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quarta-feira, 29 de julho de 2015

LAMPIÃO RECEBE A VISITA DO SOBRINHO (VI)

Por Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2015 - Crônica Nº 1.458

“25.07.1938. (Segunda-feira).

Chega José, Sobrinho de Lampião, 17 anos, filho da irmã mais velha, Virtuosa. Viera de Propriá, onde conversara com seu tio João Ferreira. Contou as perseguições à família e que ele estava crescendo. 

José filho de Virtuosa e sobrinho de Lampião

Lampião lembra a ele que há dois anos, seu irmão mais novo e seu cunhado também haviam entrado no cangaço pelo mesmo motivo, e que este era o 6º Ferreira.


Lampião e Maria ajudam a José a armar a rede no grupo de Balão. Depois ele vai para o cimo do morro das Imburanas.

O cangaceiro Balão - http://lampiaoaceso.blogspot.com

Lampião encarrega Manoel Félix, coiteiro irmão dos outros dois, Erasmo e João, de comprar agulha, linha, chapéu de couro e cinco varas de mescla, em Piranhas, parece que para fazer a roupa de José”.

Coiteiro Mané Félix

A chegada de José atrasa a partida de Virgolino em um dia, o que seria fatal para o chefe de bando como se o próprio destino já tivesse de plano traçado. Lampião já estava descansando no riacho desde o dia 21. Como a grota da fazenda Angicos não estava muito distante do rio São Francisco, sua permanência no lugar ia ficando cada vez mais perigosa, mesmo com a confiança em está cercado de coiteiros. Pela frente, o rio era bem movimentado e alvo da sua vigilância com subgrupo de Relâmpago, mas que terminaria sendo completamente inútil. Por trás, havia a fazenda Logradouro do coiteiro Júlio Félix e outras que davam para o interior.

Foto do cangaceiro Relâmpago - acervo Ronaldo braga - http://lampiaoaceso.blogspot.com

Para visitar Lampião não chegavam somente os coiteiros, mas outras pessoas que se interessavam em negociar com o bandido, informar, levar presentes ou simplesmente vê o homem de perto. Geralmente essas pessoas apontadas como de confiança, eram introduzidas no acampamento pelos próprios coiteiros como seus amigos.


Além disso, as feiras de Pão de Açúcar e Piranhas representavam maior movimento de canoeiros e barqueiros nas imediações, bem como cavaleiros nas terras áridas e pedregosas que margeavam o Velho Chico.

Manter segredos da sua permanência por ali, mesmo com seu aparato, parecia impossível.

·         Narrativa baseada no livro: CHAGAS, Clerisvaldo B.  FAUSTO, Marcello. Lampião em Alagoas. Maceió, Grafmarques, 2012.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um comentário:

  1. Anônimo09:20:00

    Caro Pesquisador Mendes, como não sou professor da Língua Portuguesa, deixo aqui a minha solicitação ao nobre Escritor Clerisvaldo Chagas para quando ele ler o blogdomendes, ter a gentileza de dirimir esta minha dúvida: QUAL A DIFERENÇA ENTRE O ARTIGO E A CRÔNICA, logo que muitos fazem uma confusão danada - e eu sou um deles?
    Abraços,
    Antonio Oliveira - Serrinha - E-mail: antonioj.oliveira@yahoo.com.br

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