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sábado, 28 de junho de 2014

Viagem ao Passado: A igreja de batismo do cangaceiro Lampião

Por Redação
http://www.faroldenoticias.com.br/site/viagem-ao-passado-capela-da-extinta-vila-sao-franciso-onde-lampiao-foi-batizado-e-que-se-encontra-submersa/

Essa é a capela da extinta Vila São Francisco, antigo distrito de Serra Talhada. A igrejinha foi local de batismo do garotinho Virgolino Ferreira, o cangaceiro Lampião.


Hoje, a vila e a capela estão debaixo de 311 milhões de metros cúbicos de água, submersas pela barragem de Serrinha, construída na década de 90. 

A vila São Francisco existiu como um dos distritos mais prósperos da Capital do Xaxado, com grande tino para o comércio. 

A vila chegou a ter uma feira por semana, onde boa parte dos serra-talhadenses convergia para o lugar para fazer compras.


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O DOIDO E A LUA

Por Rangel Alves da Costa* 

Toda loucura é amiga da imaginação, do voo sem asas, dos espaços etéreos, do mistério e da magia, daquilo que é impossível alcançar. Impossível ao ser humano de mente sadia, principalmente porque este mal sabe caminhar rente ao chão.

Mas para o louco tudo possui uma ponta de possibilidade. E não é à toa que o doido conversa com a pedra, faz amizade com qualquer pedaço de pau, sente verdadeiro encantamento por seres inanimados. E também admira a noite, ama as estrelas e é verdadeiramente apaixonado pela lua.

A verdade é que o doido tem uma relação das mais instigantes, misteriosas e profundas com a lua. A esfera lunar lhe causa um efeito tão profundo que nem a ciência ainda foi capaz de apontar os motivos e a dimensão de tudo assim acontecer. Talvez a lua esteja para o louco assim como o sol está para o sertão: um sempre está no outro.

Mas nem só laivos amorosos a lua provoca no doido, eis que também tem o dom de acentuar-lhe a loucura, de provocar sensações indescritíveis, de fazê-lo querer alcançá-la a todo custo. A lua o atrai, o chama, escraviza, aumenta a loucura e a paixão pelo seu mistério.

Segundo o conhecimento popular, quando a lua está cheia, esplendorosamente iluminada no céu, o louco alcança um estágio que vai desde a letargia à insanidade total. A lua cheia faz o louco ficar mais louco, mais arredio, mais perigoso, mais revelador de suas propensões mais escondidas.

A ficção sempre gosta de mostrar a estranha relação entre a loucura e a lua cheia. Numa novela, por exemplo, um personagem vivia verdadeiramente ameaçado pela chegada da lua cheia. Sua situação ficava tão deplorável que a irmã tinha de mantê-lo trancado numa jaula, sob pena de ser levado pela claridão da noite. Mas acaba não resistindo e é levado pelo feitiço da lua.


Muito tenta se explicar acerca dessa estranha e poderosa atratividade. Na ficção, a lua tem o dom de enfeitiçar, mas a realidade aponta outras possibilidades. Seria amor, seria o despertar de um desejo escondido, ou seria simplesmente a atratividade da lua penetrando e transformando uma mente já fragilizada? Ou seria um daqueles mistérios cuja compreensão humana seria também reputada como loucura? Talvez apenas uma força magnética agindo sobre as fendas cerebrais do louco. Apenas talvez.

Parece que o doido adivinha sua breve transformação. Igualmente ao cágado que sai da toca assim que uma trovoada se aproxima, ou como o cavalo que risca na estrada e não segue adiante quando pressente ameaça na beira da estrada, assim também o louco ante a chegada da lua cheia.

É doido, maluco, insano, mas acentua ainda mais sua loucura. Geralmente fica mais entristecido, cabisbaixo, dialogando consigo mesmo, andando de lado a outro como alguém que ansioso espera um acontecimento. Mas nada mais que a lua, que mesmo ainda escondida no céu já começa a provocar reações. E aos poucos tais reações se transformam em verdadeira agonia.

Quando a noite chega e a janela é aberta, logo o louco será avistado olhando pra cima, aflito, nervoso, tomando de espanto e de desejos estranhos. E a lua impiedosa, talvez percebendo aquela dolorosa situação, parece se avolumar ainda mais e se aproximar imensa, toda inteira, daquela janela.

Ninguém sabe o que se passa na mente do louco nestes momentos terrivelmente misteriosos. Ninguém sabe se o magnetismo da luz do luar penetra e torna em rodopios a mente frágil ou se aquela auréola dourada vai trazendo um encantamento arrebatador. Talvez nem o próprio doido saiba distinguir o que realmente sente naquele momento.
Mas a verdade é que se espanta, se encanta, delira, extravasa. E no ápice da transformação, talvez o amor esteja misturado à dor, talvez a paixão venha misturada à angústia de tanto querer e não poder alcançar.

E é por isso que grita, que ergue os braços, que quer voar. E voa. Não sai do lugar, mas voa. E passa a noite inteira voando, até que a manhã o encontra sorridente. Ou mesmo com feições crispadas de sofrimento. Ninguém sabe. Somente a lua.

Poeta e cronista
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MELHOR IDENTIFICAÇÃO DA FAMÍLIA DE LAMPIÃO, EM FOTO FEITA EM JUAZEIRO, NO INÍCIO DE MARÇO DE 1926.


IDENTIDADES: 1- Zé Paulo, primo; 2 -Venâncio Ferreira, tio; 3 - Sebastião Paulo, primo; 4 - Ezequiel, irmão; 5 João Ferreira, irmão; 6 -Pedro Queiroz, cunhado (casado com Maria Mocinha, que está à sua frente, sentada); 7- Francisco Paulo, primo; 8- Virgínio Fortunato da Silva, cunhado (casado com Angélica) 9 - ZÉ DANDÃO, agregado da família. SENTADOS, da esquerda para direita: 10 - Antônio, irmão; 11-Anália, irmã; 12 - Joaninha, cunhada (casada com João Ferreira); 13 -Maria Mocinha, ou Maria Queiroz ,irmã; 14-Angélica, irmã e 15 - Lampião.

Dos nove irmãos da família Ferreira, dois estão ausentes nesta foto: LEVINO, que morrera no ano anterior, 1925, no sítio Tenório, Flores do Pajeú/PE, em combate contra as volantes paraibanas dos sargentos Zé Guedes e Cícero Oliveira. E VIRTUOSA, que, sinceramente, não sei dizer se simplesmente não quis aparecer na foto, ou já era falecida.

Élise Jasmin afirma no seu LIVRO CANGACEIROS, que esta foto foi feita por Lauro Cabral de Oliveira, que dividiu então com Pedro Maia, a fama de fazer as fotos de Lampião, bando e familiares em Juazeiro, Março de 1926.

José Bassetti

O escritor e pesquisador do cangaço José Sabino Bassetti disse:

" - Olá!!! O último em pé à direita, o número 9, é Zé Dandão, agregado da família. Nessa época os três primos de Lampião, ou seja os irmãos José, Francisco e Domingos Paulo, viviam na fazenda de Antonio da Piçarra, sob o olhar protetor do padre Cícero. Mas estamos falando somente daqueles envolvidos nas primeiras pendengas. Claro que haviam muitos outros primos".


O pesquisador Francisco Jose De Lima Tico disse: 

" - Legal! Muito bom! Tem um único primo que vive em Serra Talhada, no Estado de Pernambuco. É o Luis Paulo. Essa é boa! Zé Paulo morava no Estado de Minas Gerais. Tinha ainda Antônio Norberto, Alfredo Cândido Anjo... era cerca de trinta primos de primeiro grau, filhos de Manoel Ferreira e Naná Ferreira”.

Fonte: facebook

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Três cangaceiros de Lampião


Fonte: facebook
Página: Rubens Antonio.

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Preliminares de Mossoró O Ouro dos Cangaceiros para Yolanda

por Rostand Medeiros

Recentemente estava realizando um trabalho de pesquisa histórica para o SEBRAE-RN, que consistia em buscar informações sobre uma determinada cidade do interior do Rio Grande do Norte. Utilizava como uma das fontes de pesquisa uma série de fotografias que tirei das páginas já amareladas e frágeis, de velhos jornais potiguares arquivados na hemeroteca do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

 Coronel Antonio Gurgel, filho e esposa

Buscava informações relativas ao crescimento demográfico, questões políticas, fatos relativos à história desta urbe e outros fatos. Observava as fotos atentamente, quando uma manchete me chamou a atenção. Impresso no extinto jornal “A Republica”, na edição de 8 de outubro de 1933, um domingo, temos uma matéria de página inteira, com o destacado título “A História de um Cangaceiro”. Evidentemente que parei e comecei a ler este material atentamente.

O artigo é assinado pelo respeitado advogado Otto de Brito Guerra. Este era sobrinho do coronelAntônio Gurgel do Amaral, (foto em família) o mesmo que foi capturado por membros do bando de Lampião quando este seguia comandando, em julho de 1927, um grupo de cangaceiros para o famoso ataque a Mossoró.

Diante desta privilegiada aproximação através do parentesco, o autor relata em seu artigo as diversas agruras que seu tio passou. É descrito como o parente foi capturado, do valor exigido pela sua libertação, do ataque fracassado do bando a Mossoró, do carteado que utilizava munição de fuzil como fichas e outros pontos. Muito do que Otto Guerra comenta neste artigo, foi fartamente pesquisado e divulgado ao longo dos anos, por diversos pesquisadores que se debruçaram na tentativa de conhecer mais em relação ao famoso combate na terra de Santa Luzia e a controversa figura de Virgulino Ferreira da Silva.

Conforme seguia lendo, não encontrava nenhuma informação nova sobre a permanência do coronel Gurgel em meio aos cangaceiros. Mas aí o autor comenta sobre a figura do “cabra” chamado Luís. Este jovem cangaceiro paraibano, um tipo alto, magro e moreno, era afilhado do famoso e famigerado Sabino, o violento braço direito de Lampião e por esta razão era conhecido como “Luiz Sabino”. Dizia que havia entrado no cangaço no dia que seu padrinho realizou um “trabalho” para um potentado do sertão da Paraíba e daí não parou mais.

Em um dia quente, ainda prisioneiro no Ceará, em meio às muitas cogitações sobre o seu destino, o coronel Gurgel percebeu o jovem Luís Sabino andando um pouco mais afastado do resto dos companheiros, de cabeça baixa e pensativo. Entretanto, ao procurar dialogar sobre o seu passado, o coronel Gurgel percebeu que não parecia haver uma boa receptividade por parte do jovem cangaceiro e logo ele buscou desviar o assunto. Em meio a conversa, Luís perguntou:

- O coronel tem família?

- Tenho sim, pai, mãe, filhos... E até uma netinha...

- Já têm netos?

- Tenho.

Otto Guerra escreve que Luís Sabino fitou o prisioneiro uns instantes, daí abriu uma bolsa, “dessas arredondadas, cheias de compartimentos, o couro artisticamente bordado, que o sertanejo nordestino conduz a tiracolo”. Dela tirou um papel amarelado e entregou ao espantado coronel, uma reluzente moeda de ouro, da época do império brasileiro.
- Tome coronel, quando se livrar daqui dê a sua netinha.

- Ora Luís, isso vale muito. Guarde.

- É... Já me falaram em sessenta mil réis. Porém eu sei que coisa de bandido não vale nada não... Tome.

Daí o jovem cangaceiro saiu cabisbaixo.

O coronel Gurgel relatou ao autor do artigo que o jovem cangaceiro, apesar de viver entre homens que tinham como característica comum à violência, a brutalidade e, além de tudo, ser afilhado logo de Sabino, era um membro do bando que estava sempre próximo aos prisioneiros levados, era extremamente atencioso e muitas vezes buscou de alguma forma amenizar as agruras dos cativos. Na famosa foto que registra o bando de cangaceiros de Lampião e os prisioneiros em Limoeiro do Norte, Ceará, obtida no dia 16 de junho, entre os membros listados pelo famigerado Jararaca, o cangaceiro que aparece com o número “31” grifado acima do chapéu de aba quebrada, foi apontado como sendo “L. Sabino”. Na época que listou os companheiros na famosa foto, Jararaca era então prisioneiro na cadeia de Mossoró e pouco tempo depois foi morto de maneira cruel e covarde pela polícia local.

Esta pequena história, simples, sem sangue nem disparos de fuzis, mostra um outro lado de um bandoleiro que vagava pelos sertões, em meio a um grupo que vivia do saque e do roubo. Mas que em um certo momento, teve o total desprendimento pelo vil metal e mostrou um aspecto diferente do que normalmente é apresentado em relação e estes homens, que Frederico Pernambucano de Mello chamou de “Guerreiros do Sol”. E todo este fato contado através de uma reportagem escrita a setenta e seis anos atrás, por um dos mais respeitados juristas potiguares.

Entretanto...

Sabemos pela descrição feita pelo próprio Antônio Gurgel do Amaral, em seu famoso diário, onde ele narra os vários dias de sofrimento junto a Lampião e seus homens, que o mesmo criou certos laços de amizade com o cangaceiro conhecido como “Pinga Fogo”. Gurgel descreve-o como um “rapaz de 24 anos, alvo, muito simpático, maneiroso”. Terminantemente não se encontra nenhuma linha sobre Luís Sabino.


Sabemos igualmente que no livro do conceituado médico Raul Fernandes, “A marcha de Lampião – Assalto a Mossoró”, na página 264, da 3ª edição, através de um relato da senhora Yolanda Guedes, (a criança na foto acima) dita neta do coronel Gurgel, que informou ter o seu avô recebido do próprio Lampião não uma, mas duas moedas de ouro de libra esterlina e lhes deu as moedas de presente. Foi uma suprema deferência, feita não por um cangaceiro qualquer, mas pelo próprio chefe caolho, que gentilmente regalou a netinha do seu sofrido sequestrado com estas duas reluzentes lembranças. Ademais as duas brilhantes peças metálicas nem eram da extinta realeza tupiniquim, mas da suntuosa casa real Britânica.

Raul Fernandes afirma que Yolanda Guedes lhe concedeu estas informações em uma entrevista ocorrida no Rio de Janeiro, em 1971. Mas daí vem outra questão...

E agora, em quem acreditar?

Raul Fernandes e Otto de Brito Guerra, já falecidos, eram naturais de Mossoró, oriundos de famílias tradicionais, foram consagrados professores nas suas respectivas áreas na UFRN, pesquisadores, escritores e durante suas vidas desenvolveram muitas outras atividades interessantes. Se para estes dois iluminares das letras potiguares, homens consagrados no meio intelectual da terra de Felipe Camarão, contemporâneos ao ataque de Lampião a Mossoró, existe uma pequena divergência ao contarem sobre a história da “visita” do “Rei do Cangaço” ao nosso estado, imaginemos então os que buscam conhecer mais deste assunto oitenta e dois anos depois dos fatos.

Otto de Brito Guerra - In Memorial do Ministério Público do RN

Na verdade, tudo que envolve este tema, tão calcado em referências orais, onde em determinados momentos, vítimas e perseguidores, apaixonadamente se engalfinharam para fazer prevalecer suas versões dos acontecimentos, escrever sobre o cangaço é sempre um terreno escorregadio e perigoso para quem o adentra.

E ainda temos a figura dos ditos “intelectuais” tão desejosos dos holofotes, das adulações baratas, das bajulações desmedidas, que escrevem livros que foram produzidos praticamente sem nenhuma pesquisa de campo. Ou ainda dos autores que se digladiam em querelas bobas e estéreis, sobre temas tão pequenos e inúteis, como o que acabei de aqui relatar, em um afã de superioridade desnecessária.

Eu tenho a minha hipótese para o caso das moedas; o coronel Gurgel era uma pessoa tão especial, tão interessante, que não recebeu nem uma e nem duas moedas de ouro dos cangaceiros, mas três. Uma de Luís Sabino e duas de Lampião, uma brasileira e duas inglesas. Daí, se esta hipótese for correta, talvez o coronel Gurgel seja o primeiro caso de um sequestrado que, ao invés de pagar o resgate pela sua liberdade, voltou para casa ganhando presentes na forma de moedas de ouro dos seus algozes.

De repente, cada um pode criar a sua versão.....

Um abraço a todos,
Rostand Medeiros

Rostand Medeiros é historiógrafo e pesquisador do cangaço 
http://tokdehistoria.com.br/

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/12/o-ouro-dos-cangaceiros-para-yolanda.html

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Coiteiros de Lampião


O cangaceiro, atendendo o chamado do Dr. Floro Bartolomeu da Costa, grande amigo do Padre Cícero, uma espécie de braço armado do líder juazeirense, adentra em Juazeiro em 1926 com intuito de alistar-se no Batalhão Patriótico a fim de combater a Coluna Prestes. Por esses tempos a Coluna vinha adentrando no sertão nordestino.


Por motivos de saúde o médico baiano Floro Bartolomeu não se encontrava na cidade, sendo o cangaceiro e seu bando recebidos pelo Padre Cícero. O desenrolar dessa história culmina com a famosa patente de Capitão do Batalhão Patriótico outorgada ao famoso cangaceiro.

O rei Lampião

O grande respeito e admiração que Lampião nutria pelo Padre Cícero de Juazeiro advém também do amparo que o reverendo cearense dava a sua família refugiada no Juazeiro. Fatos facilmente comprovados pelas fotos tiradas na cidade em 1926, mesmo ano da visita dos cangaceiros.

Padre Kherle

Durante 16 anos o padre Kherle foi vigário na terra natal de Lampião. O cangaceiro devotava-lhe grande admiração e respeito, sempre o obedecendo. Foto de 1919 quando foi pároco em Arcoverde, no Estado de Pernambuco.
Fonte: facebook
Página: Paulo George

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