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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

JÁ SAIU A 2ª EDIÇÃO DO LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


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Mossoró, a terra que colocou Lampião pra correr AVENTURISMO, DIÁRIO DA MOTOCICLETA, ECOLOGIA, EVENTOS,MOTOCLUBES

Por Luís Sucupira
Luís Sucupira e Jan Messias. Igreja de São Vicente, Mossoró(RN)

Mossoró não é conhecida apenas pelas suas riquezas, pelo ouro branco e negro, mas pela bravura e determinação de seu povo.

Mossoró, no Rio Grande do Norte, fica bem no meio do caminho entre Fortaleza (240km) e Natal (282km). A cidade sempre foi muito rica em sal, algodão e petróleo. Há inúmeros poços de petróleo espalhados pela cidade e região. Em uma dessas escavações encontraram uma fonte de águas termais onde hoje funciona o Hotel Thermas.

Praias lindas e um lugar que tem muita história pra contar.

Sal, petróleo, cultura e turismo. Isso também é Mossoró (RN)

Mas Mossoró não é conhecida apenas pelas suas riquezas, mas pela bravura e determinação de seu povo. Além de reduto cultural o município é marcado pelo Motim das Mulheres (movimento contrario ao alistamento militar obrigatório para a Guerra do Paraguai), pelo primeiro voto feminino do país, por ter libertado seus escravos cinco anos antes da Lei Áurea e por ter colocado o bando de Lampião pra correr e ter transformado um cangaceiro em santo. Foi nessa cidade que o mais temido dos cangaceiros, Lampião, teve a sua mais dura e amarga derrota.

Praias lindas e um lugar que tem muita história pra contar.
Praias lindas e um lugar que tem muita história pra contar.

Voltemos no tempo. O ano é 1927. O dia 13. Dia de sorte para os mossoroenses e de azar para Lampião. O bandido resolve invadir a cidade mesmo sabendo que ela possui igreja de duas torres, que é dedicada a Santa Luzia (Lampião era cego de um olho) – sua padroeira – e que isso seria um risco grande por conta da sua superstição de vir a acabar levando um grande castigo. Mas mesmo assim decidiu correr o risco, pois a riqueza da cidade era tamanha que valia a pena pelo menos tentar.

Ao centro Jararaca, um dos mais perigosos do bando de Lampião, capturado ferido e enterrado ainda vivo..
Ao centro Jararaca, um dos mais perigosos do bando de Lampião, capturado ferido e enterrado ainda vivo.

No final da manhã o bando entra na cidade. À frente estão Jararaca, Colchete e Menino de Ouro. Eles entram cantando os versos da canção paraibana “Mulher Rendeira…” “Ô mulhé rendeira!/ Ô mulhé rendá/ Me ensina a fazê renda/ Qu’eu te ensino a guerreá…”

Mas a música será interrompida pelos tiros disparados pela população da cidade que entrincheirada resolvera reagir sob a liderança do então prefeito Rodolfo Fernandes. Foram montadas sete trincheiras cuja missão era evitar que Lampião chegasse ao centro da cidade e assim pudesse saquear Mossoró.

O tiroteio começa repentinamente e é muito forte. Dura uma hora. Ao final desse tempo estarão mortos Colchete e Menino de Ouro ( um dos cangaceiros mais queridos de Lampião, dotado de uma bela voz). Jararaca, um dos mais temidos, estará ferido e será capturado.

Contam que Lampião ao ver que havia caído numa cilada ordenou a debandada, pois “igreja que tem a bunda redonda e que até o santo atira, não é um bom lugar para lutar”. E assim fugiram deixando para trás ‘Jararaca’ gravemente ferido.

Homenagem a todos que lutaram contra o bando de Lampião.
Homenagem a todos que lutaram contra o bando de Lampião.

O lugar que Lampião se referia é a Igreja de São Vicente, lugar que ficava ao lado da casa do então prefeito Rodolfo Fernandes e onde estava a principal trincheira. O santo que atirava era alguém atrás da imagem de São Vicente que fica no primeiro módulo da torre do sino da igreja (hoje está tapada) e acima outro que disparava da ponta da torre onde ficava o sino.

O repórter do jornal O Mossoroense, Fenelon Almeida, relata que Jararaca foi encontrado pelo pequeno comerciante Pedro Tomé. Conta o repórter: “Ao aproximar-se da moita, ainda para certificar-se da natureza dos sons que escutara, Pedro foi encontrar um homem caído por terra, com as vestes ensanguentadas, respirando com dificuldades, sentindo fortes dores no peito direito. Era um homem de cor, compleição forte, ainda jovem. Era Jararaca, que caiu na Praça São Vicente se arrastara até ali, numa tentativa de fuga. Mostrando-lhe o bornal que era também a sua caixa-forte, Jararaca prometeu ao desconhecido pagar-lhe generosamente, se ele encontrasse em algum lugar e lhe viesse trazer um pouco de água, sal de cozinha e pimenta-malagueta. E também um canudo de mamoeiro”.

Pedro Tomé prometeu atender-lhe o pedido. Recebeu o dinheiro de Jararaca e foi à procura do primeiro soldado que descobrisse no caminho. Entre o instante do encontro do comerciante com o cangaceiro ferido e a vinda dos soldados que o prenderam, desapareceram o dinheiro, as joias e outros objetos de ouro e quase todos os demais pertences do cangaceiro.

Já na delegacia e atendido por um médico, Jararaca insistia em obter o canudo de mamoeiro e pimenta-malagueta. Perguntaram-lhe como usar isso, e ele, explicou, dizendo: “No bando, quando alguém recebe ferimento como este, sopra a malagueta pelo canudo colocado na ferida. Sai a salmoura no outro lado. Arde muito, mas a gente fica curado.”

Continua Fenelon: “Jararaca dava sinais de que estava melhorando, mas sábado, dia 18 de junho de 1927, alta hora da noite, o capitão Abdon Nunes de Carvalho, retirara o cangaceiro da cadeia, dizendo que ia levá-lo para Natal. Ao invés disso, levaram-no diretamente para o cemitério local, onde uma cova estava aberta à sua espera”.

Ponte sobre o rio que divide a cidade.
Ponte sobre o rio que divide a cidade.

Ao ordenarem ao condenado que descesse do veículo e entrasse no cemitério, o motorista Homero Couto ouviu quando Jararaca disse, a meia voz: -“Valha-me, Nossa Senhora!” Ao ver a cova que lhe fora preparada, Jararaca tornou a falar: “Vocês querem me matar. Mas não vou chorar de medo, não. Nem pedir de mãos postas pra não me tirar à vida. Vocês vão ver como é que morre um cangaceiro”.

“Não havia ódio nos gestos e palavras de Jararaca. Havia desprezo, muito desprezo; não ódio.” Foi o que relatou o repórter Lauro da Escóssia, que entrevistou um dos matadores de Jararaca.

O bandido estava com as mãos amarradas às costas. Primeiro, uma coronhada na nuca. Em seguida um golpe de sabre esfacela a garganta. Ainda se debatendo Jararaca foi pisoteado e depois teve o corpo empurrado o interior da cova. Imediatamente, cobriram-no de terra quando ele ainda estava de olhos abertos.

Alguns anos depois Jararaca foi mote de uma graça alcançada por Neide Santiago, funcionária da Estrada de Ferro de Mossoró, que em agradecimento ergueu um túmulo ao cangaceiro. A onda espalhou-se e hoje é o túmulo mais visitado de Mossoró. Na lápide está escrito: “Aqui Jaze José Leite de Santana, vulgo ‘Jararaca’. Nasceu em 1901- Faleceu-19-06-1927”.

Mossoró Moto Show - um ótimo encontro de motociclistas.
Mossoró Moto Show - um ótimo encontro de motociclistas.

Nessa cidade acontece também o Mossoró Moto Show, promovido pelos Carcarás dos Asfalto, um dos maiores e mais bem organizados encontros de motos do Nordeste. Todas as motos reúnem-se na Estação das Artes onde fica o Museu do Petróleo e está entre a Igreja de Santa Luzia e a de São Vicente.

Mais uma aventura por este Nordeste de meu Deus!

Eu e Jan Messias pudemos sentir de perto o clima daquela luta e imaginar como foi corajoso o prefeito Rodolfo Fernandes e seus valentes comandados. Mossoró é uma cidade rica em cultura, em sal, petróleo, em belas praias e em coragem, pois para proteger tanta riqueza e beleza não precisam de mais nada além do seu povo. Meu amigo, quem botou Lampião pra correr e fez até cangaceiro virar santo é capaz de fazer até mesmo aquilo, que todos nós, chamamos de “impossível”.
    
Fonte: Fotos: Jan Messias, arquivo do Memorial da Resistência Reportagem: Luis Sucupira Agradecimentos - Make Safe - Alarmes presenciais e Nikkei Motos Kawasaki.

http://www.motonline.com.br/mossoro-a-terra-que-colocou-lampiao-pra-correr/

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Por Robério Santos

Fazenda que Zé Baiano esteve e também outros cangaceiros tiveram nela. Fica de passagem entre o Sertão e o Agreste. Casa do século XIX. 

Ela pertenceu ao pai do ex governador de Sergipe Djenal Tavares de Queiroz.


Segundo o pesquisador do cangaço Robério Santos esta casa fica localizada em Itabaiana.

"Itabaiana é um município brasileiro do estado de Sergipe, localizado na Mesorregião do Agreste Sergipano e na Microrregião do Agreste de Itabaiana. É a quarta maior cidade de Sergipe, ficando a 54km da capital,segundo http://pt.wikipedia.org"

Fonte: facebook
Página: Robério Santos

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VÍDEO SOBRE LIVINO FERREIRA DA SILVA IRMÃO DE LAMPIÃO


VÍDEO.....O local onde LIVINO, irmão de Lampião, que morreu em combate, foi enterrado, em Baixa do Juá- Município de Flores/PE, segundo fontes orais..
Clique no link abaixo:


Fonte: facebook

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CANGAÇO xiii

Material do acervo do pesquisador Antonio Morais

Segundo Ultimato ao Prefeito

Virgulino estava preocupado, sem saber o que passava na cidade. Apenas Massilon e Júlio Porto conheciam-na, de algum tempo. A luta a ser deflagrada seria diferente, fugia as táticas das guerrilhas nas caatingas. 

Luis Joaquim de Siqueira, vulgo Formiga, natural de Afogados de Ingazeira, Trabalhava em Mossoró. No ofício de erradicar formigas, visitava as fazendas da redondeza. Espionava a serviço de um dos chefes dos quadrilheiros. Esperavam-no em Passagem de Oiticica. No terreiro da casa de Manuel Santino, o triunvirato do mal confabulava quando chega Formiga. Correu, prazenteiro, de braços estendidos a Virgulino e exclamou alto, como se fosse um velho amigo: 

- Como vai, capitão? E dá-lhe um abraço. 

O companheiro Amadeu Lopes, que de nada suspeitava, ficou atônito. Foi logo afastado para o meio dos prisioneiros do lugarejo, na maioria carentes conhecidos. Porém, o Caolho recebeu Formiga com frieza, que desnorteado, pede proteção:

- Seu Lampião, me garanta a vida! 

- Ninguém lhe ofende aqui. Vem de Mossoró? 

- Sim. 

- Como está a cidade? 

- Bem guardada, a espera de um grupo de cangaceiros. 

Quantos homens tem em armas? 

- Uns duzentos, no mínimo. 

Lampião fez um gesto desdenhoso e disse: 

- Confere – eles brigarão menino? O intuito é brigar.

A carta de Gurgel não intimidara Rodolfo Fernandes.


Lampião entrou em casa de Miguel Santino com Formiga. Retirou do bolso um pedaço de papel, encimado com seu timbre. Tomou do lápis e redigiu um bilhete. Julgava, assim, conseguir o intento. Escreveu com dificuldades numa péssima caligrafia:


Cel. Rodolfo.

Estando eu até aqui pretendo o dinheiro, já foi um aviso, ahi, pro Senhoris, si por causo resolver, mi a mandar será a importância que aqui nos pede. Eu envito de entrada ahi, porem não vindo esta importância eu entrarei, até aí penço qui a Deus querer, eu entro. E vai aver muito estrago por isto, si vir o dinheiro eu não entro, ahi ,mas nos resposte logo.

Capitão Lampião.

Entrega-o a Formiga e manda recado:

Se não for enviada a importância até as duas da tarde entrarei na cidade fazendo depredações de toda sorte.

CONTINUA...

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