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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

CAVALARIA MONGOL (OU A LUTA PERDIDA)

Por Rangel Alves da Costa*

Em determinadas situações, não adianta entrar numa luta sem as armas compatíveis à força do inimigo. Por mais que se considere a experiência, o destemor, a bravura e demais forças de empenho, não adianta lutar sem rivalizar à altura da belicosidade inimiga. Será derrota inevitável. A vontade, como mera propensão à realização, não terá qualquer valia sem os meios ideiais para a sua concretização.

Assim ocorreu com a Cavalaria Mongol durante a Segunda Guerra Mundial, confrontando as poderosas armas do exército alemão. Segundo os estudiosos, mesmo que as cavalarias tenham sido tão importantes ao longo das batalhas e conquistas, e que também tenham sido utilizadas em situações estratégicas para deslocamento de pessoas e equipamentos, inadmissível que as tivesse utilizado como força de patrulha ou de ataque, principalmente perante as armas pesadas sempre à espreita para o revide.

Difícil mesmo de acreditar que assim tivesse acontecido, vez que o histórico de guerra dos mongóis é de uma ferocidade estratégica impressionante, principalmente ante os ensinamentos advindos desde o comando de Genghis Khan, o temível e terrível conquistador. De fato, os guerreiros mongóis se notabilizaram pelas táticas de conquistas, pelos elementos-surpresa utilizados e pelos avanços devastadores de sua impiedosa cavalaria. Eram verdadeiros mestres da conquista nos lombos dos animais.

Não se tratava de um bando de guerreiros selvagens, montados em cavalos possantes e carregando flechas e outras armas mortais. Não se tratava também de uma simples horda sanguinária que de repente surgia passando a lâmina tudo que à frente encontrasse. Logicamente que era tudo isso e muito mais, mas a partir de estratégias que demoravam a ser concebidas. Daí seus ataques sempre certeiros e devastadores, somando conquistas após conquistas.


Tais aspectos logo demonstram o descompasso mongol no vergonhoso episódio na Segunda Guerra. Um fato que macula uma história de inteligência e astúcia que serviram na formação de um poderoso e quase imbatível império. Verdade que os tempos eram outros e seus guerreiros (originários de Tashkent, na Ásia Central) estavam a serviço do exército soviético, mas nada justifica que homens montados em cavalos avancem sobre unidades de infantaria e artilharia alemãs. Mas assim ocorreu.

Na manhã de 17 de novembro de 1941, ao fazer o patrulhamento ao redor de aldeias russas para observar sinais de soldados inimigos, ao perceber a presença de alemães nas estepes os cavaleiros avançaram ferozes, de sabres à mão, numa vã tentativa de enfrentamento. Mas eram apenas cavalos contra armas potentes. E o resultado foi um banho de sangue rápido e sem qualquer ameaça. No combate entre homens montados em cavalos contra metralhadoras e ombuseiros não há sequer que se falar em confronto
.
Segundo relatos de um ex-combatente alemão presente naquele inesperado combate, o avanço dos cavalos sobre as forças alemãs acabou formando um cenário surpreendente. Sob a neve, acima dos campos gélidos tomados de branco, os cavaleiros marchando velozes com seus sabres em punhos, como se ainda estivessem comandados pelo seu Temujin, o grande Khan. E de repente aquela mesma neve banhada de sangue e animais em fuga desesperada, porém sem os seus cavaleiros. Tudo esperar, menos um episódio assim numa guerra brutal.
Até hoje os estudiosos relatam tal episódio num misto de lenda e bravura. Só mesmo a bravura daqueles descendentes de Genghis Khan, só mesmo o destemor e a intrepidez daqueles guerreiros mongóis para fazer imaginar que lâminas afiadas de sabres são mais potentes que o fogo voraz dos canhões, das metralhadoras, das armas famintas por sangue. Morreram ingenuamente, porém talvez acreditando que tantas conquistas daquela forma não lhes seriam tão diferente naquele dia.

Mas há uma lição maior extraída desse episódio. E tal lição, a moda do grande general Sun Tzu, reflete nas relações cotidianas, nos embates de cada dia, nos enfrentamentos da vida. Assim na vida pessoal, política, administrativa, gerencial e em todos os quadrantes da existência. A verdade é que não se pode entrar num embate acreditando ser imbatível. Não se pode imaginar ter as melhores armas quando sequer conhece as armas do outro.

Geralmente acontece de acreditar demais nas próprias forças. Isso impulsiona à luta, mas não é garantia nenhuma de vitória. Ou se vai à luta com armas capazes de destruir os monstros escondidos no labirinto ou não alcançará o fim do caminho. É uma questão de sobrevivência. Precisa-se ter a certeza que os inimigos existem e que estão à espreita. E daí ter de carregar consigo as armas mais eficazes que possam existir.
A fé ajuda, a vontade ajuda, a coragem ajuda. Mas o inimigo tem a seu dispor um imenso arsenal destrutivo. E agora? Ou entrar no campo de batalha para vencer ou se refazer para o enfrentamento. Não adianta perder com o herói. Na vida, heróis são sempre aqueles que vencem. Os outros são apenas reconhecidos pela história. Ou simplesmente esquecidos.

Poeta e cronista
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O BRASIL CONTRA LAMPIÃO


Até Gilberto Freyre apresentou um plano “infalível” em parceria com um cangaceiro

A década de 30 começou com uma mania nacional: os incontáveis planos de combate a Lampião. O primeiro e mais desumano deles, posto em prática em 1928, foi batizado pelo povo do interior de lei do diabo. Segundo o historiador Jovenildo Pinheiros de Souza, autor de uma tese de mestrado sobre o tema, tal plano foi elaborado pelo sociólogo Gilberto Freire em parceria inédita com o cangaceiro Antônio Silvino, que cumpria pena na Casa de detenção do Recife.

O plano idealizado por Freire e Silvino era simples: partindo do princípio que os cangaceiros precisavam de ajuda dos coiteiro para sobreviver na caatinga, a polícia deveria perseguir todos eles. Aqueles que não colaborassem com a polícia seriam eliminados sumariamente. O efeito foi devastador: inocentes foram enterrados na caatinga, outros passaram anos presos sem processo e alguns ingressaram nas volantes com medo da represália policial. Aparentemente os resultados eram bons. Mas era só aparência. Lampião escapou do cerco e quase mata o chefe de polícia Eurico Souza Leão.

Depois houve uma sucessão de planos exóticos. Os jornais cariocas realizavam concurso para escolher o plano vitorioso, políticos e militares divulgavam suas ideias de tática de guerra. O governador do Rio Grande do Norte, José Augusto, pregava a “conjugação de esforços de todos os governadores”, a Associação Comercial Baiana defendia a nomeação do oficial Juarez Távora para chefiar a repressão ao cangaço. Estranho mesmo foi o plano do leitor Raimundo Vasconcelos, do jornal carioca Diário da Noite: ele acreditava que seria possível matar o cangaceiro se um grupo de policiais, disfarçados de bandidos, simulasse saques e assassinatos para poder se aproximar de Lampião e mata-lo.

Em 1931, outro plano inútil foi executado. O chefe de polícia da Bahia, João Facó, criou postos fixo nas fronteiras do estado, contratou mercenários batizados de provisórios, armou nove volantes com metralhadoras, montou hospitais de campanhas, construiu estações de rádio, depósitos de munição e comprou lunetas. Nos comunicados oficiais o tom era sempre otimista: “Lampião está com os dias contados. Sua prisão é questão de dias” era a frase mais repetida nos informes da polícia. Em 1932, Lampião desmoralizou todo o esforço baiano vencendo volantes de três estados na batalha de Maranduba.

Publicado no DIARIO DE PERNAMBUCO
Caderno Especial do dia 7 de julho de 1997

Fonte: facebook
Página: Página: José João Souza

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O MORRO DO TIBAU, SEU ASPECTO E CLIMA - 10 DE JANEIRO DE 2016

Por Geraldo Maia do Nascimento

Folheando velhos jornais mossoroenses encontrei um artigo com o título acima, nos exemplares números 184 e 186, de 24 de novembro e 31 de dezembro de 1922, do jornal “O Nordeste”, noticiário que circulou de 1916 a 1934. A matéria não está assinada, mas provavelmente foi escrita por seu diretor, José Martins de Vasconcelos, que além de jornalista era escritor e poeta, deixando um legado de vários textos e poemas.
               
  
Impressiona a maneira quase poética como ele descreve o morro, hoje já bastante modificado pela expansão imobiliária. Fala do seu aspecto, da consistência dos seus blocos, da água que surge em sua cabeceira e dá outras informações bastante interessantes. Transcrevemos algumas partes do artigo original, mantendo a grafia da época:
               
Quanto ao aspecto: “O morro do Tibau, começa aparecer ao longe, quando se avança para ele, como um massiço vermelho de arenito, sem vegetação alguma no alto. De fato, o morro é formado exclusivamente de argila vermelha, mesclada em parte, e desnudada de vegetação arborecente, no dorso raramente partilhado de cachéticas hervasinhas isoladas.
               
Na parte de leste, que deita para o mar, e donde frequentemente escorre, em vários pontos, água vertida do alto das barreiras há uma rasteira vegetação de orós, de escassa grama, e aqui e ali alguns coqueiros dispersos.
               
Assim, ao norte e ao sul há, nos flancos do outeiro, plantios de coqueiros, cajueiros, canas e outras fruteiras, onde há frescos de vertentes banhando a areia movediça, quase que o rodeia.
               
No cimo do morro, a areia móvel é desagregada da própria pedra arenosa, frágil, que se desmancha em muitas partes, com a pressão dos pés. Em outras, conserva a resistência do barro argamassado, acessível ao corte da enchada, para o uso de construção de casa.
               
A consistência do bloco em geral, varia, do mole ao duro e em cores, notando-se uma variedade d’argila admirável: vermelha, amarela, branca, preta, roxa, etc., e prende muito a atenção do visitante.
               
Ao lado sul do morro está a parte mais elevada, formada toda de barro vermelho, e dividida por uma baixada, consequente da erosão das águas do inverno, formando escoadouros destas para o mar. É muito acidentado o planalto do morro, com altos e baixos, visível demonstração da lenta desagregação do conjunto pela ação do vento, em cima, inexorável como o mar, em baixo!
               
Não desaparecerá o morro, acreditamos, mas uma grande modificação o tempo operará, é inevitável.”
               
Com relação as águas que brotam do morro: “Sobre a água do morro do Tibau, que perenemente corre, há dúvida se é, do próprio morro ou de regiões distantes, vindas por veios subterrâneos. Uns pensam que as fontes do Tibau procedem dos alagados de Bom Sucesso, nas fraldas da chapada do Apodi, outros julgam que ela é do centro do morro, trazida à superfície por natural e espontânea influência do solo. Acreditam alguns que as fontes são originadas pelas águas do mar evaporadas ou sacudidas sobre o alto do morro pelo vento, o nordeste principalmente, que sopra constantemente do oceano para a terra. E esse fenômeno verifica-se somente numa certa região do morro, a que fica olhando para o mar. A água cai ou escorre mesmo do alto marginal, em parte alongando-se até certo ponto, sendo o resto do morro, para traz, completamente seco.
               
Durante o inverno e durante o verão, não há alteração para mais ou para menos, na constante queda d’água. Isto modifica a ideia de que a água venha de longe, pois as estações variariam a intensidade das vertentes: crescendo no inverno e diminuindo na seca. Tal alteração os naturais não presenciaram ainda, nos informaram. Sendo do centro do monte, também as fontes sofreriam modificações com o aumento ou descrecimento do volume d’água, pela ausência de infiltrações das águas pluviais ou influência destas, nas secas e nos invernos. A mais consentânea razão da existência do líquido ali é a que tira suas conclusões da evaporação da água marítima ou da infiltração desta pela ação do vento, sacudindo-a ali, durante dias e noites consecutivamente. E sendo assim, deve-se à própria argila a filtração do elemento salso, transformando-o em água potável”.
               
Foi essa a visão que o jornalista José Martins de Vasconcelos teve do morro do Tibau em 1922. Claro que é a visão de um leigo, valendo apenas como informação histórica, para conheçamos o pensamento comum daquela época, principalmente no que se refere a origem das águas que brotam da duna. 

Geraldo Maia do Nascimento

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Fonte:
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OS MORTOS DE CUSTÓDIA ...

Por José João de Souza
Narciso Dias e Jorge Remígio

Em 26 de Dezembro de 2015, eu e o parceiro de expedições Cangaceiras Jorge Remígio, visitamos o monumento aos militares mortos por membros da Coluna Prestes em 14 de fevereiro de 1926, no município de Custódia-PE.
Narciso Dias

Para ilustrar a postagem sobre a visita dos companheiros Narciso Dias e Jorge Remígio, vamos nos valer do comentário do confrade José João de Souza: "O monumento histórico da Polícia Militar de Pernambuco, está localizado às margens da BR-232, no Sítio Pitombeira, município de Custódia, foi feito em homenagem aos policiais militares pernambucanos que morreram em cumprimento do dever no dia 14 de fevereiro de 1926, emboscados por componentes da Coluna-Prestes."


HISTÓRIA DA BATALHA

O combate em si, foi uma grande armadilha urdida pelos oficiais da Coluna Miguel Costa-Prestes, seu nome correto, tenentes-coronéis Djalma Dutra e João Alberto. (Livros: A coluna prestes, de Neill Macaulay, página 205, e o Cavaleiro da esperança, de Jorge Amado, página 149). Assim, os rebeldes dessa Coluna (que estavam na área esperando uma ligação com o tenente Cleto Campelo, que acabou falecendo em Gravatá), haviam interceptado nos fios do telégrafo, uma mensagem sobre o deslocamento de Custódia para Vila Bela (Serra Talhada) de uma tropa da Força Pública de Pernambuco, de 137 homens, transportada em cinco caminhões dos efetivos dos 1º, 2º, 3º Batalhões, Regimento da Cavalaria e Companhia de Bombeiros, (Boletim Geral da Força Pública, de 12 de fevereiro de 1926), sob o comando do coronel João Nunes, comandante Geral. No terceiro caminhão, vinham o tenente da PM José Coutinho da Costa Pereira, no quinto, o tenente da PM Olímpio Augusto de Oliveira e o capitão Luiz Sabino de Azevedo e, na retaguarda, o comandante João Nunes, em automóvel.

Na localidade Umburanas/Imburanas ou Pitombeiras, os rebeldes arquitetam uma emboscada, colocando na estrada um chapéu de tipo engenheiro, de cortiça, como isca! Por volta das 9h de 14/02/1926, (domingo de Carnaval), um soldado mandou parar o veículo para apanhá-lo. Em seguida, todo o comboio parou. O coronel João Nunes, vinha à retaguarda, em companhia, do seu secretário, tenente Sidrak de Oliveira Correia e outros oficiais. Imediatamente, dos serrotes laterais, surgiram os fogos cruzados das metralhadoras inimigas, ceifando a vida de inúmeros soldados.

Após seis horas de combate, o coronel João Nunes, ao escurecer, conseguiu romper o cerco dos rebeldes, (em número quase cinco vezes superior, e entocados) rumo à Custódia, perdendo quatro dos cinco caminhões, que foram queimados. No dia seguinte, em Custódia, a tropa, reorganizou-se e partiu ao encalce da força rebelde (História da PMPE – major da PM Roberto Monteiro, página 78, e revista APMP 1985 – página 10). A munição que se achava no quinto caminhão, que regressou a Custódia com o capitão Luiz Sabino de Azevedo, não foi perdida (Jornal A Província, de 27/02/1926, e Diário de Pernambuco de 27/02/1926).
  
Luiz Carlos Prestes

De acordo com o Boletim Geral da Força Pública, de 12 de março de 1926, morreram oito soldados: Isídio José de Oliveira, (2º Batalhão), Castor Pereira da Costa, Ercias Petronillo Fonseca e Manoel Bernardino Fonseca (Regimento de Cavalaria), José Sebastião Bezerra, Pedro Cosme Alexandrino, Antônio Cassemiro Ferreira e Luiz José Lima Mendes, (Companhia de Bombeiros). (Livro: Epopeia de bravos guerreiros – Jorge Luiz de Moura e Carlos Bezerra Cavalcanti). Os feridos foram três soldados, Amaro do Espírito Santo e Benevenuto Cardoso Silva, (do 2º Batalhão) e Severino Lino dos Santos, (do Regimento de Cavalaria). No mencionado Boletim, o comandante João Nunes enaltece suas bravuras e sacrifícios no campo de luta, em defesa da legalidade.

Aqueles soldados foram sepultados no local, numa cova única, à beira da estrada, de acordo com o major da PM João Rodrigues da Silva, em artigo publicado na Revista Guararapes, em janeiro de 1950, – Os mortos do Riacho do Mulungu, onde assinala que pela voz do povo, o número de mortos se eleva a mais de 40 praças. Esse monumento foi construído durante o Comando Geral do Coronel Manoel Expedito Sampaio, em 1961 (Informação do coronel Cícero Laurindo de Sá).

Na fria placa de mármore, ficou o registro da reação daqueles heróis, que precisam ser lembrados e nominados todos os anos, àquele 14 de fevereiro de 1926, pois, transpuseram os umbrais da glória e precisam ser inseridos nos anais da grande história da PM e de Pernambuco.

Publicado no Jornal do Comércio em 05 de Maio de 2008, escrito por Jorge Luiz de Moura (Comandante Geral da PMPE, à época).

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2016/01/os-mortos-de-custodia-porjose-joao-de.html

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AOS POUCOS NOS CHEGAM FOTOGRAFIAS E INFORMAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO CANGAÇO, ASSIM COMO DE PESSOAS QUE TIVERAM LIGAÇÃO DIRETA OU INDIRETAMENTE COM A TRAJETÓRIA CANGACEIRA.

Por Geraldo Júnior

Muitas pessoas apesar de não terem feito parte direta na história são citadas em livros, Sites, Blogs, Documentário e tantos outros meios de comunicação por ter vínculos de amizades ou parentesco com algum personagem importante da história do Cangaço.

Recentemente conversando com a amiga/membro de nosso grupo Wilma Maria Ferreira Leite obtive a informação de que uma filha do Senhor FENELON GOMES DE ARAÚJO (FENELON LEITE) buscava por informações sobre a história e localização de alguns familiares, com a qual entrei em contato.

O Senhor FENELON LEITE (Falecido) para quem não sabe era irmão do Cangaceiro PINGA-FOGO e de MASSILON LEITE que foi o principal instigador do ataque de Lampião à cidade de Mossoró/RN, ocorrido no dia 13 de julho de 1927.

Massilon Leite era um cangaceiro independente e possuía o seu próprio bando, o qual se juntou ao bando de Lampião para juntos se aventurarem na mais ousada e arriscada empreitada que se tem notícia em toda a história do cangaço... O ataque à Mossoró/RN.

A cidade de Mossoró/RN mesmo naquela época, já era uma cidade desenvolvida, e uma das mais importantes do Estado do Rio Grande do Norte e invadir e saquear uma cidade como essa não seria tarefa fácil, mesmo para o mais experimentado cangaceiro.

A ousadia custou cara para Lampião que teve que amargar em solo Potiguar uma das maiores derrotas de toda a sua vida.

Pouco tempo após a frustrada tentativa de invasão à Mossoró/RN, Massilon e seu irmão Pinga-Fogo que também participou da empreitada, desligaram-se do bando e seguiram por trilhas desconhecidas e vagas notícias, e informações sobre suas vidas, após esse episódio, foram encontradas pelos pesquisadores e estudiosos sobre o assunto em questão.

O Senhor Fenelon Leite, como disse anteriormente, tem o seu nome sempre citado na história cangaceira, porém a sua imagem era para todos (as) nós até o presente momento desconhecida. e graças à colaboração da amiga Joana Martins filha do Senhor FENELON GOMES e da indicação da amiga/membro Wilma Maria Ferreira Leite conseguimos recuperar e trazer ao conhecimento de todos(as) essa preciosidade fotográfica.

CONTEMPLEM...
Segunda novidade da semana e vem mais por aí... Aguardem!!!
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)

Fonte: facebook
Página: Geraldo Junior
Grupo: O Cangaço
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br
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ESCRITOR ANTÔNIO AMAURY NA GROTA DE ANGICOS - PARTE II



Escritor Antônio Amaury na Grota de Angicos PARTE II

Publicado em 9 de jul de 2015
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Acervo Adalto Silva

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O VELHO MOTA DA CHARANGA.

Por José Mendes Pereira e Zuleide Mota

Antônio Mota da Silva mais conhecido como “O VELHO MOTA DA CHARANGA”, nasceu em Apodi, no Estado do Rio Grande do Norte, no dia 18 de março de 1912, e faleceu em Mossoró, na Casa de Saúde Dix-sept Rosado, no dia 19 de maio de 1984, a causa da morte, “problemas cardíacos”.

Residiu por toda sua vida em Mossoró, no bairro Santo Antonio, à Rua Melo Franco, nº 843. Era casado com Maria Nery Mota, natural da cidade de Upanema, no Estado do Rio Grande do Norte, nascida no dia 15 de março de 1917, e faleceu no dia 11 de agosto de 2008, na Casa de Saúde Wilson Rosado em Mossoró.

O Velho Mota da Charanga era pai dos seguintes filhos:

Francisco Canindé Mota, este foi assassinado no Rio de Janeiro, no ano de 1980, a causa, reagiu um assalto e foi morto pelo seu agressor.  

Maria Zulier Mota Bezerra reside em Mossoró à Rua Melo Franco. 

Maria Zulene Mota Bezerra que já é falecida. 

Maria Zélia Mota de Paiva, também já falecida. 

Antonio Mota da Silva Filho, o grande Carestia, como era alcunhado em Mossoró, também já é falecido.

Por última, Zuleide Mota, já é aposentada, e de dezembro a maio , isto é 6 meses, ela reside no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, no bairro Copacabana, e os outros 6 meses, fixa residência nos nos Estados Unidos, na cidade de Nova York, onde viveu por quase 30 anos, junho, julho, agosto e setembro. Os meses outubro e novembro, ela passa em Los Angeles, na Califórnia, isso porque continua trabalhando na mesma atividade de trinta anos.

Em sua companhia reside Tâmara Cristina a filha mais velha, e tem outra filha por nome de  Cindy Lee, e está fazendo universidade na Califórnia, em San Diego, e trabalha na Apple.

Mas às vezes ela viaja, pois faz Free Lances, quando tem chances em Estádios de Esportes, ou Shows. A sua profissão copiou do seu pai (cozinheira). Normalmente faz campeonatos de Tênis e de Basebol e futebol Americano.

A razão de ainda estar nos Estados Unidos, hoje, é que ela está em tratamento médico, e por ordens médicas não pode viajar. Fez uma cirurgia no dia primeiro de dezembro, e tem outra para fazer a qualquer hora, e já deu início a uma bateria de exames, repetir tudo que já fez mais de 3 vezes, coisas de Americano. Assim que fizer a cirurgia, ela vem se recuperar no Rio de Janeiro.

O Velho Mota da Charanga era católico, devoto de São Francisco e todo ano ia ao Canindé com toda família. Era aluisista de morrer, apaixonado pelo partido do cigano feiticeiro Aluísio Alves. 

Foi dono de uma Roleta, mais ou menos nos anos quarenta, que funcionava na entrada do beco das frutas bem próxima ao mercado central, e no final de cinquenta, abriu o conhecido e famoso "Buraco do Tatu". 

Era um Quiosque que ficava sob uma Tamarindeira, no largo entre a Avenida Alberto Maranhão e a Avenida Rio Branco, seguindo da Estação de trem, no sentido Santo Antônio. Ali era frequentado por todas as pessoas importantes de Mossoró. Para café da manhã, almoço e jantar, comida de primeira qualidade, e às vezes, ele liberava música ao vivo.

O Velho Mota da Charanga pela manhã cedo, todos os dias, fora premiado com dois importantes clientes que tomavam café e em seguida, seguiam para as suas atividades. Um era o afamado cardiologista de Mossoró Dr. José Leão, e o outro era o Professor Solon Moura. 

O Velho Mota da Charanga era uma pessoa muito espirituosa, alegre, e que todos gostavam dele. Muito honesto e íntegro. Como ele gostava de festas, muitos pessoas pensavam que o Velho Mota da Charanga era farrista, mas na verdade, o que ele queria mesmo, era estar sempre acompanhado de toda família.

Quando o Velho Mota da Charanga deu adeus a este mundo, houve um certo desentendimento por parte dos amigos, mas a causa deste, todos que fizeram parte da sua amizade, queriam pagar as despesas da Casa de Saúde e da Funeral.

O Velho Mota da Charanga durante toda a sua vida, só trabalhou para construir amigos, amigos...!!!

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PESQUISADOR ANTONIO CORRÊA SOBRINHO FALA SOBRE OS SERTÕES DE EUCLIDES DA CUNHA


Amigos,

Quatro anos antes da publicação do livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, o jornal “O Estado de S. Paulo”, na sua edição de 19 de janeiro de 1898, trouxe a lume um dos trechos mais interessantes da magistral obra sobre a Guerra de Canudos, que eu trago abaixo, que diz respeito ao capítulo III da parte referente ao homem: o sertanejo. sem dúvida, uma das mais ricas descrições deste tipo brasileiro.

Porém, o que me levou a trazer aos amigos o referido texto, foi o seu caráter inédito, pelo menos para mim, que só agora dele tomei conhecimento, novidade que vejo no fato de este artigo do jornal paulista não corresponder ipsis litteris, ou seja, exatamente ao que consta do “Os Sertões”, uma vez que foram muitas as alterações nas palavras, frases, na organização dos parágrafos, enfim, feitas por Euclides no seu processo de formulação da sua grande obra. Significados e sentidos outros sobre o nosso sertanejo, portanto, foram lançados ao esquecimento, mas que, agora, graças aos novos tempos, podemos saber de Euclides coisas mais. 


EXCERTO DE UM LIVRO INÉDITO

... Assim, o sertanejo é um forte, cuja energia contrasta o raquitismo exaustivo dos mestiços enervados do litoral. Surge naquelas paragens com a feição firmemente acentuada de um lidador enérgico.

A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Não tem a plástica impecável, o desempeno, as linhas elegantes dos lutadores antigos. É sem elegância e desengonçado. O andar sem firmeza, sem o aprumo dos organismos vigorosos, é quase gingante, e sinuoso, aparentando a translação de membros desarticulados; e a postura, normalmente indolente, semi-curvada, manifesta uma displicência perene.

A pé, quando parado, recosta-se sempre ao primeiro móvel ou parede que encontra; a cavalo, quando sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo, novamente, sobre um dos estribos, descansando sobre a sela.

Marchando, ainda quando a passo acelerado, não traça nunca uma trajetória retilínea, avança vertiginosamente, num bambolear persistente; e se estaca, para enrolar um cigarro ou travar longa conversa com um amigo, põe-se de cócoras quase sempre, atravessado largo tempo numa posição de equilíbrio instável, suportando apenas pelos dedos dos pés, sentado por assim dizer sobre os calcanhares, numa simplicidade adorável e ridícula a um tempo.

Mas toda esta aparência de cansaço e esse todo achamboado, iludem.

Naquela organização, normalmente preguiçosa e como que combalida, opera-se, num segundo, uma transfiguração completa, ao sobrevir qualquer incidente que lhe exija o desencadear repentino da energia adormida apenas. O homem, de golpe, transmuda-se; empertiga-se soberano de força e de audácia; a cabeça firma-se enérgica sobre os ombros possantes, iluminada por um olhar atrevido; corrigem-se, prestes, todos os defeitos do relaxamento habitual dos órgãos; e, da figura deprimida do tabaréu desgracioso, irrompe bruscamente a feição dominadora de um tição bronzeado e potente, num desdobramento surpreendedor de força e agilidade extraordinários.

É impossível imaginar-se um cavaleiro mais descuidado e despretensioso – sem posição, pernas coladas no bojo do animal, tronco pendido para a frente e oscilando à feição da andadura dos pequenos cavalos do sertão, desferrados e maltratados, resistentes e rápidos como poucos. Mas se uma res alevantada envereda esquiva pela caatinga garranchenta eis o que se transmuda – violento e ágil – cravando os acicates de rosetas largas nas ilhargas da montaria e partindo como uma flecha, atufando-se velozmente no seio trançado das juremas.

Não há contê-lo, então, no ímpeto... Que se lhe antolhem em frente os sulcos das quebras, acervos monstruosos de pedras, moitas impenetráveis de espinhos ou os barrancos em caixão dos rios correntosos –nada lhe impede encalçar o caruara desgarrado porque ‘por onde passa o boi passa o vaqueiro com seu cavalo...’

Colado ao dorso do animal, confundindo-se com ele sob a pressão das pernas vigorosas, realiza então a criação bizarra de um centauro bronco e grosseiro – emergindo inopinadamente nas clareiras, mergulhando mais adiante nas macegas altas, saltando valados e ipueiras, vingando os comores desnudos, rompendo, célere, os mocambos trançados, precipitando-se a toda a brida nos planos dos tabuleiros... A sua compleição robusta ostenta-se então em toda a plenitude: como que é o cavaleiro resoluto quem empresta energia ao cavalo pequenino e frágil, sustendo-o nas rédeas improvisadas de caroá, suspendendo-o vigorosamente nas esporas, arremessando-o para a frente, escanchado no rastro do novilho desgarrado, aqui curvando-se agilmente sob uma galhada que roça quase pela sela, além desmontando-se de golpe, sem largar as crinas do animal, para evitar o combate de um tronco apercebido no último momento e galgando logo depois o selim – galopando sempre através de todos os obstáculos, e sopesando à mão direita sem o perder nunca, sem o deixar no emaranhado dos cipoais, o longo ferrão de ponta de ferro, que por si só constituiria, noutras mãos, sério tropeço à travessia.

E terminada a refrega pela volta ao rebanho da res tresmalhada, ei-lo de novo, acurvado sobre a sela, indolente e desgracioso, oscilando à feição do passo do animal, como que sob a pressão de um aniquilamento absoluto, numa aparência falsa de inválido fatigado.

O gaúcho do sul, ao vê-lo nesse momento não o olharia sequer.

O vaqueiro do norte é a sua antítese. Na postura, no gesto, na palavra, na índole e nos hábitos dificilmente se encontraram pontos de contato entre os dois.

O primeiro, filho dos plainos dilatados, afeiçoado às correrias fáceis nos pampas, adaptado a uma natureza carinhosa que deslumbra e encanta, reveste-se naturalmente de uma feição cavalheiresca e mais atraente. A luta pela existência não assume ante ele o caráter selvagem dos sertões do norte. Não conhece os horrores das secas e os combates cruentos com um solo árido e exsicado; não o entristecem as cenas quase anuais e periódicas da devastação e da miséria, o quadro pavoroso da absoluta pobreza da terra calcinada, exaurida pela adustão dos seus bravios do equador e não tem, por isto, no meio das horas remansadas da felicidade, a preocupação do futuro que é sempre uma ameaça, tornando instável sempre as fortunas mais sólidas ante a fatalidade incoercível dos elementos desencadeados. Desperta para a vida amparado pela natureza deslumbrante que o aviventa; e passa pela vida – aventureiro, jovial, valente e fanfarrão – despreocupado quase, tendo o trabalho como uma diversão que lhe permite as disparadas domando distâncias no seio dilatado dos pampas, tendo aos ombros, palpitando aos ventos, o pala inseparável, como uma flâmula festivamente agitada.


As suas vestes são um traje de festa ante a vestimenta rústica do vaqueiro. As largas bombachas, adrede dispostas para a fácil movimentação sobre o cavalo no galope fechado ou no corcovear raivoso, não se dilaceram nos espinhos duríssimos das caatingas; o pala vistoso jamais lhe fica perdido, embaraçado na galhada caótica das árvores torturadas e secas.

O cavalo, sócio inseparável de uma existência algo romanesca, é quase um objeto de luxo. O arreamento complicado e espetaculoso demonstra. O gaúcho andrajoso sobre um pingo perfeitamente equipado, está decente, está corretíssimo, pode atravessar sem vexames os povoados em festa.

O vaqueiro do norte criou-se em condições opostas, numa intermitência, raro perturbado de horas felizes e horas amarguradas, de abastança e misérias, tendo sobre a fronte, como uma ameaça perene, o sol, arrastando de envolta na sucessão periódica das estações períodos sucessivos de devastações e desgraças. Atravessou a mocidade numa intercadência de catástrofes e fez-se homem repentinamente por assim dizer, quase sem ser criança. Assaltou-o logo, intercalando-lhe agruras nas horas festiva da infância, o espantalho das secas nos sertões candentes e cedo encarou a existência pela sua face tormentosa, como um condenado à vida. E considerando-a assim, compreendeu-se envolvido num combate sem tréguas, exigindo imperiosamente a convergência de todas as energias. Fez-se forte, atilado, resignado e prático.

Aprestou-se cedo para a luta.

O seu aspecto recorda vagamente, à primeira vista, o de um guerreiro antigo.

As vestes são uma armadura.

Envolto no gibão de couro, de bode ou vaqueta, curtido – apertado no colete impenetrável, calçando as perneiras de couro resistente muito justas, cosidas às pernas e subindo até as virilhas e resguardados os pés e as mãos pelos guarda-pés e luvas de pele de veado – é como que a forma evanescente de um campeador medieval, desgarrado nos tempos atuais.

Essa armadura, porém, não tem cintilações, não fulgura, ferida pelo sol – é fosca e poenta – envolve ao combatente de uma batalha sem vitórias...

A sela da montaria, feita por ele mesmo, imita o lombilho rio-grandense, mas é mais curta e cavada, sem os apetrechos luxuosos daquele; são-lhe acessórios uma manta de pele de bode, um couro resistente cobrindo as ancas do animal, peitoral e joelheira de sola.

Esta vestidura rude de homem e do cavalo talha-se à feição do meio. Faltam-lhes a amplitude dos planos extensos e, em troca, cabem-lhe todos os assaltos de uma natureza agressiva e bárbara. Vestidos de outo modo, não romperiam, incólumes, as caatingas trançadas.

Nada mais monótono e feio, entretanto, do que essa vestimenta de uma só cor, o pardo avermelhado do couro curtido, sem uma variante, sem uma lista sequer, diversamente colorida.

Apenas, de longe em longe, nas raras encamisadas em que nos descantes das violas, o matuto olvida as horas fatigadas, surge uma novidade – um colete vistoso de pele de gato do mato ou suçuarana, com o pelo voltado para fora, ou uma bromélia rubra e alegre, fincada no chapéu de couro.

Isto, porém, é um incidente passageiro e raro.

Extintas as horas do folguedo, o sertanejo perde logo o desgarre folgazão – largamente expandido nos sapateados céleres em que o som seco das alpercatas sobre o chão quebra-se no retinir argentino das esporas, acompanhando a cadência monótona das violas – e cabe a postura habitual, achamboado, indolente, deselegante, anguloso e torto, num falso manifestar de desnervamento e cansaço extraordinários.

Ora, nada mais explicável do que este contraste permanente entre extremas manifestações de força e atividade e longos intervalos de apatia.

Pondo mesmo de lado a ação psicológica dos agentes físicos que observamos, o sertanejo do norte teve uma árdua aprendizagem de reveses e afez-se cedo a encontra-los de chofre e a reagir, de pronto. Atravessa a existência entre ciladas, surpresas bruscas de uma natureza incompreensível – e não perde um minuto de tréguas. É o batalhador perenemente combalido e exausto, perenemente audacioso e forte: preparando-se sempre para um combate que não vence e no qual não se deixa vencer; passando da máxima quietude à máxima agitação, da rede preguiçosa e cômoda para o lombilho duro, que o arrebata como um raio pelos arrastadores estreitos, em busca das malhadas.

Reflete, nestas aparências exteriores, que se contrabatem duramente, a própria natureza que o rodeia, passiva ante o jogo desordenado dos elementos, passando, quase sem transição sensível, de uma estação à outra, da maior exuberância para a penúria dos desertos desnudos e ardentes, ao reverberar dos estios abrasados.

É inconstante como ela e é natural que o seja; viver é adaptar-se.

O gaúcho aventuroso e valente é, certo, admirável numa carga guerreira, precipitando-se, ao ressoar estridulo dos clarins vibrantes, pelos pampas, com o conto da lança enristada firma no estribo – atufando-se loucamente nos entreveros, desaparecendo com um brado de entusiasmo na voragem do combate de onde espadanam cintilações de espadas, transmudando o cavalo num projetil, e rompendo quadrados e levando de rojo o adversário ou caindo prestes na luta, em que entra numa despreocupação soberana pela vida.

O jagunço é menos teatralmente heroico; é mais resistente, é mais perigoso, é mais forte. Raro assume essa feição romanesca e gloriosa; procura o adversário com o propósito formado de o destruir, seja como for; está afeiçoado aos combates demorados, sem expansões entusiásticas; a vida é-lhe uma conquista arduamente realizada numa faina incessante, guarda-a como um capital precioso; não esperdiça a mais leve vibração nervosa sem a segurança do resultado; calcula friamente o pugilato e ao riscar da faca não dá um golpe em falso; ao apontar a lazarina longa ou o trabuco truculento, dorme na pontaria. 

Se, abortado o choque impetuoso, o inimigo enterreirado não recua, o gaúcho é um vencido fragílimo nas aperturas de uma situação inferior. O jagunço jamais se considera vencido; cede o terreno, mas não a vitória.

Fonte: facebook

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NOVA INFORMAÇÃO SOBRE O CANGACEIRO PASSARINHO

Por Sálvio Siqueira

Começaremos, a partir de hoje, relatar um pouco daqueles cangaceiros que fizeram parte da história, mas, não são tão conhecidos pela população que estuda o tema. Tentaremos trazer na íntegra o trabalho daqueles que caíram de cabeça nas pesquisas.

CANGACEIRO PASSARINHO

"Marcos de Lima – Era natural de Alagoa Nova (Manaíra - PB). Era um cangaceiro desalmado e violento e entrou no cangaço com menos de dezesseis anos, no início da década de vinte, tendo praticado muitos assassinatos.

No dia 17 de dezembro de 1923, no lugar Caracol, município de Conceição do Piancó (PB), assassinou Raimundo Nogueira, roubando-lhe dinheiro e roupas. Seis dias depois, juntamente com o cangaceiro Juriti, assassina o irmão da vítima, Amaro Nogueira, que procurava vingar o irmão. No dia seguinte, ferido por sua segunda vítima, foi preso pelo subdelegado da vila de Patos, Município de Princesa (PB), no dia 24 de dezembro de 1923, no momento em que tentava matar uma de suas vítimas que reagia ao assalto. A vítima matara o companheiro de Passarinho, José Juriti, e o ferira. Depois de cumprir pena no presídio de João Pessoa, radicou-se no município de Areia (PB), abandonando o cangaço e constituindo família, vindo a falecer com mais de noventa anos".

PS// Há relatos de que ele, Marcos de Lima, o cangaceiro Passarinho, nasceu em Santa Cruz, antes distrito de Triunfo-PE, em 22 de setembro de 1903 - Fonte areialvirtual.blogspot.com

(Transcrito)
Fonte FUNAAD - Fundação Antônio Antas Diniz - Manaíra - PB

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Página: Ofício das espingardas

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TRIO MOSSORÓ 1964



Ola, Tony Moras, Oseas Lopes sou eu ex-Trio Mossoró, hoje com o nome artístico de Carlos Andre, e  meu maior sucesso "Se Meu Amor Não Chegar (Quebra Mesa)".


Cocota era meu irmão que o assassinaram em Mossoró com 38 perfurações de tesoura, calando assim uma das maiores vozes de Mossoró. Era tido como o maior seresteiro da cidade, nos anos 50 e início dos anos 60. Era um tenor seresteiro. Gravei três músicas em homenagem a ele, a de maior sucesso é "Praça dos Seresteiros", gravada nos anos 60, e até hoje é solicitada.

Acredito que com essa explicação deu para o amigo ficar sabendo agora quem é Oseas Carlos Andre (Cantor Carlos Andre), e o Cocota o maior seresteiro que Mossoró já teve.

Obrigado amigo.


Fonte: facebook
Página: Lindomarcos Faustino
Grupo: RELEMBRANDO MOSSORÓ


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