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segunda-feira, 30 de março de 2015

Estrada de Ferro de Mossoró - 29 de Março de 2015

Por Geraldo Maia do Nascimento

Quando se fala do início da construção da Estrada de Ferro de Mossoró, costuma-se atribuir a Jonh Ulrich Graff o pioneirismo pela ideia do projeto, já que o mesmo conseguiu, em 26 de agosto de 1875, através da Lei nº 742, concessão para construção de uma estrada de ferro ligando Mossoró a Petrolina, na Bahia. Esse projeto, no entanto, não chegou a se concretizar. 

               
Hoje temos evidências de que a primeira tentativa de construção de uma estrada de ferro ligando Mossoró ao porto de descarga dos navios data de 1870, ou seja, cinquenta anos antes da concessão de Ulrich Graff e que não foi à única. Outras concessões foram dadas antes de 1875.
               
Essas evidências foram apontadas pelo engenheiro Luiz Saboia, que em 1953 começou a escrever um livro com o título “Subsídios para a História da Estrada de Ferro de Mossoró”. Esse livro nunca foi concluído, ficando os seus originais inacabados na Tipografia Escóssia. Em 1991 o professor Jerônimo Vingt-un Rosado Maia tomando conhecimento desse material, e consciente da importância das informações ali reunidas, solicitou permissão da família e publicou o material, da maneira que se encontrava, pela Coleção Mossoroense, série B – número 1113 – 1991.
               
Por esse trabalho tomamos conhecimento que “a lei provincial nº 646, de 14 de dezembro de 1870, autorizava o presidente da Província a contratar com os engenheiros José Luiz da Silva e João Carlos Greenhalgh, ou com quem mais vantagens oferecesse, a construção de uma estrada de ferro que ligasse a cidade de Mossoró ao porto ou ponto de descarga dos navios que entrassem no rio.” O projeto não foi realizado.
               
Dois anos depois, em 1872, João Pedro de Almeida pleiteou, junto ao Governo Geral, a concessão de uma estrada de ferro que ligasse o porto de Mossoró à cidade de Souza, na Província da Paraíba. O seu pedido foi feito na Regência de S. A. a Princesa Imperial Regente Isabel, que solicitou do Presidente da Província do Rio Grande do Norte parecer sobre a conveniência dessa estrada de ferro. Não temos informações sobre a resposta, mas deve ter sido negativa, já que a solicitação caiu no esquecimento.
               
Em 1875 coube ao comerciante estrangeiro Jonh Ulrich Graff a solicitação dessa concessão, obtendo permissão através da Lei nº 742, para a construção de uma estrada de ferro ligando Mossoró a Luís Gomes, no limite com a Paraíba. Mais por falta de recursos, o projeto caducou.
               
Em 1888 foi à vez de Chrockatt de Sá Pereira de Castro, que no dia 25 de maio daquele ano fez uma brilhante exposição do seu plano ao Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, sujeitando o seu projeto a aprovação das maiores capacidades técnicas de então. Não conseguiu a documentação necessária para embasar os seus argumentos, portanto o projeto não teve prosseguimento.
               
Em 1889 coube a Francisco Solon encabeçar o movimento pela construção da estrada de ferro de Mossoró. Chegou mesmo a criar uma empresa para tal fim, a firma J. Bastos & Cia., da qual fazia parte Francisco Solon, Joaquim Olintos Bastos, Joaquim Etelvino e Francisco Cascudo, pai do historiador Luís da Câmara Cascudo. Essa empresa, por conveniência, teve seu nome mudado para “Companhia das Estradas de Ferro do Nordeste do Brasil” e por imposição dos banqueiros internacionais mudou para “Companhia das Estradas de Ferro do Rio Grande do Norte”. Mas as exigências dos bancos internacionais tornaram impraticável a aquisição de empréstimos, fazendo com que mais uma vez a concessão caducasse.
               
“O decreto estadual nº 51, de 22 de setembro de 1890 concedia a João Pereira da Silva Monteiro, Francisco Lopes Ferraz Sobrinho e Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, negociantes e capitalistas residentes na Capital Federal e neste Estado ou a companhia por eles organizada, privilégio por 50 anos, para a construção, uso e gozo de uma estrada de ferro de um metro entre trilhos que, partindo de Areia Branca, na embocadura do Rio Mossoró, dirija-se ao ponto mais conveniente da Serra de Luís Gomes, passando pelos municípios de Mossoró, Caraúbas, Apodi, Port’Alegre, Martins, Pau dos Ferros e Luiz Gomes”. Não conseguiram levar avante o projeto.
               
Outras tentativas foram feitas até que em 1912 Mossoró viu finalmente o seu grande sonho ser iniciado. Mas a conclusão dessa história contaremos na próxima semana.

Geraldo Maia do Nascimento

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Fonte:

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VISITA AO PALACETE DE ZÉ PEREIRA

Cariri Cangaço visita Palacete dos Pereira em Princesa Isabel

Era cerca de 15 horas da sexta-feira, dia 20 de março, quando a Caravana Cariri Cangaço retornou a Princesa Isabel, dentro da programação: A visita ao emblemático Palacete do coronel José Pereira Lima, bem no centro da cidade, em frente à praça onde o próprio José Pereira ergueu uma estátua em homenagem ao líder político Epitácio Pessoa. A recepção ficou a cargo dos descendentes do grande coronel; seu bisneto Thiago Pereira, por duas vezes prefeito de Princesa Isabel e seus pais, Rosane Pereira e Roberto Soares.

A edificação com arquitetura clássica do inicio do século XX , construída em 1923 pelo artesão e construtor José Ferreira Dias o famoso “Ferreirão”, que já havia sido o responsável por importantes obras na região, como é o caso da igreja de Triunfo; a mando de Epitacinho Pessoa de Queiroz por ocasião, hospede do coronel José Pereira, em Princesa. Tempos depois o palacete foi dado de presente a Luiza Pereira Lima, filha do coronel José Pereira, sendo chamado de "Palacete dos Pereira".

 Manoel Severo, Thiago e Rosane Pereira: Recepção ao Cariri Cangaço no Palacete
 Caravana Cariri Cangaço acompanha explanação de Thiago Pereira

Por cerca de 30 minutos Thiago Pereira apresentou para todos os presentes a origem e todas as histórias ligadas à bela edificação. A cada instante uma pergunta, a cada instante um esclarecimento e a certeza da grandiosidade histórica do Palacete. "São 46 portas e janelas, o piso mosaico foi trazido da Áustria. Aqui era onde ocorriam as muitas reuniões políticas, o transito de pessoas era imensa, também foi hospital na época da guerra de Princesa e tempos depois haviam bailes também no palacete, e mesmo assim o piso permanece impecável" assevera Thiago Pereira.

Já Rosane Pereira enfatiza:"Saber que a minha cidade Princesa Isabel e a historia da Revolução de 30, tendo como cenário todo esse universo que amo tanto e como personagem principal o meu avô Cel. José Pereira vão ser reconhecidas honradamente e cada vez mais por aí afora nos deixa muito felizes."

 Os detalhes dos afrescos e do mosaico, vindo da Áustria e do fogão da época do coronel

Pelos salões do Palacete dos Pereiras, por décadas a fio foram tomadas as mais importantes decisões da politica paraibana. Por ali passaram as mais destacadas personalidades nordestinas, coronéis de barranco, lideres e os mais destacados produtores rurais da região, todos sob o comando do mitológico coronel José Pereira Lima.

"Nessa edificação grandiosa e charmosa, construída na década de 20 do século passado, residiram membros das famílias mais importantes do Nordeste. Hospedaram-se ou foram recebidas figuras ilustres como coronéis, governadores, prefeitos, artistas, empresários, políticos diversos e personalidades valorosas, como Alcides Carneiro, Canhoto da Paraíba e Ariano Suassuna.Sua história é maior e mais admirável que suas curvas e desenhos arquitetônicos." Completa Thiago Pereira.

 No detalhe a partir do espelho de cristal do Palacete,flagrante dos participantes da visita
  Manoel Severo e Andrade Júnior

Cariri Cangaço Princesa 
20 de Março de 2015
Princesa Isabel, Paraíba

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/03/visita-ao-palacete-de-ze-pereira.html

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