Seguidores

quinta-feira, 28 de maio de 2015

LAMPIÃO EM MOSSORÓ


Uma obra do escritor Raimundo Nonato. 

Fonte do acervo: Caio César Muniz

Fonte adquirida: página do Cid Augusto

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A VISITA DO IMPERADOR

Por Zózimo Lima

Depois que desceu na Ponte, de 220 palmos de comprimento e 61 de largura, sendo uma parte de alvenaria, de 65 palmos, e outra de madeira, de 135, D. Pedro II e a Imperatriz, naquele distante 11 de janeiro de 1860, acompanhados de seu séquito rumaram para Palácio, escoltados pelo presidente da província, Dr. Manuel da Cunha Galvão, todo mesuras e salamaleques.

A nova capital, dentro de mangues e lagoas, onde apareciam cajueiros nos pontos mais altos, com apenas cinco anos de existência, por isso que o palácio era um casarão de aspecto sombrio, sendo necessário fazer-se uma puxada com galeria e mais dois quartos para hospedar alguns áulicos da comitiva que não era pequena, inclusive oficiais de Marinha.

Depois do protocolar beija-mão, com uma pequena saudação pronunciada pelo Dr. Guilherme Rabelo, foram distribuídos alguns copos de cajuada. O Imperador estava expansivo e mostrou desejo de conhecer a biblioteca palaciana. Torceu a cara quando viu que a maioria dos livros era de Paulo de Kock, jocoso escritor francês na época muito divulgado.

À noite, depois de devorar com apetite as curimãs de São Cristóvão, houve quadrilhas em que se exibiram alguns oficiais de Marinha, o Comandante da Polícia, Voltaire Carapeba e alguns comendadores barbados com as respectivas esposas de saia balão, papelotes nos cabelos e muita fita no corpinho atacado por constringentes barbatanas dos espartilhos.

Cansado, enfadado, depois de dar ordens aos comandantes do “Rio Apa”, “Pirajá” e “Itajaí”, que dormiriam a bordo, recolheu, com a Imperatriz, aos aposentos, envolvidos numa onda de carapanãs que furavam os mosquiteiros. 

Na manhã do dia 12, às 6 horas, já de pé, recebeu a impertinente visita do vice-cônsul português Horácio Urpia, no que era sucedido pelo vice-cônsul da França e Uruguai José Narboni, negociantes de quinquilharias, ambos de fardão.

Depois do café com bolo, requeijão, ovos, banana frita e macaxeira, foi visitar as principais repartições públicas da nova capital.

Ao chegar à Alfândega, em casa de aluguel, mal alojada, consultou o relógio, que marcava 10 horas, e conferiu com o seu que estava em 9. Observou ao Inspetor daquela irregularidade. O Inspetor informou que a despeito daquela adiantada hora os funcionários cumpriam o período de serviço. O Imperador não gostou da explicação. Passou-lhe um carão em regra.

Aquele funcionário, acremente censurado, ao sair o Imperador, sem tomar qualquer purgante, minutos depois, fazia força, se espremia e gastava folhas de papel e capucos de milho para se limpar.

Outros episódios cômicos durante a estada do Imperador nesta província irei contar aos meus leitores, sem me afastar da verdade contida no noticiário da época.

Zozimo Lima
"Gazeta de Sergipe" – 03/10/68

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VALE A PENA LER... ARQUIVO DO PROFESSOR RAUL MENELEU MASCARENHAS



Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistoriaS.blogspot.com

DOCUMENTÁRIO Família de Januário

 
No dia 02 de Agosto de 1989 morre a figura mais importante do forró, Luiz Gonzaga do Nascimento, o Rei do Baião, filho de seu Januário e dona Santana, e era pai do cantor Gonzaguinha.
 
O dia 11 de Junho de 1978  morre Seu Januário, pai de Luiz Gonzaga e avô do cantor Gonzaguinha.
 
Morre o cantor Gonzaguinha - Arquivo Jornal Nacional
Morre, precocemente, um dos maiores cantores e compositores brasileiros, Gonzaguinha, Luiz Gonzaga do Nascimento Junior, filho do Gonzagão, do maior e mais famoso sanfoneiro do Brasil, Luiz Gonzaga, deixou um legado de músicas belíssimas e letras inteligentes que falavam fundo. Começou nos festivais

Fonte: Youtube
Jornal Nacional - Globo

LAMPIÃO – ERA BESTA NÃO

 
LAMPIÃO – ERA BESTA NÃO Luiz Gonzaga
Compositor: Solange Veras e Luiz Gonzaga
Lampião, Lampião
Foi cabra valente
Era de enganchar
Do princípio ao fim
Vou mostrar que Lampião
Não era tão valente assim } bis
-
Lampião era valente
Valente como ele só
Mas levou uma carreira
Dos cabras de Mossoró
O pique foi tão danado
Que lascou o mocotó
-
Lampião quando pegava
Macaco, não tinha dó
Quando o cabra trastejava
Ele dava no gogó
Porém Maria Bonita
O enrolava no gogó
-
Lampião de Vila Bela
Baixa Verde e Pajeú
Nunca se esqueceu da velha
Serra de Tacaratu
Nunca foi contar farofa
Pras bandas de Novo Exu
-
Lampião tava dançando
Xaxado em Nazaré
Quando chegou Mane Neto
Cabroeira deu no pé
Se esconderam no serrote
Em Bom Nome, São José
Fonte: facebook


MORENO E DURVINHA, OS ÚLTIMOS CANGACEIROS ESTREIA HOJE EM FORTALEZA

 

Durante muitas décadas, não se falava sobre Lampião nem de brincadeira em uma fazenda do interior de Minas Gerais. Lá, o casal José Antônio Souza e Jovina Maria da Conceição seguia uma vida pacata, distante de qualquer referência ao mundo do cangaço. O estilo de vida dos pais - sem família e com um passado de lacunas - começou a gerar muitas perguntas dos filhos. A explicação parecia frágil: a de que os parentes haviam todos morrido nas grandes secas do Nordeste.
 
Mas quando José Antônio completou 95 anos, achou que era hora de, enfim, contar a própria história. O casal pacato era, na verdade, Moreno e Durvinha, dois cangaceiros sobreviventes do bando de Lampião. Com a revelação, os filhos foram descobrindo profundas marcas do cangaço nos pais: das marcas deixadas na pele de Durvinha por uma bala expelida a faca até a afamada valentia de Moreno, homem dos trabalhos pesados de Lampião.
 
A história do casal, que fugiu travestido de romeiro e mudou de identidade para escapar das forças volantes, é contada no documentário "Os Últimos Cangaceiros", que estreia nesta quinta-feira (28), no Cinema do Dragão do Mar. Por meio dos depoimentos de Moreno e Durvinha, de imagens de arquivo e das gravações feitas pelo cineasta Benjamin Abrahão na década de 1930, o filme mostra a vida no cangaço por um viés diferente. "Os Últimos Cangaceiros" ilumina detalhes do bando de Lampião para revelar sua arqueologia - com modos de vida, cultura, cotidiano e vestígios históricos.
 
Com trilha sonora de DJ Dolores, o filme é embalado por ritmos nordestinos, com a sobreposição da sanfona sobre melodias eruditas. É também pelo uso das imagens de arquivo que o filme chama atenção. As imagens feitas por Benjamin Abrahão, o único a filmar o Cangaço na época de atuação do grupo, ganham cores em um trabalho realizado frame a frame para o documentário de Wolney Oliveira, o que provoca realismo maior ao espectador.
 

Durvinha em foto de Benjamim Abrahão
Além disso, "Os Últimos Cangaceiros" se desdobra na tela como um filme de encontros. O documentário acompanha a busca de Moreno e Durvinha por seus familiares e os encontros com as pessoas com as quais cruzaram ao longo da vida em bando. Embora o filme revele que os últimos cangaceiros do bando de Lampião foram recebidos socialmente como heróis após revelarem suas identidades, ele não esconde o lado obscuro do Cangaço.
Uma coisa é certa: o longa é capaz de mostrar aspectos do bando de Lampião que seguem distantes das inúmeras ficções sobre o tema e da História oficial. Realizado com uma equipe integralmente cearense ao longo de cinco anos, o documentário tem 180 horas de filmagens editadas em 79 minutos. O projeto, iniciado para ser uma ficção sobre Lampião, se tornou um documentário sobre um casal de cangaceiros que ilumina também sutilezas do grupo - das vaidades dos integrantes ao cheiro de perfume que eles deixavam por onde passavam. A ideia de uma ficção futura, porém, ainda não foi abandonada pelo diretor.

Neli Conceição, filha do casal Moreno e Durvinha
"Os Últimos Cangaceiros" é fruto do interesse pelo Cangaço nutrido pelo diretor Wolney Oliveira desde os tempos em que o pai dele, cineasta Eusélio Oliveira, o levava para filmar as romarias de Juazeiro do Norte. "Em uma das viagens, meu pai me deu de presente o livro 'Milagre em Juazeiro', fiz até meu primeiro longa sobre isso. Pela primeira vez, me deparei profundamente com a figura fantástica e polêmica do Lampião. Depois meu pai me deu outro livro, chamado 'Memórias do Cangaço'. Essa história sempre ficou remoendo em mim", conta.
Quando conheceu a filha de Maria Bonita e Lampião, Vera Ferreira, em um festival de cinema, Wolney a convidou para apresentar, no Cine Ceará, trechos filmados por Benjamin Abraão. As conversas com Vera na época serviram de estímulo para que ele iniciasse o projeto de uma ficção sobre o líder do Cangaço. "Começamos a filmar o longa 'Lampião, governador do sertão'. O nome é resultado de uma carta que ele fez pro Governo de Pernambuco, propondo divisão dos territórios a serem governados pelos dois. Ele assinou dessa forma, daí veio o nome inicial", explica Wolney.
Wolney Oliveira
Durante as filmagens, a equipe descobriu que Moreno e Durvinha estavam vivos. Diante da novidade e do alto custo para realizar uma ficção de época, Wolney decidiu transformar seu filme em um documentário. "Eu pensei: Estou fazendo um filme sobre Lampião, que já está morto. Achei então que o filme não era mais sobre Lampião, mas sobre Durvinha e Moreno, que ainda estavam vivos", diz.
O filme foi finalizado em 2011 com um material importante para a memória do Cangaço. Exibido em 50 festivais nacionais e internacionais, contabiliza, até agora, oito prêmios. Quatro anos após a sua finalização, "Os Últimos Cangaceiros" enfim chega às salas de cinema de Fortaleza. Questionado sobre a demora para colocar o longa em circuito, Wolney Oliveira afirma que o grande nó ainda do cinema brasileiro é a distribuição.
"Eu me dou por feliz porque meu filme vai ser lançado nacionalmente, por um apoio da Secult ainda na gestão do ex-secretário Paulo Mamede. A Coelce é que vai bancar o lançamento por meio do edital Mecenato. Não havia sensibilidade do Poder Público para o audiovisual, embora hoje o Ceará seja um dos mais importantes produtores do Brasil. Eu acredito muito na palavra do governador Camilo, que criou um comitê da cultura e assumiu o compromisso de colocar 1,5% do orçamento para o setor", declara.
Mais informações:
"Os Últimos Cangaceiros" entra em cartaz a partir de 28 de maio de 2015. Haverá sessão especial em Fortaleza no dia 28 de maio, às 19h30, no Cinema do Dragão-Fundação Joaquim Nabuco, seguida de debate com o diretor.
Jornal Diário do Nordeste
Beatriz Jucá
Repórter
http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ANGICOS 1938 – PARTE III

 
Era a noite de 27 para 28 de julho de 1938. Chovia muito e o tempo andava escuro como breu. Desabou uma tempestade e as águas do São Francisco, encrespadas, rolavam impetuosas. Os soldados, temendo um naufrágio, puseram-se nus, amontoado as roupas a um canto da embarcação, que batia, vez por outra, de encontro às pedras do leito,
De madrugada, a canoa aportou à margem sergipana. Vestiram-se os soldados. Um deles foi enviado ao pouso de um coiteiro, nas proximidades do rio, com ordem para requisitar aguardente, a maior quantidade possível que encontrasse.
Voltou, mais tarde, na companhia do homem.
Na escuridão, o tenente passou a mão no rosto do coiteiro, para reconhece-lo.
“Cabra safado, há dois anos que você vem me passando essa conversa”, rugiu, furioso, o comandante da volante. “ Mas agora você vai contar a verdade ou não sai vivo daqui.”
O homem estremeceu diante das ameaças. Narrou o que sabia, com um sorriso amarelo na cara.
A chuva açoitava o mato, violentamente, ensopando os soldados, armas e munições.
Arrancada a confissão do coiteiro, pôr-se o tenente em marcha outra vez, agora no rumo dos Angicos, reembarcando a tropa nas canoas ligadas que perseguiram rio a fora batendo sobre as pedras, enquanto os canoeiros, prevendo um encontro com os bandidos, tremiam apavorados.
Era o início da marcha sobre o bivaque do Capitão.
Mais adiante, já nas proximidades do grotão, a volante desembarcou. Bezerra tomou as suas decisões. O aspirante Ferreira de Melo, com quinze homens e uma metralhadora belga de vinte tiros, marcharia sobre o riacho seco, junto ao coito, dividindo aí o seu destacamento para a investida. O cabo Antonio Bertoldo da Silva, com oito homens, avançaria à Ilharga do comandante. E o próprio Bezerra rumaria na direção centro do acampamento, com Bertoldo à direita, cabo Justino (armado de uma metralhadora hotkiss, de trinta e dois tiros), à esquerda, um pouco recuado do aspirante Ferreira de Melo, que ia na frente. O sargento Aniceto, cujo nome é omitido pelo chefe da volante, em suas memórias, durante esses preparativos de combate, dispunha de dezesseis homens. A missão do cabo Justino era atravessar o riacho da direita para a esquerda, completando o cerco.
CONTINUA...
Fonte: Capitão Virgulino Ferreira: Lampião
Autor: Nertan Macêdo
Edições O Cruzeiro Rio de Janeiro
Ano: 1970
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CORONEL ANTONIO FRANCO AJUDAVA CANGACEIROS

 
Coronel Antônio Franco (sentado) e sua família. Ele era o dono do Engenho Central que ajudava cangaceiros com mantimentos e armas. Quem sabe dessa história?
Fonte: facebook
Página: Robério Santos


DEPOIMENTO INÉDITO


Conforme prometido no dia 25 de maio, aí está o DEPOIMENTO INÉDITO que gravei em 17 de maio de 1996, contendo 47 minutos e 42 segundos de entrevistas com testemunhas oculares do acontecimento da morte de CORISCO e o sofrimento de DADÁ, retratados em 25 m e 18 s por Dona Virgilina Rosa de Souza 85 anos, 18 m 96 s por Joaquim Pacheco 83 anos, além da participação de João Geraldo de Souza.  

O CD contendo a gravação original, será vendido junto com o livro CHAPADA DIAMANTINA, HISTÓRIA RIQUEZA E ENCANTOS, que traz capítulo sobre CORISCO e DADÁ os últimos cangaceiros. A obra contém 272 páginas, com dezenas de fotografias, sendo 48 coloridas.
 
O preço do livro+ CD e postagem para qualquer lugar do Brasil, custará R$ 63,50.
O pedido deverá ser feito pelo e-mail: renatoluisbandeira@gmail.com, para que eu possa enviar dados bancários para depósito.
Fonte: facebook
http://blogdomendesemendes.blogspot.com