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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

MAIS UMA DESCULPA DE LAMPIÃO


No dia 30-01-1925 Lampião e seus cabras entraram na cidade de Custódia, no Estado de Pernambuco, e para começar, os habitantes de Custódia cometeram um grande engano, achando que aquele grupo seria uma volante, não se preocuparam em fuga, e quando perceberam que era Lampião com 40 homens aguerridos, fazer o quê?


Lampião arrecadou uma boa quantia em dinheiro, visitou o alfaiate local, e pediu para fazer uns uniformes, dando o prazo até de tardezinha. Recebeu as roupas, pagou-as. Fez uma boa refeição na casa do senhor Jose rouxinol, onde todos ficaram agradecidos pela boa comida.

Lampião pedia e insistia em dizer a todos que:

"- Sou obrigado a pedir, pois o governo não me deixa trabalhar".

Ao entardecer, acertado todos os negócios, bem alimentados e sem causar nenhum dano material, os cangaceiros retiram-se rumo à caatinga.

Fonte: facebook

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LIVROS SOBRE CANGAÇO É COM O PROFESSOR PEREIRA


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O Ataque de Lampião a Uiraúna - Pb

Por: Sérgio Dantas

Uma vitória da inteligência sobre a força

Há meses Lampião sumira dos noticiários dos jornais. O ano de 1926 encerra-se sem grandes novidades sobre a horda do famoso cangaceiro de Vila Bela. Bem instalado e seguro no ‘coito’ da Serra do Diamante, do poderoso Coronel Isaías Arruda, Lampião sai da aparente inatividade apenas em fins de abril de 1927. Naquele fim de mês, o bandoleiro deixa o refúgio e pratica assaltos em pequenos vilarejos situados na região noroeste da Paraíba, entre os municípios de Cajazeiras e São José de Piranhas. São ataques rápidos, com vistas apenas ao saque. A proximidade desta parte da Paraíba com o valhacouto do ‘dono’ de Missão Velha facilita sobremaneira a ação do bando.

Alguns dos defensores de Uiraúna. Ao centro, de paletó escuro, Luiz Rodrigues. Na extrema direita, sentado, o Subdelegado Nelson Leite. 

De fato, no dia 15 de maio daquele ano, liderando uma falange de cerca de trinta e cinco homens, Lampião se prepara para tomar de assalto a Vila de Belém do Arrojado - atual cidade paraibana de Uiraúna. Há dias que ‘olheiros’ residentes em sítios da fronteira já haviam sondado o vilarejo e o cangaceiro – decerto bem ciente das condições do lugar – crê que tem plena chance de sucesso na empreitada que pretende levar avante. 

o Arruado de Belém situa-se junto à fronteira do Rio Grande do Norte e é então inexpressivo. Ali não há mais que cento e trinta casas e uma igreja singela. Comércio pobre ou quase inexistente. Também ali não está destacado sequer um contingente policial para manutenção da ordem ou para oferecimento de uma defesa – mesmo que acanhada – no caso de um eventual ataque de cangaceiros. A ‘ordem’ no povoado é garantida somente por um Subdelegado civil, o potiguar Nelson Leite. Apesar de reiteradas notícias sobre incursões de cangaceiros naquela parte da Paraíba nos últimos dias, o Governo do Estado parece ignorar os eventos propalados pelos jornais e pela boca do povo. Apesar de vários reclamos por parte de proeminentes de Belém, o Estado não enviara tropa regular para a localidade. 


o início da tarde daquele dia 15 de maio, no entanto, o sertanejo Leonardo Pinheiro percebe a marcha de cangaceiros em direção a Belém. Sem demora, espora o cavalo e entra no povoado em sonoro alarde:

-“Vem cangaceiro por aí! Vem cangaceiro por aí! Parece que é Lampião e não está a mais que umas duas léguas!” 

Enquanto a horda marcha em busca do vilarejo, Nelson Leite se apressa em organizar uma defesa. Sangue quente, cioso de suas obrigações, Leite parece disposto a sacrificar a própria vida na defesa da comunidade que lhe fora confiada. 

Abandonados à própria sorte, os habitantes de Belém – incentivados por Nelson Leite - tratam de se armar e garantir a resistência do lugar. Civis são convocados e há mesmo os que comparecem voluntariamente para pegar em armas. Ao final do rápido recrutamento, chega-se à desanimadora soma de onze homens apenas. Um contingente ínfimo que tentará rechaçar um bando com cerca de trinta e cinco cangaceiros. Uma luta desigual – se considerarmos a proporção de três bandoleiros para cada defensor e a falta de experiência de guerrilha dos citadinos. Por volta das dezessete horas, finalmente, Lampião avizinha-se da Vila. O frágil agrupamento de casas lhe parece excessivamente frágil e torna-se ainda mais amiudado pela sombra da serra de Luís Gomes, não muito distante dali. “Um alvo fácil”, provavelmente terá pensado o poderoso cangaceiro. O desenrolar dos fatos, porém, lhe revelará um grave erro de prognóstico. 

Em que pese a correria desenfreada que se seguiu ao alarma dado por Leonardo Pinheiro, os homens de Nelson Leite aprestam munição e armas. Tudo é feito com rapidez e disciplina.Ao mesmo tempo, mulheres, velhos e crianças – a seguir igualmente os apelos do Subdelegado – buscam refúgio na caatinga ou em sítios de familiares fincados nos arredores de Belém. Pequenos “tesouros” são previamente enterrados em lugares seguros. Potes de barro, caixas de papelão, latas de querosene: qualquer coisa serve como invólucro para as ‘economias’ adquiridas ao longo de anos de trabalho. 

Em pouco tempo, os defensores se organizam e estão posicionados em lugares previamente definidos pelo Subdelegado. Dedos nervosos aguardam o desfecho do ataque. Uma testemunha registra os momentos iniciais do entrave:

“O ‘delegado’ Nelson Leite distribuiu uns homens nos pontos mais altos da rua principal, dois outros guarnecendo as laterais e três instalados no teto da Igreja. Quando Lampião entrou com o bando, pela ‘rua velha’, começou a fuzilaria”. (Sinforosa Claudina de Galiza, entrevista). 

Nelson Leite, de fato, engendrara bom plano. Distribuíra os poucos rifles e fuzis disponíveis com os onze defensores. Repartiu com irrepreensível parcimônia a rala munição que tinha ao seu dispor. Os melhores atiradores foram destacados para pontos estratégicos. Na teto da igreja - prédio mais alto e com abrangente visão dos arredores - posicionaram-se Luís Rodrigues, Moisés Lauriano, José Teotônio e Joaquim Estevão. O tempo corre lento. Não há novidades. Até perto das oito horas nem sinal da sinistra patuléia de chapéu de couro. A espera alongada transforma as trincheiras em ninhos de ansiedade. 
  
Matriz Jesus, Maria e José, Uirauna atualmente.

De súbito, Luís Rodrigues dá o alarma. Alguém se aproxima. O luar denuncia vultos sorrateiros. Homens armados aproximam-se do povoado pela ‘rua da Proa’. É o início da invasão. De pronto, grande incêndio ilumina a noite na pequena Belém. Grossas labaredas passam a consumir a casa de um agricultor e espalham-se rapidamente para um antigo curral e plantação de milho já há dias quebrado. O incêndio. Método infalível para incutir terror aos sitiados. 

Josefa Augusta Fernandes, bem jovem à época do evento, anota a origem do fogaréu: 

"Lampião começou destruindo a propriedade do finado João Gabriel, tendo em seguida tocado fogo nos currais e nas plantações de feijão e milho. O fogo serviu para alertar os homens da cidade, sendo que eles já estavam em posição nos principais pontos daqui”. (Maria do Socorro Fernandes, entrevista).

Não havia mais o que esperar. Ao primeiro grito de comando de Nelson Leite, trava-se pesado tiroteio. Lampião, decerto, não esperava semelhante reação. A fantástica fuzilaria oriunda da Vila lhe faz recuar. De efeito, os tiros vindos da rua da Proa tornam inviável uma entrada por aqueles lados. 

Sem sucesso na primeira investida, o chefe de cangaço tenta confundir os defensores entrincheirados. Sob sua batuta, os bandoleiros passam a gritar, urrar como animais e a praguejar insultos e xingamentos aos defensores e suas famílias. A permear a gritaria, grossas baterias de tiros.

O rei-do-cangaço deseja tomar Belém. Tentará de todas as maneiras penetrar no vilarejo para vilipendiar suas casas e lhes extrair até o último ‘cobre’. Sem demora, ordena aos comandados a ‘abertura’ de uma linha de fogo pela lateral, com o fito de invadir a Vila pelo flanco oposto. 

Nada, entretanto, parece gerar resultado prático. A posição privilegiada dos atiradores locados no telhado da igreja permite que tiros sejam disparados em todas as direções. A resistência agiganta-se com estrondos de repercussão fantástica e de curiosa origem. Nelson Leite improvisara – no pouco tempo que dispôs antes da consecução do ataque - algumas “ronqueiras” e logo começou a fazer uso dos artefatos. Os estrondos causados pelas bombas caseiras são assustadores e surpreendentemente surtem efeito. Um simples improviso que, ao que tudo faz crer, parece realmente ser a chave para uma vitória. (1)

Em pouco, qualquer objeto metálico em formato cilíndrico - e vazado pelo menos em um dos lados - torna-se invólucro para manufatura dos pesados rojões. Joel Vieira, com dezoito anos à época do fato, registrou em depoimento:

“Os que estavam no alto da Igreja, começaram a atirar de ponto e também para dentro da igreja, causando um eco que parecia canhão. O Subdelegado também tinha improvisado umas ‘ronqueiras’, feitas com pólvora socada dentro de latas, e de quando em quando estourava uma. Já estava escuro, e aqueles tiros davam a impressão que havia um canhão com a gente”. 

No alto da igreja, Luis Rodrigues - artilheiro mais aguerrido – resolve acrescentar estrondos adicionais aos estampidos das ‘ronqueiras’ improvisadas pelo Subdelegado. Dessa forma, com o intuito de causar impacto ainda maior, começa a atirar quase em paralelo à lateral da nave do prédio sagrado. Estrondos fantásticos, causados pelo eco do salão quase vazio, dão ainda mais ânimo aos outros defensores entrincheirados no teto da igreja. Decide-se que alguns deles, alternadamente, passarão a atirar também para dentro da nave.

A estratégia funciona. Os estrondos se multiplicam. De fato, para quem está do lado de fora, resta a impressão de que algum tipo de canhão está sendo utilizado. Os cangaceiros, atarantados, mantém posição de cautela e não avançam. O escuro da noite enevoada pela fumaça dos disparos os impedem de enxergar, na verdade, o tipo de “arma” adicional que ora se usa na defesa do arruado. O engodo paulatinamente funciona. 

No calor da peleja, porém, passos apressados denunciam silhueta humana esgueirando-se próximo à igreja. A escuridão da noite não permite distingui-la com precisão. Da torre principal um defensor atira. O civil Antônio Correia é atingido. Confundiram-no com um cangaceiro. Correia morre pouco tempo depois em razão do profundo ferimento à altura do pulmão. É a única baixa durante o combate. 

Os cangaceiros não desistem e tornam a investir contra o território inimigo por uma ruela lateral à igreja. Lampião brada ordens aos seus homens. Todos, contudo, parecem hesitar em razão dos estrondos que continuam a reverberar entre as casas da pequena Belém. 

Do lado dos defensores, um voluntário prontifica-se para preparar novas ronqueiras, de forma ininterrupta, servindo-se como espécie de municiador.

Dominado pela ira, Lampião manda reacender o fogo que arde tênue na propriedade de João Gabriel. O vento rapidamente espalha as labaredas em espantosa velocidade. As chamas consomem vacas e bezerros cativos no cercado contíguo a casa. Urros de dor de animais engolidos pelas chamas desenham dantesco suplício. Poucos escapam ao bizarro holocausto.

A derradeira tentativa de conquista do povoado fracassa. Com pesar, os cangaceiros reconhecem que não conseguirão penetrar em Belém.

O desconhecimento dos pontos de defesa, o espocar das “ronqueiras”, o ribombar de tiros reverberados pelo salão da igreja, a configuração física da vila, o cansaço da longa marcha até ali. Tudo parece sugerir uma retirada. Lampião não demora em perceber o malogro da empreitada:
- Vamos sair para economizar munição! – grita furioso.

Ainda se ouvem tiros por mais um quarto de hora. Aos poucos os cangaceiros se retiram do campo de luta. Disparos tornam-se esparsos. Ao compasso da retirada, a fuzilaria regride até reinar o mais absoluto silêncio. Lampião e seus homens deixam Belém em definitivo. É ainda Joel Vieira quem destaca:

“Eles tentaram muito, mas não conseguiram entrar. Antes das sete horas da noite, já tinham ido embora. No dia seguinte, o festejo foi grande, pois todos pensavam que ia morrer muita gente, mas não. Apenas um rapaz morreu vítima de uma ‘bala doida’ e caiu ali perto da Igreja. Tirando o incêndio na propriedade de João Gabriel, o prejuízo aqui foi pouco. Com pouco recurso, a gente botou Lampião prá correr!”.

E Lampião, de fato, jamais voltou a Uiraúna. Nos dias seguintes, um telegrama é enviado para as principais cidades do sertão do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Anunciava-se a vitória de um povo contra o poderoso rei do cangaço. O Intendente local assinou o comunicado: 

“Fomos atacados dia 15 famigerado Lampião. Resistimos cerrado fogo, bandoleiros recuaram. Vítima tiroteio Antônio”. (a) José Caboclo.

É a vitória inconteste de um sumário grupo de cidadãos contra quase quarenta cangaceiros. Uma vitória nascida da confiança de homens do povo; sertanejos comuns. Não houve – como aconteceu em Mossoró – um grande lapso de tempo para a preparação de uma defesa. Não houve reuniões; não se teve tempo para comprar armas modernas. Não havia sequer uma torre na igrejinha da cidade. Existia, apenas, a vontade de preservar os próprios lares. 

Uiraúna se defendeu heroicamente, a exemplo da resistência mostrada pela pequena Nazaré, em Pernambuco, quatro anos antes. Uiraúna impediu a entrada dos cangaceiros de Lampião como faria a população sergipana de Capela, liderada pelo destemido Mano Rocha, três anos mais tarde. 

A vitória do povo de Uiraúna foi obtida sem recursos, sem alarde e sem exploração midiática posterior. Vitória conseguida sem um ‘notável planejamento prévio’ e sem colóquios barulhentos. Vitória de um pequeno grupo de homens pegos de surpresa pelo maioral do cangaço. Vitória, porém, recheada de atos do mais real e verdadeiro heroísmo. Vitória, enfim, da inteligência sobre a força.

Sérgio Dantas

Sérgio Augusto S. Dantas é autor dos livros “Lampião no Rio Grande do Norte – A História da Grande Jornada” (2005), “Antônio Silvino – O Cangaceiro, o Homem, o Mito” (2006) e “Lampião: Entre a Espada e a Lei” (2008).

NOTA:
(1) s.f. – Ronqueira: “Cano de ferro, preso a uma tora de madeira e cheio de pólvora, o qual produz grande detonação quando se lhe inflama a escorva”. (Aurélio). As ronqueiras já haviam sido largamente usadas em revoltas populares, como na guerra de Canudos. N do A. 

FONTES UTILIZADAS:
A União, edições de 17 e 18 de maio de 1927.
DANTAS, Sérgio Augusto de Souza. LAMPIÃO NO RIO GRANDE DO NORTE – A HISTÓRIA DA GRANDE JORNADA. Editora Cartgraf, Natal/RN. 2005. 452 pgs.
SOUZA, Tânia Maria de. UIRAÚNA NO ROTEIRO DE LAMPIÃO, in Revista Polígono, 1997, 158 pgs.

Entrevistas concedidas ao autor por Maria do Socorro Fernandes (2003), Joel Vieira da Silva (2001), Josefa Augusta Fernandes (2000) e Sinforoza Claudina de Galiza (2000).

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LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE


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DOMINGUINHOS O NENÉM DE GARANHUNS


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ESCRITOR JOSÉ BEZERRA VISITA JOÃO DE SOUSA LIMA


O escritor José Bezerra Lima Irmão acaba de lançar seu mais novo livro: Lampião a Raposa das Caatingas.

     
A cidade de Paulo Afonso foi apresentada ao escritor que esteve com João de Sousa Lima, há alguns anos, visitando os lugares históricos.
     

José Bezerra fez questão de vir a Paulo Afonso e presentear João com um exemplar.
   
O livro recém lançado tem aproximadamente 700 páginas, e custa R$ 90,00. 
Para adquirir seu exemplar pode ser diretamente com João de Sousa Lima pelos telefones: 75-8807-4138 ou 9101-2501 
e pelos emails: 
joaoarquivo44@bol.com.br  joao.sousalima@bol.com.br.

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Como Explicar o Primeiro Cariri Cangaço?

Por:Guerhansberger Tayllor
Wescley Rodrigues e Guerhansberger Tayllor no Cariri Cangaço Parahyba 2014

Quando escrevemos algo, nossa escrita é calcada de subjetividade e influências, demandas do nosso meio social, e hoje não poderia ser diferente. No momento em que enfrento algumas dificuldades íntimas, a família Cariri Cangaço brotou na minha vida como uma planta que estava sendo regada no meu quintal dos sonhos. Então, como explicar o primeiro fruto (sonho) dessa colheita dos dias 22, 23 e 24 de agosto quando ocorreu o II Parahyba Cangaço? Essa é a pergunta que tentarei responder, embora reconheça que nenhum texto abarque todas as emoções que vivi nesses três dias (até porque o passado está morto e não volta nunca mais em sua totalidade), em especial o dia 24 de agosto, dia em que o evento foi sediado na minha querida cidade de Lastro-PB.

Para explicar a colheita tenho que perpassar primeiramente pelo processo de cultivo que teve início no ano de 2011, quando ainda era aluno do 3° ano do Ensino Médio na Escola Nestorina Abrantes (Lastro-PB), na ocasião tive a felicidade de ler o livro: Sangue, Terra e Pó[1], de autoria de José de Abrantes Gadelha. O autor narra a saga do seu avô, o Cel. (coronel) Manoel Gonçalves de Abrantes, de forma romanceada. Esse personagem sempre foi alvo de muitas representações por parte dos habitantes da minha cidade natal, Lastro-PB.
 
Luiz Gustavo, Raimundo Neto e Guerhansberger Tayllor

Na infância, lembro-me que quando meus pais saíam de casa para trabalhar, eu corria para a casa de minha avó paterna (Luiza) e ela carinhosamente como sempre estendia a rede no alpendre da casa convidando-me para dormir. No vai e vem da rede, ouvia estórias dos feitos do Cel. Manuel Gonçalves de Abrantes e de sua fazenda Concórdia, lugar onde nasceu e exerceu o mandonismo local durante a política coronelística (1920-1930). Estórias de cangaceiros, de inúmeros “cabras” e “jagunços” que guardavam a casa do coronel, inclusive um desses “cabras” era meu bisavô paterno, Raimundo Augusto (Ruado Velho), in memorian, que pouco contou sobre suas vivências com o coronel. Segundo minha avó: “muitas coisas ele viu e fez e nunca nos contou”. Até hoje tenho o Fascínio pelo Vivido[2], fascínio esse que me fez querer pesquisar sobre esse tema.
           
Quando li o Sangue, Terra e Pó, todas aquelas conversas tidas com minha avó Luiza retornavam como no exercício de rememoração feito por um jovem que estava prestes a fazer a difícil escolha de qual curso prestaria para o vestibular. Não pensei duas vezes e fiz minha inscrição para o curso de História, no qual consegui ser aprovado e nos primeiros períodos comecei a pesquisar sobre alguns eventos da história da minha cidade. No início do ano de 2013 conheci o professor Francisco Pereira Lima (hoje um dos meus melhores coiteiros) e seu maravilhoso sebo contendo livros de vários temas históricos do Nordeste, principalmente o Cangaço. Esse momento foi muito importante para mim, pois comecei a ter contato e indicações de leituras para iniciar os estudos nessa temática.

 Guerhansberger Tayllor e a sua primeira Conferência no Cariri Cangaço, Lastro 2014
Guerhansberger; sua mãe dona Gerlania Abrantes Sarmento e a avó, dona Luíza

Desde 2012 já conhecia o blog do Cariri Cangaço e sempre tive bel-prazer de participar dos eventos sediados pela família Cariri. Em 2013, ocorreu nas cidades de Sousa e Nazarezinho o I Parahyba Cangaço, na ocasião conhecia apenas o mestre Wescley Rodrigues e o Professor Pereira, mas duas pessoas estavam ali no evento, guardadas como flores despercebidas nos meus olhos. Que ingenuidade! Regadores de sonhos como Iris Mendes e César Nóbrega jamais poderiam ter o brilho humano ofuscado pelos meus olhos. Mas hoje sei o porquê. Ainda não era a hora certa de colher esses dois grandes amigos. Obrigado Iris e César, vocês chegaram no momento em que eu mais precisava! O Lastro só sediou o evento porque vocês pararam para ouvir minhas argumentações e acreditaram no meu potencial. Não preciso destacar o resultado dessa união, o evento fala por si só!

Receber Manoel Severo e a confraria do Cariri Cangaço em minha cidade (até então apagada para o mundo) foi simplesmente um sonho realizado. Foi um dos dias mais especiais da minha vida, pois ali estavam grandes amigos e familiares, em especial meus pais: Raimundo Augusto Neto, Gerlania Abrantes Sarmento, minha avó Luiza (que carinhosamente chamo de “Pris”), meu querido irmão Luiz Gustavo e minha namorada Aretuska Abrantes. Tudo que faço é por vocês. Inclusive, aproveito esse mecanismo para pedir-lhes desculpas pelas ausências nesses últimos meses.  

Também agradeço à minha prima Ana Maria e a minha amiga e eterna professora Joelma Celestino de Paula, que com o apoio da Prefeitura Municipal do Lastro proporcionaram um evento humilde, dentro das nossas limitações, mas grandioso no campo dos nossos interesses em soerguer a história e a cultura da nossa amada cidade.

Visita do Cariri Cangaço na fazenda Custódia em Lastro: Cariri Cangaço Parahyba 2014

Todas essas pessoas foram de suma importância para a realização desse meu sonho, proferir uma palestra no Cariri Cangaço ao lado de estudiosos como Ângelo Osmiro, José de Abrantes Gadelha, Narciso Dias e Otávio Maia. Agradeço a Manoel Severo e aos vaqueiros da história que conseguem extrair sonhos em histórias que tantos sonhos foram perdidos como no mundo do Cangaço. Que o diga os sonhos da família Pereira de Nazarezinho-PB, entre outras. 
Uma das maiores ambiguidades dos estudos do Cangaço hoje pode residir no campo dos sonhos. Mesmo sabendo que os cangaceiros foram bandidos (mas não apenas), muitas das suas façanhas no sertão à dentro na última metade do século XIX e com mais intensidade na primeira do XX, aparecem na identidade dos vários nordestes e na realização de sonhos de curiosos, amantes, escritores e estudantes. Como justificar isso? Para responder, relembro uma conversa da infância, mergulhado no mundo das estórias da minha avó: “quem foi Chico Pereira, vó?”; “– foi um cangaceiro meu filho!”.

Talvez ela nem saiba, mas essa resposta foi a primeira semente do sonho que colhi nesse ano de 2014 no II Parahyba Cangaço com a minha explanação sobre Manoel Gonçalves e Chico Pereira. É inimaginável pensar que hoje sonhos são realizados (como o meu) no berço das tristezas vividas pelas famílias nordestinas no tempo do Cangaço. Para quem acha que estudar o Cangaço é endeusar bandido, aqui pode estar uma resposta contrária. Estudamos o Cangaço para compreender esse momento da História do Brasil, que está ainda tão arraigado na memória e na cultura do povo nordestino, e quando estudamos algo, estamos ganhando conhecimento, e se temos conhecimento, temos o poder para realizar nossos sonhos. Como já apontava Francis Bacon que “o próprio saber é poder”.

Guerhansberger Tayllor
Pesquisador - Cariri Cangaço
Lastro, Paraíba.
[1]  Ver: GADELHA, José de Abrantes. Sangue, Terra e Pó.  Sousa: A União, 1980.
[2]  Sobre o Fascínio do Vivido Ver: ALBERTI, Verena. O fascínio do vivido, ou o que atrai na história oral. Rio de Janeiro: CPDOC, 2003.

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QUE LUGAR É ESTE? ONDE FICA?


Na noite de 29 de Agosto de 1935, após encontros com volantes, tiroteio e fuga, Dadá deu a luz ao seu filho Silvio Bulhões!

QUE LUGAR É ESTE?, ONDE FICA?





Disse o autor do livro "Lampião a Raposa das Caatingas" José Bezerra Lima Irmão:


A chamada "Pia de Corisco" foi onde nasceu Sílvio Bulhões, filho de Corisco e Dadá. Fica num morrote de pedras superpostas. Em cima do morrote existe uma pia, uma espécie de bacia oblonga escavada na pedra, sombreada por outra pedra. Coordenadas geográficas da Pia de Corisco: 9º 35' 02.40" S, 37º
37' 41.50" W.

Alguns autores dizem, erroneamente, que a Pia de Corisco ficaria na fazenda Beleza. Na verdade, fica perto, mas não pertence, nem nunca pertenceu à fazenda Beleza. A Pia de Corisco fica na fazenda Detrás da Serra. 

No dia 27.12.2012, quando eu estava arrematando o meu livro "Lampião - a Raposa das Caatingas", estive na Pia de Corisco em companhia de Cláudio Alves Fontes (Cadim Machado – filho adotivo de João Machado), ex-dono da fazenda Beleza, residente no povoado Caboclo. O autor entrevistou na ocasião o fazendeiro Manoel dos Anjos (Manoel Cajé), atual dono da fazenda Detrá da Serra.

Um abraço aos amigos do grupo CORISCO DADÁ.
José Bezerra
Disse o pesquisador Adalto Silva:


Professor José Bezerra Lima Irmão, no mês de Março, este que vos fala, esteve na fazenda Beleza em companhia de mais dois amigos e um empregador da fazenda, onde fomos levados para esta localidade onde todos afirmam que foi o local que a Dadá escolheu para que seu filho nascesse.

O que ocorreu, é que a fazenda Beleza, tomava uma grande área e foi dividida em várias outras propriedades, lhe digo, que o nosso guia é um antigo morador da propriedade e todos afirmam que este é o local.

O local fica num sítio chamado detrás da serra realmente, e é de propriedade do Sr Mané Cajé. A PIA DE CORISCO antigamente era chamada de PIA DO GATO, lá existe um pequeno riacho, por nome riacho beleza, onde a Dadá cita em livro que o atravessou com água corrente bastante forte!

Agradeço vossa participação!

Adauto Silva !

Fonte: facebook
Página: Corisco Dadá

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O cantor João Mossoró fará show hoje, sábado, dia 04 de Outubro de 2014, no "Mercadão Cadegue"


O cantor João Mossoró fará show  sábado (04-10-2014), no Rio de Janeiro, no bairro Benfica, no  "Mercadão Cadegue". Uma festa portuguesa,  no "Cantinho das Concertinas". 

 
Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções. 

Você que é nordestino e que mora no Rio de Janeiro, prestigie o artista, participando do seu show.

 
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DEPOIMENTO DO FILHO DE CORISCO A CERCA DE SUA CRIAÇÃO PELO PADRE BULHÕES !


1ª PARTE !

A trajetória de minha vida teve lances um tanto anômalas, das demais pessoas em virtude da condição social que fui criado. Como vocês viram a carta que papai mandou me entregando ao padre Bulhões, é uma carta belíssima que denota a grandeza de um pai quanto ao zelo a respeito dos filhos, e o interessante é que ele se interessa pela educação do filho, se interessa pela religiosidade do filho, indicando nossa senhora como minha madrinha e, de uma maneira quase que deselegante, ele faz uma ameaça a quem ele pedia favor..., trate o menino como se fosse o mesmo capitão Corisco, chefe dos grandes cangaceiros, ele se dizia assim, mas na verdade queria que o filho fosse educado e, seguisse uma trajetória totalmente oposta ao que o destino fez com que ele seguisse. De modo que, ao ser entregue ao padre Bulhões, fui criado com esmero, foi montado uma árvore genealógica, absolutamente normal, porque eu tinha a minha querida mãe, a irmã do padre 

Sílvio Bulhões e Maria Angélica Bulhões

Maria Angélica Bulhões, conhecida como Liquinha, eu tinha um pai que era o Eugênio Bulhões, eu tinha avô e avó, a avó era a mãe Sofia a mãe do padre, o avô era um irmão do padre..., eu tinha tios, tia, primos, toda estrutura eu tinha a minha disposição, de modo que surgiu um fato muito desinteressante quando eu comecei a entender de gente, aí na idade dos meus 3 anos, por incrível que pareça, que é quando eu passava e falavam que era filho de Corisco, a minha resposta era com uma palavra de baixo calão que até se admirava uma criança naquela idade saber tantas palavras feias para externar o seu ódio por chamá-lo de filho de Corisco.

Fonte: facebook
Página: Adauto Silva

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