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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

SEGUNDA-FEIRA REUNIÃO DA SBEC - SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Prezado José Mendes, 

segunda-feira, às 10:00 horas haverá uma reunião da SBEC na Boblioteca Municipal, para discutirmos o Fórum do Cangaço deste ano.


Sua presença será importante. 

Um abraço.
Benedito Vasconcelos Mendes
Presidente da SBEC

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OS PUNHAIS...!


No cangaço, foram inicialmente usados pelos cangaceiros, após, pelas volantes. Impressionavam pela sua beleza, e, o temor em ser sangrado pelo mesmo.

Acima, veja uma IMAGEM desses instrumentos que pertencem a um colecionador. Alguns desses objetos pertenceram a cangaceiros.. Outros, são réplicas...

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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ENTRE LAMPIÃO E PADRE CÍCERO

Por Aina Pinto
Benjamin Abrahão em 1923, já morador da casa do "Padim" (acima): elegância bancada com dinheiro dos fiéis

Biografia conta a incrível trajetória de Benjamin Abrahão, o imigrante sírio que se apresentava como jornalista e fotógrafo, foi secretário do religioso e se infiltrou no bando do cangaceiro.

CONTROVERSO

Dono de uma trajetória curta, mas cheia de lances inacreditáveis, o imigrante sírio Benjamin Abrahão, que desembarcou no Recife na primeira década do século passado e morreu em 1938, aos 37 anos, acaba de ganhar uma biografia que faz jus ao seu espírito aventureiro, corajoso e controverso.


O livro chama-se “Benjamin Abrahão – entre Anjos e Cangaceiros” (Escrituras), foi escrito pelo historiador e especialista em cangaço Frederico Pernambucano de Mello, e mostra como Abrahão acompanhou as demonstrações de fé e religiosidade que moviam os devotos do padre Cícero, no Ceará, e a violência e o banditismo praticados pelo grupo de Lampião. Dá o devido status a esse personagem que viveu na intimidade dois movimentos populares mais importantes do País.

No sertão - O fotógrafo com Maria Bonita e Lampião, em 1936: 
documentário proibido pelo Estado Novo

Entre os muitos documentos investigados por Mello estão as cadernetas pessoais do retratado, escritas em português e em árabe. Elas foram traduzidas durante três anos com a ajuda de dois professores de árabe e revelam a astúcia de Abrahão. Enquanto amenidades eram anotadas em português, as informações importantes eram escritas em árabe, como registros dos embates com a Coluna Prestes – Lampião havia oferecido seus serviços ao governo para ajudar a combater o avanço comunista no Nordeste. Acostumado ao clima de conflitos, Abrahão chegou ao Brasil fugido do alistamento militar obrigatório na Síria durante a Primeira Guerra Mundial. Trazia no bolso uma duvidosa carteira de jornalista. Chegando, trabalhou com os tios como representante comercial e, numa viagem ao sertão, conheceu o padre Cícero. Contou ao religioso que havia nascido em Belém e, portanto, era “conterrâneo de Jesus”. Impressionado, o padre o nomeou secretário particular.

Inédito - Livro revela o conteúdo da caderneta de campo de Abrahão e traz entrevista com Luiz Carlos Prestes

Abrahão aproveitou a fé que movia as pessoas até o santuário e resolveu fazer dinheiro. Quando padre Cícero morreu, passou a vender mechas do cabelo do religioso. A farsa foi logo descoberta, já que o homem santo não tinha tanto cabelo. Sua aproximação de Lampião se deu em 1936, ao encontrá-lo em Juazeiro. De olho no furo, ele tentou registrar as ações do bando. Conseguiu uma câmera e fez um documentário nunca exibido porque foi proibido pelo Estado Novo.


O cangaceiro tornou público seu apreço por Abrahão ao reconhecer a qualidade do filme, declarando que jamais consentiria que outra pessoa fizesse tal registro de suas atividades. O que permanece sem explicação na vida desse misto de curioso e oportunista é a sua morte. Ele foi vítima de 42 punhaladas, não se sabe se motivadas por vingança amorosa ou política.

Fotos: Divulgação

http://www.istoe.com.br/reportagens/270461_ENTRE+LAMPIAO+E+PADRE+CICERO

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Recado de Kydelmir Dantas

Kydelmir Dantas, Mucio Procópio, Manoel Severo, Romero Cardoso e Antonio Vilela

Sobre a chegada do Cariri Cangaço em terras de Princesa Isabel...

"Severinho!!!
Que bom saber notícias tuas e do Cariri Cangaço
Mande informações de locais para hospedagem... Vai ver que eu vou lá"
Kydelmir Dantas

E em Março...

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/02/recado-de-kydelmir-dantas.html

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O CANTOR JOÃO MOSSORÓ FARÁ SHOW NO DIA 07 DE FEVEREIRO DE 2015, NO RIO DE JANEIRO


O cantor João Mossoró fará show (próximo sábado), dia 07 de Fevereiro  de 2015, no Rio de Janeiro, no bairro Benfica, no "Mercadão Cadegue"


Uma festa portuguesa,  no "Cantinho das Concertinas". 
Será uma festa bastante animada, e lá,  o artista cantará as mais lindas canções.
Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show. 

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NOTAS PARA A HISTÓRIA DO NORDESTE

Autor José Romero Araújo Cardoso

S U M Á R I O

ROMERO CARDOSO: uma inteligência rara! 6
Clemildo Brunet
APRESENTANDO NOTAS SOBRE A HISTÓRIA DO NORDESTE DE JOSÉ ROMERO CARDOSO 9
Francisco Alves Cardoso
PREFÁCIO 12
Francisco Pereira Lima
A CIVILIZAÇÃO DO COURO 14
O HEROÍSMO DAS PARTEIRAS TRADICIONAIS 16
OS ANTIGOS ALMOCREVES 18
ABOIO DOS VAQUEIROS: PATRIMÔNIO IMATERIAL DO NORDESTE 20
A GRANDE SECA DE 1877-1879 22
RIO PRETO: HUMILHAÇÃO, ÓDIO E CRIMES HEDIONDOS 24
CANUDOS: GUERRA DESUMANA E CRUEL 26
PAJEÚ: O GRANDE ESTRATEGISTA DA GUERRA DE CANUDOS 30
TROPEIROS DA BORBOROREMA: AVENTURA ALMOCREVE PELAS VEREDAS DA TERRA DO SOL 33
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS SECAS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO 35
DELMIRO GOUVEIA E O SONHO DE INDUSTRIALIZAR O SEMIÁRIDO 39
O SEMIÁRIDO BRASILEIRO E A “INDÚSTRIA DAS SECAS” 41
OUSADO ATAQUE CANGACEIRO A SOUSA-PB, EM 27 DE JULHO DE 1924 43
MEIA-NOITE E O FOGO DO SÍTIO TATAÍRA 49
A VINGANÇA DE LAMPIÃO CONTRA O “CORONEL” ZÉ PEREIRA 53
LAMPEÃO, SUA HISTÓRIA: OBJETIVOS DA PRIMEIRA BIOGRAFIA ERUDITA DO “REI DO CANGAÇO” 56
CORONEL MANUEL BENÍCIO: COMANDANTE PARAIBANO DE FORÇAS VOLANTES . 59 A COLUNA PRESTES EM PIANCÓ-PB E A MORTE DO Pe. ARISTIDES 61
O TRUCIDAMENTO DO CANGACEIRO JARARACA EM MOSSORÓ 65
ASSASSINATO DO PRESIDENTE JOÃO PESSOA 69
PRINCESA-PB: MAIOR MANIFESTAÇÃO DE INSURGÊNCIA DO MANDONISMO
LOCAL 71
A GRANDE SECA DE 1932 75
MÉTODOS DE SANGRAMENTOS UTILIZADOS POR VOLANTES E CANGACEIROS 77
A ESTRELA OCULTA DO SERTÃO 80
A IMPORTÂNCIA DO CORDEL EM SALA DE AULA 83

BENJAMIN ABRAHÃO E A INVOLUNTÁRIA CONTRIBUIÇÃO PARA A EXTINÇÃO DO CANGAÇO 85
GILBERTO FREYRE E A ESSÊNCIA DO IMPOSSÍVEL 88
DRAMA DA FOME: FERIDAS ABERTAS QUE OS PODEROSOS INSISTEM EM NÃO CURAR 90
A BATALHA DE VINGT-UN ROSADO EM DEFESA DA PESQUISA DE PETRÓLEO NA BACIA POTIGUAR 94
JOSUÉ DE CASTRO E A OUSADIA DE DENUNCIAR UM TEMA AINDA PROIBIDO 104
A MORTE DE JOSUÉ DE CASTRO NO EXÍLIO 107
LUIZ “LUA” GONZAGA 110
NOTAS SOBRE O MUSEU DO SERTÃO DA FAZENDA RANCHO VERDE (ESTRADA DA ALAGOINHA - MOSSORÓ/RN) 112
REFERÊNCIAS 115
UM OLHAR SOBRE AS NOTAS DA HISTÓRIA DO NORDESTE DE ROMERO CARDOSO 117
Marinalva Freire da Silva
POSFÁCIO 119
Archimedes Marques

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CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DA DADÁ !


Está chegando!

Fonte: facebook
Página: Adauto Silva

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“O GLOBO” - 12/11/1958 - Capítulo VIII

Material do acervo do pesquisador Antonio Corrêa Sobrinho

COMO SE FORJA UM CANGACEIRO

FERRUGEM MATA GAVIÃO

O BANDO deixou o arraial de Queimada em duas turmas, e carregamos dois moradores para servirem de guias. Andamos muito, e tal foi a desorganização da retirada, que o bando ficou dividido em vários grupos. No último grupo vínhamos o guia, eu, Ferrugem e Gavião, mas é bom não confundir este Gavião com o que mencionei na história de Sabiá. Aquele ainda não tinha aparecido, e era um rapaz. O Gavião a que me refiro era um caboclo já maduro, veterano do bando, mau como cobra cascavel, e uma das criaturas mais sórdidas que já conheci.

O guia que vinha com o nosso grupo a todo instante reclamava, pois o seu cavalo estava estrompado e mancando, além de tudo, implorou para que o deixássemos ir embora, mas Gavião, por perversidade, não permitiu. Eu então observei-lhe que já não precisávamos mais de guia, mas ele não ligou. Ferrugem aborreceu-se e disse também que o guia já podia ser dispensado. Gavião enfureceu-se, disse que o guia continuaria e, se o importunassem muito, ele mataria o infeliz. E acrescentou que, quando o cavalo cansasse de vez e caísse morto, o guia continuaria a pé!

O FIM DE GAVIÃO

OLHEI para Ferrugem e ele compreendeu meu olhar. Nenhum de nós gostava do Gavião, e aquela era a hora ideal para ajustarmos contas. Então eu disse: - “Gavião, o guia vai voltar daqui e você não vai fazer nada!” Gavião olhou-me ironicamente e, quando fez menção de levantar o fuzil, Ferrugem acertou-o no peito, não me dando tempo de participar.
Gavião ficou estirado no chão, morto, e eu perguntei a Ferrugem o que diríamos a Lampião. A coisa não estava boa, pois Virgulino não admitia brigas no bando, dizendo que nós éramos todos irmãos. Depois, ele gostava de Gavião.

De tanto pensar eu tive uma ideia. Chamei o guia e disse-lhe que apanhasse as armas de Gavião, cortasse suas orelhas e montasse no seu cavalo. Quando chegasse ao povoado, dissesse que matara o Gavião e, provavelmente, ele ganharia um prêmio. O guia sorriu com a ideia, agradecendo de joelhos a mim e a Ferrugem por lhe termos salvo a vida. E fez o que lhe disse. Tirou o equipamento de Gavião e, com a faca de Ferrugem, cortou-lhe as orelhas e as pôs no seu bornal. Em seguida, montou no cavalo dele e, depois de muito agradecer nossa interferência, lá se foi. Eu e Ferrugem continuamos a avançar até que encontramos, ao fim de um dia, o resto do bando. Lampião, mal nos viu, perguntou logo: 

- “E o Gavião?” 

Respondi: - “Ele se atrasou e vem por aí com o guia”...

Os dias se passaram, e Gavião não apareceu. Um mês ou mais depois, um jornal de Salvador caiu nas mãos de Lampião, trazendo na primeira página, em manchete, a história de um rapaz improvisado em guia e que liquidara o “perigoso cangaceiro Gavião”... Trazia até a fotografia do rapaz com o equipamento e as orelhas de Gavião, uma em cada mão. Lampião leu e enfurecido bradou: - “Ah! Se eu pego esse cão...”

Eu e Ferrugem nos entreolhamos e nunca mais, nem eu, nem ele, tocamos no assunto. O rapaz “matador de cangaceiro”, que não era bobo, nunca mais voltou ao mato.

A ESTRATÉGIA DE LAMPIÃO

A vaidade de Lampião fazia-o crer que era um grande estrategista militar. Não que ele entendesse de tática guerreira, mas possuía um raciocínio rápido e de que sabia fazer bom uso nas horas de tiroteio. Calculava como ninguém as evoluções da força volante e era capaz de dizer que dentro de tantas horas estaríamos numa refrega. O bando, tal era a precisão de seus atos na hora da luta, devotava uma confiança ilimitada nas suas ordens. Ele nunca se enganava, e os soldados que nos combatiam sabiam muito bem como era difícil surpreender Lampião. Mesmo depois de cercado, Lampião era difícil de ser dominado.

Sua esperteza para fugir dos inimigos era tão impressionante, que relatarei uma delas, que presenciei e não consegui esquecer jamais. Certa feita, quando andávamos perseguidos, Lampião, depois de fugirmos muito, resolveu pregar uma peça aos soldados e mandou que catássemos cascas de Ouricuri. Essas cascas assemelham-se bastante a uma canoa de pescador, só que são mais curvas e muito menores, é claro, do tamanho de um chapéu, mais ou menos.

De posse das cascas, Lampião ordenou que se colocassem as mesmas sobre várias casas de cupim, mandou armarem algumas trempes e fez fogo. Era noite e, terminado o trabalho, batemos em retirada sem querer saber do resultado na hora. O aspecto que apresentavam os cupins com as cascas por cima era o de um cangaceiro de chapéu de couro com aba virada na frente. O recurso psicológico da noite, bem como do fogo, ajudaram bastante ao plano de Lampião.

Muito longe do local, em nossa retirada, ouvíamos os estampidos de uma violenta fuzilaria. No dia seguinte, soubemos que os soldados, julgando que se tratava do bando em torno do fogo, puseram-se a atirar e acabaram entrando em confusão, havendo até morte entre eles, sem contar os feridos... E os comentários entre eles era de que enfrentaram Lampião, causando-lhe baixas.

POR QUE O CEARÁ ESCAPOU

LAMPIÃO gostava muito de atacar pela retaguarda. Se perseguido, fazia tudo para adiantar-se e surpreender o adversário pelas costas, andando em círculos. Surpreendido, porém, ordenava aos “cabras” “queimar só numa direção”, o que equivalia a dizer que atirar para todos os lados seria perder tempo. Atirando só para uma direção, aquele ponto era dizimado e oferecia uma brecha para a fuga.

A pouca idade e o tempo decorrido não me permitiam uma melhor compreensão para explicar as táticas usadas para tomar uma cidade de assalto. É bem verdade que poucas vezes tivemos que agir assim, pois quase sempre Lampião pedia ao prefeito ou ao delegado para entrar com o bando. Se houvesse recusa, ele entrava pela violência, mas antes fazia com que vários homens se infiltrassem no povoado. Ele sabia comandar, e na hora do tiroteio era um gigante, sempre à frente. Sua coragem não faltava nunca, e ele sabia que ela era a sua fiadora junto ao bando. Era sempre quem atirava primeiro e, se ainda há tempo para acrescentar um detalhe, convém dizer que Lampião possuía uma pontaria espantosa.

Mas geralmente não atacávamos povoados, entrávamos pacatamente e tomávamos conta de tudo. O bando entrou em muitas cidades, inclusive em Juazeiro, a cidade do Padre Cícero, que tudo fez para converter Virgulino. Lampião tinha grande admiração pelo Padre Cícero, a ponto de o santo homem lhe pedir para não fazer estripulias no Ceará. Lampião atendeu quanto pôde a esse pedido, pois, de fato, o Ceará foi, dos estados nordestinos, o que menos sofreu os efeitos do cangaço do “capitão” Virgulino.

Próximo capítulo: o bando sabia admirar os corajosos

CONTINUA...

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho

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