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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O EX-CANGACEIRO "BALÃO" FALOU À REVISTA REALIDADE EM NOVEMBRO DE 1973.


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Entrei para o cangaço em 1929 e fiquei até ver Lampião com uma bala na testa, em 1938. Eu Morava em Paulo Afonso, na Bahia. Uma tarde passou pela minha casa uma força do sargento Inocêncio, de Alagoas.

Meu pai e meu irmão foram mortos e eu fugi com meu primo, o Azulão, que já estava no cangaço. Minha vida de cangaceiro começou num tiroteio, em Aroeira, contra a volante de Mané Neto. Eu tinha 19 anos. Lampião havia me dado 615 balas e, quando a luta terminou, perguntou-me: 

- E as balas?

- Só tenho cinco, respondi. 

- E as outras? 

- Por aí, capitão, voando atrás dos macacos.

 Ele riu e me admitiu.

Vivi de fogo em fogo durante 9 anos. A gente aprende a brigar. Soldado morria porque vinha de peito aberto. Cangaceiro não dá o peito nem as costas, briga de quina. Um homem de quina é uma faca. Também não brigávamos sem preparo. Só atraíamos a volante depois de construir a trincheira. E lá ficávamos, ajoelhados ou em pé, escorando firme o coice da espingarda.

Se matei muitos não sei. Quem mata é o mosquetão, e o Capitão Lampião é quem ordena. A gente obedece, vai atirando. Se o tiro pega, ouve-se o grito: "Ai, Nossa Senhora! Valei minha mãe". Vi uns filmes de cangaceiros. Tudo falso. Todo mundo bonito, a cavalo, como mocinhos. Nós andávamos quase sempre a pé, calçando alpercatas.

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Clique neste link e leia toda entrevista que cedeu o cangaceiro Balão à Revista Realidade. 

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/08/cangaceiro-balao-sensacional-entrevista.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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