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sábado, 6 de fevereiro de 2016

LIVROS DO GERALDO MAIA DO NASCIMENTO


ATENÇÃO: Novo livro do cangaço publicado:

AMANTES GUERREIRAS: A Presença da Mulher no Cangaço, de Geraldo Maia do Nascimento, Natal-RN: Editora do Sebo Vermelho, 2015, 132 páginas. O pesquisador do cangaço, Geraldo Maia do Nascimento, também conhecido por GMaia, nascido em Natal e radicado em Mossoró, relança o Livro: AMANTES GUERREIRAS:..., agora em 2ª Edição, com o conteúdo ampliado, ou seja, com 132 páginas. O Autor faz uma compilação de quase 100 nomes de cangaceiras. O livro pode ser adquirido com o Professor Francisco Pereira Lima, em Cajazeiras-PB ou no Sebo Vermelho, em Natal-RN. - Carlos Alberto

No dia 17 de Agosto o professor Pereira estará  com esse excelente livro à disposição dos amigos, ao preço de R$35,00
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LAMPIÃO - O CANGAÇO E SEUS SEGREDOS - SABINO BASSETTI -


Através do e-mail sabinobassetti@hotmail.com vocês irão adquirir o mais recente trabalho de José Sabino Bassetti intitulado "Lampião - O Cangaço e seus Segredos".

O Livro como o próprio título já diz, trará em suas páginas alguns segredos e informações, sobre o cangaço e seu representante maior, até então desconhecidas da grande maioria dos simpatizantes e estudiosos do assunto.

Um trabalho que foi desenvolvido através de pesquisas sérias e comprometidas com a verdadeira história, baseado em depoimentos e declarações de testemunhas oculares dos acontecimentos.

O Livro custa apenas R$ 40,00 (Quarenta reais) com frete já incluído, e será enviado devidamente autografado pelo autor, para qualquer lugar do país.

Não perca tempo e adquira já o seu!
Texto: Geraldo Junior

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TRISTES TRISTEZAS TRISTES

Por Rangel Alves da Costa*

As alegrias existem, todos sabem. As exultações e os contentamentos também. Neste momento muitos estão sorrindo, felizes, satisfeitos, bem sei. Dádiva ao que encontra sua motivação, sua propensão ao instante de alma confortada e cheia de graça. Muitos têm momentos assim, experimentando todo o encanto da vida e do mundo. Mas agora apenas silencia e entristece.

Há muita tristeza neste momento, por todo lugar. Aliás, é muito mais um permanecer do que um estar. Pessoas existem onde as tristezas parecem uma constância sem fim. Ainda que os sorrisos despontem e as alegrias aflorem, tudo se afeiçoa mais a um véu sobre a face do que mesmo reflexo de um estado interior. É como se a aparência, fingindo um estado emocional, tentasse resguardar o verdadeiro sentimento.

Não será preciso nenhuma motivação dolorosa. As perdas, os adeuses, as distâncias, as saudades, as desesperanças e desilusões, provocam sofrimento e não tristezas. Estas não necessitam de acontecimentos ou de fatos, de memórias ou recordações, para se revelarem. Por ser algo inato, que já se encontra interiorizado, então suas motivações aparecem até mesmo num instante de festa.

Alguém diria: tristes das tristezas tão tristes. E acrescentaria: uma bela pintura numa moldura angustiada e melancólica. E terminaria afirmando: talvez não seja correto pensar assim, vez que a beleza da pintura pode mesmo estar na feição entristecida de sua moldura. Mais acertado pensar assim, pois as faces tristes, por não estarem marcadas pelo grito silencioso nem pela pujança da dor, mas apenas pelo desalento, acabam se tornando singelas e cativantes.

É fácil reconhecer pessoas assim, de tristes tristezas tristes. Elas caminham pelas ruas como se estivessem distantes de tudo, falam com as pessoas sem emoção ou afagos, caminham sem pressa ou correria, levam no olhar uma direção às distâncias, aos horizontes, aos desconhecidos. Seus olhos se ausentam do fulgor, do brilho, da incessante busca pelas paisagens. Mesmo abertos e voltados para pessoas ou lugares, não se pode afirmar que esteja enxergando alguma coisa.


Há assim uma pessoa debruçada na janela ao entardecer. Mesmo diante de uma paisagem bonita, mesmo perante as alegrias que passam, simplesmente permanece alheia a tudo. A lágrima não escorre pela face, mas quem a avista logo imagina um rio se derramando a qualquer momento. Mas não chora. Não é tristeza de chorar, apenas de sentir, de vivenciá-la em todos os sentidos, até que ela se resguarde sem ir embora de vez. Eis que a tristeza sempre permanece com seus invisíveis sinais.

Não está no velho solitário sentado no banco da praça, mas está na mocinha recolhida ao seu quarto, com a luz apagada. Não está na pessoa que vive puxando o lenço para enxugar os olhos por todo lugar, mas está naquele que sobe ao monte e ali no cume permanece sem pensar em retorno, sem sequer perceber que a noite chegou. Não está na notícia, no espanto nem no convívio de difícil situação, mas está no olhar que saindo à porta e vai se alongando pelas distâncias, além das nuvens, além das montanhas, além de tudo, ainda que pouco importe que alguma coisa possa ser avistada.

A verdade é que as tristezas tristes são as tristezas mais belas que existem. São como as sublimes poesias que enternecem ao invés de afligir a alma, são como os versos escritos como folhas de outono, como solidão de jardim, como florada que vai se embalando pela ventania. Por detrás da vidraça embaçada, em tardes chuvosas, a um olhar tristonho de tristeza triste. E ninguém afirmará da dor perante uma expressão de puro sentimento.

Há no silêncio e na solidão um chamado a essa tristeza, a essa tristeza tão triste. Porém nem tudo mundo poderá senti-la. Somente os que assim a vivem compreendem o mistério dessa lágrima que nunca necessita ser chorada para desaguar pelo mar sem fim, pelo além-mar da alma e do sentimento.

Poeta e cronista
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RELAÇÃO DE LIVROS À VENDA (PROFESSOR PEREIRA - CAJAZEIRAS/PB).


O MAIOR ACERVO DE LIVROS À VENDA SOBRE OS TEMAS NORDESTE E CANGAÇO. 
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O RAPOSA DAS CAATINGAS E O PESQUISADOR MIRIM PEDRO POPOFF CONTINUAM FAZENDO SUCESSO

Pedro Popoff - Foto do acervo de Carla Motta

O livro "Lampião a Raposa das Caatingas" escrito pelo pesquisador José Bezerra Lima Irmão está sendo lido pelo mais novo pesquisador do cangaço e de Luiz Gonzaga Pedro Motta Popoff. 


Tanto o livro "Lampião a Raposa das Caatingas" como o pesquisador mirim "Pedro Popoff", continuam fazendo sucesso, e é que o Pedro Popoff ainda está com 9 anos, mas sabe tudo sobre cangaço e o rei do baião. 


O Raposa das Caatingas já está na 3ª. Para você adquiri-lo, basta entrar em contato com o autor, ou com o professor Pereira lá de Cajazeiras no estado da Paraíba.


Se você ainda não comprou este fantástico trabalho do escritor José Bezerra Lima Irmão adquira-o agora. Saiu a 3ª Edição. Lembre-se que quando lançam livros sobre cangaço os colecionadores arrebatam logo para suas estantes. Seja mais um conhecedor das histórias sobre cangaço, para ter firmeza em determinadas reuniões quando o assunto é "cangaço".

São 736 páginas.
29 centímetros de tamanho.
19,5 de largura.
4 centímetros de altura.
Foram 11 anos de pesquisas feitas pelo autor

É o maior livro escrito até hoje sobre "Cangaço". Fala desde a juventude  e namoro dos pais de Lampião. Quem comprou, sabe muito bem a razão do "Sucesso a nível nacional do Raposa das Caatingas"
que já está na 3ª. edição.

O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:

Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

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O CANGACEIRO JOSÉ LEITE DE SANTANA


José Leite de Santana, conhecido por Jararaca em Buíque, no Estado de Pernambuco, no dia 5 de maio de 1901, e foi assassinado em Mossoró no dia 18 de junho de 1927), foi um cangaceiro brasileiro.

Fez parte do bando de Virgulino Ferreira da Silva o afamado e sanguinário Lampião, porém, entre 1920 e 1926, foi soldado do exército, onde participou da Revolta Paulista de 1924[1], sob o comando de Isidoro Dias Lopes, mas deixou a farda para entrar para o cangaço, com uma participação, neste grupo, muito curta, pois no ataque à cidade de Mossoró, em 13 de junho de 1927, foi preso e justiçado (morto sumariamente sem julgamento, após 4 dias de prisão) pelo soldado João Arcanjo.

Acredita-se que o cangaceiro Jararaca é um santo [2], pois antes de morrer, arrependeu-se dos crimes praticados, e depois de morto, credita-se a ele algumas graças alcançadas, portanto, é considerado um santo popular na região de Mossoró.[3] [4] [5]

Referências

Ir para cima José Leite de Santana "O Jararaca" Coluna Geraldo Maia do O Mossoroense.



Ir para cima↑ Biografia de Jararaca Enciclopédia Nordeste.


Fontes biográficas[editar | editar código-fonte].

ALMEIDA, Fenelon, Jararaca: o cangaceiro que virou santo. Recife:Guararapes, 1981.

CASCUDO, Luis da Câmara. Viajando o Sertão. Mossoró. O Mossoroense, Série "B", n° 1138, 1984.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Leite_de_Santana
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UM POUCO SOBRE A CANGACEIRA DURVINHA

A ex-cangaceira Durvalina

Jovina Maria da Conceição Souto (Paulo Afonso, 1915 - Belo Horizonte, 28 de junho de 2008), pseudônimo de Durvalina Gomes de Sá, conhecida também como Durvinha. Foi a última sobrevivente mulher e integrante do grupo de cangaceiros de Lampião e Maria Bonita, sobrevivendo por mais de setenta anos depois de escapar do ataque da Polícia de Alagoas ao grupo em 28 de julho de 1938 usando seu nome falso. Faleceu em decorrência de um AVC.

O ex-cangaceiro Moreno

Era casada com José Antônio Souto (nome falso do cangaceiro Moreno cujo nome de batismo era Antônio Ignácio da Silva), falecido em 6 de setembro de 2010.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Moreno_(cangaceiro)
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UM POUCO DA BIOGRAFIA DO EX-CANGACEIRO MORENO


Antônio Ignácio da Silva (Tacaratu1 de novembro de 1909 — Belo Horizonte, em 6 de setembro de 2010), mais conhecido pela alcunha de Moreno, foi um cangaceiro pertencente ao bando de Lampião e Maria Bonita. Após a morte deste, fugiu de Pernambuco e adotou o pseudônimo de José Antônio Souto, fixando-se em Minas Gerais. Foi um dos integrantes do bando com maior longevidade, e um dos últimos a morrer.[1] [2]


Filho de Manuel Ignácio da Silva (o Jacaré) e Maria Joaquina de Jesus, Antônio perdeu o pai na adolescência, quando este foi morto pela polícia nas proximidades de São José do Belmonte, em uma suposta queima de arquivoExerceu a profissão de barbeiro, mas seu desejo era ser soldado da polícia. O sonho terminou quando foi preso e espancado por policiais de Brejo Santo, após ser acusado injustamente de roubar um carneiro. Libertado, matou o homem que o denunciou, que seria o verdadeiro ladrão.[3]

Durvalina e Moreno

Foi contratado por um proprietário rural para defender sua fazenda do ataque de cangaceiros, mas terminou integrando-se ao grupo de Virgínio, cunhado de Lampião, de quem tornou-se amigo. Na década de 1930 casou-se com Durvalina Gomes de Sá, a Durvinha. O casal teve um filho, que não pôde permanecer com o bando, pois seu choro poderia denunciá-los. A criança foi deixada então com um padre, que a criou.[1] [3] [4]

Moreno era conhecido por não gostar dos rifles de repetição americanos, muito usados na época e ter, a sua disposição, um mosquetão.[3]

Dois anos após a morte de Lampião, o casal fugiu para Minas Gerais. Por precaução, Moreno passou a chamar-se José Antônio Souto, e Durvalina tornou-se Jovina Maria. Estabeleceram-se na cidade de Augusto de Lima, e prosperaram vendendo farinha. Tiveram mais cinco filhos, e mudaram-se para Belo Horizonte no final da década de 1960.[5]

Ainda com medo de serem descobertos e mortos, mantiveram o passado em segredo até para os filhos. A situação manteve-se até meados da década de 2000, quando a existência do primogênito foi revelada. Encontrado em 2005, Inácio Carvalho Oliveira pôde finalmente reencontrar seus pais biológicos. Só então é que a família conheceu a história do passado no cangaço; Durvinha morreu pouco tempo depois.[2] [4] [5]

Deprimido com a morte da esposa, a saúde de Moreno passou a ficar cada vez mais debilitada. Ele morreu no dia 6 de setembro de 2010 em Belo Horizonte, aos 100 anos de idade. Durante o sepultamento foi realizada queima de fogos de artifício, a pedido do próprio Moreno, que pensou que nunca teria uma cova; o temor de morrer como um cangaceiro, decapitado e com o corpo deixado no mato, não o abandonou nos 70 anos que manteve seu disfarce.[2] [5]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Moreno_(cangaceiro)
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LIVROS DO ESCRITOR GILMAR TEIXEIRA


Dia 27 de julho de 2015, na cidade de Piranhas, no Estado de Alagoas, no "CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015", aconteceu o lançamento do mais novo livro do escritor e pesquisador do cangaço Gilmar Teixeira, com o título: "PIRANHAS NO TEMPO DO CANGAÇO". 

Para adquiri-lo entre em contato com o autor através deste e-mail: 
gilmar.ts@hotmail.com


SERVIÇO – Livro: Quem Matou Delmiro Gouveia?
Autor: Gilmar Teixeira
Edição do autor
152 págs.
Contato para aquisição

gilmar.ts@hotmail.com
Valor: R$ 30,00 + R$ 5,00 (Frete simples)
Total R$ 35,00

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OS BILHETINHOS DE LAMPIÃO

Por Raul Meneleu Mascarenhas

Mais uma reportagem interessante da série A AVENTURA SANGRENTA DO CANGAÇO, onde o jornalista Nonato Masson, da revista Fatos e Fotos, nos traz acontecimentos marcantes dos famosos bilhetes de Lampião, que gostava de emiti-los como estratégia para aterrorizar seus adversários e também poupar a si e a seus cangaceiros de um combate. Lampião tinha esse procedimento e quase sempre era atendido e quando recebia o dinheiro, passava, com seu bando, ao largo da cidade. Mas se não era atendido, ia buscar o dinheiro no peito e na raça e não tinha compaixão, depois dos saques, geralmente morriam pessoas, incendiava tudo e ia embora.


LAMPIÃO ficou alguns meses acoitado no pé da serra da Baixa Verde, perto da Vila de Patos, no Município de Princesa Isabel, sem que ninguém soubesse onde ele estava, tratando da sua bicheira — que é como chamava a ferida no calcanhar — com sumo do cipó de bilha-de-carne. Corria a notícia de que ele estava morto quando, à frente de cinquenta cabras, divididos em grupos de dez, numa madrugada de fevereiro de 1924, entrou na cidade de Sousa, cortando, antes, os fios telegráficos. Passaram ali dois dias, saqueando as casas comerciais e violentando as mulheres, até mesmo as velhas, sem encontrar qualquer resistência. Com bastante munição de bica (rapadura, farinha de pulsa, carne-de-sol e cabacinhas de água), além de grande quantidade de fósforos e fumo de rolo para fazer cigarros de palha, vestidos com as roupas novas que encontraram nas residências assaltadas, deixaram Sousa e, ao passar pela vila da Cabeça do Porco, um garoto chamado Vicente entrou para o bando, para carregar os teréns e os cobertores que tomavam dos soldados. 


Com esses cobertores faziam as camas para dormir nas caatingas. O garoto era preto como carvão, e vesgo, realçando o branco pálido do seu olho esquerdo. Logo Lampião o apelidou de Lua Branca. No caminho, Meia-Noite brigou com Lampião, acusando Livino e Antonio de lhe terem roubado dois contos de réis que tirara da burra de uma loja, em Sousa. — Gatuno duma figa — gritou Meia-Noite, sacando da peixeira pajeú e dando um pulo para trás —, pula pra limpo, que eu como um por um agorinha mesmo. Bando de ladrão safado, balé parece cigano. 

LAMPIÃO não gostava de confusão entre os seus cabras. Deu dois contos a Meia-Noite, apesar dos protestos de Antônio e Livino, que juravam com os dedos em cruz não terem roubado nada, e mandou que Meia-Noite sumisse de sua frente. Descendo o serrote de Colônia, Lampião atingiu com o seu bando o maciço da Borborema, de onde passou para Pernambuco e caminhou até Flores, na região do rio Pajeú. 

Um dos bilhetes escritos por Lampião, iniciado com a frase "estimo suas saudações". Não tendo certeza do ano, escreveu mais (+) ou menos (—) 1926. Neste bilhete, Lampião mandava pedir dois contos ao comerciante Antonio Mando. Lampião carregava sempre caneta de pena bico-de-pato, tinta é papel. Antes de qualquer ataque fazia bilhetes pedindo dinheiro.


Com medo de encontrar, no seu caminho, o bando de Lampião, o Governador Sérgio de Loreto, de Pernambuco, cancelou uma viagem que teria de fazer do Recife a Vila Bela. Lampião passou todo o ano de 1929 no sertão pernambucano, acoitado nas proximidades da fazenda de um coronel seu amigo, em Rio Branco, hoje cidade de Arcoverde. Nas feiras os cantadores louvavam Lampião e mangavam do governador:

Doutor Sérgio de Loreto, 
Govêrno de Pernambuco, 
Com mêdo de Lampião, 
Só falta ficá maluco. 

Ao entrar em território pernambucano, o bando de Lampião invadiu a fazenda Abóboras, de Manuel Neto, e, a seguir, entrou em Tapera, no Município de Floresta dos Navios, onde matou o subdelegado Manuel Jiló que, com cinco praças, lhe ofereceu resistência. Quando se esgotou a munição, Manuel Jiló tentou fugir, mas foi pego pelos cangaceiros e sangrado, juntamente com os soldados. 

MANUEL Neto, depois que a sua fazenda foi incendiada por Lampião, assentou praça na polícia pernambucana e passou a persegui-lo dia e noite. Numa das suas andanças pelos sertões de Pernambuco, Lampião encontrou um médico recém-formado, que ia de Jatobá do Tacaratu para Águas Belas, em visita à família, e o prendeu, levando-o pare uma grota. Seu calcanhar estava muito inflamado, pediu ao doutor para tratá-lo. Um cabra foi despachado para a vila mais próxima, a fim de comprar remédios. Em cinco dias de curativos, Lampião sentiu-se melhor e colocou novamente o médico na estrada, em caminho de casa. Deu-lhe quatro contos de réis. Há episódios de nobreza na vida criminosa de Lampião. Por exemplo: certa vez cercou a casa de um seu inimigo, que estava em companhia de um só homem, mas sustentou fogo contra o bando, que estava formado por cerca de trinta cabras, por muitas horas. A certa altura do tiroteio, Lampião gritou: — Vicente Moreira, hoje era o teu dia, cabra safado, mas tu é ome valente, e ome valente assim não se mata. Sai da toca e vamo fazê um acordo. 

VICENTE saiu do esconderijo e, em campo raso, fizeram um pacto de não-agressão mútua. Quando Lampião ia-se retirando, Vicente o advertiu que era cunhado de José Saturnino — o inspetor de quarteirão de Nazaré da Mata, que ele, quando garoto, matara-lhe o filho, em consequência da questão dos chocalhos de bode — e ponderou: — Se você atacá Saturnino, eu tenho de lhe ataco. Por via disso é mais mió se desfazê o trato, a mode eu não sou orne de traição. Lampião gostou da atitude de Vicente. Estendeu-lhe a mão. Disse: "Aceito o trato. Tou vendo que você é ome mesmo." E nunca mais brigaram, nem Lampião perseguiu mais José Saturnino.

Em janeiro de 1925, os cabras de Lampião, fardados de macaco (apelido que Lampião botou nos soldados de polícia, porque eles fugiam, à sua aproximação, pulando como macacos), entraram, pela madrugada, na vila de Custódia, no município pernambucano de Alagoa de Baixa. Esperaram amanhecer, formados na Praça da Matriz, para então começarem o saque. O encarregado da coleta de dinheiro foi o próprio Prefeito Leopoldo Mafra, que Lampião foi acordar com a ponta de seu punhal de cabo de prata. Na bodega de seu Rouxinol, Lampião parou para matar a sêde: — Me alcance um copo d'água, ome de Deus. Veio o copo com água numa bonita bandeja, carregada por um menino chamado Luis Cristóvão dos Santos, que é atualmente juiz de Direito na região do Pajeú. Lampião bebeu a água, colocou o copo na bandeja e, num gesto de ternura, passou a mão, de leve, nos cabelos do menino e disse-lhe: — Cresça, fedelho, pra pegá no pau-furado. 

PEDIU dinheiro e seu Rouxinol disse que não tinha, porque estava ajudando o vigário Leão Verzeri a reformar a Matriz. Bastou falar em igreja para que Lampião o deixasse em paz. Saiu e foi até uma farmácia, onde pediu uma meizinha boa pra dor de cabeça, e que o boticário fizesse curativos em dois dos seus cabras, que haviam sido baleados num combate, há dias. Feitos os curativos, Lampião tirou uma caneta de pena bico-de-pato, um bloco de papel e um grande vidro de tinta de dentro do seu embornal. Apoiou-se no balcão e escreveu um bilhete, que entregou ao boticário, dizendo que "com essa orde" nenhum cangaceiro, dali por diante, lhe faria mal: — É só mostrar o bilhete e tá agarantido. 

SUA LETRA ERA O SALVO-CONDUTO PARA QUEM QUISESSE CIRCULAR NA REGIÃO DOMINADA PELOS CANGACEIROS.

Verso e anverso de um cartão de visitas de Lampião, dado pelo cangaceiro como salvo-conduto ao Prefeito Joaquim Resende, de Santana de Ipanema (Alagoas). 

Nesse bilhete, Lampião avisa o fazendeiro Elias Barbosa que estava esperando seus cabras.

DEPOIS de um dia em Custódia, os cangaceiros saíram no rumo de São Caetano, na ribeira do Navio, cantando estes improvisos:

As môça de Custódia, 
São feia mas tem ação, 
Botam queijo e rapadura, 
No borná de Lampião.

As fôrça de Pernambuco, 
São um bando de urubu, 
Preseguindo Lampião, 
Que é fio do Pajeú. 

A mulé de seu Leopoldo, 
E mulé trabaiadera, 
Passa a noite trabaiando, 
De manhã já tem pra fêra.

Com intervalos de menos de quinze dias, Lampião e seu bando assaltaram Buíque e a vila do Algodões, a oito léguas de beiço de Rio Branco, onde passou três dias saqueando o comércio. Em Rio Branco passou um telegrama ao governador de Pernambuco, avisando que não mandasse macacos para combatê-lo, pois, do contrário, marcharia sobre o Recife, a fim de pegá-lo a unha. O governador, com medo, não tomou qualquer providência contra ele, que, sem ser incomodado, atacou Granito, Leopoldina e Cabrobó. 

NA fazenda Melancia, perto de Flores, Lampião entrou para castrar um velho de nome Zé Calu, porque soube que ele havia deflorado a filha. Depois assaltou Flores, onde os cabras Mansidão e Jurema mataram, com uma porção de facadas o chefe da família dos Teotônios, o velho José Teotônio, por saber que ele telegrafara ao chefe de policia, no Recife, avisando da sua presença ali. Ao sair de Flores, Lampião foi avisado por um coiteiro que havia uma volante paraibana no seu rasto. A volante era comandada pelo sargento Cícero Oliveira, irmão do Tenente Cícero Oliveira, que os cangaceiros haviam abatido nos contrafortes da Borborema. 


Balbina da Silva e Maria Marques, duas das inúmeras mulheres ferradas, no rosto, com as iniciais de José Baiano. Eram marcadas porque Lampião não gostava de mulher de cabelos curtos.



Caminhando para São João dos Leites, onde ficaria a salvo da volante, na fazenda do Coronel José Jósimo, que era seu amigo e protetor em Pernambuco, o bando de Lampião topou com os macacos em Tenório e abriu fogo. O sargento foi baleado e morto, mas a fuzilaria continuou, cada vez mais feroz, obrigando a Lampião bater em retirada, sem tempo para socorrer o seu irmão Livino, que havia caído numa grota com um balaço no peito.

LIVINO foi degolado pelos soldados, seu corpo abandonado aos urubus e sua cabeça, levada como troféu, foi espetada numa estaca de cerca de mandacaru entre Tacaratu e Jericató. Com a perda do irmão, Lampião passou a viver triste, deixou crescer os cabelos e adotou novos requintes de maldade com as suas vítimas. Passou também a dar ordens para que fossem marcadas, no rosto, com ferro em brasa, todas as mulheres que usassem cabelos curtos. O encarregado da ferra era o seu lugar-tenente José Baiano, e centenas de mulheres tiveram o rosto marcado com as suas iniciais JB. As tropas da polícia paraibana não deram mais trégua a Lampião. Perseguiam-no em todas as direções, o que o obrigou a atravessar a fronteira, entrando em Alagoas, no rumo de Mata Grande. Ao passar pelo cemitério de Santa Cruz do Deserto, Lampião entrou com os irmãos Antônio e Ezequiel, colocaram flores sabre a sepultura do pai e rezaram. Seguiram caminho, com duas volantes da Paraíba e uma de Pernambuco no rasto de suas alpercatas, de rabicho, sem saber que estavam sendo seguidos, e foram-se acoitar numa palhoça de taipa no lugar conhecido por Serrote Preto.


JUNTARAM-SE as volantes paraibanas e atacaram o coito de surpresa. A luta foi de papoco. Logo no início do choque caíram mortos Asa Negra, Guri e Corró, três cabras de Lampião. Foi quando, pela retaguarda das tropas paraibanas, apareceu uma volante pernambucana, comandada pelo Tenente João Gomes, atirando a três por dois. Estabelecida a confusão, os cangaceiros executaram uma das suas fulminantes reviravoltas, tomaram posição sabre uma serra e envolveram os soldados, que, a essa altura, lutavam entre si. Com a chegada da noite o fogo cessou, deixando mortos setenta dos cem soldados das duas volantes. Os mortos foram transportados em rédea para Mata Grande, onde os sobreviventes da carnificina tiveram de enterrá-los sem a ajuda de ninguém, pois toda a população havia abandonado a cidade.

EM janeiro de 1926, Lampião comprou uma fazenda em Barreiros, perto de Vila Bela, em Pernambuco. Dizia sempre que seu grande sonho era voltar a ser vaqueiro e criador de gado. Saindo um dia da sua fazenda encontrou um automóvel com três homens numa estrada. Eram o chofer e mais Pedro Paulo Mineiro, inspetor-viajante da Standard Oil Company, e fenício Vieira, viajante da Companhia de Cigarros Sousa Cruz, que iam de Triunfo para Vila Bela a negócio. Lampião fez o carro parar e pediu dinheiro aos viajantes, que lhe deram dezesseis contos de réis. Achou pouco e os prendeu. Fenício disse que podia ir a Vila Bela arranjar mais dinheiro. Lampião concordou, ficando com Pedro Paulo como refém. Deu três dias para Fenício e o chofer voltarem com mais dez contos e levou Pedro Paulo para a sua fazenda. Passaram-se os três dias e Fenício não voltou. Lampião, que se afeiçoara a Pedro Paulo, resolveu mandá-lo de volta até a vila de Betanha, com dois bilhetes: um para um comerciante seu amigo, intimando-o a levar o rapaz até a estação da Estrada de Ferro Great Western, em Rio Branco, de onde ele seguiria para o Recife, e outro ao governador interino de Pernambuco, Júlio de Melo, propondo, entre outras coisas, governar o sertão até Rio Branco, onde chegavam os trilhos da Great Western, enquanto o Governo do Estado ficaria mandando de Rio Branco ao Recife.

ESCREVER bilhetinhos era o fraco de Lampião. Antes de invadir qualquer cidade, mandava um deles para o delegado, juiz ou algum comerciante forte, solicitando muitos contos de réis. Seus bi-lhetes, escritos mais a tinta do que a lápis, co-meçavam sempre com a frase "estimo suas sau-dações", que lhe era peculiar.

ELE tinha desses requintes e se era atendido, recebia o dinheiro e passava, com o bando, ao largo da cidade. Se não era, ia buscar o dinheiro na raça e, então, não deixava pedra sôbre pedra. Depois dos saques, incendiava tudo. Foi assim em Caranaúba das Flores, onde o comerciante Antônio Mando recebeu um bilhete seu e não fez caso, nem mandou qualquer resposta. O bilhete foi este: "Ilmo. Sr. Antônio Mando. Estimo suas saudação com todos ofim desta para lhe pedir dois contos di reis — los passo isto sem farta agora e não mande que depois vai se sahir muito mal resposta pelo mismo portador sem mais, não falte olhe. Virgulino Ferreira, vulgo Lampião."

Em março de 1926, a Coluna Prestes atravessou o sertão de Pernambuco e marchava sabre o Ceará. Na sua fazenda em Berreiros, Lampião recebeu um jagunço do padre Cícero Romão Batista. O jagunço lhe deu o recado: que fôsse com urgência ao Juazeiro do Norte e levasse todos os seus cabras. 

http://meneleu.blogspot.com.br/2016/02/os-bilhetinhos-de-lampiao.html

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