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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

BOI CONDENADO À PENA DE MORTE PELO DEPUTADO FEDERAL FLORO BARTOLOMEU

Por Lira Neto editor do Sábado

Ao mesmo tempo em que tirava dividendos da mística em torno de Padre Cícero Romão Batista de Juazeiro, Floro Bartolomeu não hesitava em manter a força incontrolável de religiosidade popular sob controle. Por esse motivo é que ele, em 1923, chega a declarar pena de morte a um touro, o “Boi mansinho”, que havia sido dado de presente ao beato José Lourenço pelo Padre Cícero.

Beato José Lourenço

Pelo simples fato de ter pertencido a Padre Cícero, o touro teria virado objeto de adoração. Havia até mesmo quem acreditasse que o animal era “fazedor de milagres”. Por isso, espalhou-se a notícia de que gente do povo bebia a urina e comia as fezes do bicho, que supostamente teriam poderes mágicos de curar todos os males.

Floro Bartolomeu e Padre Cícero

Floro Bartolomeu teria ordenado então a prisão de Lourenço e o sacrifício do animal em praça pública. Como todos os episódios que cercam Floro Bartolomeu, esta história é recheada de versões contraditórias. Uns dizem que a carne foi vendida normalmente no matadouro público, outros que o povo a rejeitou por ela ser de um animal sagrado, e outros ainda afirmam que o próprio José Lourenço teria sido obrigado a comê-la diante de seus seguidores.

Uma coisa, pelo menos, é certa: o mesmo José Lourenço, pouco tempo depois, protagonizava um dos mais marcantes episódios da história cearense do início do século; a formação da comunidade do Caldeirão.

Lira Neto

Fonte: Sábado O Povo
Fortaleza: 09 de março de 96
Ano: 2
Número: 90
Digitado e ilustrado por José Mendes Pereira

Este jornal foi a mim presenteado pelo pesquisador do cangaço e membro da SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Francisco das Chagas do Nascimento (Chagas Nascimento).

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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