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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

JARDELINA NÓBREGA ESPOSA DO FACÍNORA CHICO PEREIRA


Outra fotografia da esposa do cangaceiro Chico Pereira - Jardelina Nóbrega, e pertence ao acervo do pesquisador Jose Tavares De Araujo Neto

Segundo José Tavares dos três filhos do cangaceiro Chico Pereira e Jardelina, apenas um está vivo. Seu nome é Dagmar Nóbrega Pereira, é frade, e seu nome de religioso é Frei Albano. Mora em Salvador, em mosteiro. Está com a saúde um pouco debilitada, mas prometeu que virá visitar seus familiares aqui na Paraíba ainda neste ano.

Frei Albano Nóbrega celebra 87 anos de idade - 
Material de 2014

Frei Albano é filho de Jardelina Nóbrega com o cangaceiro Chico Pereira

A Fraternidade São Francisco em Salvador  esteve em festa neste dia 27 de Fevereiro por ocasião do aniversário de 87 anos do confrade Frei Albano Pereira Nóbrega, OFM.

O confrade tem por nome de batismo Dagmar, mas quando ingressou na Ordem Franciscana recebeu o nome religioso e passou a ser chamado por Albano. É natural de Pau Ferrado distrito do município de Pombal, na Paraíba. Ingressou na Ordem dos Frades Menores no Convento São Pedro Gonçalves em João Pessoa – PB, depois seguiu para o Colégio Seráfico Santo Antônio em Ipuarana, Lagoa Seca – PB. Fez a etapa de noviciado em Sirinhaém – PE, estudou filosofia em Olinda – PE e teologia em Salvador – BA.

Frei Albano trabalhou como incansável missionário nas santas missões populares, desenvolveu o serviço de comissariado da terra santa nas paróquias franciscanas do nordeste, foi uma referencia na acolhida e confissões aos romeiros de São Francisco das Chagas em Canindé – CE.
Também foi cooperador das missões nos bairros de Cosme de Farias, Engenho Velho de Brotas e Pernambués na capital Baiana juntamente com Frei Leônidas, OFM e Frei Hildebrando, OFM. Atualmente mora em Salvador e é um grande exemplo de Franciscano Missionário, fraternidade minoridade e oração. Viva Frei Albano Pereira Nóbrega, OFM por seus 87 anos de vida!

http://www.ofmsantoantonio.org/?p=3027

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ENQUANTO OS CANGACEIROS PULAM O CARNAVAL - 7 CASOS SURPREENDENTES DE ROUBOS DE OBRAS DE ARTE - PARTE II


2. O caso do bigode engomado

Ano: 1990

Valor: 500 milhões de dólares (com correção monetária).

Nada de passos elaborados de capoeira ou mini coopers turbinados. Um dos maiores roubos da história dos EUA foi bem sucedido graças a uma fantasia de policial e um bigodinho falso demais para ter colado. Em 15 de março de 1990, o Isabella Gardner Museum, em Boston, recebeu uma visita irregular. Dois policiais apareceram à porta do museu no meio da madrugada – estavam ali respondendo a um chamado, informaram. Sem suspeitarem de nada, os guardas do local permitiram a entrada dos “policiais”. Lá dentro, os dois impostores não demoraram muito até conseguirem render os guardas. E aí fizeram a festa. Tranquilões, os ladrões disfarçados passaram quase uma hora e meia checando o acervo e saíram de lá com treze obras de arte, avaliadas, na época, em cerca de 300 milhões de reais.

Passados 23 anos desde o histórico roubo, as importantes obras de Rembrandt, Degas, Vermeer e Manet continuam desaparecidas. O FBI oferece recompensa de 5 milhões de dólares para quem tiver informações sobre o paradeiro das obras. E a investigação continua: no ano passado, dois suspeitos foram apreendidos. Este ano, as atenções se voltaram também para os guardas que permitiram o gigante rombo.

CONTINUA...


http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/7-casos-surpreendentes-de-roubos-de-obras-de-arte

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

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“O GLOBO”- 24/11/1958 - PARTE XVII

Material do acervo do pesquisador Antonio Corrêa Sobrinho

COMO SE FORJA UM CANGACEIRO

FUGI DE VIRGULINO PARA AS GARRAS DA POLÍCIA

Duas Rixas Com Lampião – Eu Estava Com as Horas Contadas – Pus-me em Fuga no Meio da Noite a Instâncias Dos Próprios “Cabras” – Refega com a Força: um Contra Vinte.

NÃO me recordo até hoje de ter contado a ninguém como fui capturado pela força volante. Muita gente estranha o fato de não me terem dado cabo da vida naquela ocasião, visto que não era comum a Polícia fazer prisioneiros em se tratando de cangaceiros. E eu mesmo até hoje fico intrigado pela forma como fui preso, pois tudo levava a crer que eu fosse degolado, não só as condições em que me pegaram, como a fama que eu tinha. Polícia algum me olhava com bons olhos, e minha pouca idade não adiantava para inibi-los de se tornarem agressivos contra mim. Aliás, nunca ninguém deu importância à minha idade, nem durante as refregas do bando, nem tampouco quando me prenderam e me mandaram para a cadeia. Eu sempre fui para todos um perigoso cangaceiro, apesar de não ter mais de 1,60 m de altura e nem um fio de barba na cara.

Fui preso porque me indispus com Lampião e abandonei o bando. Tudo começou em Raso da Catarina, um dos lugares mais horrorosos do interior da Bahia e talvez mesmo do mundo. Lá não havia uma casa sequer; só mato, e ainda por cima cheio de bichos, inclusive onças e cobras. Cobras, então, devia ser a principal riqueza daquele solo, sendo que poucas vezes vi tantos ofídios reunidos. Raso da Catarina devia ser uma sucursal do inferno, pois, além do mais, tudo estava seco; água, havia pouca, e assim mesmo de croatá. Sendo um local tão miserável, é claro que seria bom para o bando, pois à volante não apeteciam aquelas paragens.

Foi nessa torturante travessia do Raso da Catarina que o bando resolveu descansar. Depois de algumas horas acampado, Lampião decidiu prosseguir e chamou um rapazinho, mais moço do que eu ainda, quase um menino, chamado Pocorante, e ordenou-lhe que fosse buscar o burro em que Lampião vinha montado. Pocorante, que, diga-se desde já, era um garoto abobalhado, saiu à cata do animal e não o encontrou, porém demorou demais. Quando disse que não o havia encontrado, Lampião mandou chamar-me e pediu-me que procurasse o burro. Nem bem eu tinha andado uns cem metros, dei com o animal...

SITUAÇÃO DIFÍCIL

TROUXE-O de volta e entreguei a Lampião, que olhou zangado para Pocorante, xingando-o e chamando-o de boboca. O menino demonstrou não gostar das ofensas e Lampião, enfurecido, deu-lhe um bofetão que fez Pocorante rolar pelo chão: 

“Isso é pra tu me arrespeitá, fedelho...” 

O menino saiu chorando, e eu me afastei, voltando para o lugar onde estava meu equipamento. Pocorante foi ter lá chorando e eu o olhei irritado, pois nunca pude suportar covardia. Vendo-o choramingar, disse-lhe: 

“Tu és um frouxe mesmo... Levas um bofetão e não fazes nada. Por que andas com esse fuzil na mão? Já te esqueceste que isso é arma de homem?”

O garoto ficou meio envergonhado e baixou a cabeça, quando um “cabra” se aproximou de nós e disse que Lampião o estava chamando. Lá se foi Pocorante novamente choramingando e quando se aproximou de Lampião, este já estava aborrecido com ele por outra coisa que lhe mandara fazer e ele se esquecera, mas não me lembro o que era. Lampião agarrou-o pela gola do dólmã e o rapaz, chorando, disse: 

“O senhor só bate em mim, Capitão. No Volta-Seca o senhor não bate...”

Lampião fitou-o intrigado e disse: 

“Por que não?” 

E o garoto, um tanto venenoso e acovardado: 

“Porque ele disse que lhe dava um tiro se batesse nele...”

Ao ouvir isso, Virgulino largou o menino e mandou que um “cabra” me fosse chamar. Quando me foi transmitido o recado, eu fiquei logo sabendo que a coisa estava preta. Mas fui com disposição e me apresentei a Lampião: 

“Pronto, seu Capitão.” 

Virgulino olhou-me de alto a baixo e disse:

- Estou sabendo que você me dava um tiro se eu lhe batesse...

- Não é só o senhor, não, Capitão. Qualquer um que me bater morre! – respondi.

Lampião olhou-me zangado e vi então que minha hora estava próxima, mas não demonstrei medo. E ele falou:

- Pois vou dar-lhe um bofetão!

Preparei o fuzil e respondi desafiador:

- Se bater, morre!

Diante disso, Maria Bonita, que estava próximo, segurou Lampião e pediu que parasse aquilo, o mesmo fazendo os demais. Lembro-me bem que Maria Bonita dizia: 

“Não mate ele! Afinal, ele é muito útil. É uma criança e mais nada. Depois tudo dá certo...” 

Ainda que contido por alguns “cabras”, e com Maria Bonita pendurada em seu pescoço, Lampião não tirou um segundo sequer os olhos de cima de mim. Ele estava mais surpreso do que zangado, razão pela qual atendeu aos apelos feitos em meu favor. Ordenou então que o bando levantasse acampamento e eu, daí por diante, senti que não estava mais seguro. Agora, além das balas da volante, eu teria que estar atento ao fuzil de Lampião. Quando eu passava diante dele, notava pelo canto do olho que ele me fitava com certo rancor. Mas assim mesmo o tempo foi passando e nós íamos saindo daquele lugar amaldiçoado que era o Raso da Catarina.

BRINCADEIRA DE MAU GOSTO

ANDAMOS muito depois disso, mas Lampião nunca mais me dirigiu a palavra, o que me indicou que ele me estava marcando. Aquela fora a primeira vez que um “cabra” se atrevera a desafiá-lo e não morrera. Eu mesmo não compreendia a razão de não ter ainda explorado o gênio violento de Virgulino.

Quando o bando estava em Maçaranduba, na divisa de Sergipe com a Bahia, um dia Lampião falou para nós todos: 

“Pode precisar que amanhã mais ou menos às onze horas a bala vai comer.” 

E, de fato, no dia seguinte, mais ou menos a essa hora, estávamos em combate com a volante. Eles eram muitos, mais de cem, e nós, uns trinta e dois, no máximo. Mas não estávamos levando a pior. O tiroteio foi bravo, e ninguém do bando caía ferido, pois as balas dos soldados iam para o alto, cortando a folhagem das árvores... Eu, que nessas horas sempre me empolgava, gritei para os soldados: 

“Atira por baixo que as balas estão indo pro céu... Nosso Senhor não fez mal nenhum a vocês, seus macacos!”

Foi a nossa desgraça essa minha brincadeira, pois os tiros passaram a vir mais baixo e logo quatro “cabras” foram atingidos, quase que ao mesmo tempo. Olhei para Lampião e senti seu olhar de ódio, mas continuei atirando contra a força.

Estavam caídos no chão Bananeira, com um tiro na rótula, Quinquim, com a barriga estraçalhada e o fígado à mostra, mas vivo e consciente, e Sabonete e Catingueira, ambos mortos com tiros na cabeça. Lampião aproximou-se de Quinquim e, vendo-o sofrer tanto, sacou do parabélum e deu-lhe um tiro de misericórdia na testa. O infeliz pareceu até agradecido pelo “gesto humano” de Lampião, e chegou a sorrir enquanto Lampião se preparava para matá-lo...

SEGUNDA DESAVENÇA

O BANDO batia em retirada, mas bem organizado e levando mesmo a melhor sobre a volante. Em dado momento, falei com Lampião que Bananeira estava vivo e ferido, precisando de auxílio, pois não podia andar. Lampião olhou-me friamente e respondeu: 

“Você não está ensinando os “macacos” a atirar? Vá você buscar Bananeira”. 

Foi o que fiz, ajudado por Fortaleza, que colocou sobre o lombo de um burro. Eu vinha atrasado, puxando o animal e cuidando de Bananeira, até que me perdi dos demais. Só à noite é que encontrei o bando, e vinha exausto. Lampião aproximou-se de mim e ordenou: 

“Monte de novo e continue com Bananeira, porque os soldados podem vir no rastro!”

Era falso o que Lampião dizia. O que ele queria era estafar-me por castigo, mas tão cansado eu estava, que respondi: 

“Alguém tem me ajudar...” 

Mas Lampião com energia retornou: 

“Monte sozinho!” 

Aquilo era o limite da minha paciência, pois gritei: 

“Nem meu pai me faz montar outra vez!”

“Monta, moleque!” 

Gritou Lampião, agressivo, e bem próximo de mim. 

Eu já estava alucinado e respondi: 

“Moleque é você!”

Foi a conta! Lampião apanhou a pistola e encostou o cano na minha barriga, mas ao mesmo tempo eu fiz o mesmo nele com o cano do meu fuzil. Ele me olhava e eu o olhava, mas isso não durou mais do que poucos segundos, pois os “cabras” e novamente Maria Bonita entraram na briga e nos separaram, levando cada um de nós para um lado. Lampião estava furioso e dizia o diabo de mim. Não se cansava de repetir: 

"Criei essa cobra pra me morder... Mas antes disso eu mato ele!”

Devo frisar, porém, que não acredito, hoje, estivesse ele naquela ocasião muito zangado. Ele gostava de mim, ele de fato me criou no crime desde os onze anos de idade e eu já tinha quase quinze. Depois, ele me conhecia muito bem, assim como conhecia os demais “cabras”. Sabia de minha utilidade no bando. Sabia que eu era capaz de matá-lo! Eu, porém, o conhecia também. E não ignorava que, apesar de ter escapado duas vezes, não poderia continuar com tanta sorte, pois quando ele chegasse ao seu limite o meu fim viria.

A FUGA

E DE FATO, o meu fim estava próximo, pois ele se acalmou. Era calmo que ele se mostrava mais perigoso... Eu estava afastado, mas as notícias vinham até a mim, que não soltava o meu fuzil um segundo sequer, pois sentia a gravidade da situação.

O momento mais importante dessa rixa veio quando Lampião, calmo, determinou o meu fim. Proibiu Maria Bonita de se intrometer, bem como os demais “cabras”. Fez mais, dizendo: 

“Vigiem ele bem durante a noite, pois amanhã vou almoçar ele! Ele não pode mais continuar vivo!”

Era o fim! Vieram me contar, e, ao mesmo tempo, todos me aconselhavam a fugir. Lampião não voltaria mais atrás e me liquidaria.

CONTINUA...

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho

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MEMÓRIA DO CARNAVAL - 15 DE FEVEREIRO DE 2015

 Por Geraldo Maia do Nascimento

Os primórdios do nosso Carnaval
              
Continuando a nossa série sobre a memória do carnaval mossoroense, vamos abordar hoje os primórdios da nossa festa de Momo.
               
As primeiras notícias que temos sobre Carnaval em Mossoró é de 1913, quando “um pequeno grupo de cavalheiros e pouco maior número de crianças” saíram fantasiados pelas ruas da cidade no domingo de carnaval. Naquele mesmo dia houve uma festa no Cinema Almeida Castro, onde “a fina flor mossoroense” travou uma verdadeira batalha de confete, serpentina e lança-perfumes. Na segunda-feira outros bailes se realizaram. O jornal “O Mossoroense” registrava “uma soerée familiar na casa do diretor do jornal e, outro ainda, no Polytheama como remate à festa anual tão cheia de atrativos.” Dessa forma começavam as comemorações do carnaval em Mossoró.


Em 23 de fevereiro de 1924 o jornal O Mossoroense anunciava: “Vesperal carnavalesca na residência do Dr. Freire Filho, médico pernambucano que por vários anos residiu em Mossoró. Sua elegante residência, localizada na Rua do Triunfo, local onde hoje está instalada a Coletoria de Rendas Estaduais, foi ricamente decorada para receber a elite mossoroense, que se apresentou ostentando vistosas fantasias, num ambiente dos mais alegres. Não faltaram nessa magnífica vesperal que assinalou o inicio da temporada carnavalesca do ano, os blocos das Violetas e dos Terroristas, formados se senhoritas e rapazes, bem como as fantasias individuais, ali representando Príncipes Encantados, Persianas, Cavaleiro da Idade Média, Mosqueteiros, Ciganos, Gato de Botas, Cinderelas e outros disfarces”.
               
Nos anos que se seguiram a festa foi tomando proporções maiores. De 1913 a 1925 vários grêmios recreativos foram se formando nos bairros, cada qual querendo mostrar o que tinha de mais bonito. Para os jovens daquela época, o carnaval oferecia um bom pretexto para cortejos, por isso caprichavam no visual antes de cair na folia.
               
Como não existiam ainda clubes sociais na cidade, as festas eram realizadas nas casas das pessoas. As famílias mais tradicionais decoravam suas casas com temas coloridos, convidavam os amigos e promoviam suas próprias festas. A folia era puxada por uma orquestra e entre uma dose e outra de licor, era servido um cafezinho.
               
Com a construção de clubes como o Ypiranga, Associação Cultural e Desportiva Potiguar – ACDP, Associação Atlética do Banco do Brasil – AABB, BNB Clube, do Banco do Nordeste do Brasil e outros, as festas carnavalescas passaram a ser realizadas nesses espaços. E por essa época os Carnavais já tinham tomado uma projeção tão grande que começaram a ser realizados festivais. O antigo Clube Ypiranga foi palco de grandes desfiles de fantasia.
               
Mas tinha também o mela-mela. Herança do “entrudo” que foi trazido para o Brasil por volta do século XVII, por influência dos portugueses das Ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde. Era uma brincadeira de loucas correrias, onde se jogava nas pessoas que passavam: farinha, água com limão, colorau, etc. Em meios mais nobres, esses produtos eram substituídos por confetes e serpentinas.
               
Os blocos trabalhavam suas alegorias para superar os concorrentes. Marcaram época os blocos Hi-Fi, composto pela elite da sociedade mossoroense, Sky, Ciganas Zingaras, composto exclusivamente por moças da elite, Camafeus de Oxossi, composto por moradores do Bairro Alto da Conceição, os Falcões, que era formado por moradores do Bairro Doze Anos, Guizos de Ouro, Gente Bem, Sete Capas, Very Kar, Cavalheiros de Tio Sam, Tricolor da Folia, Camisas Pretas e Balança, mas não cai. Havia ainda os Kalapalos, com 30 membros, os Cara-sujas, com 52 integrantes, o Fãs de Amor, com 33 pessoas e os Vassourinhas, com 32 homens
               
Esses carnavais remanesceram até a década de 70. Nesse período, a rivalidade existente entre os Clubes ACDP e Ypiranga era contagiante. Deixaram saudades o brilho de suas festas.
                
Geraldo Maia do Nascimento
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IMAGENS VALIOSAS PARA OS ESTUDIOSOS DO CANGAÇO

Fonte da foto: facebook - Página: Robério Santos

Segundo o escritor e pesquisador do cangaço Robério Santos esta é dona Felismina dos Santos, irmã de Antonio dos Santos, o ex-cangaceiro Volta Seca.


Encontro histórico de Manoel Dantas Loyola (o ex-cangaceiro Candeeiro, que era do Estado de Pernambuco, lá da cidade de Buíque) com José Alves de Matos, o ex-cangaceiro  conhecido por Vinte e Cinco, que morava no Estado de Alagoas, e ambos já são falecidos.

O professor, escritor e pesquisador do cangaço Antonio Vilela diz que esta foto foi tirada em 2008, por ele ou pelo cineasta e pesquisador Aderbal Nogueira, na residência do cangaceiro Vinte e Cinco, na ocasião do encontro dos dois cangaceiros.

Fonte: facebook
Página: Virgulino Ferreira DA Silva

Dadá e sua filha Maria do Carmo - Salvador,1992 - Foto do pesquisador Adauto Silva‎

Nesta foto aparecem mãe e filha: Sérgia Ribeiro da Silva mais conhecida como Dadá (Belém do São Francisco25 de abril de 1915 — Salvadorfevereiro de 1994), foi uma cangaceira - única mulher a pegar em armas no bando de Lampião.

Ela nasceu em Belém do São Francisco, onde viveu seus primeiros anos de vida e teve algum contato com índios. A família muda-se para a Bahia onde, aos treze anos, é raptada por Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto) - o "Diabo Loiro", de quem seria prima.

Cabocla bonita, esbelta, conheceu o homem da sua vida de forma violenta, em meio a caatinga árida por onde vivia errante o bando de cangaceiros. Consta que seu defloramento provocara-lhe tanta hemorragia que por pouco não faleceu.

A relação, que começara instintiva, transforma-se com o tempo. A vida nômade, seguindo o companheiro, que era o segundo homem, na hierarquia do bando, a chegada dos filhos, fez com que mais que uma amante Dadá se tornou a companheira de Corisco, com quem, ainda no meio das lutas veio a se casar.

Tiveram sete filhos, que eram ocultamente deixados em casas de parentes para serem criados. Destes, apenas três sobreviveram.

O bando de Lampíão dividia-se, como forma de defesa, em partes menores, a mais importante delas era justamente a chefiada por Corisco. A esposa tinha uma pistola, que ele dera, para sua defesa pessoal, e também lhe ensinou a ler, escrever e contar.

Num dos ataques feitos pelas volantes (em outubro de 1939, na fazenda Lagoa da Serra em Sergipe), o Diabo Louro é ferido em ambas as mãos, perdendo a capacidade para atirar. Dadá, então, torna-se a primeira e única mulher a tomar parte ativa - e não meramente defensiva - nas lutas do cangaço.

Se o marido era temido como um dos mais violentos bandoleiros, consta que muitas pessoas tiveram sua vida poupada graças à intervenção de sua companheira. Dada também era chamado "Suçuarana do Cangaço"
Trágico final.

Tendo Lampião sido executado em 1938, Corisco, que estava em Alagoas com parte do bando, empreendeu feroz vingança. Como seus companheiros tiveram as cabeças decepadas, e expostas no Museu Nina Rodrigues de criminologia, na capital baiana, Corisco também cortou a cabeça de muitas vítimas, então.

cangaço definhava, sobretudo pela disparidade de armamentos: os volantes tinham uma arma que os cangaceiros nunca conseguiram obter: a metralhadora. A própria Justiça passa a oferecer vantagens para os bandoleiros que se rendessem.

25 de maio de 1940 Corisco e seu bando é cercado em Brotas de Macaúbas, pela volante do tenente Zé Rufino. Dissolvera o bando, e abandonara as vestes típicas, procurando passar por simples retirantes.
Uma rajada da metralhadora rompe os intestinos de Corisco. Dadá é ferida na perna direita.

O último líder do cangaço morre dez horas depois do ataque, sendo enterrado em Jeremoabo e, dez dias após, exumado e a cabeça decepada é enviada ao Museu, junto às demais do bando.

Dadá, colocada em condições infectas, tem seu ferimento agravado para uma gangrena, que restou-lhe, na prisão, à amputação quase total da perna. Por essa situação, o célebre rábula baiano Cosme de Farias, representa Dadá na Justiça, pleiteando sua libertação, em 1942.

Morreu, na capital baiana, em 1994.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgia_Ribeiro_da_Silva

Nota: Não existe mais nenhum cangaceiro vivo, apenas a ex-cangaceira Dulce, e já se aproxima dos 100 anos.

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34 ANOS DA MORTE DO CANGACEIRO ZÉ SERENO


Foto do acervo do pesquisador Geraldo JúniorO Cangaço

Hoje, 16 de Fevereiro de 2015 está completando 34 anos que José Ribeiro Filho, o ex-cangaceiro "Zé Sereno" faleceu. Sua morte aconteceu no dia 16 de Fevereiro de 1981, no Hospital do Servidor Público, Municipal de São Paulo.

Ele nasceu em 22 de Agosto de 1913, na Fazenda dos Engrácias, no município de Chorrochó, no Estado da Bahia. Era filho de José Ribeiro e de dona Lídia Maria da Trindade. Sua mãe era irmã dos cangaceiros Antônio e Cirilo de Engrácias. 

Depois da morte de Lampião os cangaceiros dos diversos grupos ficaram desorientados. Os chefes resolveram se encontrar em Pinhão, Sergipe, em 15 de Outubro de 1938, para combinar a maneira como iriam se entregar a polícia. Lá estavam reunidos os grupos de Zé Sereno, Ângelo Roque (Labareda) e o de Corisco. Enquanto esperavam as autoridades para indicar os procedimentos foram atacados pelos soldados sergipanos, comandados pelo cabo Zé Grande. Morreram metralhados três cangaceiros que estavam desarmados: Amoroso, Cruzeiro e Bom-de-Veras.

Nesta mesma semana de outubro de 1928, o chefe Zé Sereno se entregou a polícia com vinte e seis cabras do seu grupo. Os grupos de Corisco e Ângelo Roque (Labareda), continuaram na bandidagem.

Fonte: Antônio Amaury Corrêa de Araújo.

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"O CANGAÇO EM ITABAIANA GRANDE"

Por Antônio Corrêa Sobrinho

Li boa parte, meu caro Robério Santos, o suficiente pra correr e lhe dizer, nesta página, o quanto eu gostei de “O Cangaço em Itabaiana Grande”, o seu mais recente livro, que o vi escrito também com as tintas do coração, dizendo-nos convincentemente, pelo testemunho de tantos que, na velha Itabaiana, vivenciaram o banditismo cangaceiro - que Lampião e muitos dos seus companheiros, como um José Sereno, José Baiano, Mariano, Volta Seca e outros mais, se não invadiram a cidade de Itabaiana, nascedouro de ilustres sergipanos, a exemplo do meu colega Antônio Samarone, foi porque não precisaram, eis que tinham suas necessidades ali devidamente satisfeitas, assim eu penso; mas logicamente que nesta cidade eles frequentaram sim, pessoas e lugares, disfarçados - como fazem os grandes artistas -, especialmente a grande feira de Itabaiana, sem mencionar que, naqueles idos, este termo já era um dos principais centros comerciais de Sergipe.


Não podemos esquecer que estes cangaceiros, embora trilhando caminhos tortuosos, sob certas condições viviam e agiam como qualquer outro cidadão, principalmente num território, como o nosso, relativamente tranquilo às andanças destes celerados, pois comandado por uma liderança política coiteira de cangaceiros, como é sabido. Pois bem, estes impetuosos e ousados cangaceiros não deixariam de botar os pés na velha e atraente Itabaiana, nem de fazer, pelo menos, umas comprinhas na sua movimentada e farta feira, logradouro comercial dos mais atraentes e destacados do agreste sergipano, desde aqueles tempos. Parece que estou vendo... Lampião, em indumentária comum, de óculos escuros no rosto, talvez um chapéu pequeno na cabeça, calmamente, a comprar queijo, beiju molhado, milho assado...


Impressionaram-me, também, no livro, a rica icnografia e o ineditismo e significado de algumas imagens. E vi com satisfação a homenagem que você fez aos nossos grandes pesquisadores do cangaço, ao fazer menção aos seus nomes, ou transcrevendo para o livro, textos, informações, colocações. Da mesma forma, quando você faz perpetuadas as opiniões sobre o seu livro, postadas por amigos no Facebook. 

História interessante, outrossim, a do bandido itabaianense, o que poderia ter sido o nosso Lucas da Feira, o infeliz Mata Escura - história que este seu livro nos traz.

E o cordel sobre Antônio Conselheiro! E o conto “Memórias de uma cabeça emancipada”!, ambos de sua autoria, que você nos brindou ao incluí-los no livro – trabalhos que, junto a outros de sua lavra, só revelam o homem de cultura que você é, inteligente, criativo e talentoso, além de pesquisador voraz e perspicaz e dotado dos bons atributos próprios dos grandes escritores, que você têm toda uma vida pela frente para sê-lo, que é a espontaneidade no escrever e a coragem de dizer.

De modo que só me resta felicitá-lo pelo ótimo trabalho, no qual, além de você demonstrar em saciedade o que se propôs a fazê-lo, ou seja, a presença do cangaço em Itabaiana -, já nos faz vislumbrar, nas várias linhas dedicadas ao cangaceiro-mirim Volta Seca, um rascunho do que será a sua futura empreitada: biografar este lendário bandoleiro, este que será um dos seus melhores trabalhos, penso.

“O Cangaço em Itabaiana Grande” é um livro que recomendo a todos, especialmente aos sergipanos e aos que cultuam a cultura e a história deste País.

Fonte: facebook

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