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segunda-feira, 8 de junho de 2015

A VERDADE POR TRÁS DE MARIA BONITA

Autor – Felipe Torres
PUBLICADO EM – http://lounge.obviousmag.org/sarcasmo_e_sonho/2014/08/a-verdade-por-tras-de-maria-bonita.html

Aos 18 anos, Maria Gomes conheceu Lampião, um caboclo alto, corcunda, manco e caolho. Curiosamente, o apelido pelo qual ficou conhecida não surgiu no Sertão, mas no meio urbano do Rio de Janeiro, em 1937, inventado por jornalistas.

Ano de 1929, município de Jeremoabo, Sertão da Bahia. Lampião era um caboclo alto, um tanto corcunda, cego do olho direito, óculos ao estilo professor, manco de um pé (baleado três anos antes), com moedas de ouro costuradas na roupa. Exalava mistura forte de perfume francês com suor acumulado de muitos dias. O cangaceiro podia até não preencher os requisitos de um bom partido, mas foi com esses atributos que conquistou a futura mulher, filha de casal com uma dezena de filhos.

Os pais de Maria Bonita

Maria Gomes Oliveira tinha 18 anos quando subiu na garupa do cavalo de Virgulino Ferreira da Silva. Corpo bem feito, olhos e cabelos castanhos, um metro e cinquenta e seis de altura, testa vertical, nariz afilado. Era bonita, habilidosa na costura (assim como era Lampião) e adorava dançar. Foi o suficiente para Virgulino quebrar a tradição do cangaço e permitir o ingresso de uma mulher nos bandos, o que abriu precedente para várias outras.


Curiosamente, ela nunca foi conhecida como “Maria Bonita”. Segundo o historiador Frederico Pernambucano de Mello, o “nome de guerra” não surgiu no Sertão, mas no meio urbano do Rio de Janeiro, em 1937, por meio do uma “conspiração” de jornalistas. A partir dali, tomou conta do Brasil.

Até então, a mulher de Lampião era chamada de Rainha do Cangaço, Maria de Dona Déa, Maria de Déa de Zé Felipe ou Maria do Capitão. O nome definitivo surgiu inspirado em um romance de 1914, Maria Bonita, de Júlio Afrânio Peixoto, adaptado para o cinema 23 anos depois. Vários repórteres chegaram ao consenso para padronizar a informação disseminada pelos jornais impressos.

Nos três primeiros anos, de 1929 a 1932, as mulheres do cangaço ficavam reclusas no Raso da Catarina, refúgio no nordeste da Bahia. Quando, enfim, foram autorizadas a acompanhar os bandos de cangaceiros, passaram a conviver com a elite sertaneja, esposas e filhas de coronéis poderosos.


“Disso resulta o aprimoramento da estética presente em trajes e equipamentos, além do aburguesamento de maneiras. A máquina de costura, o gramofone, a lanterna elétrica portátil – e logo, a filmadora alemã e a câmera fotográfica, pelas mãos do libanês Benjamin Abrahão – chegam ao centro da caatinga, amenizando os esconderijos mais seguros, levados pelos coiteiros”, destaca Frederico Pernambucano de Mello.

Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros.

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IMAGENS DO TEMPO DO CANGAÇO


Senhor Bertholino Lima da cidade de Curaçá-BA que foi marcado com ferro quente na bochecha esquerda, na testa e na omoplata direita por ordem de lampião no ano de 1931, ficando com 3 marcas com as iniciais "JB" (José "Zé" Baiano) em seu corpo.


As primeiras damas do cangaço foto tirada por Benjamin Abrahão Botto na década de 1930, em que aparece Dadá (companheira do cangaceiro Corisco) e Maria Bonita (companheira de Lampião) de armas em punhos.

Fonte: facebook
Página: Lampeão o Rei do cangaço

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CURIÓ (MARCOS ALEXANDRE DA COSTA OU DE SOUZA)


Pertenceu ao bando de Lampião, foi preso e condenado por crimes durante e após o cangaço. Sua pena inicial foi estipulada em 70 anos e quatro meses, cumpriu 30 anos e oito dias na Penitenciária de Itamaracá há 45 quilômetros do Recife-PE.

Entrou na penitenciária execrado e saiu festejado com honras governamentais e muita fama.

Na fotografia abaixo o ex cangaceiro aparece ao lado de sua namorada D. Iraci, almoçando fora das grades, após trinta longos anos.

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

Fonte: facebook

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CARTOLA – O POETA DO MORRO

Cartola, um dos mais importantes sambistas brasileiros – Fonte – lounge.obviousmag.org

Cartola teve uma vida de altos e baixos, trabalhou como pedreiro, contínuo e lavador de carros. Gravou seu primeiro disco aos 65 anos. Conheceu um pouco de popularidade (mas não dinheiro). Suas melodias e versos são simplesmente incríveis. Compositor de “As Rosas Não Falam”, música e letra de sua autoria, um clássico do samba.
A sorrir

Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade
Perdida

Música – O sol Nascerá / Autor – Cartola

Angenor de Oliveira, ou simplesmente Cartola – apelido que ganhou dos colegas de ofício de servente em virtude de um chapéu-coco que usava para se proteger do cimento que caia – nasceu em 11 de outubro de 1908, no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, porém toda a sua infância foi vivida no bairro de Laranjeiras.

Angenor de Oliveira. Sim: com N depois do A, e não Agenor, como é, quase invariavelmente, publicado em jornais, livros e revistas por alguns desavisados ou mesmo por alguns que se pensam avisados.

A vida do cantor não constituiu um mar de rosas, de acordo com o que se pode observar lendo estas informações: aos 15 anos de idade, Cartola perde a mãe; aos 17 anos, rompe com o pai, voltando a encontrá-lo 30 anos depois, quando a necessidade o faz voltar a morar com ele, em Bento Ribeiro.

A família foi atingida por uma série de dificuldades financeiras e, se viu obrigada a trocar de ares, agora para o morro da Mangueira, onde uma simples favela começava a ser construída. Foi neste ambiente que Cartola aprendeu a tocar cavaquinho e violão com o pai ainda moleque, tomando gosto pela música e pelo samba.

Com o amigo Carlos Cachaça, compõem muitos sambas desde os 14 anos de idade. Ainda na companhia de Cachaça e de outros amigos, fundaram o bloco dos Arenqueiros e depois a Estação Primeira de Mangueira. Foi Cartola quem sugeriu o nome e as cores verde e rosa, que consagraram a tradicional escola de samba carioca. Ele também foi compositor do primeiro samba-enredo da escola, intitulado “Chega de Demanda”. No campo da composição musical, Cartola compôs mais de 500 canções, várias delas foram vendidas, por bem dizer, a preço de bananas. Além do mais, nesse aspecto, é preciso considerar que inúmeros intérpretes compravam suas canções e as assinavam como sendo seus reais compositores.

Fonte – jadetambemehcultura.wordpress.com

Para fazer uma ideia aproximada da popularidade alcançada por Cartola, bem como da qualidade inquestionável e duradoura de suas composições, vale dizer que uma de suas músicas, “O sol nascerá”, foi regravada mais de 600 vezes, Nara Leão (1942 – 1989) foi uma das primeiras a gravar o samba, constituindo-se, por tal motivo, na peça musical que mais lhe rendeu dinheiro.

Embora tenha sido muito elogiado por seu círculo de compositores, colegas e admiradores, Cartola só recebeu todos os créditos por sua contribuição à história da música brasileira após sua morte, aos 72 anos, de câncer, quando então já era considerado um dos estetas geniais da música brasileira.

Apesar de ter um determinado reconhecimento dos jornais cariocas das décadas de 1940 e 1950, isso pouco contribuiu o famoso sambista ter uma melhor condição de vida.

É digno de registro que o compositor ainda é a maior referência para quem quer conhecer a história do samba e compreender muitas das sonoridades presentes no samba contemporâneo.

1930 foi a época de ouro da música brasileira, e Cartola se saiu bem nesse contexto. Isso porque, em 1932, o samba estava valorizado devido ao surgimento da rádio comercial. Com efeito, foi nessa época que Cartola se consagrou como compositor, que Francisco Alves gravou “Divina dama” e que, em decorrência dessa música, que o jornalista Lúcio Rangel lhe deu o apelido de “Divino” Cartola.

Matéria da Revista Semana, 27 de novembro de 1941, quando o pianista e compositor norte-americano Aaron Copland, esteve no Morro da Mangueira visitando Cartola. Ele era membro da equipe de Leopold Stokowki e estava na comunidade na companhia do maestro brasileiro Villa Lobos.

Outro episódio interessante na vida de Cartola foi quando o maestro Villa-Lobos lhe levou a um navio em que estava Leopold Stokowki (1882 – 1977), famoso regente de orquestra inglês, que assistiu às apresentações de compositores brasileiros. Como resultado desse curioso episódio, Cartola foi escolhido para gravar quatro canções no disco “Columbia Presents”.

A despeito desse relativo reconhecimento, não consegue se sustentar continuando a comercializar seus sambas por quantias irrisórias, se comparadas à sua visível genialidade. Nessa ordem de fatos, Tudo piora em 1946, quando contrai meningite. Nesse período de sua vida, sua então esposa Deolinda cuidou-lhe da saúde, mas, no mesmo ano, ela morre vitimada de infarto.

Em 1942 Cartola chegou a se apresentar em programas de rádio.

Extremamente entristecido, Cartola se entrega a uma paixão destrutiva por Donária. Com efeito, deixa a Mangueira e o violão, mudando-se para Caju. No final dos anos 40, ocorreu o que pode ser simbolicamente qualificado como a “morte” de Cartola. Ele afastou-se dos amigos, da Mangueira, afogando-se no álcool e na mágoa de um amor não correspondido. Acrescente-se a isso a doença que lhe deixou sequelas pelo resto da vida. Uma delas no nariz. Ele foi acometido de rosácea, ou acne rosácea, que atinge o rosto, e provoca infecções e abcessos. Por consequência, ficou muito magro, perdendo os dentes. Quanto à rosácea, se agravou ainda mais, deixando o nariz feito uma couve-flor negra. Nessa época, quase não aparecia no morro da mangueira e muitos pessoas já nem se lembravam mais dele. Só o amigo Carlos Cachaça continuava a visitá-lo.

Cartola e Dona Zica – Fonte – acervo.estadao.com.br

Mas foi Euzébia Silva, Dona Zica, que conquista seu coração e o trás de volta à Mangueira.
Em 1950 o samba perde espaço no mercado e Cartola vai trabalhar em um posto de gasolina. Segundo informações do Portal Palmares, Cartola passou anos esquecido e foi dado como morto, até ser encontrado, por acaso, pelo jornalista Sérgio Porto, em 1956, trabalhando como lavador e guardador de carros, em Ipanema.


Na sequência trabalha como zelador na Associação de Escolas de Samba. Depois, junto com Dona Zica, abrem o Zicartola em um casarão da Associação que estava prestes a ser demolido. O lugar serviu de palco para as primeiras apresentações de Paulinho da Viola. Nelson Cavaquinho entre outros sambistas também se apresentavam por lá. Apesar do sucesso só funcionou entre 1963 a 1965. Mas foi devido ao sucesso do Zicartola que trouxe o nome de Cartola de volta e em 1974 ele grava seu primeiro LP, que faz grande sucesso. Logo em seguida lança o segundo de igual sucesso, que traz suas composições“As rosas não falam.” E “O mundo é um moinho”. Ao todo Cartola lançou quatro discos-solos.

acervo.estadao.com.br

Depois disso pode viver com certo conforto ao lado de dona Zica e sua família. Deixou a Mangueira e foi morar em Jacarepaguá.

Estava se apresentando no projeto Pixinguinha, percebeu que havia um caroço na garganta, procurou um médico e foi então que descobriu que a carreira não iria longe, estava com câncer. Compôs a música Autonomia, que retrata exatamente o que ele estava sentindo “Se eu pudesse gritaria, não vou não quero”.

Lutou dois anos contra a doença. Já internado manifestou o desejo a família uma semana antes de sua morte “Quando eu morrer, eu quero que Waldomiro (ritmista da Mangueira) toque bumbo.” Carlos Drummond de Andrade lhe prestou uma homenagem “Cartola, no moinho do mundo”.

Cartola em seus raros momentos de lucidez no hospital conseguiu lê-la, morreu três dias depois. E em 30 de Novembro de 1980 o mundo do samba chorou. Aos 72 anos o poeta silenciou. Seu corpo foi sepultado no cemitério do Caju. Atendendo ao seu último pedido, Waldomiro marcava o ritmo para o coro de “As rosas não falam”, cantado por uma pequena multidão.

“Bate outra vez com esperança o meu coração…”


Cartola costumava comparar sua vida a um filme de faroeste, no qual era o mocinho e só vencia no final. Apesar do grande sucesso de seus sambas, Cartola morre pobre, morando numa casa doada pela prefeitura do Rio de Janeiro.



Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
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LAMPIÃO, REI-SOL DA CAATINGA

Por Antonio Corrêa Sobrinho

NAVEGANDO pelas páginas passadas de “O Globo”, encontro, na edição de 22 de outubro de 1994, sob o título “Lampião, rei-sol da caatinga” as afirmações abaixo, segundo o jornal, do pesquisador do cangaço, Frederico Pernambucano de Mello, autor de um dos mais importantes trabalhos sobre o tema - “Guerreiros do Sol”.

LAMPIÃO, REI-SOL DA CAATINGA

Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era ele próprio um admirador da moda e do cinema. Segundo o pesquisador Frederico Pernambucano de Mello, uma das maiores autoridades em cangaço, ele não dispensava um bom filme. Mesmo que fosse exibido no Cine Rex, na cidade sertaneja de Bom Conselho, a 282 quilômetros do Recife.

Lampião costumava assistir a fitas como “O Sheik” impecavelmente bem trajado, disfarçando por trás do terno, do perfume e da gravata, a sua vida de cangaceiro. E chegava a copiar adereços utilizados por um dos seus ídolos, ninguém menos que o astro Rodolfo Valentino.

- Posso garantir que a influência de Hollywood em algumas peças de Lampião é patente – atesta o pesquisador.

Segundo Frederico, as roupas usadas pelo cangaceiro e pelo seu bando eram tão imponentes que muitos jovens cediam à tentação de se ligar aos bandoleiros, só por conta do fascínio que a beleza dos trajes exercia sobre eles.

Muitas delas foram feitas por Especiosa Gomes da Luz, hoje com 93 anos. Segundo a costureira, os cangaceiros exigiam roupas bem talhadas, com “túnicas recortadas e trabalhadas”, normalmente em tecidos como a mescla azul e o brim cáqui. Ela conviveu com o bando, tornou-se costureira do grupo e comadre do cangaceiro. E conta que os tecidos que eles arranjavam eram tão resistentes, que ela aproveitava os retalhos para fazer cauções para as crianças do vilarejo.

As roupas de Lampião, entretanto, eram diferentes das dos seus bandoleiros, de acordo com Frederico. Ele usava acessórios de fazer inveja à rainha da Inglaterra. 

- Lampião se destacava entre seus homens. Ao invés do brim cáqui e da mescla azul, ele adotava o tecido cinza grafite, realçado por botões de ouro – diz o estudioso.

Que avaliação os amigos fazem destas observações?

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinhoocangaço

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UM VERDADEIRO PESQUISADOR SÉRGIO DANTAS

Por Angélica Bulhões

Como diria um amigo meu: "História se faz com cruzamento de fontes"... Isso é o que faz um VERDADEIRO PESQUISADOR. O amigo Sérgio Dantas pesquisa o meu bisavô Corisco há quase uma década e tem gabarito no que aborda. 


Me perdoem os que defendem unicamente o registro de memória, que tem como base exclusiva a "tradição oral"... para mim isso não é história. 


O meu avô Sílvio Bulhões como filho, sempre apoiou a publicação deste trabalho, portanto eu como bisneta de Cristino Gomes, o Corisco, recomendo esta obra para quem de fato queira conhecer a história deste cabra de Lampião, que eu tenho como verdadeira. 

O amigo Sérgio Dantas está de parabéns.

Fonte: facebook

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LAMPIÃO EM CAPIÁ DA IGREJINHA


09-junho-1926, Lampião próximo ao povoado de Capiá da igrejinha, município de Inhapi no Estado de Alagoas, mata um cabo da polícia, arrancou as divisas de cabo e mandou para o governo de Alagoas, Pedro Costa Rêgo, com o um bilhete: 

"Eu tô acostumado a sartá (saltar) riacho, quanto mais rêgo"!


Fonte: facebook

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LAMPIÃO E A FILHA EXPEDITA FERREIRA


Virgolino Ferreira da Silva o  capitão Lampião lendo. Entende-se que ele gostava mesmo de ler.


Expedita Ferreira esta é a única filha do casal de cangaceiros Lampião e Maria Bonita.

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