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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

FLORINA ESCÓSSIA LANÇA O LIVRO "PÉTALAS" HOJE EM MOSSORÓ


Florina Escóssia lança seu primeiro livro no Museu Lauro da EscóssiaA poetisa mossoroense Florina Escóssia lança hoje "Pétalas", reunião de 37 poesias que se converteu em seu primeiro livro. A obra já foi lançada em Natal, no dia 3 de dezembro, na Pinacoteca Potiguar; e em Mossoró, o evento será realizado no Museu Municipal Jornalista Lauro da Escóssia, hoje, a partir das 19h.

A escritora comenta que o local escolhido para o lançamento do livro foi muito emblemático. Ela, que é neta de Lauro da Escóssia, explica que o museu era a segunda casa de seu avô, e poder apresentar aos mossoroenses seu primeiro trabalho ali é muito significativo à memória de sua família.



" ‘Pétalas’ é um livro de poesias que retratam meus mais profundos sentimentos, por minha família, meus filhos e lembranças da minha infância e juventude. Falo também de meu amor por Mossoró, cidade por qual tenho um carinho gigantesco", comenta a escritora.

Florina relata que muitos de seus textos foram escritos há vários anos e que ela sempre gostou de produzir poesias, apesar da falta de coragem para publicar. A antologia poética "Mossoró e Tibau em Versos", de organização dos escritores David de Medeiros Leite e José Edilson Segundo, foi onde Florinda se viu pela primeira vez publicada. "Pétalas" é divido em três partes e tem fotografias assinadas pelo renomado Ricardo Lopes.

"Costumo dizer que saí da barriga de minha mãe e vi o mundo em forma de poesia, mas passei 50 anos para entender isso. Quando me vi publicada na antologia poética, fiquei muito empolgada e resolvi tirar do baú textos que sempre escrevi e não mostrava para ninguém. Foi aí que nasceu ‘Pétalas’", conta Florina Escóssia.

A poetisa afirma que a experiência gerada pela produção de "Pétalas" já deixou frutos e que em breve ela pensa em reunir mais materiais para começar a escrever um novo livro. Durante o lançamento, a obra será vendida por R$ 30,00.

Lançamento do livro "Pétalas"
Local: Museu Municipal Jornalista Lauro da Escóssia
Hora: às 19h
Sobre o livro
Autora: Florina Escóssia
Editora: Sarau das Letras
Fotografia: Ricardo Lopes.
Páginas: 120.
Preço: R$ 30,00
Fonte: 


Enviado pelo poeta e pesquisador do cangaço José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo

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Veja...


Olá amigo, sua chamada do doc já está rodando, veja!


Abraço e comece a divulgar
Att 
Jurani


Enviado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano Kydelmir Dantas

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SITE DA ACADEMIA LUIZ GONZAGA DO BRASIL LANÇADO NA REUNIÃO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO CARIRI PARAIBANO


O site Academia Luiz Gonzaga do Brasil – www.academialuizgonzaga.com.br é inaugurado na manhã deste sábado, 13 de dezembro de 2014, na 9º Reunião Anual do Instituto Histórico e Geográfico do Cariri Paraibano, IHGC, na Praça da Vila do Artesão, na cidade de Campina Grande, na Paraíba, comemorativa do 150º aniversário da cidade paraibana Rainha da Borborema.

O jornalista Xico Nóbrega, criador do site-Academia Luiz Gonzaga do Brasil, palestra aos sócios do IHGC e convidados, sobre o tema Luiz Gonzaga e a Paraíba, dando enfoque à presença da microrregião paraibana do Cariri nos baiões, xotes, toadas do imortal cantador da Asa Branca.

A Paraíba é um dos Estados mais presentes nas músicas de Luiz Gonzaga, ao lado de Pernambuco e do Ceará. Isto desde o ano de 1952, quando ele lançou discos 78 rotações com duas músicas fazendo alusão à Paraíba. O célebre baião Paraíba, com o refrão curioso “muié macho, sim sinhô”. E o Baião na Garoa, um lamento de seca e de alegria de inverno, se referindo aos retirantes debandando da Paraíba, Ceará e Alagoas.

Daí em diante Luiz Gonzaga iria se referir a coisas paraibanas, personagens, lugares, costumes, em mais vinte e cinco músicas, inclusive narrativas da paisagem ecológica, personagem e costumes da microrregião do Cariri paraibano.

Os compositores paraibanos

O primeiro parceiro do Rei do Baião de origem paraibana é o compositor Antonio Barros, coautor do baião Estrela de Ouro, de 1959.

Na década de 1960, 1970 e 1980, vários compositores paraibanos participariam da grande obra do Rei do Baião.  José Marcolino, Geraldo Vandré, Luiz Ramalho, Rivaldo Serrano de Andrade, Sivuca, Glorinha Gadelha, Cecéu.

O compositor pernambucano Rosil Cavalcanti, viveu e morreu em Campina Grande, na Paraíba, onde se projetou como radialista e autor de grandes sucessos na voz de Jackson do Pandeiro e Marinês, Rosil é autor de várias músicas marcantes de Luiz Gonzaga na década de 1960.

Luiz Gonzaga e o Cariri

A microrregião do Cariri paraibano, a paisagem ecológica, personagens e costumes, inspiram boa parte das músicas de Luiz Gonzaga referindo ao Estado da Paraíba. Devido ser a microrregião natal do compositor José Marcolino. Ele nasceu se fez homem e se casou em territórios dos atuais municípios de Serra Branca, Sumé e Prata. Consagrar-se-ia um dos compositores mais importantes do Rei do Baião da década de 1960.

Aliás, Luiz Gonzaga realizou em Zé Marcolino um feito único entre os mais de 240 parceiros que participam da grande obra do Rei do Baião, em termos de número de músicas inéditas gravadas em um só álbum. O disco Ô Véio Macho, de 1962, tem seis baiões, xotes, toada, todas do parceiro compositor paraibano. Sertão de Aço, Serrote Agudo, Pássaro Carão, Matuto Aperreado, A Dança de Nicodemos, No Piancó.

Todas essas obras do parceiro José Marcolino são impregnadas de coisas paraibanas. A paisagem ecológica, a tristeza de seca versus alegria de inverno, folguedos, tipos populares, humores, costumes, principalmente da microrregião do Cariri paraibano.

O álbum Pisa no Pilão (A Festa do Milho), de 1963, traz no seu repertório mais duas composições de José Marcolino, os baiões Pedido a São João e o Caboclo Nordestino.

Em 1964, foi lançada uma obra-prima da discografia de Luiz Gonzaga, o álbum A Triste Partida, com a toada homônima do disco que se tornaria célebre, e mais algumas pérolas do caririzeiro Zé Marcolino. A toada Cacimba Nova, o forróMarimbondo, o xote Numa Sala de Reboco e o baião Cantiga de Vem Vem, este de José Marcolino e Panta (Pedro Cruz).

O drama social secular do retirante da seca no Cariri paraibano, e no semiárido nordestino em geral, inspirou baião Queixas do Norte, de José Marcolino e Pantaleão (Pedro Cruz).

Site nacional sobre o Rei do Baião lançado no Calçadão de Campina Grande.

O jornalista cultural Xico Nóbrega lança na manhã deste sábado, no Calçadão da cidade de Campina Grande, o site Academia Luiz Gonzaga do Brasil – www.academialuizgonzaga.com.br, dentro da programação dos 102 Anos de Luiz Gonzaga.

O site também vai ser lançado na manhã deste sábado na na 9º Reunião Anual do Instituto Histórico e Geográfico do Cariri Paraibano, IHGC, na Praça da Vila do Artesão, na cidade de Campina Grande, na Paraíba, comemorativa do 150º aniversário da cidade paraibana Rainha da Borborema. E no final da tarde no evento cultural do Museu dos Três Pandeiros, às margens do Acude Velho.

É previsto para a manhã deste sábado, além do lançamento do www.academialuizgonzaga.com.br, exibições de vídeos do Rei do Baião, documentários e reportagens especiais de televisão, e apresentações artísticas.

Quem é o Fundador da Academia Luiz Gonzaga do Brasil.

Eu sou Francisco Antonio Vieira da Nóbrega - jornalista Xico Nóbrega -, 55 anos, norte-rio-grandense, nascido no município do Açu. Resido na cidade de Campina Grande, na Paraíba, desde 1979, onde, como técnico agrícola, ingressei na empresa de pesquisa agropecuária do Estado, a Emepa. Durante alguns anos atuei em projetos de implantação de campos experimentais de algodão e pastagem, e em pesquisa caprina.

Formei-me em Comunicação Social - Habilitação Jornalismo pela Universidade Regional do Nordeste – hoje UEPB -, em 1988. Desde então atuei como repórter na sucursal do jornal A União em Campina Grande, durante quase vinte anos, escrevendo reportagens culturais paraibanas e nordestinas em geral, especialmente sobre Luiz Gonzaga.

Eu sou um dos jornalistas brasileiros mais dedicados aos estudos do Rei do Baião, desde 1989, quando fiz a primeira e mais marcante reportagem. A cobertura do sepultamento do Rei do Baião, na cidade do Exu, em Pernambuco, publicada no jornalA União, da cidade de João Pessoa, em duas edições.

Desde então, pesquiso e escrevo sobre assuntos temáticos afins da grande obra do imortal cantador da Asa Branca. Fazendo reportagens nas datas magnas do seu nascimento e da morte, nos jubileus das músicas clássicas, reportagens sobre o Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande (extinto), pesquisadores e colecionadores luiz-gonzaguianos, e outros assuntos afins.

Sou ex-editor do site do Museu Luiz Gonzaga campinense, um dos primeiros sites do Brasil do gênero, e inauguro neste dia 13 de dezembro de 2014 - do 102º Aniversário de Luiz Gonzaga -, a Academia Luiz Gonzaga do Brasil –www.academialuizgonzaga.com.br  -, com as mesmas atribuições do site anterior e outras inovações.

Concluo no momento três projetos de livros. O Rei do Baião em 24 Ensaios Temáticos Ilustrados: Personagens, Obras, Estados Nordestinos. Além de um livro sobre o baião Paraíba. Assim como finalizo outra obra de maior fôlego comentando uma seleção de 150 obras do Rei do Baião e parceiros.

Contato: xnobrega1@gmail.com

O que é a Academia Luiz Gonzaga do Brasil

A ACADEMIA LUIZ GONZAGA DO BRASIL – ALGB - é uma entidade on line e presencial - www.academialuizgonzaga.com.br-, com o objetivo de congregar informalmente os fãs de Luiz Gonzaga, brasileiros e estrangeiros, homens, mulheres, jovens, crianças, oferecendo conteúdos à preservação, formação, e divulgação da vida e da obra do Rei do Baião.

A ALGB, fundada em 13 de dezembro de 2014 na cidade de Campina Grande, na Paraíba, por iniciativa deste jornalista cultural Xico Nóbrega, se propõe a congregar a maior comunidade de fãs, professores, jornalistas, pesquisadores da música brasileira, levando a todos a informação mais ampla e precisa da Cronologia, Iconografia, Discografia, Bibliografia, Atualidades, e outros macros temas dos Estudos de Luiz Gonzaga.

Academia Luiz Gonzaga do Brasil há de cumprir um calendário anual de atividades pautado nas datas magnas do imortal cantador da Asa Branca. O seu nascimento em 13 de dezembro (1912) e a morte em 2 de agosto (1989).

O período junino é sempre uma data genuinamente luiz-gonzaguiana, no qual a nossa entidade-site há de ter maior visibilidade.

De ano a ano dão-se os jubileus de 50, 60 e 70 anos das gravações originais dos grandes sucessos do Rei do Baião. Assim como acontecem os centenários de nascimento dos compositores parceiros de Luiz Gonzaga. Esses eventos em geral do mesmo modo hão de oferecer conteúdo informativo e noticioso ao www.academialuizgonzaga.com.br.
A ALGB visa também promover eventos presenciais e on line. Cursos, palestras, concursos, exposições, mostras de vídeos, divulgar lançamentos e feiras de livros e de discos luiz-gonzaguianos.

Contatos
(Xico Nóbrega – Contatos: 83-96593839 – xobrega1@gmail.com)

Enviado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano Kydelmir Dantas

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MOSSORÓ NA TRILHA DA HISTÓRIA

9° REUNIÃO DE ANIVERSARIO DO IHGC


PROVÍNCIA DA PARAHYBA DO NORTE
SERTÃO DOS CARIRYS DE FORA
VILLA REAL DE SÃO JOÃO DO CARIRY
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRAPHICO DO CARIRY - IHGC
CASA DE JOSÉ LEAL RAMOS

REUNIÃO DE 9°ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO

DATA: 13 DE DEZEMBRO DE 2014
LOCAL: AUDITÓRIO DA VILLA DO ARTESÃO. CAMPINA GRANDE. PARAÍBA
HORÁRIO: 8:00 h

PAUTA DA REUNIÃO

8:00 h – Formação da Mesa
8:10 h – Abertura da Sessão pela Presidência do IHGC
8:20 h – Pronunciamento do Secretário de Cultura de Campina Grande Lula Cabral
8:30 h – Pronunciamento do Presidente Interino do Instituto Histórico de Campina Grande Josemir Camilo de Melo. Casa de Humberto César de Almeida
8:40 h – Pronunciamento do Presidente do Instituto Histórico e Cultural de Pocinhos Bismarck Martins de Oliveira
8:50 h – Pronunciamento do Idealizador do Instituto Histórico e Geográfico de Esperança Rau Ferreira.  Casa de Irenêo Ceciliano Pereira Joffily
9:00 h – Posse do Presidente da Sociedade Paraibana de Arqueologia Erick de Brito
9:20 h  - Palestra “Luiz Lua Gonzaga, a Paraíba e o Cariri” pelo Confrade Francisco Vieira da Nóbrega (Xico Nóbrega)
9:50 h – Palestra “Porque Eu Passei a Gostar de Luiz Gonzaga” pelo pesquisador José Nobre
10:20 h – Homenagens Póstumas aos Confrades Ariano Vilar Suassuna, Francisco Tancredo Torres, Manoel Monteiro da Silva e ao Sócio Honorário Sansão Raia
10:50 h – Exibição do Vídeo “Quando Eu Vestia Meu Terno de Couro” sob a direção do Confrade Flávio Alex Farias
11:10 h – Exibição do Vídeo “Caleidoscópio do Cariri” e do Folheto Poema de Amor a São João do Cariri” pelo Sócio Honorário Francisco de Paula Almeida.

Exposição de Fotos sobre o Cariri de autoria de Francisco de Paula Almeida

Enviado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaquino Kydelmir Dantas

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BICHO DE CANGA

Por Rangel Alves da Costa*

A maioria das pessoas talvez não conheça o que seja canga nem qual a sua serventia. Antecipo afirmando que é um instrumento de madeira colocado no pescoço dos animais para que não fujam ao comando do condutor. E também para que uma dupla de bois siga na mesma direção. Também conhecida por jugo ou junta de bois, era muito utilizado nos animais puxando carro-de-bois e também noutros pescoços de bichos arredios.

Conceitualmente, canga é uma peça de madeira encurvada, simples ou dupla, que se coloca no pescoço ou cachaço dos animais de carga. É o instrumento utilizado para unir dois bois, para que andem no mesmo compasso enquanto puxam um arado ou uma carroça. A madeira é talhada de modo a ser ajustar aos pescoços ou perfurada no molde destes. Neste último caso, a madeira se abre ao meio e novamente é unida quando os pescoços estão presos.

Após a colocação da canga, o carreiro sobe no carro de madeira rangente e passa a comandar, com berros e chicotadas, os bois submissos. Além do chicote de couro cru geralmente leva à mão uma vara com ponta de metal afiado para espetar o lombo dos bichos, ainda que estes estejam se esforçando ao máximo para carregar tanto peso. Desse modo, a canga, muito mais que um instrumento para juntar os animais na mesma direção, é utilizado para deixá-los em posição de submissão, de verdadeiro jugo, em posição ideal para serem açoitados e feridos pelos seus algozes.

Mas nem só os animais eram submetidos à canga, ao jugo pesado sob o pescoço, pois também o bicho humano já foi atormentado pela sua ira. Até hoje os desenhos de Debret e outras ilustrações acerca da escravidão mostram os negros fugidios acorrentados e sendo puxados a partir de uma madeira envolvendo seus pescoços. Avistam-se as cangas como instrumentos de escravização, de sujeição e tortura.

Também noutros tempos, muitos condenados à morte por decapitação eram colocados em cangas à espera que sobre suas cabeças descesse a lâmina cortante. As cenas terríveis sempre mostrando mãos presas à madeira, os corpos de um lado e a cabeça de outro, e apenas a canga dividido a vida da morte. E num simples gesto do opressor, então o algoz descia a lâmina e fazia a cabeça cair ao chão.


No Nordeste brasileiro, o surgimento de grupos de bandoleiros das caatingas fez surgir o termo cangaço, como forma de denominar aqueles que enveredavam nas hostes da bandidagem por viverem sob a canga do Estado, do mando e da opressão. Neste sentido, a canga era o peso suportado pelo homem da terra escravizado, perseguido, injustiçado. E canga também o fardo que suportavam no meio tão hostil, empobrecido e entremeado de angústias e sofrimentos. Daí o termo cangaço.


Contudo, cangaço também remete a frangalho, a resto, a maltrapilho, a uma situação de penúria. Quando o ser está irreconhecível nas suas forças, diz-se que dele restou apenas o cangaço; quando mais parece um errante rasgado e imundo, jogado à desdita da vida, afirma-se que está um cangaço. De qualquer modo, sempre deixa subentender uma situação de pobreza, sofrimento, desvalia.

Assim, a canga serve para exemplificar, a um só tempo, a obediência forçada do bicho de carga, a escravização degradante e abjeta, o limite da vida e da morte, uma situação de dor e suplício. E em tudo o sofrimento silencioso, a sujeição sem revide, a condenação sem chance de qualquer apelo. Sob a canga ou envolvido pela sua madeira, o pescoço encurvado significa o ser se exaurindo e já sem forças para reagir. Mas, no caso dos escravos e bichos, estes tinham de tudo suportar e seguir em frente, sentindo ainda o chicote no lombo ou a espetada do ferrão nas costelas.

Será que o homem moderno se envergonhou da canga e a relembra agora como um degradante objeto de mortificação e tortura? Seria idílico imaginar o homem como aquele que reconhece seus erros e procura se redimir das atrocidades cometidas. O mundo é outro, a realidade possui feições bem diferenciadas de outros tempos, mas muita canga ainda continua sendo colocada em pescoços.

Mas nem só em pescoços a canga é colocada. Toda vez que a riqueza submete a pobreza, escravizando-a, utilizando-a para fins escusos está colocando a canga. Toda vez que o Estado deixa o ser humano impotente diante de suas garantias fundamentais, está colocando canga nas classes carentes. Toda vez que o autoritarismo se impõe para calar a voz do cidadão, para negar seus direitos e conduzir como bem desejar a vida da sociedade, está usando a canga.

A pobreza vive com a canga ao pescoço, no estômago, aos pés. Vivem carregando canga todos aqueles que necessitam de atendimento público de saúde, que procuram os órgãos públicos para cumprir exigências, que precisam adquirir alimentos e outros meios de sobrevivência. E que canga pesada diante da insegurança. A canga moderna é, assim, toda essa impotência que submete e desonra o ser humano, principalmente aquele que, pela situação de pobreza, já vive na forca. 

Poeta e cronista
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O perverso Lampião


(Repentistas, João Neto e Chico Ivo)

"Quem era que não temia 
O bandoleiro caolho,
Sua lei olho por olho, 
O que pensava fazia,
Seguro na pontaria, 
Desconfiado e mateiro,
Calculista e sorrateiro, 
Que fez do crime a missão
No tempo de Lampião, 
Cabra pisava maneiro"

Outra estrofe dos repentistas Chico Ivo e João Neto)


"Enfrentava pelotões, 
Em situações estranhas, 
Um animal das montanhas, 
Um César das legiões, 
Assombro das multidões, 
Atirador e certeiro,
Estrategista e guerreiro, 
Matador de profissão
No tempo de Lampião, 
Cabra pisava maneiro" 

Fonte: facebook

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O rei Lampião

Por Chagas Nascimento

Em Março de 1926, quando esteve em Juazeiro, o Dr. Otacílio Macedo, médico e jornalista do Crato, entrevistou Lampião. Perguntou-lhe: 

Médico Octacílio Macedo que entrevistou Lampião no Ceará

- Por que não larga essa vida, Capitão, o senhor que já tem tanto dinheiro? Por que não vai embora para Goiás ou Mato Grosso, deixando de vez essa existência perigosa?


Lampião responde: 

- Doutor, o senhor estando bem numa vida, o senhor larga ela?

Fonte: facebook

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NOMES DE CANGACEIRAS E SEUS COMPANHEIROS

Foto da cangaceira Durvinha quando ainda era companheira de Virgínio Fortunato da Silva

Trago aqui hoje uma foto retirada do livro Bonita Maria do Capitão de Vera Ferreira, ao qual tive o prazer de ir ao lançamento em 2011 aqui mesmo em Salvador. 


A foto que trago é com o nome de diversas cangaceiras e seus respectivos cônjuges, muito interessante!

Fonte: facebook
Página: Guilherme Velame

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CANGAÇO VIII

Material do pesquisador Antonio Morais

A MORTE DE JARARACA

Em torno da morte do famoso cangaceiro Jararaca, tiveram curso várias versões curiosas, uma das quais foi recolhida por Leonardo Mota, o brilhante folclorista cearense, no interior do Rio Grande do Norte. 

Seguindo essa versão, Jararaca fora barbaramente assassinado por soldados da polícia potiguar, depois de haver sido conduzido da Cadeia Pública ao cemitério de Mossoró, aonde tê-lo-iam obrigado a cavar a própria sepultura. Para não desfigurar o cunho pitoresco do episódio, preferimos transcrevê-lo como narra o apreciador sertanista:


- Quando Lampião teve a certeza de que atravessaria livremente todo o Ceará, em cujo território já por vezes penetrara, erguendo vivas ao então Presidente do Estado, decidiu invadir o Rio Grande do Norte, para atacar a cidade de Mossoró. Seduziam-se os pingues recursos desse empório comercial servido por uma agência do Banco do Brasil. Saiu-lhe porém, o ano bissexto. A população de Mossoró, tendo a frente o valoroso prefeito Cel. Rodolfo Fernandes, reagiu bravamente ao assalto da cabroeira de Virgolino e dois sequazes deste tombaram baleados sem que os companheiros os pudessem conduzir.

Prefeito Rodolfo Fernandes

Um dos feridos era Jararaca. Transportado para cadeia, solicitamente o medicaram. Era preciso que ele falasse sem que as autoridades o ouvissem. De fato, só depois de pensado, interrogado e até de fotografado, o Jararaca morreu. Mas ninguém o viu morto, pois o enterramento foi dado como feito alta noite. Uns vinte dias depois me dizia um sertanejo da terra potiguar:

- Jararaca morreu, mas não foi de morte morrida, foi de morte matada. 

E com a desventura de quem não tem papas na língua nem é jornalista de Governo, descreveu a cena macabra: 

- Uma boca de noite, noite de lua, o Jararaca, algemado, foi conduzido da cadeia para o cemitério. Chegando lá, rodeado de soldados mostraram-lhe uma cova, aberta lá num canto, quase fora do sagrado e lhe perguntaram se ele sabia para que era aquilo. Foi quando o Jararaca falou frocado e destemido: 

- Saber de certeza não sei não, mas porém estou calculando. Não é pra mim? Agora isso só se faz porque eu me vejo nesta circunstância, com as mãos inquiridas e desarmadas! Um gosto eu não deixo pra vocês: é de se gabarem de que eu pedi que não me matassem. Matem! Matem! Que matam, mas é um homem. Fique sabendo que vocês vão matar o home mais valente que já pisou nesta... 

Mas não teve tempo de acabar de dizer o que queria. Por traz dele um soldado, naturalmente de combinação com os outros, deu-lhe um tiro de revólver na cabeça. A bala pegou bem no mole do pé do ouvido, lá nele. O Jararaca amunhecou das pernas e caiu, de olho virado. Aí, os soldados o empurraram com os pés pra dentro da sepultura. Só demoraram enquanto tiraram os ferros das algemas. Quando o cadáver rolou pra cova, fizeram luz e espiaram: o finado tinha caído de bruços. Mas, ninguém se embaraçou com isso: por cima do corpo ainda quente as pás de terra deram serviço. Calou-se o narrador para dizer, logo mais, entre compadecido e irônico, num misto de piedade e galhofa:

"- Coitado do Jararaca! Tão valente na hora da morte, mas foi enterrado dando as costas pra este mundo velho, onde ele fez tanta estrepolia".

O nome do pernambucano Jararaca era José Leite de Santana. Ele tinha apenas 22 anos – nos registros policiais, contudo, aparece com 26. Mesmo com um rombo de bala no peito, conseguiu gargalhar durante uma entrevista na cadeia. O cabra de Lampião dizia que era por causa das “lembranças divertidas do cangaço”.

Lampião diz qui num corre
Mas correu lá da Matinha
Deu um chouto vergonhoso
E galope armofadinha!

Lampião diz qui num corre.
É mofino corredor!
Já correu de Mata Grande,
Qui poeira levantou.

Raul Fernandes.

http://blogdosanharol.blogspot.com.br/2009/07/cangaco-viii.html

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