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terça-feira, 22 de novembro de 2016

TRIBUTO A JOSÉ DE SOUSA DANTAS (Baseado no livro “A História do Meu Lugar”) Ou: A Saga Altiva dos Dantas

por: (R) RUBENIO MARCELO
Era manhã, chão molhado, 
Era 21 o dia; 
Era domingo, e nascia 
Um vate predestinado; 
Menestrel equilibrado 
E de qualidades tantas!... 
Quisera ter mil gargantas 
Pra reforçar meu louvor 
A esse jogral-doutor, 
O JOSÉ DE SOUSA DANTAS!
No ano 54, 
No décimo primeiro mês, 
Nascia, com altivez, 
Este nobre literato; 
No São João, sítio pacato, 
Na casinha esverdeada, 
Numa encosta situada 
Bem de frente pro nascente. 
Ali, com a sua gente, 
Principiou a jornada...
Crescido lá no São João, 
Município de Pombal, 
Depois foi pra capital, 
Com fé e dedicação; 
Cumprir a sua missão, 
Estudar Engenharia. 
Fez tudo com primazia 
E jamais ele esqueceu 
Do dom que Jesus lhe deu: 
A Popular Poesia!
Num Livro espetacular 
De mil plectros diversos, 
Em belos contos e versos, 
Zé Dantas pôde contar 
História do Seu Lugar, 
Sua gente nordestina, 
Sua casa na colina, 
Seu torrão, sua querência, 
Sua ilustre descendência 
E sua essência-agrestina.
Falou do Sítio São João, 
Da sua mãe, do seu pai; 
Falou da chuva que cai 
Alegrando a região; 
Cantou Pombal – seu torrão, 
A sua lida e o engenho; 
Cantou também, com empenho, 
O casarão da família; 
(Traçou tão bem a mobília 
Que vislumbrei o desenho).
As festanças de São João 
No sertanejo reduto, 
O casamento matuto, 
Xote, xaxado e baião; 
O dia da eleição, 
Conforme Lucy contou: 
Chico Pereira falou 
Pra Severino Mascena, 
Mas este não era ARENA... 
Tudo, Dantas relatou...
Lembrou a casa rural 
Lá da Rua João Carneiro 
(Do seu avô conselheiro 
Da cidade de Pombal), 
Por traz da Matriz central 
Singela, qual um dossel... 
A morada de Joel 
Que exibe, qual um buquê,
As letras S.M.D., 
Marca indelével fiel.
No seu estro-relicário, 
José Dantas faz menções 
Aos negros dos Espontões 
Da Procissão do Rosário; 
Traça todo calendário 
Do sertão paraibano; 
Relembra o cotidiano, 
Ilustra tudo e atesta 
Que O Rosário é a festa 
De mais gente todo ano.
José Dantas concatena 
No Pombal todo seu ninho; 
Manoel Braz e Raimundinho 
E também Chico Mascena; 
Traz ainda para a cena 
Severino com Maria, 
A Rita, a Hilda e a Luzia, 
Zé Mascena e Valdecy; 
O Alcindo e a Lucy, 
Todos, Dantas agracia.
Zé Dantas, com maestria, 
Ensina para a galera; 
E em versos enumera 
Os tipos de Cantoria: 
O Coqueiro da Bahia, 
Quadra, sextilha e mourão; 
O Dez de Adivinhação 
E Martelo Alagoano; 
O Rojão Pernambucano, 
O galope e o quadrão.
Em tino peculiar 
E grã legitimação, 
Mostra a classificação 
Da poiesis popular; 
Ensina como louvar 
Ou tecer a narrativa, 
A mista e a descritiva, 
A picante e a satírica, 
A trava-língua e a lírica 
E inda a contemplativa.
O Dantas tem mente altiva, 
Por isto que nunca erra, 
Lembra os talentos da terra 
Em produção afetiva: 
Traz o Severino Silva, 
Leandro e o bardo Ugolino; 
Traz Moacir Laurentino 
E Severino de Sousa; 
Destaca cousa por cousa 
Desse Parnaso divino...
Inácio da Catingueira 
E Belarmino de França; 
De todos, com liderança, 
Dantas desfralda Bandeira. 
Traz o Cazuza Ferreira, 
Relembra seu repertório... 
Realça o Silvestre Honório, 
Chico Leandro e Geraldo; 
Exibe todo o legado 
Desse vasto território.
Pra deleitar seus leitores, 
Zé Dantas mostra diversos 
Compêndios e belos versos 
De outros bons cantadores; 
Poetas e trovadores 
Do celeiro nordestino: 
Donzílio, Zé Laurentino 
e Raimundo Santa Helena; 
Mostra a família Mascena 
Com seu cantar genuíno.
Com os dotes altruístas 
Que naturalmente herdou, 
Zé Dantas organizou 
Festivais de Repentistas; 
Reuniu grandes artistas 
Em noites transcendentais... 
Elaborou os Anais, 
Perenizou os clichês 
Em Livros e em CDs 
De valores divinais!
Num coração-poesia 
O sangue lateja e ferve; 
Na majestática verve 
O vate passeia, cria... 
Desvendando a estesia
Em harmonia leal, 
Minerva já deu aval 
Ao cantador altaneiro... 
Dantas, da arte é parceiro, 
E grande irmão fraternal!
Dantas tem arte no olhar, 
Escreve, pensa e levita; 
Gosta da escrita erudita 
E também da popular; 
Espalha o seu poetar 
Nesse uni-verso geral; 
Honra sua terra natal, 
Canta o torrão brasileiro; 
Dantas, da arte é parceiro 
E grande irmão fraternal!
Encerro aqui meu papel 
(Esta singela homenagem), 
Relembrando altiva imagem 
Do cantador-menestrel. 
Ah companheiro fiel 
De virtudes sacrossantas!... 
Quisera ter mil gargantas 
Pra reforçar meu louvor: 
Parabéns, jogral-doutor, 
Poetíssimo ZÉ DANTAS!

Copyright ® by Rubenio Marcelo

Campo Grande/MS 

A você, caro amigo e companheiro Dantas, neste dia do seu aniversário, novamente esta minha singela homenagem (obra que já circula editada).
Abração,
RM

Enviado pelo professor, escritor pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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