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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

INFORMAÇÃO SOBRE O ESTADO DE SAÚDE DO PROFESSOR, ESCRITOR E PESQUISADOR DO CANGAÇO JOSÉ ROMERO DE ARAÚJO CARDOSO


Informou-me hoje à tarde (10/09) a escritora Marcela Lopes que o professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero de Araújo Cardoso está internado desde segunda-feira na "UTI" do Hospital Wilson Rosado em Mossoró, com pneumonia, infecção e edema pulmonar. Ainda adiantou que uma aluna do professor foi visitá-lo, e não conseguiu entrar na "UTI", mas viu o boletim médico, e que o seu estado de saúde é grave. 

O professor Romero havia lhe mandado uma mensagem no domingo, comunicando-lhe que na segunda-feira iria ao Hospital Wilson Rosado, porque não estava se sentindo bem, e depois mandou outra, informando que estava internado.

Esperamos que o professor tenha logo uma recuperação para juntos continuarmos os nossos trabalhos sobre cangaço.

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HISTÓRIA DE SERGIPE PARTE II










Ver artigo sobre o autor, João Pires Wynne, por Luiz Antônio Barreto


Fim - Material do acervo do pesquisador Raul Meneleu Mascarenhas  Raul Meneleu Mascarenhas

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CANGAÇO ECOS NA LITERATURA E CINEMA NORDESTINOS


Como adquirir esta obra: 
Entre em contato com o professor Pereira lá de Cajazeiras, no Estado da Paraíba, através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br 
Não fique sem ele! Peça logo o seu!

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"PROFISSÃO": CANGACEIRO "LAMPEÃO" ABRIU 'VOLUNTARIADO' COM SOLDO DIÁRIO DE 10$000 (DEZ MIL RÉIS).


"PROFISSÃO": CANGACEIRO
"LAMPEÃO" ABRIU 'VOLUNTARIADO' COM SOLDO DIÁRIO DE 10$000 (DEZ MIL RÉIS).

Em meio à seca, à fome e à miséria, o sertanejo enxergava na proposta oferecida por Lampião, uma oportunidade única de angariar alguns trocados para a sobrevivência própria e da família.

Muitos jovens daquela época revoltados com a situação degradante e sofrida da vida que levavam, aceitaram a proposta e optaram pela vida das armas, partindo em busca da aventura e do dinheiro "fácil", ingressando em algum dos tantos grupos cangaceiros existentes.

Devido à todas as dificuldades e condições dignas de vida e demais contratempos, restavam-lhes o dilema... morrer de fome... ou morrer na bala?

Aí é como diz a história:

- PERDIDO! PERDIDO E MEIO.

"SIMBORA" CAPITÃO!!!

Texto: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)
Fonte da matéria: Jornal "A NOITE" (1931)

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GENRO E FILHA DA EX-CANGACEIRA DULCE MENEZES


O CASAL RUAS, ainda no lado sergipano, após uma emocionante visita à fazenda Jerimum, onde nasceu a ex-cangaceira Dulce Menezes, se prepara para regressar para Piranhas - AL, e, consequentemente, para casa, levando na bagagem belas imagens, muitas lembranças de pessoas amigas, momentos inusitados, muitas interrogações e a saudade de tudo isto, cujo privilégio nos coube. 23/07/2015.

Fonte: facebook
Página: Pereira Ruas

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JESUÍNO BRILHANTE NA FAZENDA SANTA TEREZA

Por Epitácio Andrade

No dia 07 de setembro de 2015, o advogado criminalista Bartolomeu Linhares, 

Dr. Bartolomeu Linhares

radicado na cidade de Caicó, no Seridó potiguar presenteou o cangaceirólogo 

Dr. Epitácio Andrade

Epitácio de Andrade Filho com o artigo Memórias do Dr. Antônio Gervásio Alves Saraiva, de autoria do genealogista e historiador cearense Francisco Saraiva Fernandes Câmara, conhecido como Fernando Câmara. 

Fernando Câmara

O artigo é um ensaio historiográfico sobre a memória da família Saraiva Leão, apresentado pelo orador-autor numa convenção familiar, ocorrida no dia 12 de abril de 1942, no Rio de Janeiro, na época, capital federal do Brasil. E se encontra publicado no número 98, nas páginas 17 a 27, editado em 1984, em Fortaleza, na revista do Instituto Histórico do Ceará. O bacharel em ciências jurídicas pela Universidade federal de Pernambuco Antônio Gervásio Alves Saraiva, nascido na fazenda Santa Tereza, distante 15 km da sede urbana do município de Belém de Brejo do Cruz, no alto Sertão paraibano foi contemporâneo do cangaceiro potiguar Jesuíno Brilhante (1844-79).  E deixou registrada em seus manuscritos a fatídica passagem do mais afamado cangaceiro do século XIX pelas terras da Santa Tereza, inserindo definitivamente o município paraibano de Belém de Brejo do Cruz no mapa do cangaço de Jesuíno Brilhante.


A Fazenda Santa Tereza se localiza em fronte a serra de Brejo do Cruz e margeia os alcantis das serras do Patu, de João do Vale e serra negra, no Rio Grande do Norte. 

Serra Negra do Norte
Serra de João do Vale
Serra do Patu
Serra de Brejo do Cruz

Cortada ao meio pelo Riacho dos Porcos, oriundo a montante a oito léguas do Catolé do Rocha, sendo represado pelo açude da Santa Tereza, construção arquitetônica secular que contou com a participação decisiva de mão-de-obra escrava. Na época, chegou a ser o maior açude do Nordeste brasileiro

Em 1880, o açude da Santa Tereza não resistiu a uma invernada vindo a se romper, agravando as condições de vida e sobrevivência no Sertão, contribuindo, inclusive para, mais adiante, determinar a eclosão de uma epidemia de tuberculose. Em 1865, a casa grande da Fazenda Santa Tereza era caiada, uma raridade para a época.  A fama de opulência da Santa Tereza despertou a cobiça do chefe de bando Jesuíno Brilhante que enviou o seu cabra Pajeú. Numa tarde Pajeú bateu na casa do capitão Álvaro de Assis, um amigo da família Saraiva Leão, para dizer que era plano assentado do bando o assalto a Santa Tereza. Jesuíno já havia estado na casa do major João Batista da Costa Coelho (Pai Joãozinho) para recorrer bolsa, mas não tinha logrado êxito. Jesuíno fazia ponto na comunidade de São José, onde tinha dois coiteiros: Um tal Chaves e Elias Cardoso. Confinantes à Santa Tereza tinham comunidades que ora estavam aliadas a Jesuíno, ora estavam aliadas ao grupo adversário dos Limões, como era o caso da comunidade Dois Riachos, pertencente a família Lobo. 

A Fazenda Dois Riachos do Coronel Valdivino Lobo, aliado incondicional da família Limão, principal algoz do cangaceiro Jesuíno Brilhante o cangaceiro

A Fazenda Dois Riachos do Coronel Valdivino Lobo, aliado incondicional da família Limão, principal algoz do cangaceiro Jesuíno Brilhante o cangaceiro

Coronel Valdivino Lobo da Fazenda Dois Riachos

Neste cenário de conflito, estavam os Saldanhas do mulungu; os Maias em Catolé do Rocha. O declínio socioeconômico da Santa Tereza e o sofrimento da população vitimada pela tuberculose motivaram a vinda do padre Ibiapina (1806-1883) que coordenou a construção da Igreja e do cemitério, além de ter proposto a mudança do nome da comunidade de cachoeira para Santa Tereza, que pode ter sido para homenagear a matriarca conhecida como Teté ou para homenagear a própria genitora do missionário. 

Padre Ibiapina

Finalmente, narra o jurista que acompanhou juntamente com o vaqueiro João Raimundo o sargento comandante de uma tropa destacada na cidade de Imperatriz (hoje Martins, no Rio Grande do Norte) que vinha no encalço dos cangaceiros até um pedregulho existente na estrada entre São José e Santa Tereza, na comunidade de Santo Antônio, onde o sargento Preto Limão armou a emboscada fatal que pôs fim ao cangaço de Jesuíno Brilhante.

Serrote da tropa

Este lugar foi denominado pelo senhor Mário Waldemar Saraiva Leão, fundador da cidade de São José de Brejo do Cruz, como o Serrote da Tropa. 

Dr. Epitácio Andrade
Médico, escritor e pesquisador do cangaço

http://epitacioandradefilho.blogspot.com.br/2015/09/santa-tereza.html

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Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

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ANTÔNIO SILVINO “RIFLE DE OURO”


DEPOIMENTO

“Acredite que sempre procurei beneficiar os pobres e castigar os prepotentes. Nunca ataquei os Caixeiros-Viajantes que encontrava pelas estradas. Não admitia desrespeito às famílias, não consentindo a menor afronta às moças e senhoras. Não tenho vícios, pois não bebo, não fumo e nem jogo, e procurava evitar que os meus homens se excedessem. Nos banquetes que os fazendeiros nos ofereciam, mandava sempre retirar da mesa as garrafas de vinho. Antigamente matava para não morrer... hoje morro para não matar”.

Manoel Batista de Moraes “Antônio Silvino” em entrevista ao Jornal “A NOITE ILUSTRADA” no ano de 1937, logo após ter deixado a prisão em Recife/PE.

Fonte: facebook
Transcrição: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

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O ESTRONDO DA "RONQUEIRA"

Por Sálvio Siqueira 
                                                        Ronqueira -  pt.wikipedia.org

Lampião fica às escondidas por vários meses do ano de 1926. Acoitado nas terras da fazenda do Coronel Isaías Arruda, com certeza maquinando algum plano junto com o proprietário e outras 'autoridades' daquela região. Em fins do quarto mês do ano de 1927 ele dar o ar de sua graça, quando comete inúmeros ataques e assaltos a pequenos povoados e propriedades na região noroeste do Estado paraibano. Tem-se a nítida impressão que ele tenta chamar a atenção das autoridades daquele Estado para aquela localidade.

No décimo quinto dia do mês de Maria de 1927, a frente de mais ou menos 35 cangaceiros, Lampião ataca a Vila de Belém do Arrojado, hoje Uiraúna - PB. Esse aglomerado de casas localiza-se muito próximo à fronteira com o Estado do Rio Grande do Norte. Pequeno, poucas casas, uma Igreja, com população mínima e apenas um subdelegado para resolver seus problemas, torna-se cobiça aos desejos do "Rei Vesgo". Seria, como em tantos outros, presa fácil para seu intento.

Há dias que os jornais citam as arruaças dos cangaceiros. É solicitado ao Governo proteção por parte das autoridades do município daquele reduto, porém, não é tomado nenhuma providência quanto ao envio de tropas paras as cidades. E no pender do sol daquele dia 15, um dos cidadãos, o sertanejo Leonardo Pinheiro, estando há vários quilômetros da Vila, nota a movimentação da horda em direção a mesma e, como não poderia deixar de ser, finca as rosetas das esporas em sua montaria que parte em disparada com tamanha dor em ambos os lados. Mil pensamentos o cercam, o vento em seu rosto não traz a refrescância de uma brisa nas quentes tardes sertanejas, parecem chicotadas, o alertando para o que viria em breve, e suas pernas, mesmo involuntariamente, abrem-se e fecham-se na intenção de fazer seus animais correr com mais velocidade. Entra naquela disparada louca na rua de Belém. A população já alarmada pelo tropel dos cascos do animal, já estão alerta do que viria a ser... Leonardo enche os pulmões e grita com todas as suas forças, levando ao grau máximo a elevação de suas cordas vocais:

-“Vem cangaceiro por aí! Vem cangaceiro por aí! Parece que é Lampião e não está a mais que umas duas léguas! ”

Aqueles que foram abandonados pelas autoridades do Governo do Estado, não se acovardam, mas, nem um 'tinquim'. Homens de têmperas forjadas nos rincões sertanejos, não optam pela fuga, em vez, decidem defender seus lares e suas famílias.

Heróis da resistência de Uiraúna- PB- cariricangaco.blogspot.com

O subdelegado, que com certeza o chefe do bando sabia existir, mas, que também sabia não ter nenhum contingente a sua disposição, o potiguar Nelson Leite, começa a movimentar-se e planejar uma ação de defesa. A coisa não seria fácil. A quantidade de cangaceiros era três vezes mais do que os defensores. Por mais que tenha se esforçado, o subdelegado só consegue dez homens, formando assim, onze defensores contra uma horda de 35 cangaceiros acostumados a luta, a troca de tiros, a sangrar... familiarizados com o odor da pólvora queimada e com o cheiro forte do sangue humano.

Caminhando sem pressa, parecia estar saboreando, antecipadamente, a vitória sobre as pessoas daqueles casebres esquecidos por todos. Sabendo do pânico, do terror, do medo que seu nome casava as pessoas, Lampião segue a frente do bando. Por volta das 5:00 horas da tarde, onde o sol, já preparando sua despedida, espera a chegada das sombras da noite, começa sua despedida por trás da serra do Luiz Gomes, depois da Vila, não muito distante, em comparando-se com o sentido em que vinham caminhando. Com toda certeza, o chefe já tinha os mínimos detalhes de tudo e todos do lugarejo, informações prestadas por seus olheiros. O sol pende, escondendo-se por trás da aba da serra e, ao ver o aglomerado de casas, Lampião tem a certeza que será mais uma ação rápida e proveitosa.

Logo após o aviso do cavaleiro, em sua disparada adoidada, o subdelegado manda que as mulheres e crianças refugiem-se em casas de parentes nos sítios próximos ou mesmo escondam-se dentro da mata. A caatinga oferece, para quem a conhece, vários meios de acomodação e sobrevivência, e o sertanejo tem esses conhecimentos, ele é obrigado a tê-los para sobreviver. As economias, resultado de anos de trabalho, sofrimento e muito suor derramado, são colocados em qualquer recipiente, panelas de barro, caixas de madeira, caixas de papelão... e são enterrados em lugares marcados por árvores, pedras ou mesmo dentro de casa por trás de algum móvel ou utensílio. Os comandos são exatos e coordenados. Trazem as armas, a munição e as repartem. Antes da noite, a sombra da serra, vem trazendo prenúncios de uma dura batalha.

O subdelegado, conhecendo bem onde está, distribui os poucos homens em pontos estratégicos. O tempo parece ter parado. O relógio não anda... abafada, a noite estende seu negro manto por sobre a terra. Gotas de suor teimam em cair da testa de um, da ponta do nariz de outro, e todos estão com os dedos nervosos nos gatilhos de suas armas. Sinforosa Claudina de Galiza, sobrevivente ao ataque, relata em uma entrevista: “O ‘delegado’ Nelson Leite distribuiu uns homens nos pontos mais altos da rua principal, dois outros guarnecendo as laterais e três instalados no teto da Igreja. Quando Lampião entrou com o bando, pela ‘rua velha’, começou a fuzilaria”.

Lampião já está as portas da Vila, mas, usa de uma estratégia muito eficiente, a dúvida, a espera, o tempo... sabe ele que isso tudo, deixa os homens com os nervos a flor da pele. Já passa das 8:00 horas da noite quando dá ordem para que seus homens entrem, sorrateiramente, usando as sombras, nas ruas do vilarejo. Tentando dar mais temor naqueles que se atreveram a defender a Vila, o "Rei Vesgo" ordena que coloquem fogo em uma das casas iniciais. O fogo é alimentado pelo material que foi usado para construir o casebre e, logo, suas labaredas são vistas pelos homens sitiados. Suas chamas alcançam a cerca de um curral, dando maior extensão ao incêndio.

Em uma entrevista, a senhora Maria do Socorro Fernandes, relata o que Josefa Augusta Fernandes tinha anotado sobre o fogaréu: “Lampião começou destruindo a propriedade do finado João Gabriel, tendo em seguida tocado fogo nos currais e nas plantações de feijão e milho. O fogo serviu para alertar os homens da cidade, sendo que eles já estavam em posição nos principais pontos daqui”.
                                         
O plano do subdelegado é bom. Ele escolhe, a dedo, dentre aqueles que conhece, quem tem melhor mira, e os coloca em pontos estratégicos.
 
No prédio mais alto, ou seja, na igreja, posicionam-se Moisés Lauriano, Joaquim Estevão, José Teotônio e Luís Rodrigues. Este último dá o grito de aviso, alarmando para os companheiros que tinha notado sombras humanas mexendo-se coladas as paredes das casas. O subdelegado dá a ordem e o tiroteio torna-se cerrado. Lampião, nem de longe, esperava uma reação daquelas naquele simples Vilarejo. Recua, não tem como entrar por aquela rua escolhida antes. O fator surpresa foi por água abaixo. Usando de uotra tática sua, Lampião ordena seus comandados a gritarem, ulularem, xingarem e ameaçarem, principalmente os familiares dos defensores. Ao mesmo tempo passa a ordem para que fosse feito uma nova investida pelo lado oposto daquele que se fizera o primeiro.

Aqueles que foram colocados no telhado da igreja, tem uma ótima visão de todo o lugar. E ao verem a nova investida, disparam na mesma direção, ponto um obstáculo no ataque novamente.

No pouco tempo que teve para organizar a defesa, o subdelegado teve a brilhante ideia de fazer umas 'ronqueiras' - “Cano de ferro, preso a uma tora de madeira e cheio de pólvora, o qual produz grande detonação quando se lhe inflama a escorva”(dicionário Aurélio) - quando a ronqueira era disparada, dentro da igreja, dando um sentido de uma explosão muito grande, começaram os cangaceiros a pensarem que estariam, os defensores, munidos de canhões. Ficaram zinguezaguiando feito baratas tontas diante de tão grandes explosões.

Lampião esbraveja ordens de ataque aos cabras e os mesmo seguem com receio do que realmente teriam que enfrentarem. dentro da igreja, um dos defensores larga o rifle e continua a carregar, e recarregar, sucessivamente as ronqueiras. Os cangaceiros estancam, não conseguem nada verem pela densa fumaça e os estrondos continuam...

Alucinado de raiva, Virgolino ordena que atei-se mais fogo nas casas e roçados de plantações. Furioso, faz uma última tentativa, mas, o bom senso lhe avisa que é melhor uma retirada. Pega seu apito, soprando os toques de retirada, ordena a cabroeira a retirar-se.

Naquele ínterim, uma sombra movimenta-se, sorrateiramente, pelas sombras. É um dos civis que defendem a Vila. No entanto, não há como saber quem seja... então, o inesperado acontece. Um dos que no alto da igreja estão, atira de ponto, atingindo-o em cheio. Ferido no pulmão, Antônio Correia logo morre, tornando-se a única baixa daquela noite pavorosa.

Assim, um objeto feito para festejos e a inteligência bem aplicada de um homem, derrotam uma horda de cangaceiros. 


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