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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

MEDALHA DO MÉRITO CULTURAL PROFESSOR DEÍFILO GURGEL – SOU UM DOS AGRACIADOS!

Por Rostand Medeiros
Convite para a Medalha do Mérito Cultural Professor Deífilo Gurgel

Para minha enorme e grata surpresa fui um dos escolhidos para receber neste ano de 2014 a Medalha do Mérito Cultural Prof. Deífilo Gurgel, a mais importante comenda cultural do Rio Grande do Norte.

Esta comenda se torna ainda especial para mim, pois tive duas marcantes oportunidades de manter contato com o Mestre Deífilo Gurgel. Guardo estes momentos com extrema nitidez na minha memória.

Meu primeiro encontro foi no lançamento do seu livro “Espaço e tempo do folclore potiguar”, em 19 de agosto de 1999 e tenho muito apreço pelo meu exemplar assinado por ele. Apesar deste se encontrar já todo riscado e bastante mexido de tanto que o leio e utilizo em minhas pesquisas.

Em 2007, ou 2008, tive a oportunidade de me reencontrar com ele e poder conversar um pouco mais.

Mestre Deífilo Gurgel – Foto – Canindé Soares

Na época eu trabalhava no Arquivo Público e Mestre Deífilo precisava de alguns materiais históricos, se não me engano para uma pesquisa sobre Mário de Andrade. Com autorização da direção, eu me comprometi a procurar e lhe entregar o dito material. Dias depois, em um sábado, me lembro de ir à casa do seu filho Alexandre, em um apartamento na Jaguarari e lhe entreguei algumas fotos de jornais antigos.

Não fiz esta tarefa apenas por uma obrigação de trabalho, ou por dinheiro, mas por admiração a alguém que tanto lutou pela nossa cultura. Uma pena não ter sido seu aluno. Até hoje me recordo impressionado tanta delicadeza naquele corpo franzino, junto com uma extrema e sincera humildade.

Receber uma medalha com o nome deste homem, conhecendo o seu trabalho e sua luta pela cultura do nosso Rio Grande do Norte é algo que me deixa muito feliz!

O legal é que vou está ao lado de pessoas as quais tenho enorme respeito, como o o amigo Paulo Gastão, o Professor Cláudio Augusto Pinto Galvão, o Professor Roberto Lima, Racine Santos e a todos os indicados.

Por isso meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que frequentam as páginas do nosso blog TOK DE HISTÓRIA, ou aos que já leram meus livros, aos meus familiares pela força em continuar com meu trabalho, especialmente a minha esposa Isa Cristina, e pela indicação a receber esta medalha de mérito.

Este prêmio é simplesmente combustível para seguir adiante com meus trabalhos e continuar sempre perseguindo o objetivo de democratizar a informação, principalmente em relação à história da minha região.

Forte abraço a todos.    
Rostand Medeiros 

http://tokdehistoria.com.br/2014/12/15/medalha-do-merito-cultural-professor-deifilo-gurgel-sou-um-dos-agraciados/

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Lampião no Município de Aurora Parte 1

 Por Amarílio Gonçalves Tavares

Em virtude da amizade com o Coronel Isaias Arruda, na verdade um dos grandes coiteiros de Lampião no Ceará, o rei do cangaço, como era chamado, esteve, mais de uma vez, no município de Aurora. Em suas incursões pelo município sul-cearense, o bandoleiro se acoitava na fazenda Ipueiras, de José Cardoso, cunhado de Isaias. Uma dessas vezes foi nos primeiros dias de junho de 1927. Na fazenda Ipueiras, onde já se encontrava Massilon Leite, que chefiava pequeno grupo de cangaceiros, Lampião foi incentivado a atacar a cidade norte-riograndese de Mossoró – Um plano que o bandoleiro poria em prática no dia 13 do citado mês.

Massilon

Em razão do incentivo, Lampião adquiriu do coronel um alentado lote de munição de fuzil que, de mão beijada, Isaias havia recebido do governo Federal ( Artur Bernardes, quando este promoveu farta distribuição de armas a coronéis para alimentar o combate dos batalhões patrióticos ‘a coluna prestes(54). Presente aquela negociação, que rendeu ao coronel Isaias a considerável quantia de trinta e cinco contos de réis, esteve o cangaceiro Massilon, que teve valiosa influência junto a Lampião, no sentido de atacar Mossoró, cujos preparativos tiveram lugar na fazenda ipueiras. Consta que Massilon Leite – associado a Lampião no sinistro empreendimento – tinha em mente assaltar a agência local do Banco do Brasil e sequestrar uma filha do coronel Rodolfo Fernandes.

O Bando de Lampião que chegou à Aurora era composto de uns cinquenta cangaceiros, dentre os quais Rouxinol, Jararaca e Severiano, os quais já se encontravam, há dias, na aludida fazenda acoitados por José Cardoso. De Aurora, Lampião levou José de Lúcio, José de Roque e José Cocô ( José dos Santos Chumbim), todos naturais da região de Antas, tendo sido incluídos no subgrupo de Massilon. No dia 13 de junho de 1927, Lampião ataca a cidade de Mossoró, a mais importante do interior do Estado potiguar. “ Após quarenta minutos de fogo, já tendo tomado duas ruas, Lampião ordena a retirada. Fracassara o seu maior plano.

Bando de Lampião em Limoeiro

Após o frustrado ataque ‘a cidade norte –riograndense, Lampião bate em retirada, entrando no Ceará pela cidade de Limoeiro, onde não é importunado. Ali fez dois reféns a resgate – pessoas idosas e de destaque social- e teve a petulância de , com seu grupo, posar para uma foto, no dia 16 daquele mês. Ante a ameaça de invasão das cidades da zona Jaguaribana e já havendo um plano de combate ao famigerado bando, juntaram-se contingentes policiais de três estados – Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba – numa quixotesca campanha contra Lampião, tendo sido nomeado “ comandante geral das forças em operações “ o oficial cearense, Moisés Leite de Figueiredo ( Major ).

No dia 16 de junho, a força paraibana havia seguido para Limoeiro, mas ao chegar ali, Lampião já tinha levantado acampamento. Prosseguindo em sua retirada pelo território cearense, com um grupo reduzido a trinta e poucos homens, em virtude da morte de dois dos mais temíveis cangaceiros – Jararaca e colchete – e das deserções que se seguiram ao malogrado ataque, inclusive a de Massilon Leite e seu sub-grupo, Lampião é perseguido por volantes, com as quais tava combates.

Dentre estes, o mais intenso foi o travado no dia 25 de junho, na Serra da Macambira,, município de Riacho do Sangue, no qual Lampião, mais um vez, provou a sua invencibilidade. Enfrentando uma força de mais de trezentas praças, sob o comando exclusivo do tenente Manoel Firmo, este sendo auxiliado por nove tenentes – José Bezerra, Ózimo de Alencar, Luiz David, Veríssimo Alves, Antonio Pereira, Germano Sólon, Gomes de Matos, João Costa e Joaquim Moura, Lampião pôs-se em fuga incólume, deixando quatro soldados mortos. Seguram-se combates menores em cacimbas (Icó), Ribeiro, no vale do Bordão de Velho, e Ipueiras os dois últimos no município de Aurora, com o rei do cangaço levando a melhor.

 
Izaias Arruda

No dia 28 de junho, Lampião contorna a serra do Pereiro, passando pelas serras vermelhas, Michaela e Bastiões- o Grupo marchava a pé, por veredas e nunca por estradas – tendo a tropa em seu encalço. É ai que Lampião resolve derivar para o lado do cariri e continuar a retirada em direção ao município de Aurora, onde esperava encontrar refúgio no valha Couto do seu “amigo” Isaias Arruda.

Em seu livro “ lampião no Ceará, narra o major Moisés Leite Figuiredo que, no dia 1º de julho de 1927, Lampião cm seu grupo estacionava no alto da serra de Várzea Grande no lugar olho d’água das éguas, e que ali perto, no lugar Ribeiro, já se encontravam as forças do tenente Agripino Lima, José Guedes e Manoel Arruda – o primeiro, da polícia do rio grande do norte, e os dois últimos, da polícia paraibana -, valendo salientar que tais contingentes totalizavam “ cerca de duzentos homens, bem aparelhados, no dizer do major Moisés...

Continua...

Amarílio Gonçalves Tavares
TEXTO RETIRADO NA INTEGRA DO LIVRO AURORA HISTÓRIA E FOLCLORE, 

AMARÍLIO GONÇALVES TAVARES P. DE 138 A 146 IOCE, 1993 - CAPÍTULO 15
(Cortesia do Envio: Luiz Domingos de Luna)
FONTE:http://www.icoenoticia.com/2009/05/lampiao-no-municipio-de-aurora.html

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2014/12/lampiao-no-municipio-de-aurora-parte-1.html

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PRIMEIRO ARMAZÉM DE DELMIRO GOUVEIA EM ÁGUA BRANCA

Hoje, em Água Branca, localizei o primeiro armazém de Delmiro Gouveia, quando recomeçou sua vida empresarial, em Alagoas.


Delmiro Gouveia, quando da sua fuga de Pernambuco para os sertões alagoano, foi na cidade de Água Branca-AL, onde é recebido pela família do Senador Ulisses Luna, e da Baronesa de Água Branca, aqui recomeça sua vida empresarial, comprando couros de todo o sertão e tornando se em poucos anos, novamente um empresário bem sucedido, aqui na terra da Baronesa.


Ele viveu quase seis anos, indo depois morar na Vila da Pedra, onde funda um grande empreendimento industrial,eviria a revolucionar todo o sertão nordestino, com seu espírito empreendedor.

Como localizei o armazém, após procurar a marca de Delmiro Gouveia, em algumas residências, segui fotografando a cidade, quando de repente me deparo com uma casa comercial, com o simbolo da marca registrada de Delmiro Gouveia, 



uma meia lua e uma estrela, Delmiro, marcava em todos seus empeendimentos esta marca, foi uma surpresa positiva esta descoberta, pois imaginava esse armazém já demolido, e o encontro em estado de novo, descaracterizado, mais inteiro e reformado, agora é com as autoridades da cidade e órgãos responsáveis pelo seu tombamento e compra e transformá-lo em um museu, contando a passagem de Delmiro Gouveia na cidade.

OBS - Logo, publicarei um artigo, falando desta marca, com fotos,.Aguardem!

Fonte: facebook

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CANGAÇO XI

Material do acervo do pesquisador do cangaço Antonio Morais

Ultimato ao prefeito.

Em passagem Oiticica, o prisioneiro Azarias Januário deparou-se com o velho conhecido, Pedro José da Silveira, em idêntica situação. Narrou-lhe o apuro em que se encontrava, sem portador para o resgate. Diante do impasse do amigo, Pedro entendeu-se com Virgulino, empenhando a palavra que regressaria com os sete contos de reis estipulados a ambos, caso fosse à cidade. Dessa vez, o bandido aquiesceu, porém mandou-o esperar. Entrou na casa de Miguel Santino. Voltou-se para o coronel Gurgel e indagou-lhe de chofre: 

- Conhece o chefe político de Mossoró, o coronel Rodolfo Fernandes? 

- Sim, conheço. 


Virgulino resolveu, então, negociar a ameaçar. Conversou com Sabino. E insistiu para Gurgel escrever ao coronel Rodolfo Fernandes, cobrando quinhentos contos de reis, para poupar a cidade do saque e incêndio.

 Coronel Rodolfo Fernandes

- Apenas conheço o coronel Rodolfo. É provável que ele não se lembre de mim. Nunca me fica bem escrever-lhe. 

- Venha escrever o que eu disser, retrucou Lampião. 

O cangaceiro Sabino Gomes

Sabino retira do bolso uma folha de papel, com o seu timbre numa página, e na outra com o do capitão Virgulino Ferreira, Lampião.

 Coronel Gurgel

Gurgel esclareceu que a exigência era muito pesada, descabida. 

Lampião reduziu-a para quatrocentos contos. Em nossos dias, a importância equivaleria a dois milhões de reais. Nestes termos o prisioneiro redigiu a carta:

13 de Junho de 1927.

Meu caro Rodolfo Fernandes.

Desde ontem estou aprisionado do grupo de Lampião, o qual está aqui aquartelado, bem perto da cidade, manda porém, um acordo para não atacar mediante a soma de quatrocentos contos de reis. Posso adiantar sem receio que o grupo é numeroso, cerca de 150 homens bem equipados e municiados a farta. Creio que seria de bom alvitre você mandar um parlamentar até aqui, que me disse o próprio Lampião, seria bem recebido. Para evitar o pânico e derramamento de sangue, penso que o sacrifício compensa. Tanto que ele promete não voltar mais a Mossoró. Diga sem falta ao Jaime que os vinte e um contos que pedir ontem para o meu resgate não chegaram até aqui, e se vieram, o portador se desencontrou, assim peço por vida de Yolanda para mandar o cobre por uma pessoa de muita confiança para salvar a vida do pobre velho. Devo adiantar que todo grupo me tem tratado com muita deferência, mas, eu bem avalio o risco que estou correndo. Creia no meu respeito.

Antonio Gurgel do Amaral.

Lampião estranha o apelo e pergunta: 

- Quem é Yolanda? 

- É minha netinha. Tem dois anos. 

A resposta emocionou o facínora. Não a esqueceu. Em seguida, entregou as cartas de Gurgel e Maria José a Pedro, advertindo-o: 

- Vá levar ao prefeito! Volte logo, com a resposta e o dinheiro. Se você não cumprir o trato, acabo com sua família. Toco fogo em tudo, nem galinha deixo na sua fazenda. Emprestou-lhe um cavalo e o despachou.

Raul Fernandes

CONTINUA...

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