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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A COLUNA PRESTES NA PARAÍBA

Por José Romero de Araújo Cardoso

Dia nove de fevereiro de 1926, uma terça-feira. Há 90 anos a Coluna Miguel Costa - Prestes entrava em Piancó (PB). A vanguarda da fantástica formação militar rebelada foi recebida à bala. A resistência efetivada pelo sargento Manuel Arruda de Assis, pelo tenente Antônio Benício e, principalmente, pelo Padre Aristides Ferreira da Cruz e seus companheiros tornou o combate em Piancó um dos mais dramáticas episódios dos anais da violência na conturbada década de vinte do século passado.







Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e Gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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VESTÍGIOS DA PASSAGEM DE LAMPIÃO NO RN.


A história de lampião é por demais interessante, não é à toa que desde os meus 16 anos comecei a pesquisar mais seriamente o cangaço.

Ontem 07/01/2016, estive no sítio caboré, município de Lucrécia. Fui fazer uma busca no local em que três rapazes foram mortos pelos cangaceiros em 1927. Os mesmos iam com destino a gavião (antiga denominação de Umarizal), para conseguir com pessoas do lugar, dinheiro (10 contos de réis) para o resgate do prisioneiro Egídio Dias, a quem o bando aprisionou um pouco atrás, na sua propriedade (Serrota dos Leite).

Felizmente Egídio conseguiu fugir do acampamento sem que os cangaceiros percebessem. Ao clarear do dia os rapazes que iam para gavião se aproximaram do acampamento do bando sem saber que estavam ali. Os mesmos vinham conversando em voz alta pela estrada, o que chamou a atenção de lampião e seus cabras. Logo alguns cabras do bando se adiantaram um pouco do acampamento para empiquetar a estrada por onde os rapazes certamente teriam que passar. Ao aproximarem-se do local, os mesmos foram recebidos por uma grande saraivada de balas disparadas pelos cangaceiros. Pegos de surpresa, não tiveram muito o que fazer a não ser fugirem atordoados mato a dentro. Coisa que não foi possível para os que vinham na frente. Com o estampido dos tiros caíram de imediato os rapazes: BARTOLOMEU DIAS, FRANCISCO CANELA E SEBASTIÃO TRAJANO.

Uma grande cruz ainda hoje marca o local daquele fatídico dia 12 de junho de 1927. A mesma fica ao lado da pista que liga a cidade de Lucrécia à de Umarizal, logo depois da entrada para o sítio várzea grande.

Fonte: facebook

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JERÔNIMO VINGT-UN MENANDRO, O MAIS NOVO GONZAGUEANO

Por José Romero de Araújo Cardoso

Nascido em Mossoró no dia 23 de novembro de 2006, Jerônimo Vingt-un Menandro é filho do escritor e professor da UERN José Romero Araújo Cardoso. Fã ardoroso da arte de Luiz Gonzaga, Jerônimo vem trilhando o caminho do pai, tornando-se um gonzagueano de primeira grandeza. Ele participou do minicurso ministrado pelo pai no simpósio de geografia da UERN, realizado nos dias 17 e 18 de dezembro de 2015, o qual enfocou a importância do estudo das músicas de Luiz Gonzaga em sala de aula.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e Gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso.

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"AS CARTAS DE JOÃO DANTAS E A MORTE DE JOÃO PESSOA"


O que não se esperava é que um fato vindo da pequena Paraíba pudesse desaguar na grande revolução de 30... Dia 26 de julho, era assassinado o presidente do estado da Paraíba, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, renomado político e candidato à vice-presidência da chapa derrotada do gaúcho Getúlio Vargas.

As esquinas das ruas Palma e Nova, no centro rico de Recife, foi o palco dos 3 tiros que viriam a tirar a vida de João Pessoa. Ali, na Confeitaria Glória, ponto de encontro da elite nordestina, em 26 de junho de 1930 morria uma das maiores lideranças políticas do nordeste e aliado do derrotado Getúlio Vargas. O crime, apesar de ter sido o estopim para o movimento “revolucionário” não teve ligação com a campanha presidencial.


Um conflito entre o advogado paraibano João Dantas, João Pessoa e o coronel José Pereira, chefe da cidade de Princesa teria sido o real motivo do assassinato. Senão vejamos: era presidente do estado da Paraíba, João Suassuna, que à revelia da oligarquia de Epitácio Pessoa, articulava a sua própria sucessão lançando a chamada chapa dos 3 Jotas: seu chefe de polícia Júlio Lyra e os coronéis José Pereira e José Queiroga para a presidência, e primeira e segunda vice presidências do estado, consolidando sua força no estado.

Epitácio Pessoa interveio e lança seu sobrinho João Pessoa que ganha a disputa e no discurso de posse em outubro de 1928 declara: “que desejava assegurar garantias a todos e que levaria a polícia a vasculhar propriedades à procura de armas que abasteciam o cangaço.” Frontalmente contra a política sertanista de Suassuna e Zé Pereira de complacência com o banditismo cangaceiro. No conflito envolvendo as partes, que culminou com a chamada “Revolta de Princesa”, o advogado João Dantas, filho do coronel Franklin Dantas do município de Teixeira, havia tomado partido de Zé Pereira.

A oposição mantida a João Pessoa por João Dantas se efetivava violenta, um apartamento seu, localizado em um sobrado da então Rua Direita, 519, bem no centro da capital e próximo do palácio onde trabalhava João Pessoa, foi invadido pela polícia no dia 10 de julho, livros, documentos e móveis de João Dantas foram queimados na calçada fronteira. Ali também teriam sido recolhidas correspondência íntimas entre João Dantas e sua noiva Anayde Beiriz, ato contínuo O jornal A União, que já era então o órgão oficial do governo da Paraíba, publicou uma série de acusações gravíssimas a familiares de João Dantas, inclusive ao patriarca, Cel. Franklin Dantas, unido a isso fizeram publicar em jornal local, as cartas que João Dantas tinha escrito para sua amada, Anayde .


Aqui abrimos um parêntese para citar declaração do historiador José Joffily sobre o escárnio sofrido por Dantas com relação à privacidade de sua relação com a amada: “Bem me lembro, quando, a caminho do Colégio Pio X onde estava concluindo o ginásio, entrei numa fila, com outros estudantes, para ler sonetos extravagantes e páginas confidenciais do diário do fogoso advogado, eram confidências amorosas entre o advogado João Dantas e Anayde Beiriz”.

As desavenças e ódio passaram a deixar cada vez as ácidas e perigosas as ligações entre Dantas e João Pessoa, culminando, diante da pressão de amigos, com a mudança de João Dantas da Paraíba para Olinda em Pernambuco.
João Dantas, que morava em Olinda, aproveitou uma visita do presidente do vizinho estado paraibano à cidade do Recife; a despeito de visitar um amigo enfermo, o Juiz Francisco Tavares da Cunha Melo, internado no Hospital Centenário; mas que segundo afirmação de Ronildo Maia Leite, “provavelmente João Pessoa viera ao Recife encontrar-se com uma cantora com quem mantinha um romance secreto. ”Essa cantora seria a soprano Cristina Maristany. E quando o mesmo se encontrava na Confeitaria Glória, entra João Dantas, armado de um revólver, acompanhado do cunhado Moreira Caldas. Se aproximando de João Pessoa teria dito:

”- João Pessoa? Eu sou João Dantas”.

Aqui saem os cangaceiros das caatingas e entram os cangaceiros da capital... Vários tiros foram disparados por João Dantas e por Moreira Caldas, não se sabendo ao certo, qual tenha sido a bala fatal que mataria o político. Ainda segundo Ronildo Maia “ele morreu com as joias que, minutos antes, havia comprado na joalharia Krauze para sua amante”. Em seguida ao assassinato do líder paraibano, o governo é assumido por seu vice-presidente Álvaro Pereira de Carvalho, que muda o nome da capital da Paraíba para João Pessoa e o acrescenta o lema NEGO à bandeira do Estado, numa referência à resposta que João Pessoa teria dado via telegrama, ao presidente Washington Luís sobre a negação de seu apoio à candidatura vitoriosa de Júlio Prestes; o vermelho da flâmula representava o sangue da morte de seu líder e o preto, o luto.


Voltando à Confeitaria Glória; João Dantas ainda seria ferido pelo motorista de João Pessoa quando fugia, e depois acabaria sendo preso ao lado do cunhado Moreira Caldas e de novo a ironia do destino colaria cabeças decapitadas; como em Angico; no caminho do povo nordestino.

Recolhidos à Casa de Detenção, do Recife, os dois foram degolados e tiveram suas cabeças enviadas para a Paraíba, era o dia 03 de outubro de 1930, o crime teria sido arquitetado pelo tenente da força policial Ascendino Feitosa, e seu auxiliar o soldado João da “Mancha”; ele tinha uma mancha escura no rosto, razão pela qual lhe foi dado esse apelido; como executor.

Agora nos valemos de um trecho de entrevista prestada pelo Coronel Manuel Arruda de Assis, oficial da Policia Militar da Paraíba a José Romero Araújo em janeiro de 1989, “o indivíduo João da Mancha era considerado inclusive por seus antigos colegas de farda, como um psicótico, extravagante sangrador das forças volantes paraibanas. Naquele dia rompeu, com um bisturi pertencente ao médico Luiz de Góes, a carótida do advogado João Dantas, como também de seu cunhado, o engenheiro Moreira Caldas, ambos assassinados com a mesma “técnica”. O “serviço” fora feito por um profissional macabro que conhecia muito bem o seu “ofício”. O militar sabia milimetricamente onde iria romper a artéria, visto que a luta corporal travada entre o intrépido advogado João Dantas e os seus algozes impediu o seccionamento no ponto exato, como pretendia Dr. Luiz de Góes.” E continua o coronel Manuel Arruda, “só alguém que estava profundamente em contato com a “arte” de sangrar poderia ter feito um “trabalho” com tamanha perfeição”.

E continuando com as reflexões de Manuel Arruda, “quando as tropas comandadas por Juarez Távora, ativo integrante da coluna Prestes, chegaram ao Recife, o primeiro local visado pelos militares paraibanos foi a detenção onde se encontravam presos João Dantas e Moreira Caldas que se tornou alvo dos comandados por Ascendino Feitosa, estando entre estes João da “Mancha” e o médico Luiz de Góes.” Conforme o entrevistado, esse médico era capaz de tudo, regido por verdadeiro espírito sanguinário. E segue: “dominados os prisioneiros, Luiz de Góes apontou a Ascendino a carótida. João Dantas entrou em luta corporal com seus algozes, sendo atingido na sobrancelha. Com precisão invulgar, João da “mancha” recolheu o bisturi e aplicou certeiro golpe no local indicado, pondo fim à vida de João Dantas.” O entrevistado revelou que o corpo do advogado foi profanado de diversas maneiras, mesmo quando estertorava. Em seguida, o cunhado Moreira Caldas teve o mesmo fim, morrendo implorando para que o deixassem cuidar da família.

Segundo Manuel Arruda de Assis, era comum solicitar a presença de João da “Mancha” quando cangaceiros eram aprisionados. No combate de 1923, quando o sucessor de Sinhô Pereira fora ferido no tornozelo, no qual pereceram Lavandeira e Cícero Costa, ambos foram sangrados pelo frio soldado volante que se aperfeiçoou em matar usando o extremo da covardia e da perversidade.

Entretanto outra versão defende que João Dantas e Moreira Caldas se suicidaram com golpes de um mesmo bisturi, primeiro Dantas, depois Caldas, tese essa reforçada por supostos bilhetes deixados pelos mesmos em baixo de seus travesseiros. Segundo afirmações de José Joffily "como poderiam estes documentos de despedida, escritos em instante derradeiro, apresentar a correta redação, o talho das letras e a autenticidade das assinaturas, comprovadas em perícia, se tudo fosse escrito no tumulto de uma feroz degola e trucidamento?” e continua citando a confidência de João Dantas ao seu irmão Manoel, como prova do seu intuito de suicidar-se:

“- No caso de um movimento armado e vitorioso,
eu não me entrego. Mato-me!” 

“- E tens ao menos com que te matar?” 

“- Ele abriu a gola do pijama e retirou dele um afiado bisturi.”.

Foto Cariri Cangaço

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira

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LAMPIÃO


Virgulino Ferreira da Silva, conhecido popularmente pelo apelido de Lampião, foi o principal e mais conhecido cangaceiro brasileiro. Nasceu na cidade de Serra Talhada (PE) em 7 de julho de 1898 e faleceu em Poço Redondo (SE) em 28 de julho de 1938. Ficou conhecido como o "rei do Cangaço".

Biografia:

Nasceu numa família de classe média baixa. Trabalhou com o pai, na infância e parte da adolescência, cuidando de gado. Trabalhou também com transporte de mercadorias em longa distância, utilizando burros como meio de transporte de carga. Envolveu-se em brigas familiares na juventude e entrou para um bando de cangaceiros para vingar a morte do pai. Em 1922, passou a comandar um bando de cangaceiros. Em 1923, seu bando efetuou assalto à casa da baronesa de Água Branca (AL). Adendo - (http://blogdomendesemendes.blogspot.com - ver data, acho que foi no ano de 1922). Em junho de 1927, Lampião comandou seus homens na fracassada tentativa de tomar a cidade de Mossoró (RN). Chegaram nesta ocasião a sequestrar o coronel Antônio Gurgel.

Na década de 1930, Lampião e seu bando passou a ser procurado por policiais de vários Estados do Nordeste. O bando passou a viver de saques a fazendas e doações forçadas de comerciantes. Em 1930, conheceu Maria Déia (Maria Bonita) que ingressou no bando, tornando-se mulher de Lampião. Em 1932 nasceu a filha do casal, Expedita. Em 27 de julho de 1938, Lampião e vários cangaceiros do bando estavam na fazenda Angico, sertão de Sergipe, quando foram mortos por policiais da volante do tenente João Bezerra.

Fonte: suapesquisa

No ideário popular, Virgulino conquistou o apelido de Lampião num de seus embates com a polícia militar, quando gabava-se que - no decorrer de uma luta - sua espingarda não deixara de ter clarão, "tal qual um lampião".

Lira [LIRA, João Gomes de. Lampião: Memórias de um soldado de volante. Floresta (PE): PMF/SECD, 1997. vol. 1] admite quatro hipóteses para a alcunha famosa, como se segue:

A primeira delas surgiu após a retirada dos Ferreira para Alagoas onde fixaram residência no lugar Santa Cruz do Deserto, município de Mata Grande. Com eles foram muitos amigos e agregados, como: Pergentino Belxó, Luiz Gameleira, Manoel Tubino, e Cajazeira (estes dois últimos, já cangaceiros afamados). Por último, juntaram-se a eles os irmãos Benedito (José, Olímpio e Manoel). Foi exatamente na afirmação de Olímpio Benedito que no intervalo da marcha "ao meio dia, no descanso na Lagoa dos Soares, quando palestravam e brincavam, surgiu naquele descanso, naquela palestra, o vulgo de Lampião para Virgulino Ferreira." (1997 p.43)

A segunda deu-se, durante forte perseguição exercida pelo tenente Lucena (antes mencionado como sargento) sobre os Ferreira, quando do ingresso dos mesmos no bando de Antônio Porcino. Que, nas Alagoas, sob forte fogo cerrado em Pariconha; Virgolino "com o seu rifle peado, formando na boca do mesmo um grande e luminoso farol, dando a impressão de um lampião, surgiu o nome de guerra do famoso cangaceiro." (1997 p. 57)

A terceira foi em condições semelhantes à segunda, travada nas trevas de uma noite sem luar e, Virgolino salientando-se mais que os demais e "com toda a escuridão, entravam em feroz fuzilaria. Os bandidos jogavam balas como chuva em cima da polícia que, destemidamente, avançava contra os inimigos. A luta foi seriamente arrochada, apesar do número inferior de bandidos (doze homens), isto sem haver recuo, mas devido ao forte avanço do tenente Lucena os cangaceiros deram costas, deixando morto o cangaceiro Gafanhaque." (1997 p. 59)

A quarta e última versão tem origem num forte tiroteio onde foi morto o cangaceiro Pitombeira e ferido o bandido Lavandeira. Virgolino surpreendeu seu chefe de então, o famoso Sinhô Pereira, conquistando sua confiança e inspirando-a em todo o grupo. Indagado pelo mesmo, após um boa noite de descanso, sobre os requisitos que o mesmo teria para ser um cangaceiro de verdade e continuar em seu bando, respondeu "apenas que no seu rifle, no tiroteio da noite anterior, jamais faltou clarão. Ao ouvir estas palavras, os célebres cangaceiros Baliza e Cajazeira, gritaram: - Temos agora, um lampião! Temos agora um lampião! Não andaremos mais no escuro!. Daquele dia em diante, Virgulino passou a atender, por Lampião." (1997 p. 61)

Segundo Vassalo Filho [VASSALO FILHO, Miguel. Lampião - o grande cangaceiro.], Lampião fisicamente "tinha cerca de 1,70 de altura, tipo amulatado, compleição rígida e era cego do olho direito. Sua canga era composta, além das armas habituais, de carne assada, charque, bolachas e café, pedaços de queijo e rapadura, misturados com farinha de mandioca. Conduzia ainda algodão, tintura de iodo, casca de juá e aguardente alemã [schnaps]. Papel e lápis, além de muito dinheiro. Todos esses apetrechos de sua "canga" chegavam a pesar mais de 20 quilos, o que demonstrava a resistência de quem os conduziam, em longas caminhadas de léguas e léguas e durante tantos anos."

O cangaceiro e o escritor na terra do faz de conta

De quando Graciliano capturou Virgulino usando o poder da mente

RESUMO Antologia que reúne escritos de Graciliano Ramos sobre cangaço atribui-lhe entrevista fictícia com Lampião. Publicado sem assinatura no semanário "Novidade" e inédito em livro, o texto traz marcas que o associam ao autor de "Vidas Secas", colaborador do periódico, no qual pela primeira vez abandonou pseudônimos.
*
O sambinha não era tão popular quanto "Tico-tico no Fubá" ou "Com que Roupa?", seus colegas no "hit parade" de 1931, mas traduzia uma verdadeira obsessão nacional daqueles anos. A voz de Castro Barbosa apregoava com garbo nas rádios: "Adeus, Amélia/ vou decidir minha sorte./Eu vou pro Norte./Vou pegá o Lampião". (ouça abaixo)

Não havia quem não quisesse "pegá" Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, o bandoleiro mais famoso do Brasil. A muitos poderia faltar sede de vingança, mas a ninguém cairiam mal duas ricas recompensas oferecidas por sua captura: tanto o governo da Bahia quanto uma empresa, a perfumaria Lopes (do sabonete Dorly e pó de arroz Lady), pagavam 50 contos de réis, cada um, por sua cabeça.

Embora o pescoço do cangaceiro tenha chegado intacto ao final daquele ano, coube a uma pequena publicação de Maceió cumprir, à sua moda, o desígnio da canção. Em sua edição de 16 de maio de 1931, um semanário chamado "Novidade" pegou Lampião.

É verdade que a revista alagoana talvez não tenha satisfeito o apetite dos leitores fiéis, que provavelmente haviam visto uma semana antes um anúncio na página 2: "No próximo número: uma entrevista de Lampião à ’Novidade’".

A conversa seria efetivamente publicada: perguntas e respostas ao "herói legendário do sertão nordestino". Mas o texto (reproduzido abaixo), esclarecia-se logo na abertura, era uma entrevista fictícia: feita por "via telepática".

O bate-papo virtual poderia jazer só na memória de gerações de traças alagoanas, não fosse a suspeita de uma dupla de pesquisadores de São Paulo. Ieda Lebensztayn e Thiago Mio Salla sustentam, em livro a sair no fim do mês, que a entrevista é criação de um dos maiores nomes da literatura brasileira: Graciliano Ramos (1892-1953).

O postulado constará do volume "Cangaços" [Record, R$ 34, 224 págs.], compilação de textos sobre o banditismo sertanejo publicados pelo autor alagoano entre 1931 e 1941, em veículos de seu estado natal ou do Rio de Janeiro, então capital do país. Organizado pela dupla de gracilianólogos paulistas, o livro é composto por 14 artigos de imprensa e por dois capítulos de "Vidas Secas".

A inclusão no volume de fragmentos do romance mais celebrado do autor (lançado em 1938, está atualmente em sua 124ª edição) não é fortuita. Além de tratarem diretamente do cangaço, os capítulos dão cor a um dos sustentáculos do livro de Lebensztayn e Mio Salla: o livre trânsito entre Graciliano o articulista e o ficcionista.

Emblema disso é uma frase empregada em "Cadeia", capítulo de "Vidas Secas", que pode ser lido como um conto (não à toa, o cronista Rubem Braga definiria o livro, anos depois, como "romance desmontável"). Nele, Fabiano, o protagonista, afirma: "Apanhar do governo não é desfeita".

No texto de apresentação e num alentado posfácio sobre Graciliano e o cangaço, os dois organizadores do livro mostram que o escritor já havia usado a frase, igual, em três crônicas sobre o tema, duas delas publicadas antes que o próprio Ramos sofresse vicissitudes nas mãos do governo -no fim do dia 3 de março de 1936 ele seria encarcerado, em meio ao cerco aos comunistas do governo Vargas, e só seria liberado em janeiro de 1937.

Mais do que incorrer no autoplágio, com o uso repetido da frase, Graciliano sublinhava seu "leitmotiv": a resistência às injustiças sociais. É num texto sobre Lampião, seu primeiro artigo dedicado em especial ao rei do cangaço, que o slogan aparece a primeira vez.

"Lampião nasceu há muitos anos, em todos os Estados do Nordeste", começa Ramos, que descreve o bandoleiro como "zarolho, corcunda, chamboqueiro, dá impressão má". Ele relata as mazelas da juventude de Virgulino Ferreira. "As injustiças e os maus-tratos foram grandes, mas não desencaminharam Lampião. Ele é resignado, sabe que a vontade do coronel tem força de lei e pensa que apanhar do governo não é desfeita", emenda o escritor, em texto para a mesma "Novidade" que publicaria a entrevista falsa com o cangaceiro.

FINA FLOR

A "Novidade" era o máximo. Feita nos fundos de uma livraria de Maceió, idealizada por dois jovens intelectuais da cidade, Valdemar Cavalcanti (1912-82) e Alberto Passos Guimarães (1908-93), a revista durou só seis meses, mas reuniu a fina flor intelectual da região. O romancista José Lins do Rego, o poeta Jorge de Lima, o futuro dicionarista Aurélio Buarque de Holanda e o antropólogo Manuel Diegues Jr. (pai do cineasta Cacá Diegues) foram alguns colaboradores regulares -de outras praças, viriam colaborações de figuras como o poeta Murilo Mendes.

Mas o grande feito, pouco sublinhado a respeito dessa publicação quase esquecida, foi o de ter sido, em mais de um sentido, o veículo de estreia de Graciliano Ramos.

Reeditada em 2012, a biografia mais conhecida do autor, "O Velho Graça", de Dênis de Moraes [Boitempo, R$ 52, 360 págs.], aponta que, aos 11 anos, o alagoano já publicara seu primeiro texto, o conto "O Pequeno Pedinte".

Mas, ao longo de décadas, a contar desta obra de engajamento mirim, publicada em "O Dilúnculo - Órgão do Internato Alagoano" em 1904, as dezenas de textos de sua lavra saíram sob pseudônimos. Eram assinadas por X, Lúcio Guedes, J. Calisto, Anastácio Anacleto ou Ramos de Oliveira.

Como aponta Thiago Mio Salla, em outro volume recente organizado por ele, que compila só textos do alagoano inéditos em livro, "Garranchos" [Record, R$ 52, 378 págs.], foi apenas a partir de 1931, em sua contribuição para "Novidade", que o autor passou a assinar como Graciliano Ramos.

Ele tinha 38 anos, já havia sido prefeito de Palmeira dos Índios, ainda não havia publicado nenhuma obra de ficção. "Caetés", seu primeiro romance, sairia só em 1933. Mas um dos capítulos desse livro, o de número 24, foi publicado em "Novidade" em junho de 1931, marcando oficialmente o começo do prosador.

Ieda Lebensztayn, 38, desbravou por quase sete anos a história da revista alagoana, tema de seu doutorado na USP. Como aponta em "Graciliano Ramos e a revista ’Novidade’: contra o lugar-comum", artigo publicado em "Estudos Avançados" (USP, nº 67, 2009), "se a ’Novidade’ se deseja como reação crítica ao lugar-comum da violência, aos estereótipos, à retórica dos bacharéis e políticos e expõe como problema o papel do intelectual num mundo de barbárie, os textos de Graciliano nela publicados, anunciando a obra posterior, são sua melhor expressão".

No exame da íntegra das 24 edições de "Novidade", conteúdo recém-incorporado à Hemeroteca Digital Brasileira, da Biblioteca Nacional (hemerotecadigital.bn.br), nota-se que só três entrevistas foram publicadas pelo semanário. A quarta conversa editada pelo veículo, aquela com Lampião, foi a única entrevista fictícia, gênero no qual se sobressairia depois o dramaturgo Nelson Rodrigues.

BATE-PAPO

Fora da ficção, não era moleza entrevistar Lampião. Autoridade reconhecida no tema do cangaço desde os anos 1980, o historiador recifense Frederico Pernambucano de Mello, 66, conta apenas duas entrevistas confirmadas com o cangaceiro-mor.

A mais conhecida é uma dada em Juazeiro do Norte ao médico e jornalista Otacílio Macedo (jornal "O Ceará", Fortaleza), feita em 1926, ano em que Lampião passou a ser conhecido em todo o Brasil.

A outra, sustenta ele, foi dada a Demóstenes Martins de Andrade e teria saído originalmente em "O Serrinhense", de Serrinha (Bahia), e depois no "Diário de Notícias", de Salvador. "Nela, Lampião chega a elogiar as pastilhas Valda."

Há ainda um depoimento, dado a Benjamin Abrahão. Célebre por ter fotografado e filmado Lampião, o sírio-libanês radicado no Brasil foi tema do longa "Baile Perfumado", dos cineaastas Lírio Ferreira e Paulo Caldas (1996), e de livro de Pernambucano de Mello, "Benjamin Abrahão: Entre Anjos e Cangaceiros" [Escrituras, R$ 45, 352 págs.].

Graciliano, o "entrevistador" de Lampião, também não era dos mais entrevistáveis. Lebensztayn e Mio Salla estão concluindo uma pesquisa sobre os bate-papos feitos com o escritor alagoano. Eles serão publicados em livro, no segundo semestre, também pela Record, editora que concentra a obra do escritor desde o início dos anos 1970. Com nome provisório de "Falas", o volume terá estimadas 22 entrevistas e deve sair à época de uma mostra audiovisual sobre o escritor prevista para o Museu da Imagem e do Som, de São Paulo.

Mio Salla, 34 (e desde os 19 estudando a obra do escritor), diz que não há registros de outras entrevistas ficcionais de Graciliano, como a de Lampião que atribuem a ele.

No entanto, o professor da Escola de Comunicações e Artes da USP diz que desde a primeira vez que bateu os olhos em "Lampião entrevistado por ’Novidade’", na Biblioteca Nacional, no Rio, em 2005, não teve dúvidas de que o texto era de Graciliano.

"São inúmeros elementos que indicam sua autoria. Desde uma ironia muito peculiar, uma pilhéria presente em textos publicados por ele em jornais, até o deboche do chamado ’lampionismo literário’", afirma.

Com linha semelhante de argumentação, um dos principais gracianólogos do Brasil, o professor Wander Melo Miranda, da Universidade Federal de Minas Gerais, concorda com a atribuição.

"Sua visão lúcida e bem-humorada -no caso da entrevista imaginária, da qual podem ter participado também Lins do Rego e Jorge de Lima- é uma ’novidade’ para a época e até hoje. Sem estereótipos, sem a visão artificial de literatos e da ’gente do asfalto’ sobre o assunto, Graciliano trata o ’amável facínora’ como um astro pop ’avant la lettre’, percebendo muito bem o que o mito popular revela e esconde: uma sociedade injusta, economicamente atrasada, submetida a desmandos de toda ordem e à aparição de heróis ou bandidos salvadores", afirma, em depoimento à Folha.

SURPRESA

Em janeiro de 1938, Graciliano Ramos escreveu, em crônica também recolhida em "Cangaços": "A polícia do Nordeste continuará a perseguir o bandido, provavelmente o agarrará de surpresa e mostrará nos jornais a cabeça dele separada do corpo".

Seis meses depois, "pegaram" Lampião. Ele, sua mulher, a Maria Bonita, e outros nove cangaceiros do bando foram mortos e degolados as 11 cabeças foram expostas na escadaria da prefeitura de Piranhas, em Alagoas.

No artigo "Cabeças", publicado dois meses depois, e também incluído em "Cangaços", Graciliano Ramos sentenciou:

"Cortar cabeças nem sempre é barbaridade. Cortá-las no interior da África, e sem discurso, é barbaridade, naturalmente; mas na Europa, a machado e com discurso, não é barbaridade. O discurso nos aproxima da Alemanha. Claro que ainda precisamos andar um pouco para chegar lá, mas vamos progredindo, não somos bárbaros, graças a Deus".
*
Lampião entrevistado por "Novidade"

Como o célebre cangaceiro, o herói legendário do sertão nordestino, encara certas coisas brasileiras: os direitos de propriedade, o progresso, a justiça, a família, o sertão, os coronéis, o cangaceirismo e a sua própria vida

Lampião é hoje uma das criaturas mais interessantes do Nordeste. Não apenas do Nordeste: do Brasil todo*. Vagamente conhecido há dez anos em alguns municípios sertanejos, pouco a pouco foi adquirindo um prestígio terrível e tornou-se famoso e temido em vários Estados. Cresceu extraordinariamente, entrou no folclore, na poesia e no romance. É um nome nacional. Ultimamente, com a projetada aventura do capitão Chevalier1, o célebre cafuzo está na ordem do dia. - Com o intuito de bem servir aos seus bons fregueses e amigos, como se diz na gíria de negociantes, ’Novidade’ imaginou entrevistar Lampião. Para isso pediu o concurso de alguns oficiais de polícia, mas todos eles, por modéstia, recusaram a incumbência, alegando que não são repórteres. - Na impossibilidade de obtermos um encontro com o notável salteador, recorremos a um truque: um dos nossos redatores, antigo sócio de centros esotéricos, deitou-se, acendeu um cigarro, fechou os olhos e conseguiu, por via telepática, a seguinte entrevista.

Lampião recebeu-nos com o punhal na mão direita e o rifle na esquerda. Vestia roupa de mescla, calçava alpercatas, trazia cartucheira, chapéu de couro enfeitado, camisa aberta, rosário, retrato do padre Cícero na lapela. Ofereceu-nos uma pedra para descansar, sentou-se numa raiz de baraúna e perguntou:

- Que anda fazendo por esta zona?

- Aqui marombando, capitão, assuntando, tomando a maçaranduba do tempo. Eu sou representante de "Novidade".

- "Novidade"? Pois eu não quero saber de novidades. Aqui ninguém conta novidades. Foi por causa das novidades que o Sabino 2 levou o diabo. E não gosto de gente que assunta. O senhor é macaco ou bombeiro?

Sentimos um baque no peito.

- Deixe disso, capitão, não se afobe. "Novidade" é um jornal.

- Um jornal?

- Sim, senhor, um papel com letras para embromar os trouxas. Mas o nosso é um jornal sério, um jornal de bandidos. É por isso que estou aqui. Um jornal sisudo. Temos colaboradores entre as principais figuras do cangaço alagoano, temos correspondentes...

Lampião mostrou a dentuça e grunhiu:

- Uhn! Anda procurando um chefe.

- Ah! não! protestamos. Já temos. O lampionismo em literatura é diferente do seu. O que eu quero é entrevistá-lo, entende?

- Que quer dizer isso?

- É uma tapeação. O senhor larga umas lorotas, eu escrevo outras e no fim dá certo. É sempre assim. Às vezes, como agora, nem é preciso que a gente se encontre.

- Por quê?

- Por quê? Porque se eu fosse escrever o que o senhor diz não escrevia nada.

Lampião matutou, balançou a cabeça e concordou.

- Bom. Vamos começar. Pegue no lápis.

E começamos:

- Quais são as suas ideias a respeito da propriedade?

O amável facínora tirou da patrona um pedaço de fumo e entrou a picá-lo com o punhal.

- Eu, para falar com franqueza, acho que essa história de propriedade é besteira. Na era dos caboclos brabos, como o senhor deve saber, coisa que um sujeito agadanhava era dele. Depois vieram os padres e atrapalharam tudo, distribuindo terra para um, espelho para outro, volta de conta para outro... Fechou-se o tempo e houve um fuzuê da peste, que está nos livros. Mas meu padrinho padre Cícero não vai nisso. E eu também não vou. Isso por aqui é nosso: gado, cachaça, mulher, tudo. É de quem passar a mão, entende?

- Perfeitamente. E que me diz do progresso?

- De quê?

- Do progresso, da civilização. Roupas bonitas, sapatos, frascos de cheiro, conhaque, doutores, vitrolas...

Lampião fez um cigarro de palha de milho, tirou o binga, bateu o fuzil e pôs-se a fumar. Depois falou:

- Sapatos, como o senhor vê, não uso, mas o conhaque eu bebo. E gosto das vitrolas, são engraçadas. Quanto aos doutores, até hoje não me fizeram mal. Estudam nos papéis e falam muito. Creio que são uns inocentes. Enfim, não tenho queixa da civilização.

- Como considera a justiça?

- Aqui no sertão, quando um camarada tem raiva de outro, toca fogo nele. E vai um filho do defunto, agarra um mosquetão e uma rapadura, esconde-se por detrás dum pau, dorme na pontaria, espera 15 dias e queima o sobredito. É a justiça mais usada e não falha. Temos também a dos autos, demorada, mas que não é má, porque os promotores se enrascam sempre e os jurados são bons rapazes.

- Sua opinião sobre a família?

- De quem?

- De todo o mundo. A família em geral. A mulher, os meninos, a rede, o baú, o rancho, o papagaio, o saguim, a trempe, as panelas, isso tudo.

Lampião coçou o queixo e resmungou:

- Para dizer a verdade, nunca pensei nisso. E o senhor é danado de fuxiqueiro. Mulher, meninos... Eu sei lá! Quando um sujeito é miúdo, nunca deve dizer que os filhos que tem em casa são dele. E quanto a mulher, hoje a gente pega uma, larga amanhã, arranja outra, casa aqui, descasa acolá, e assim vamos indo. Isso de mulher é bichinho que não falta. E se um homem fosse se lembrar de todas com quem fez vida, estava arrumado.

- A sua vida assim agitada lhe dá grandes lucros, capitão?

- Lucros, lucros, não são lá grande coisa. Nem roubo hoje dá lucro. Não se tem mesmo o que roubar. Isso de dinheiro aqui, homem, uma bobagenzinha de nada. Nesse tempo parece o povo até nem aprecia ter dinheiro pra gastar tanto quanto se gasta com a vida de hoje. Agora o que eu não faço, nem pelo diabo, é deixar minha vida de agora pra ir trabalhar na enxada, que eu não sou...

Lampião estacou, passou o lenço pelo pescoço.

- Que calor danado!

E nós, aproveitando a deixa:

- E com todo esse calor, o senhor gosta mesmo do sertão?

- Gostar, eu gosto, moço. Isso de calor é coisa com que a gente se acostuma depressa. Um coronel noutro dia me disse que o povo da cidade acha isso ruim, porque é deserto e quente por demais. Cidadãos que nunca viram o sertão falam dele como se tivessem vivido nele uma porção de tempo. É isso que estraga essa terra, não é outra coisa não.

- E relativamente aos coronéis, que pensa o senhor?

- Homem, eles até não são ruins. Há realmente alguns metidos a bestas, mas também existem pessoas direitas. Tenho boas relações com um bando deles.

Estava finda a nossa missão. Despedimo-nos.

- Muito obrigado, capitão Virgulino. E adeus. Desejo-lhe muitas felicidades nos seus negócios.

Notas:
* Originalmente publicado, sem assinatura, no semanário "Novidade" (Maceió: Livraria Vilas-Boas, n. 6, p. 7, 16.mai.31), este artigo sairá em livro pela primeira vez na coletânea "Cangaços", que reúne textos de Graciliano Ramos sobre o tema, que será lançado pela Record. A autoria é atribuída ao alagoano pelos organizadores da antologia, Ieda Lebensztayn e Thiago Mio Salla. Para publicação na "Ilustríssima", foram mantidas somente as notas com informações essenciais à compreensão dos fatos citados no texto.

1. Carlos Chevalier, oficial do Exército que utilizou armas, sistemas de rádio em comunicação com muitos policiais e até aviões para capturar Lampião.

2. Sabino Gomes, homem de confiança de Lampião, que, no bando, ocupava o posto de lugar-tenente. Foi morto em março de 1928, na fazenda de Antônio Piçarra, no Cariri cearense.

CASSIANO ELEK MACHADO
GRACILIANO RAMOS
ilustração ANA ELISA EGREJA
Fonte: Folha de São Paulo, 13/04/2014

http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Lampi%C3%A3o&ltr=l&id_perso=135

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Volante em ação O estudo de fontes documentais é básico, para os que contemplam a história.

Por Rubens Antonio

Transcrição
De Bomfim, 10-12 de Março de 1929. 

Dr. Madureira de Pinho Chefe Policia Bahia. Confirmando telegramma dirigi hontem vossencia foram presos João Agostinho Silva conhecido Nonato e irmão Saturnino Roberto da Silva vulgo Juca, o primeiro na fazenda Morro Branco, pelo Sargento Flavio, o segundo em Carrapichel, pelo 1o Sargento Octacilio Alves Senna, os quaes estão aqui presos pt Estes individuos são os mesmo conhecidos como gente de Lampeão que anno passado ordenado vossencia apresentei-os com tres Irmão delegado regional Petrolina donde fugiram pt. Baldados cerco casa e batidas Matto Catuny para captura bandido criminoso Faustino ou Fausto Gomes, vulgo Banzé, informando mulher mesmo elle e filhos apareceram e voltaram logo dizendo virem pegar em armas pt. Este vcriminoso é pae bandido Hortencio Silva, vulgo arvoredo, pertencente grupo Lampeão e meu conhecimento por José Lima, em Jaguarary, quando anno passad alli estive, continúo xxx em outras observações. Saudações. 
(a) Capitão José Galdino

Falando nisso...
Bernardino Madureira de Pinho


Nasceu a 30 de agosto de 1879, filho de Virgílio Tourinho de Pinho e Mariana de Senna Madureira. Em fevereiro de 1893, ainda menino, discursou, no Teatro Politheama, em Salvador, pedindo a Ruy Barbosa para realizar uma conferência no Theatro São João, em benefício de 50 órfãs do Asilo de Nossa Senhora de Lurdes de Feira de Santana.

Apreciador da Antiguidade Clássica, deu aos seus filhos os nomes de Demósthenes, Péricles e Demades. Bacharel em Direito, fez campanha presidencial para o mesmo Ruy Barbosa. Participou com Ruy Barbosa do seu périplo pelo sertão baiano, em 1919. Quando este esteve em Senhor do Bonfim, em 5 de dezembro de 1919, acompanhou-o, aparecendo na foto à entrada do palacete em que se hospedaram, pertencente, então, ao coronel Antonio Felix Martins.
  
 
Madureira de Pinho é o calvo de bigode, à direita. 

Acompanham-no nesta fotografia também, além de Ruy Barbosa, Antonio Felix Martins, Salustiano Figueiredo, Cordeiro de Miranda e Francisco Esteves da Silva Bernardino.

Foi nomeado Secretário da Polícia e segurança Pública, pelo Governador Góes Calmon, em outubro de 1925, permanecendo no governo Vital Soares. Foi o nomeador e grande apoiador dos comandantes militares na estratégia baiana de confronto ao Cangaço.

Nelson Pinto, em palestra sobre sua Biografia, no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, quando do centenário do seu nascimento, a modo de “Elogio”, lançou:
“Lampeão era um fruto do Nordeste brasileiro e, no seu tempo, tudo no sertão era seu aliado: a topografia, a distância, a caatinga, o pavor das populações, a falta de estradas e de transportes etc., etc. Basta que se registre que Madureira “não poupou sacrificios, numa luta que não dependia da eficiência das autoridades policiais”. Igualmente, foram “notórias as qualidades de resistência, de arguta inteligência e de bravura do soldado baiano”.”
O avanço dos eventos da Revolução de 1930, fez com que se exonerasse, “a pedido”, em 8 de outubro de 1930, sendo substituído pelo bacharel em Direito Francisco Prisco de Souza Paraíso. Preso e processado pelos vitoriosos, após liberto, reintegrou-se apenas moderadamente na vida social e política baiana.
Desestimulado a permanecer na Bahia, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde já viviam seus filhos.

Faleceu a 15 de maio de 1950.

Mais um achado do CSI Rubens Antonio disponibilizado em seu Cangaço na Bahia

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/search/label/Capit%C3%A3o%20Jos%C3%A9%20Galdino

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ENQUANTO NÃO VEM CANGAÇO - FILHO ADOTIVO - SÉRGIO REIS

https://www.youtube.com/watch?v=yD-Q4sM5URE

Esta música e baseada em fatos reais, uma triste realidade da vida real ,hoje muitos filhos não liga para os seus pais, e muitos não os reconhece e nem dão os valores que eles merecem, muitos pais se sacrifica para dar tudo para os teus filhos e quando eles crescem pensam somente em si próprios ,por isto vocês que não dão valor em seus pais preste atenção nesta bela Músicas que e para todos aqueles que não ajuda os teus pais e os abandonam em um asilo ou na rua. (Esta música eu ofereço a todos pais que estão passando por esta triste realidade. Seus filhos podem lhes abandonar , mais saiba que Deus nunca lhes abandonarão!)Olá amigos ficarei muito feliz se escreverem em meu canal um abraço a todos.(http://youtu.be/uTI0blksuHs).

Esta música eu ofereço para minha mãe querida e que eu amo demais Raimunda Barbosa eu coloquei esta música no youtube baseado na vida dela que ela tem 5 filhos e mais dois adotivos e ela nós educou e nós deu o amor que pra mim e o melhor amor do mundo eu nunca irei o abandona-la jamais ao contrário de alguns dos meus irmãos que não ajuda ela ao contrário só querem o que ela tem e além disso ela tem que cuida até dos netos e muitas outras coisas as custa de ganha nada nem um centavo o que ganha e desaforo e mais nada . Pois o que importa mesmo e que eu vou ajudá-la em toda a minha vida porque mãe e mãe, e mesmo que todos o abandona eu nunca irei abandoná-la porque eu amo ela mais do que a minha vida!

Categoria: Música
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