix.com

Compradores de todos os recantos, espalhados Brasil a fora, procuravam o alho e a cebola plantados em Governador Dix-sept Rosado devido à qualidade inigualável. Tranças de alho eram penduradas no mercado, na estação, nos bancos das praças, nas casas, enfim, em todos os lugares da cidade. Produziam-se em larga escala o melhor alho e a melhor cebola, não havendo concorrentes para àqueles produtos maravilhosos que eram beneficiados pela melhor terra ribeirinha do Estado do Rio Grande do Norte.

As colheitas eram festas indescritíveis, todos participavam de alguma forma. Era a garantia de dinheiro extra, apurado além do que se ganhava na exploração de gipsita ou em atividades agro-pecuárias as quais se dedicava e ainda se dedica a população dix-septiense.

Em consórcio com o alho e com a cebola plantava-se ainda batata que crescia enorme, verdadeira garantia de subsistência às famílias. Quantas saudades daqueles tempos, quantas alegrias tenho em minhas recordações dos plantios em vazantes em Governador Dix-sept Rosado.

www.revistacampoenegocios.com.br

O velho e saudoso trem levava alho e cebola para vários lugares, pois era grande a demanda pelos produtos extraordinários plantados e colhidos no meu querido rincão potiguar, no município em que estão fincadas minhas mais profundas raízes, terra heróica de encantos e prazeres que marca de forma extraordinária minhas reminiscências de infância, terra que amo de todo coração.

Infelizmente a década de oitenta do século passado foi marcada pelo advento de maléfico fungo conhecido por mal-de-sete-voltas. O estrago foi total, fragmentaram-se as culturas de alho e de cebola, nada prosperava quando dos plantios em vazantes após a chegada de infernal praga.

Destruía-se de forma violenta toda uma estrutura cultural que marcou por anos e anos a coletividade dix-septiense. Difícil e caro de ser contido, o mal-de-sete-voltas é responsável pela expressiva deficiência na insuficiência da qualidade de vida do meu povo, restando apenas a saudade de uma época em que Governador Dix-sept Rosado se destacava na economia do Estado do Rio Grande do Norte, entre outros bens e serviços, devido a intensa produção de alho e cebola.

José Romero Araújo Cardoso é geógrafo e professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern)

FONTE: http://paulomartinsblog.zip.net/arch2009-03-15_2009-03-21.html


Enviado pelo autor José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

DEPOIMENTOS DO TENENTE ZÉ RUFINO

Por José Mendes Pereira
Foto do acervo do pesquisador Geraldo Júnior - Fonte: Jornal O Estado de São Paulo (1993) - Por Ruy Guerra. Facebook - Página: Geraldo Antônio de Souza Júnior - Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=578366652327235&set=gm.1214541755225607&type=3&theater

Vejam o que afirmou o tenente Zé Rufino: "- Toda a minha vida eu persegui cangaceiro. Também dei fuga a muito pobre diabo que se meteu nessa vida por injustiça que sofreu. Mas matei muitos, muito mesmo! De bala, de faca, de todo jeito. Era a minha profissão".

A afirmação do tenente Zé Rufino deixa a gente meio confuso, por ele afirmar o seguinte: "- Mas matei muitos, muito mesmo! De bala, de faca, de todo jeito. Era a minha profissão".

Aí cabe a pergunta: Matou quem? Cangaceiros ou os pobres sertanejos que por uma razão qualquer estavam condenados, pois se agradavam cangaceiros, estavam condenados pelas volantes, e se agradavam as volantes, estavam condenados pelos cangaceiros? Com certeza para os sertanejos não havia céu, e sim inferno.

Alguns autores de livros afirmam que muitas vezes, o rei do cangaço Lampião e seus comparsas foram acusados de terem feitos mortes pelos sertões nordestinos, vidas eliminadas, que eles nem haviam passado por lugares que tinha acontecido mortes de sertanejos. Mas é como afirma ele que era sua profissão.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

E O CANGAÇO DE SINHÔ PEREIRA ?!

Por Manoel Severo

Água Branca, cidade importante na história de cangaço. Palco da primeira ação de Lampião como chefe de um bando. Terra natal de Corisco, recebe no próximo mês de Julho, uma ousada edição do Cariri Cangaço. Dia 29 de julho de 2016, dentro da programação do Cariri Cangaço Piranhas 2016; as visitas à Casa da Baronesa e à fazenda de Ulisses Luna, serão ponto alto do evento. Por falar em Água Branca, assalto à casa da Baronesa, Lampião e Corisco, vamos reproduzir o profícuo debate entre pesquisadores sobre o cangaço do grande Sinhô Pereira, único chefe de Virgulino Ferreira.

 
Sinhô Pereira e Luiz Padre

Com a palavra o pesquisador Geziel Moura: "Por ocasião do assalto em Água Branca (AL) Lampião, ainda, estava sob ordem de Sinhô Pereira, é certo que ele comandou o bando, neste assalto, mas Pereira, ainda não havia se retirado para Goiás, hoje estado de Tocantins. Outros autores, apontam este caso, como o primeiro de Lampião, como comandante. Para pensar um pouco mais sobre o assalto em Água Branca e a Chefia de Lampião: Segundo o escritor José Bezerra Lima Irmão em sua obra "Lampião, a raposa das caatingas" na pág 116 - Sinhô Pereira após reunião com familiares, reuniu com a cabroeira, no dia 08.08.1922, passando efetivamente o comando do bando para Lampião, sendo que no dia 22.08.1922, Pereira segue para o então, estado de Goiás. Diversas são as datas apontadas, pelos autores e jornais, para o assalto da Baronesa de Água Branca, considerando o Diário de Pernambuco, cuja publicação informa que a data foi em 28.06.1922. Portanto, penso que na ocasião do assalto e utilizando um jargão do meio jurídico, Virgolino era um chefe de fato e não de direito. Em tempo: segundo o autor alagoano Clerisvaldo Chagas o dia do assalto foi 26.06.1922 sendo acompanhado do mesmo entendimento, por Geraldo Ferraz e Jose Bezerra Lima Irmão"

Narciso Dias, Geziel Moura, Jorge Remígio e Jair Tavares no Cariri Cangaço

O pesquisador e escritor Edvaldo Feitosa, um dos responsáveis pelo Cariri Cangaço em Água Branca comenta, " a questão de data e ano distorce muito as informações. A data que apresento no recente livro que lancei, "Água Branca História e Memória, é 26 de Junho de 1922."

Conselheiro Cariri Cangaço e sócio do GPEC, Jorge Remígio, esclarece: "O cangaço de Luís Padre e Sinhô Pereira, tinha a característica de vingança. Qualquer modalidade de cangaço, utilizando a nomenclatura de Frederico Pernambucano, "vingança, refúgio e meio de vida", carecia de um apoio logístico. Era fundamental uma mínima estrutura. Sinhô Pereira só encampou o seu cangaço por quase seis anos, graças ao apoio e amizade com o major Zé Inácio. Fundamental para a sua atividade cangaceira. O bando constituído por Sinhô e Luís Padre, não era suprido com produto de rapina. Além do major Zé Inácio do Barro, teve ajuda financeira do coronel Manoel Pereira Lins (Né da Carnaúba), de Isidoro Conrado e principalmente do coronel Antônio Andrelino Pereira da Silva. Este perdeu toda sua riqueza."

"O coito e proteção no Barro-CE era fundamental. Com a perda de prestígio do major Zé Inácio, sua prisão em março de 1922 e logo em seguida ter que migrar para Goiás, inviabilizou totalmente o cangaço de Sinhô. Seus objetivos ficaram distante de serem concretizados. O pedido de ajuda para o grande comerciante de Belmonte, Luiz Gonzaga Ferraz, mostra a mudança de atitude do chefe do bando. Temos que observar também, que Sinhô devia satisfações à família. Quando a família do parente Ioiô Maroto foi ultrajada pela tropa do tenente Pelegrino em maio daquele ano, Sinhô já estava ou não mais comandava o grupo de cangaceiros. Este por já se encontrar em fazendas de familiares, liberou o grupo na chefia de Lampião. Como o objetivo vingança não cabia mais na realidade do grupo, esse passou automaticamente a exercer um cangaço de negócio. No meu entender, quando do ataque de Lampião à cidade de Água Branca-AL em 26/06/1922, Lampião já era o chefe inconteste. A passagem do bando para ele por Sinhô em agosto, é mais um fato simbólico. Veja que o produto do saque à casa da Baronesa, ficou todo com o novo chefe da quadrilha. A ajuda que Sinhô teve para viajar para Goiás, foi doada pelos parentes Isidoro Conrado e Né da Carnaúba."
  
Major Zé Inácio, do Barro em foto do acervo de Sousa Neto

E contonua Remígio: "Um bando que tem como característica o cangaço meio de vida, que faz da sua atividade um "comércio", ele comete os crimes de roubo, extorsão, sequestro, sucessivamente. É uma prática rotineira. O produto dos saques, é justamente a fonte pagadora. Em alusão ao grupo de Sinhô Pereira, o que eu tenho conhecimento de fatos que fugiram ao objetivo principal, que era a vingança, foram o assalto à casa de Dona Praxedes, viúva do Cel. Domingos Leite Furtado, declaradamente a mando do Major José Inácio, o qual administrou a fazenda do coronel por vários anos, e declarou que estava mandando pegar o que era dele. Este fato ocorreu em 20/01/1919. Exatamente um ano depois, em 20/01/1920, o bando assaltou a fazenda do Cel. Basílio Gomes da silva, no Município de Brejo Santo. Ação também do interesse do Major Zé Inácio.

Visita do Cariri Cangaço ao Coité de Padre Lacerda

Dois anos depois, em 19/01/1922, por razões de contendas políticas, Zé Inácio manda seus homens, em conjunto com o bando de Sinhô Pereira, já com a presença dos irmãos Ferreira, até a Vila do Coité, para exterminarem a vida do Padre Lacerda. O qual registou bravamente. O interesse aí não era financeiro. A partir desse episódio de grande repercussão, o major sente perfeitamente que os tempos são outros e que não goza mais das "imunidades" recorrentes. A incursão á Paraíba logo em seguida, com o objetivo de pilhagem, sedo escolhida as fazendas de Waldivino Lobo, Adolfo Mais e Rochael Mais (a fazenda deste não chegou a ser assaltada), a meu ver, foi com o objetivo de acumular dinheiro para migração do Major José Inácio para São José do Duro em Goiás, onde vivia o amigo Luís Padre.

Para essa empreitada, além dos homens de Zé Inácio e o bando comandado por Sinhô, ainda foi convidado a participar, o famoso cangaceiro Ulisses Liberato de Alencar, o qual comandava um pequeno grupo. Figura nos autos do inquérito policial, declarações de Ulisses Liberato, afirmando este que recebeu duzentos mil réis pela participação e que o dinheiro produto dos saques, foram entregues ao Major José Inácio. Então companheiro, considero ações pontuais. Uma vez que o cangaço de Sinhô vingou por quase seis anos e se este dependesse da rapina e pilhagem para sustentar o bando, as ações dessa modalidade seriam corriqueiras. Agora, como afirmei em texto anterior, "não existe almoço grátis" Claro que o Major cobrou de Sinhô, toda estrutura que dera ao bando, como também a proteção e guarida." finaliza Jorge Remígio.

Visita do Cariri Cangaço a Fazenda do Major Inácio em Barro

Replica Geziel Moura, "pois é Jorge Remígio daí eu ter falado que Lampião era chefe de fato e não de direito, o que não precisaria da passagem de comando, mesma que simbólica, como você sugere. Em relação a data do assalto, penso que seja o dia 26, mas confesso que queria ler esta data, em algum periódico ou boletim da polícia, afinal tantos autores importantes falaram no dia 28, tais como: Chandler, Amaury e Anderson". Já o pesquisador de Pombal, José Tavares arisca: "Caro Jorge Remígio, eu só discordo quando o amigo diz "O bando constituído por Sinhô e Luís Padre, não era suprido com produto de rapina". Entendo que todo ajuda financeira que o bando recebia provinha de assaltos e pilhagens praticadas pelo próprio bando, em conluio com os coronéis coiteiros. Um exemplo bem pratico, foi quando o bando veio assaltar fazendeiros da região de Catolé do Rocha. Inclusive, sabe-se que, no bando, Gavião, filho do Major Zé Inácio, era uma espécie de fiscal do pai, para que não houvesse desvio produtos dos roubos." 

Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço comenta: "Na verdade companheiro Zé Tavares, muito dos recursos que "sustentava" inicialmente o bando de Sinhô Pereira vinham da propria estrutura dos Pereira do Pajeu, inicialmente reconhecida família de posses; entretanto não creio que no meio de seus homens não houvesse quem "rapinasse", talvez tenha sido essa a natureza da colocação do confrade Remígio"

José Tavares e Manoel Severo

Para finalizar; o abalizado comentário do pesquisador e escritor, Conselheiro Cariri Cangaço, Sousa Neto: "sobre os mantenedores do Bando de Sinhô Pereira; as rapinagens acontecidas sob o comando dos Pereira foram ações isoladas e que tiveram a "idealização" do major Zé Inácio do Barro, uma vez que o Cel. Antonio Andrelino já se encontrava financeiramente falido. Era uma mão lavando a outra como se diz aqui no sertão. Dois episódios ficaram evidenciados pelos primos. Um foi o assalto a D. Praxedes no Nazaré comandado por Luiz Padre em 1919 sob a supervisão de Gavião e a outra, o assalto aos Maia em Catolé do Rocha-PB em 1922, comandado por Sinhô Pereira e também sob a supervisão de Gavião (Tiburtino). Se observarmos o inquérito de Ulisses Liberato de Alencar, ele afirma textualmente que foi "convencido" pelo major Zé Inácio, do Barro."  

E continua Sousa Neto: "O colega pesquisador, Gilmar Teixeira defende a tese que Sinhô Pereira ainda estava no comando do bando e não entrou para não ser reconhecido. À razão apresentada por ele é que o estratagema para o assassinato de Delmiro aconteceu naquele local onde os Pereira se fizeram presentes. 

As perguntas que não querem calar: porque Lampião ficou com o produto da rapinagem? e porque nenhum outro cangaceiro nunca mencionou a divisão do saque com Sinhô?".

Cariri Cangaço 
Em Julho: Piranhas e Água Branca

http://cariricangaco.blogspot.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br

UM BOA MANCHETE DE JORNAL PARA SER ANALISADA E, DEBATIDA..!


2ª Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=507699566098689&set=gm.472487082960241&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO EM CANINDÉ DO SÃO FRANCISCO


Em certa época, Lampião junta sua horda e procura um coito próximo a cidade de Canindé do São Francisco.

Dessa vez, o “Rei do Cangaço”, não está lá para descansar, reabastecer e colocar as ideias em dia. Ele maquina uma forma, maneira, de adentrar a cidade e dar uma dura lição naquela gente.

Nos últimos meses, Lampião já tinha muita dor de cabeça para despistar o incansável tenente Zé Rufino, que não largava, nunca, seus rastros.

Aquela metrópole ribeirinha estava dando lotada, ultimamente, de soldados volantes e seus comandantes. E isso, ele tinha que acabar.


No ano de 1932, em seus princípios, as autoridades já estão dando um aperto no ‘grande chefe cangaceiro’. As coisas já não iam lá muito frouxas para o lado do chefe mor do cangaço. Notamos, ao analisar os acontecimentos, que, ao mesmo tempo em que Lampião e sua malta perdem terreno, as forças Públicas as ganham na mesma, ou mesmo mais, proporção.

Devido a esses acontecimentos, Lampião maquina em seu cérebro uma forma de dar uma lição, tanto na população daquela cidade, quanto na Força Militar.

Zé Baiano

Arquitetado o plano, Lampião chama seus ‘principais’, Luiz Pedro, Mariano, Zé Baiano E Corisco, e os comunica. Após uma breve análise, todos estão de acordo e, de imediato, passam a pô-lo em ação.

Luiz Pedro

Dessa vez, Lampião usa um dos seus mais dedicados servidores, um coiteiro de inteira confiança. O chefe cangaceiro dá a missão ao coiteiro dele ir a Canindé e dizer a autoridade maior, no momento, que ele encontra-se naquele coito. O coiteiro, sem acompanhar o raciocínio do comandante do cangaço, acha estranho e tenta fazer com que desista daquela maluquice. E diz:

Corisco

“- ... mais capitão, qui doidera é essa? Us homi vão desconfiar. Vai ser pior pru sinhô e pra mim.” (“LAMPIÃO ALÉM DA VERSÃO – MENTIRAS E MISTÉRIOS DE ANGICO” – COSTA, Alcino Alves. 3ª○ edição)

“ - Não Chico, num é cuma você tá pensando não. Elis num vão desconfiar não. Você nem percisa percurar o tenente. Abasta você espaiar a nutiça. Quando os paisanos ou os macacos lhe priguntar, e você as qui quando eles botar os zóios im você a primeira coisa qui vão fazer é priguntar se você sabia donde tão os cangaceiros. Aí você aproveita e conta.” ( Ob. Ct.)

Chico Vaqueiro, o coiteiro incumbido da missão, chega em Canindé logo cedo do dia. Na bodega do senhor Cícero ele começa a tagarelar com ele e com quem lá estava tomando umas lapadas de cachaça. Claro que o que ele contou aos ouvintes no pé do balcão, correu mais rápido do que fogo em pólvora. E logo chega um soldado a fim de saber que diacho de notícia é aqule. Ele pergunta:

“ – Tem notícias de cangaceiros?” (Pergunta o militar)

“ – Num sei não, sinhô sim, meu sordado, mais dernantonte qui tá havenno rebuliço, movimento estranho, prus lado das Pias do Felipe. Mais eu num sei qui diabo será, mais se for bandido, podi ter certeza, meu sordado, ele tão cachetando da puliça.”(Reponde Chico) (Ob. Ct.)

Meus amigos, naqueles tempos, uma notícia dessas era mesmo que uma bomba. E o militar saí as carreiras para ir dizer para seu comandante, levando o coiteiro com ele. Lá estando, na presença do tenente Matos, ele manda que Chico repita tudo que tinha dito na bodega. Chico diz tudo e muito mais.

E após ouvir tudo, o comandante ordena que toda a tropa se prepare para ir ‘brigar’ com Lampião.

Em pouco tempo, o oficial sai da cidade com quase todo o contingente militar, a deixando desguarnecida. Erro fatal, mas, antecipadamente, previsto pelo “Rei dos Cangaceiros”.

Sabedor da saída das volantes, o Capitão não pisca, nem perde um segundo. Estando já com seus comandados prontos, por outro caminho, segue em direção à cidade.

O bando entre até com certo estilo na pequena cidade.

Os cangaceiros fazem muitas barbaridades nessa cidade. Sua pequena população sofre muito em suas mãos. E nessa localidade que o cruel zé Baiano, o “Pantera Negra”, ferrar, com ferro em brasa, diversas mulheres. As que ficaram nas hostis da história, foram Anízia do Forno, ‘mulher de vida fácil’, e Maria Marques, que foram ferradas dos dois lados do rosto.


Zé Baiano escuta, e atende ao pedido de alguns colegas cangaceiros que o pedem para que ferre as mulheres nas partes baixas,

“ – Cutuca por baixo! Cutuca por baixo! (diziam) ( Ob. Ct.)

Após torturar essas infelizes, o cangaceiro sergipano e seu grupo, seguem rumo ao quartel, no caminho encontram Isaura de Birrinho, a qual a levam para o prédio e repetem o que já tinham feito as outras.


Essas atrocidades, também faziam parte do grande plano arquitetado do Lampião. Ele sabia que depois de tantas crueldades, a Força partiria em sua busca sem pestanejar nem descansar. E ele os estaria esperando nas terras da fazenda Maranduba... nas quebradas do sertão.


Fonte Ob. Ct.
Foto Benjamin Abrahão
Joãozinho Retratista

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: OFÍCIO DAS ESPINGARDAS

http://blogdomendesemendes.blogspot.com