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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

ANTES E DEPOIS...

 Por Jorge Remigio
Narciso Dias, Geziel Moura, Jorge Remígio e Jair Tavares no Cariri Cangaço em Juazeiro do Norte, Hotel Ingra Premium.

Amigo Manoel Severo. Que belo e competente "Relatório Anual" das atividades desse conceituado e honrado Instituto Cariri Cangaço. Costumo dizer para os amigos, já relatei no face e também lhe falei de corpo presente, que podemos fazer sem sombra de dúvidas, um divisor dos estudos do cangaço, antes e depois de você encampar tão brilhante ideia de fazer e acontecer um evento da magnitude do Cariri Cangaço. Seu legado não pode ser nunca esquecido.

Não posso mais me estender em falar dos avanços que que esse evento trouxe para a interpretação do fenômeno, bem como, a grandeza de juntar em um só espaço, tão nobres personalidades e os já meus amigos escritores: Cel João Bezerra, João De Sousa Lima, Sousa Neto, José Cícero, Calixto Junior, Luiz Zanotti, Antônio Amaury, Geraldo Ferraz, Luitgarde Barros, Antonio Vilela, Archimedes Marques, José Bezerra Lima Irmão, Oleone Fontes, Leandro Cardoso, Honório de Medeiros, Paulo Gastão, Luiz Ruben, Sabino Bassetti, Ângelo Osmiro, e me perdoem se esqueci algum.

Personalidades presentes e muito importantes para os estudos do cangaço, como o Professor Pereira, Juliana Pereira, Aderbal Nogueira, Ivanildo Silveira, Wescley Nogueira, Mucio Procópio, Kiko Monteiro, Cristina Couto, Narciso Dias, Jair Tavares, Celsinho Rodrigues, tantos e tantos outros e todos os anfitriões, organizadores das cidades onde se realizam os eventos, sem vocês não podíamos evoluir. Desejo a todos e todas da família Cariri Cangaço, um 2016 feliz e muito produtivo.

Jorge Remígio
Pesquisador, João Pessoa-PB
Conselheiro Cariri Cangaço

http://cariricangaco.blogspot.com
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A ÍNCRIVEL HISTÓRIA DOS ESCRAVOS QUE FORAM ABANDONADOS POR QUINZE ANOS EM UMA ILHA

Autor Rostand Medeiros

Como um Grupo de Pessoas Sobreviveu Por Tanto Tempo, em um Lugar Inóspito, Após Serem Abandonados Por Serem Considerados Seres Humanos Inferiores.

A incrível saga dos escravos abandonados por quinze anos em uma ilha perdida do Oceano Índico

Em 1776, 57 anos depois de Daniel Defoe escrever o clássico da literatura Robinson Crusoe, oito pessoas foram resgatadas de uma pequena ilha chamada Tromelin, um lugar perdido no meio do Oceano Índico. Sete destes eram mulheres que tinham sobrevivido na ilha por 15 anos e o oitavo um menino que nasceu naquele fim de mundo.

Aqueles náufragos faziam parte de um grupo de 88 seres humanos que em 1761 foram abandonados e esquecidos naquele pedaço inóspito de coral e areia, em um ponto a 280 milhas náuticas (450 quilômetros) da costa mais próxima.

E tudo por uma razão simples – eles eram escravos negros.

Ilha de Tromelin – Fonte – static.panoramio.com-1

Recentemente uma equipe de cientistas, liderados por Max Guérout, arqueólogo e ex-oficial naval francês, vem realizando sistemáticas pesquisas em busca dos destroços do navio que levou estes escravos e escavando na ilha para descobrir alguns segredos de como estas pessoas se agarraram desesperadamente a vida, desenvolveram uma comunidade elaborada em um fragmento de terra estéril, frequentemente varrida por violentos tufões.

Escavações arqueológicas em Tromelin.

A investigação arqueológica, patrocinada pela UNESCO, era parte de comemorações pela luta contra a escravidão e tinha a intenção de ampliar uma história quase esquecida da desumanidade do homem contra o próprio o homem. Mas a pesquisa descobriu um extraordinário conto de tenacidade humana, de determinação para sobreviver e da capacidade de organização em face das adversidades.

A História do Acidente

O que se sabe sobre a Ilha de Tromelin é que este pequeno local foi descoberto no dia 11 de agosto de 1722, pelo capitão Jean Marie Briand De La Feuillée, que comandava o barco Diana, pertencente à Companhia Francesa das Índias Orientais (Compagnie Française des Indes Orientales). Este chegou ao inóspito lugar após se afastar das rotas tradicionalmente utilizadas pelos barcos da empresa por conta de uma tempestade.

Localização da ilha.

Como era praxe na época o capitão La Feuillée fez uma breve descrição da ilha e um cálculo de posição, que foram anotados no diário de bordo do Diana. La Feuillée batizou o local simplesmente como L’Ile du Sable, ou Sand Island, ou Ilha da Areia.

A partir daí ninguém relatou ter visto a ilha por quase 32 anos. 


No dia 17 de novembro de 1760, o Utile, um antigo navio de guerra francês, pertencente à mesma Companhia Francesa das Índias Orientais, zarpou de Bayonne, no sudoeste da França, com destino à Ile de France, local atualmente conhecido como República de Maurício.

Na época a França estava em luta contra a Grã-Bretanha, na chamada Guerra dos Sete Anos e o governador de Ile de France estava esperando um ataque vindo da Índia. Por esta razão ele havia proibido a importação de escravos, temendo que estes se tornassem mais bocas para alimentar durante um possível cerco naval.

Representação do embarque dos escravos no Utile, em Madagascar.

Mesmo com esta ordem o capitão do Utile, Jean De La Fargue, ancorou em Madagascar e comprou clandestinamente cerca de 160 escravos malgaxes. Neste momento o tráfico de escravos era algo muito rentável e os lucros daquela empreitada deveriam trazer para o bolso do capitão La Fargue o equivalente a doze anos de trabalho.

Em 23 de julho o Utile  retomou a sua viagem para o leste, mas foi pego por uma violenta tempestade e no dia 31 de julho de 1761, por volta de 22:30, o barco bateu duas vezes nos recifes de coral submerso da Ilha da Areia, que anos depois ficaria conhecida como Ilha de Tromelin.

Hilarion Dubuisson De Keraudic, oficial do navio Utile, escreveu um dramático e conciso relato do naufrágio. Mais de 240 anos depois este documento foi descoberto por Max Guérout nos arquivos marítimos da cidade de Lorient, na França.


Dos 143 homens que formavam a tripulação, 21 deles morreram afogados. Mas dos 160 escravos, apenas 88 “peças” que compunham a carga sobreviveram milagrosamente. Quando se diz milagrosamente é porque os outros escravos ficaram presos no convés inferior, com as escotilhas fechadas e morreram todos afogados.

Diante do episódio o capitão La Fargue foi incapaz de tomar iniciativas confiáveis e caiu em desgraça perante seus homens. O oficial Keraudic o descreveu como “indisposto” e a liderança foi assumida pelo primeiro tenente Barthelemy Castellan De Vernet.

Praia da ilha.

São estabelecidos dois campos (um para a tripulação e outro para os escravos negros) e armadas barracas. Os muitos materiais jogados pelas ondas na praia (barris, comida, utensílios) são armazenados sob vigilância armada e longe dos cativos.

Entre os apontamentos feitos por Keraudic, fica bem clara a razão de quase um terço dos 88 escravos originalmente resgatados, morrerem pouco tempo depois – “Fizemos uma grande tenda com a vela principal e algumas bandeiras. Nós vivíamos lá com todas as fontes de suprimento. A tripulação foi colocada em pequenas tendas. Nós começamos a sentir muito fortemente a escassez de água. Um número de negros morreu, não sendo entregue a eles qualquer assistência”.

Uma ideia de como ficou o barco após bater nos recifes de coral

Foram Vistos Como Animais Que Não Valia a Pena Serem Salvos

Encontrar água potável então se tornou rapidamente uma prioridade e o artilheiro mestre Louis Taillefer ficou responsável por cavar um poço. Depois de um primeiro teste negativo, uma segunda tentativa realizada em 4 de agosto conseguiu água salobra. Além da comida recuperada, os sobreviventes comiam ovos das aves (principalmente andorinhas) e carne de tartaruga.

Consciente de que ninguém iria procurá-los naquela ilhota, pois eles estavam longe da rota usual dos barcos, o primeiro tenente Castellan De Vernet começou a desenhar planos para a construção de um barco de salvamento. 

Versátil e engenhoso, o primeiro tenente improvisa uma forja especial com um tronco e assim consegue moldar peças de metal necessárias para a construção de uma barcaça com 33.5 pés de comprimento, 12 pés de largura e 5 pés de altura. 

Os canhões do Utile em uma praia de Tromelin.

Em 27 de setembro de 1761, às 17:00, quase dois meses após o naufrágio, o barco de resgate batizado como Providência, é colocado na água e os 122 marinheiros brancos sobem a bordo. Por falta de espaço 60 escravos negros sobreviventes são deixados na ilha com três meses de alimentos. Os marinheiros prometem voltar rapidamente e resgatá-los.

Partiram em direção a Madagascar, aonde chegaram quatro dias depois na localidade Foulepointe e apenas um homem foi perdido durante a travessia. Os marinheiros dão testemunho do naufrágio e desenham um mapa detalhado da ilha (provavelmente feito pelo piloto do Utile).

Em 23 de outubro a maioria dos sobreviventes embarcou no veleiroSilhouette e vai para a cidade de Port Louis, na Ile de France, a atual capital da República de Maurício. Esta será a última viagem do capitão Jean De la Fargue, que morre em 12 de novembro e tem seu corpo jogado ao mar. 

Após a partida dos marinheiros brancos, os escravos ficaram esperando o cumprimento da promessa de que alguém viria salvá-los.

Na chegada (25 de novembro), o Governador Antoine-Marie Desforges-Boucher é informado do naufrágio. Após saber os detalhes ele fica furioso e recusa a enviar um barco para resgatar os escravos deixados na ilha. Documentos da época apontam que o Governador referiu-se aos escravos como “animais” e que “não valia o gasto para ir salvá-los”.

O Governador era um funcionário da mesma Companhia Francesa das Índias Orientais e alegou que não queria arriscar a perda de outro navio para resgatar um grupo de escravos indesejados e ilícitos. Vários dignitários locais tentaram persuadir o Governador a mudar de ideia, mas este recusou.

Talvez desejando proteger a reputação da empresa, Desforges-Boucher buscou nitidamente abafar o caso e não tornar público o negócio escuso do falecido capitão La Fargue.

Após um período de indignação com a decisão do governador, os escravos abandonados acabam caindo no esquecimento e a promessa de Castellan não foi cumprida. 

Max Guérout, arqueólogo e ex-oficial naval francês.

Achados Arqueológicos

Como aqueles náufragos sobreviveram tanto tempo, em um lugar tão inóspito?

A princípio eles tinham a água salobra do poço cavado pelos marinheiros. Tinham também alguns implementos básicos de cozinha e a ilha é, até hoje, um terreno fértil para tartarugas, peixes e aves marinhas.

Essa explicação simplista bastaria como uma resposta para os muitos que desejassem uma explicação sobre a sobrevivência deste grupo de pessoas naquele local e por tantos anos. Mas o arqueólogo Max Guérout, criador do GRAN – Group de Recherches en Archéologie Navale (Grupo de Investigação e Arqueologia Naval), foi para aquela parte perdida do Oceano Índico determinado a descobrir mais.

Mergulhadores próximo a uma das pontas da âncora do Utile – Fonte – Max Guérout, Groupe de Recherche en Archéologie Navale

Seus colegas arqueólogos avisaram que seria pouco provável que algum vestígio se mantivesse em um solo fino, arenoso, em meio a uma ilha plana. Um lugar com altitude máxima de meros sete metros, batido por ondas fortes e que localizado no caminho dos ciclones anuais que varrem o Oceano Índico.

Guérout insistiu que muito deveria ter permanecido na ilha e que os registros arqueológicos encontrados poderiam contar uma interessante história. A crença do cientista francês se baseava em intrigantes referências anotadas por oficiais e marinheiros ingleses, quando estes realizaram visitas à ilha durante o século 19 em navios da Royal Navy (Marinha Real). Os marinheiros britânicos registraram que observaram restos de “casas de pedra” e túmulos dispostos ordenadamente.

Mergulhador do Groupe de Recherche en Archéologie Navale realizando pesquisas subaquáticas em Tromelin.

Com o início das pesquisas os arqueólogos e mergulhadores estiveram no naufrágio do Utile e resgataram muitos objetos interessantes, mas nada que avançasse muito no conhecimento desta história. Mas as escavações na areia rasa da ilha produziram descobertas significativas.

Ficou evidenciado que, pelos vestígios (cinzas) encontrados em camadas de sedimentos desenterrados, os náufragos conseguiram manter com a madeira do barco o mesmo fogo aceso por anos. Eles construíram um forno coletivo e sobreviveram com uma dieta de tartarugas, aves marinhas e crustáceos.

Uma das milhares de aves de Tromelin.

Seus utensílios de cozinha confeccionados em cobre, salvos dos restos do navio, foram reparados várias vezes de forma engenhosa e prática. Um destes tinha sido reparado pelos escravos pelo menos oito vezes. “-Eles remendavam a peça danificada com outras peças de cobre, usando rebites feitos à mão e forjados no fogo do forno. Conseguimos até mesmo encontrar alguns dos rebites”, disse Guérout.

Tacho de cobre descoberto pelos arqueólogos, com inúmeros remendos feito pelos escravos nos quinze anos que ficaram isolados na ilha.

Os cientistas franceses descobriram que os náufragos desenvolveram abrigos com paredes elaboradas, formadas por blocos de coral e areia compactada. Foram erguidos com sabedoria, resultando em paredes sólidas e capazes de enfrentar fortes ventos. Uma habitação coletiva foi organizada no ponto mais alto da ilha e esta teria sido construída com restos do navio e cobertos com cascos de tartaruga.

Abrigos descobertos na ilha.

Escavações também ajudaram a encontrar uma grande quantidade de utensílios (eixos, raspadeiras, colheres, recipientes), algumas confeccionadas pelos náufragos.

Mas o que aconteceu com os sobreviventes da Ilha de Tromelin? 

A tripulação de um navio que ancorou em Port Louis na segunda metade de 1775, anunciou haver passado perto da ilha e visto os náufragos.

O novo Governador em Ile de France é então Charles-Henri-Louis d’Arsac de Ternay, o “Chevalier de Ternay” (Cavaleiro de Ternay). Este foi nomeado pelo Rei da França e não pela Companhia Francesa das Índias Orientais. Então o veleiro Sauterelle é enviado para realizar o resgate.

Mapa antigo da Ilha de Tromelin, provavelmente feito pelo piloto do veleiro Utile.

Na ilha a tripulação tenta desembarcar com uma baleeira, mas esta é destruída nos recifes de coral. Um marinheiro nada para o Sauterelle, enquanto o outro, o marujo Grasshopper, se juntou os náufragos na ilha.

Na sequência dois outros veleiros foram enviados já em 1776, mas permanecem incapazes de se aproximar da ilha. Frustrado com essas falhas e cansados ​​de esperar, o marujo Grasshopper tenta deixar a ilha em uma precária jangada, na companhia de três homens e três mulheres. Mas eles desapareceram no mar. 

Após estas falhas o governador Louis d’Arsac de Ternay envia a corveta Dauphine, capitaneado pelo nobre Jacques Marie Boudin, conhecido como “Chevalier de Tromelin” (Cavaleiro de Tromelin).

Selo francês, comemorativo ao capitão Jacques Marie Boudin

Tendo aprendido as lições de fracassos anteriores, um dos oficiais do Dauphine assumiu as operações e um barco e uma canoa foi utilizada ​​para desembarcar na costa oeste da ilha. Em três horas os últimos náufragos são recuperados, incluindo um grupo de uma mesma família que tinha uma avó, a filha e a neta.

Por ocasião deste salvamento a bandeira francesa foi hasteada na ilha e oficialmente a França toma posse em nome do rei Luís XVI. Era 29 de novembro de 1776 e o local passa a ser definitivamente conhecido como Ilha de Tromelin.

Foto de Richard Bouhet, da Getty Images, que mostra claramente o grau de dificuldade para se aportar nesta ilha.

As mulheres resgatadas comentaram que um grupo de 18 dos náufragos malgaxes construiu um pequeno barco à vela e partiram da ilha alguns anos antes. Mas sumiram!

Na Ile de France os oito sobreviventes foram declarados livres.

Jacques Maillard De Mesle, um alto funcionário francês na região, dá asilo à criança, sua mãe (Eva) e sua avó (Dauphine). Ele insistiu que os náufragos não eram escravos, mas pessoas livres, uma vez que eles tinham sido comprados ilegalmente. Em 15 de dezembro de 1776 a criança salva é batizada em Port Louis e recebe o nome de Jacques Moise. “Moise” é a forma francesa de Moisés – um bebê resgatado da água.

Outro aspecto dos abrigos encontrados na ilha.

O que aconteceu com Jacques Moise e os outros depois disso?

Max Guérout tem pesquisado os registros na França e na República de Maurício, mas sem sucesso. Ele acredita que os sobreviventes devem ter sido incorporados pela comunidade de escravos libertos em Maurício e provavelmente seus descendentes estão vivendo lá até hoje.

A Ilha de Tromelin é atualmente uma possessão ultramarina francesa, reivindicada pelos governos de Madagascar e da República de Maurício e tem sido o local de uma estação meteorológica francesa desde 1953. Em 60 anos de funcionamento esta estação meteorológica sofreu muitos danos causados ​​pelos violentos tufões e ciclones que danificaram, ou destruíram, as suas instalações. 

Foto que mostra a estação meteorológica francesa sendo abastecida por um helicóptero, devido as dificuldades de desembarque na Ilha de Tromelin.

O lugar é apelidado de “Encruzilhada dos Ciclones” ou “Ilha Ciclone”, pois foi alvo de uma dúzia destes fenômenos meteorológicos desde 1975.

Exemplo de Sobrevivência

“-É uma história muito humana, uma história do engenho e instinto de sobrevivência de pessoas que foram abandonadas porque eram considerados seres humanos inferiores”, comentou Max Guérout.

O arqueólogo analisou que os náufragos da ilha “-Não eram pessoas que se deixaram oprimir pelo seu destino. Foram pessoas que trabalharam juntas, de forma ordenada, na intenção de sobreviver de alguma forma”.

Outros abrigos.

Os arqueólogos franceses falharam na busca dos túmulos mencionadas nos registros da Royal Navy. “-Eles certamente ainda estão lá”, disse Guérout, que vai retornar a Ilha de Tromelin com melhores equipamentos de escavação.

Para o arqueólogo francês os estudos realizados na ilha são de extrema importância, pois oferecem uma oportunidade única para estudar como um pequeno grupo humano sobreviveu em meio a condições tão hostis, em um lugar diminuto e por tanto tempo. A Ilha de Tromelin possui 3.700 metros de largura, por cerca de 1.700 metros de comprimento, é cercada de recifes de coral e sem pontos fáceis de atracação.

Ilha de Tromelin

Para Guérout, as análises arqueológicas deste caso talvez possam se transformar em ferramentas que ajudem os cientistas a compreender como pequenos grupos humanos conseguiram realizar a migração entre os continentes e sobreviver em locais inóspitos e isolados durante seus trajetos.

Ainda há muito a ser encontrado e Max Guérout espera liderar novas expedição para a Ilha de Tromelin.

Para mais informações, consulte:
http://www.archaeology.org/issues/145-1409/features/2361-tromelin-island-castaways

Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros. 

- http://tokdehistoria.com.br/2016/01/11/a-incrivel-historia-dos-escravos-que-foram-abandonados-por-15-anos-em-uma-ilha/

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ESCRITOR ANTÔNIO AMAURY NA GROTA DE ANGICOS - PARTE I

https://www.youtube.com/watch?v=4RysaBaIou0

ESCRITOR ANTÔNIO AMAURY NA GROTA DE ANGICOS - PARTE I

 Publicado em 28 de jun de 2015
Grota de Angicos
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O BRASIL CONTRA LAMPIÃO


Até Gilberto Freyre apresentou um plano “infalível” em parceria com um cangaceiro

A década de 30 começou com uma mania nacional: os incontáveis planos de combate a Lampião. O primeiro e mais desumano deles, posto em prática em 1928, foi batizado pelo povo do interior de lei do diabo. Segundo o historiador Jovenildo Pinheiros de Souza, autor de uma tese de mestrado sobre o tema, tal plano foi elaborado pelo sociólogo Gilberto Freire em parceria inédita com o cangaceiro Antônio Silvino, que cumpria pena na Casa de detenção do Recife.

O plano idealizado por Freire e Silvino era simples: partindo do princípio que os cangaceiros precisavam de ajuda dos coiteiro para sobreviver na caatinga, a polícia deveria perseguir todos eles. Aqueles que não colaborassem com a polícia seriam eliminados sumariamente. O efeito foi devastador: inocentes foram enterrados na caatinga, outros passaram anos presos sem processo e alguns ingressaram nas volantes com medo da represália policial. Aparentemente os resultados eram bons. Mas era só aparência. Lampião escapou do cerco e quase mata o chefe de polícia Eurico Souza Leão.

Depois houve uma sucessão de planos exóticos. Os jornais cariocas realizavam concurso para escolher o plano vitorioso, políticos e militares divulgavam suas ideias de tática de guerra. O governador do Rio Grande do Norte, José Augusto, pregava a “conjugação de esforços de todos os governadores”, a Associação Comercial Baiana defendia a nomeação do oficial Juarez Távora para chefiar a repressão ao cangaço. Estranho mesmo foi o plano do leitor Raimundo Vasconcelos, do jornal carioca Diário da Noite: ele acreditava que seria possível matar o cangaceiro se um grupo de policiais, disfarçados de bandidos, simulasse saques e assassinatos para poder se aproximar de Lampião e mata-lo.

Em 1931, outro plano inútil foi executado. O chefe de polícia da Bahia, João Facó, criou postos fixo nas fronteiras do estado, contratou mercenários batizados de provisórios, armou nove volantes com metralhadoras, montou hospitais de campanhas, construiu estações de rádio, depósitos de munição e comprou lunetas. Nos comunicados oficiais o tom era sempre otimista: “Lampião está com os dias contados. Sua prisão é questão de dias” era a frase mais repetida nos informes da polícia. Em 1932, Lampião desmoralizou todo o esforço baiano vencendo volantes de três estados na batalha de Maranduba.

Publicado no DIÁRIO DE PERNAMBUCO
Caderno Especial do dia 7 de julho de 1997

Fonte II - Facebook

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ALUNOS VISITAM LOCAL ONDE CANGACEIRO FOI MORTO EM ITAPETIM.

Publicado por Itapetim.net em 28 de dezembro de 2014 | Categoria: * Coisa de Itapetim e Região* Itapetim Notícias

Hoje (27/05), alunos do EREMTT (Escola de Referência em Ensino Médio Teresa Torres), acompanhados pelo professor Vicente di Paula e outras pessoas, visitaram dois lugares no Sítio Mocambo – município de Itapetim: O local onde foi morto um cangaceiro e uma área que segundo o professor está ficando desertificada.
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O primeiro a ser visitado foi o local onde foi morto o Cangaceiro Zezé Patriota aos 31 anos de idade na divisa entre Pernambuco e Paraíba. O fato ocorreu em 30 de agosto de 1927 pela volante do tenente Alencar.
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O tenente Alencar fazia diligências para pegar o cangaceiro quando em um dia de feira ao chegar na feira de Umburanas (Itapetim) entre os feirantes encontrou Caboclinho (um irmão de Zezé). Ao ser interrogado se era Caboclinho Patriota o mesmo respondeu que não falando seu nome de batismo, por ser Caboclinho um apelido, o tenente liberou-o. Ele aproveitando o descuido fugiu, mas, em seguida o tenente encontrou o outro irmão do cangaceiro, desta vez, Levino Patriota. O jovem foi espancado e forçado a dizer quais eram os lugares percorridos pelo seu irmão Zezé Patriota. O tenente seguiu com o grupo até a fazenda São Pedro. Os cangaceiros foram cercados e o tiroteio foi intenso morrendo Bernardo Nogueira (apelidado de Repentista). O tenente continuou sua busca indo ao Sítio Mocambo.

https://www.youtube.com/watch?v=ZuzQVKLE0QM

Mesmo sabendo que a polícia estava a sua procura, depois de ter sido avisado, o Cangaceiro mandou seus homens irem embora falando para seu grupo de cangaceiros que ia ficar ali para ser morto pelos policiais, pois, em uma troca de tiros numa fazenda, tinha sido alvejado na perna, por causa desse tiro, ele estava com uma doença que em questão dias ou horas morreria. Os policias comandados pelo tenente Alencar ao chegar no local encontrou Zezé Patriota, certificando-se como o mesmo que se tratava do cangaceiro procurado, deu ordem para os soldados efetuarem vários disparos contra a Zezé que morreu no local sem reagir. Seu corpo foi buscado por seus familiares dois dias depois e enterrado no Cemitério João XXIII em Itapetim (antiga Umburanas).

https://www.youtube.com/watch?v=D5nisSngAP8

Os alunos presenciaram depoimentos do Senhor Bernardo que na época morava próximo do local do acontecido e tinha nove anos de idade. O Senhor Bernardo relatou o que ouvia de pessoas sobre a morte de Zezé. Em seguida, os alunos foram levados pelo professor Vicente até uma área onde por ser declinada, a água na época das chuvas, leva o solo deixando apenas pedras e um resto de solo branco e arenoso infértil pra criação da caatinga.

http://www.itapetim.net/2014/12/alunos-visitam-local-onde-cangaceiro-foi-morto-em-itapetim/

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NELI CONCEIÇÃO NA CIDADE DE AURORA NA SECRETARIA DE CULTURA


Imagina a minha emoção, eu chegar na cidade de aurora no Ceará, e me deparar com minha foto na Secretaria de Cultura, entre as pessoas importantes... Obrigada, querido amigo José Cícero, Secretário de Cultura da cidade. 

Rute e eu no festival de cinema do Rio de Janeiro.
Festival de Cinema de Fortaleza
E viva o mundo e viva o Ceará que amo muito
Eu com amigos historiadores em Princesa Izabel no Cariri Cangaço da Paraíba
Eu entre as rosas
Bateu saudades da Aninha em Minas  — com Ana Lucia Souza.
Eu com Mateus no festival de cinema de Triunfo em Pernambuco
Mamãe e Inacinho e um estudante de história que veio conhece-la. Saudades desse rostinho e do teu sorriso.
Hoje é meu dia de carinho para esse casal que amo muito. — com Francisco Pereira Lima.

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ANTONIO POMPÊO ATOR


Antonio Pompêo morreu. Um dos mais brilhantes e fundamentais atores brasileiros na árdua batalha pela consolidação e valorização da arte negra no país sai de cena para também virar constelação lá no infinito. Para a nossa tristeza (e não surpresa), a perda é noticiada de forma tímida e pouco relevante. Nos principais telejornais nem uma única menção sequer. Nos sites e portais de notícias, registros protocolares. Antonio Pompêo, para que não nos esqueçamos, foi um dos que alicerçaram o caminho para que nomes como Thaís Araújo e Lázaro Ramos pudessem brilhar hoje como protagonistas de novelas e séries de TV. Ao lado de um grupo de espetaculares atores e diretores, composto por Ruth de Souza, Grande Otelo, Léa Garcia, Antônio Pitanga, Zózimo Bulbul, Abdias Nascimento, Tony Tornado, Samuel dos Santos, Canarinho, Jacira Sampaio, Romeu Evaristo, Cosme dos Santos, Milton Gonçalves, Luiz Antonio Pilar, Xica Xavier, Jorge CoutinhoZezé Motta, entre outros que não assinalo por desinformação ou ignorância, foi responsável pela ressignificação do negro nas artes no Brasil, corriqueiramente subjugado a papéis secundários e sem importância ou quase sempre caricaturais: o escravo, o preto velho, o malandro, o favelado, o crioulo doido, a mulata gostosa. Protagonizou "Quilombo", uma criação extraordinária de Cacá Diegues, verdadeira obra-prima do cinema nacional, a qual assisti na minha pré-adolescência no Cine Theatro Realengo, um lindíssimo prédio, de estilo arquitetônico art-déco, construído em 1938 naquele bairro, onde meu avô até hoje reside. A brilhante atuação do ator ao encarnar Zumbi dos Palmares apresentou-se como um marco na minha vida estudantil, já na segunda fase que se iniciava. Foi decisiva para a minha compreensão sobre a importância desse personagem icônico da história do Brasil e todos os seus desdobramentos sobre os quais, ainda hoje, debatemos. Lançou-me às pesquisas acerca da construção de nossa identidade; despertou-me o senso crítico para reavaliar o conteúdo de livros acadêmicos, que narram a nossa história sempre sob a perspectiva do colonizador, jamais a do colonizado; apontou-me novos horizontes no cinema para a descoberta de produções que versavam sobre temas pautados na ancestralidade africana. O Zumbi de Antonio Pompêo fez isso na minha vida, tal qual, em meados da década de 1980, o seu Budião, personagem a que deu vida na adaptação televisiva de "Tenda dos Milagres", me sensibilizaria a descortinar os mistérios da fé candomblecista. Li e reli várias vezes o romance de Jorge Amado, descobri Pierre Verger aos 13 anos, fiz primeira comunhão pensando em Magé Bassã, a mãe-de-santo de Xica Xavier na mesma série de TV. Antonio Pompêo tem uma importância ímpar para mim e, tenho certeza, para muitas outras pessoas que sempre lutaram por um país etnicamente respeitoso e tolerante. Antonio Pompêo, minha gente, foi presidente do Centro de Documentação e Informação do Artista Negro (Cidan) e diretor de Promoção, Estudos, Pesquisas e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira, da Fundação Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura. Não era qualquer um.

Fonte: facebook

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