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quarta-feira, 21 de maio de 2014

A QUEM CABE ORIENTAR A POPULAÇÃO?

Por Clerisvaldo B. Chagas, 21 de maio de 2014 - Crônica Nº 1.193

Três problemas ainda não resolvidos maltratam a nossa qualidade de vida, afora outras coisas amplamente denunciadas. Caçambas, carroças, caminhões e carro de boi ainda circulam pelas ruas da cidade, transportando areia, sem lona protetora, emporcalhando ruas, bairros e centros de Santana do Ipanema, a capital do sertão alagoano. Ao mesmo tempo em que almejamos uma cidade limpa e civilizada, indagamos quais são os órgãos responsáveis pela defesa do povo e contra essa afronta à população. O leitor saberia responder?

Foto: Blog do Sydney Silva.

No momento em que muitos outros lugares já estão orientando os seus habitantes a recolherem o óleo usado de cozinha, continuamos capengando. Todo o óleo de cozinha, em Santana do Ipanema, após o uso, vai escorrer pelas pias e poluir mais ainda o rio Ipanema. Você sabe, amigo, quais os órgãos responsáveis do governo municipal que deveriam nos orientar e providenciar isto? Dê um palpite?

Por último, somente para falarmos sobre esses três problemas, o que o cidadão santanense faz com as pilhas usadas? Sabe não? Joga-as no lixo e que vão para o lixão do povoado Areias Brancas ou diretamente no rio Ipanema, riacho Camoxinga e Salgadinho, para falarmos somente da sede municipal. E você sabe qual o órgão responsável pela orientação de como se livrar das pilhas usadas? Adivinhe!

Vamos, caros santanenses, gritar, berrar aos responsáveis pelos direitos a que todos nós temos por melhor qualidade de vida. População calada é população morta, pasto fácil para os que têm compromisso apenas com o bolso e a vassalagem. Desperta Santana, dessa torpeza de apenas pão e circo! Vamos marchar juntos apontando a quem cabe resolver e ORIENTAR  A POPULAÇÃO.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2014/05/a-quem-cabe-orientar-populacao.html

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PALAVRAS QUE SE REPETEM, ESPERANÇAS QUE SE RENOVAM

Por Rangel Alves da Costa*

Já perto do entardecer, quando o sol vai descambando para pintar o horizonte de vermelhidão de fogo, dois amigos, dois velhos sertanejos, se encontram debaixo do pé de pau, na malhada do pequeno sítio, para assuntar o que vai ser tecido em proseado.

Aquele grande e vistoso juazeiro, sempre imponente que chova ou faça sol, vem testemunhando proseados de gerações a gerações, das raízes mais distantes daquela gente sertaneja. E espera contente a chegada dos vizinhos para as conversas que não mudam muito desde os tempos distantes.

Os amigos sertanejos, de uma geração já mais envelhecida, com feições já marcadas pelas lutas debaixo de sol e lanhos nas lides de cada dia, chegam vagarosos, sem pressa, trazendo chapéu de couro na cabeça, alparcata de couro cru e olhar sempre esperançoso. E logo miram o horizonte antes de qualquer palavra.

Fazem assim porque no horizonte está o assunto mais importante, aquilo que sempre falam e lançam todas as esperanças. Eis que por ali não há assunto mais interessante que sol e chuva, que estiagem e trovoada, fome e sede e esperança de salvação. E tudo dependendo da formação do horizonte, na ânsia de avistar nuvens carregadas e o pão da salvação em forma de pingo d’água.

E no jeito tão próprio de falar, com palavras matutas cheias de verdades, vão tracejando um linguajar até estranho ao da cidade grande, mas que compreendida pelo homem, pelo bicho e pela própria terra. E vão vaqueirando expressões:


“Pois é, cumpade. A terra moiô e bem na chuvarada passada. Mai tudo tão esturricado, com lanhura na terra de dar medo em cobra, as aparença dagora é que nem chuvarou. As entranha chuparo as água todinha e pur riba restou uma moiaçãozinha de nada, coisa tom miúda que num dá nem pá calango se abeberrá...”.

“Mai do jeito que tava, cumpade, num era pá ser deferente. Mai de ano sem chuvará, cum a terra perdeno as força, tudo virano peda ou lascano de sequidão, entonce num era pá uma chuvarada de relepão cair e já deixar a terra com moiação. Oiando agora pá barra, avistano as nuve meio empretecida, gorda, e caminhano pru lado de cá, entonce só resta esperar que venha chuva de trovoada, forte, sem dó de cair nem de escorrer mataria adento. E que fartura, cumpade, que graça do bom Deus Nosso Sinhô e do santo Pade Padim Ciço Rumão, nosso pai que tá em riba pá portege toda gente da terra sufrida...”.

“Mermo sem uví trovão ou ver relampo riscano no céu, a barra num quer dizê outa coisa. Mai num tenho nem mai certeza, cumpade. Adespois de tanto tempo sem trovoada, sem ver pé-d’água cair cum força, nem sei mai pá que santo vou pagá pormessa primero. Me apeguei dum jeito a Frei Damião que os outo santo ficaro desconfiado, tenho certeza. Se a chuvarada cair e a semente vingá, a primeira espiga de mio que embonecar vai ser pá pagar pormessa. Mai acho que nem a primera coieta vai dá pá tanto santo que me apeguei. Sem falar na muié, que dixe que vai derramá pru riba do oratório a primera cuia que encher...”.

“Tomem fiz munta pormessa cumpade, tomem me apeguei a todos os santo. Mai sempre Jesus Cristo Nosso Sinhô em primero lugar. Mai tomem sei que os santo ai de perdoar nossas faia. Os santo ai de entender que percisamo primero encher o bucho da meninada, botar água na moringa, ter o pão pru riba da mesa. E ai de perdoar tomem pruque eles mermo sabe da dor e do sofimento que nóis passou e aina passa. Só mermo teno munta esperança pá surportar o que nóis suporta, nesse mundão de meu Deus sem uma gota d’água, ouvino choro de bicho e de gente, vendo as costela dispontar ossuda e nadica poder fazer. A ajuda é de Deus e dos santo, mai a chuvarada que caia é do merecimento do homem...”.

“Principarmente do sertão, cumpade. Principarmente da terra...”.

E assim as tardes chamam o anoitecer. Os olhos continuam mirando os horizontes, as esperanças permanecem em cada coração. E lá no casebre, após acender o candeeiro, a lembrança de se ajoelhar novamente aos pés dos santos e mais uma vez implorar que os trovões comecem logo a roncar e chuvarada a cair para a salvação da vida. Da vida sofrida sertões adentro.

Poeta e cronista
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Convite de Fundação da ALJG


Prezados amigos e amigas,

A Academia de Letras do Jaboatão dos Guararapes se sentirá honrada com sua presença na solenidade de fundação e posse da sua primeira diretoria, no próximo dia 06 de junho, às 19h, no plenário da Câmara de Vereadores de Jaboatão (segue endereço no convite).

Atenciosamente,

Natanael Lima Jr
Comissão Executiva da ALJG

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Os cangaceiros Jitirana e Sofreu.

Por José Mendes Pereira

Grande pesquisador Antonio de Oliveira, veja que a gente não sabe de quase nada sobre "cangaço". O estudo "Cangaço" é vasto e precisamos estudá-lo com muito cuidado, isto no intuito de sabermos mais um pouco sobre ele.

Eu já conhecia o cangaceiro Jitirana apenas pelas suas façanhas, corneando alguns cangaceiros, e pelo seu nome, mas sua foto eu nunca tinha visto. Talvez, não sei, eu tenha visto e não me lembro. 

O outro cangaceiro nem o seu nome eu tinha ouvido falar. Esta é a primeira vez que estou tomando conhecimento que existiu um famoso cangaceiro chamado "Sofreu". 

Se nós analisarmos o que aprendemos durante todo este tempo que estudamos o "cangaço", é possível que ainda não atingimos 10% de conhecimentos. Mas se pararmos, nunca chegaremos aos 20% ou 30%.

É assim mesmo que o estudo "Cangaço" caminha bem, uns trazem fotos, outros trazem entrevistas, outros histórias fantásticas, e assim todos vão montando a literatura lampiônica (cangaço) para deixarem para as futuras gerações. 

Parabéns ao pesquisador Sérgio Roberto pelas fotos que nos presenteou em sua página, no facebook. Sei que não só eu, mas muitos estudiosos do cangaço que ainda não conheciam o cangaceiro "Sofreu", tem o maior prazer de guardá-la em seu acervo.

Fonte: facebook

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Fogo da Lagoa do Lino... Ecos no vento.

Por Rubens Antonio

Depoimento de Jardelina do Nascimento Araújo:


"Sou mais nova que tudo isso, mas os meus pais e meu tio contaram tudo o que aconteceu para mim... É que não só eu me interessei, como eles falavam muito daquilo tudo que foi excepcional... Agora, aqueles velhos já estão mortos e estes jovens, que vieram bem depois de mim, nem sabem de nada... Alguns, aqui, pensam até que cangaceiro é nome de passarinho... ou é só folclore... A coisa era tão séria que a gente daqui tinha até medo de falar de tudo aquilo até pouco tempo atrás... Mas, agora, tem já tanto tempo... A gente mais velha achava que tinha algum perigo... Mas isso já passou pra quase todo mundo... Tem gente que ainda nem sei se tem medo, mas fica meio ressabiada.
Meus pais disseram que tudo começou com a chegada umas pessoas que batiam e matavam... Ninguém sabia direito quem eram... Só sabiam isso... Que eram sete. Que eram pessoas esquisitas que batiam e até matavam outras pessoas... E isto deixava todo mundo assim muito confuso... É dinheiro? Não tem dinheiro? Apanha. Tem? Apanha também. Então não é dinheiro? Qualquer coisa apanha! Davam muita pancada de palmatória. Era tanto bolo nas mãos que nem conta. Ficavam pretas de pancada.
Ninguém sabia de certo o que estava acontecendo... só que tinha que evitar essas pessoas e fugir... fugir, quando elas chegassem...  se não desse, tinha que atender o que eles queriam... O que eles pediam... E isso espalhou como um horror... As pessoas fugiam pros matos...

Sede da Lagoa do Lino

E chegaram aqui perto... ali na sede da Fazenda Lagoa do Lino, que daqui dá pra ver... É aquela que tem gente agora chamando Santa Mônica... mas desse outro nome não sei... Só uso mesmo como o pessoal todo o nome Lagoa do Limo, desde sempre...
Aqui era tudo bem diferente... Estas estradas de chão não eram estradas... Eram caminhos entranhados assim, nas caatingas... Tudo vereda... E as casas eram todas de madeira cobertas de palha... A sede mesmo da Lagoa do Limo era uma casa de palha...
E os sete... Eram sete cangaceiros... Quem os viu disse que andavam sempre com muita pressa... Andavam muito rápido prá lá e prá cá...
Eram muito brabos, mas não soube eles não usaram as mulheres... Sei que chegaram e foram ali na sede da Lagoa do Limo... Depois foram para a baixada... Meu tio João viu eles descendo lá pra baixada... Quase passou por eles, Acho até que se viram, mas eles não fizeram nada...
Agora, quando passaram pela Nega Véia... Ela me contou as coisas que conto agora... Não sei o nome dela... Acho que era Maria, mas não sei mais... Ela era bem menina na época, e topou com eles... Eles perguntaram se ela podia trazer água... E a gente daqui sabia que tinha que obedecer a eles, senão era morte certa...
O que eu mais lembro o nome, o Azulão, perguntou pra ela que cabelo curto era aquele... Que o certo era andar de cabelos compridos... e que ela podia morrer por causa disso... Ele disse:
– Você com esse cabelo cortado... Olha que eu vou é lhe matar!
Mas eles deixaram ela ir, porque queriam ela viva pra buscar a água.
- Se você for buscar água pra gente a gente deixa você viva!
Então ela foi buscar a tal da água... Tava indo buscar com um pote. Mais pra cima, ela topou com os homens que vinham atrás deles... Eles perguntaram a ela se ela tinha visto uns homens diferentes por ali, e ela disse:
– Lampião tá lá em casa...
Ela estava com medo de morrer... E eles disseram pra ela que podia descer e levar a água pra eles... E ela foi...E ela viu quando o chefe dos homens foi seguindo ela com os outros. E como ele, quando estava chegando perto, ficou mais pra trás, e mais abaixado... E ele se ergueu atrás de um pé de pau... E como os outros foram se abaixando e aproximando... E se arrastando... Nega Véia me disse que viu quando o chefe bateu o pé, como sinal, e rompeu o fogo... Então, começou aquele estouro... Ela se jogou no chão, senão tava mortinha...
Daqui lá é longe uns quinhentos metros, mas meus pais e meu tio ouviram tudo direitinho... E as balas zuniram aqui por cima, e minha mãe, Alexandrina Maria do Nascimento, desesperada... Todo mundo se jogou no chão... E meu pai, José Umbelino do Nascimento, disse:
– Agora pronto! O Mundo acabou–se!
E foi muito tiro, por muito tempo. Tiro mesmo. Tiro que passava aqui por cima. Zunia. Ziu! Pá! Pá! Pá! Pá! Ziu! Minha mãe até ainda colocou a mão no coração, quando contou pra mim, tanto tempo depois.
A luta foi só ali embaixo não. Rodou até outros cantos. Era muito medo.
Quando acabou toda aquela alaúza, ficou muito quieto... Não se ouvia nada... Nem pio de ave... Nada... Meu tio João Ribeirão da Silva, então, que era de coragem, levantou e foi caminhando para lá, para a baixa.
Cruzou com os homens voltando carregando as cabeças deles.
Ele foi até lá e viu o que viu o que sobrou... Tiraram quase todas as roupas do mortos... Estavam lá, sem as cabeças e pinicados...  Tinha tanto sangue ali...
Dos sete, três haviam conseguido fugir.
Outras pessoas chegaram e também viram os corpos sem cabeça... Estava tudo acabado. As plantas todas retalhadas de tiro... Um fuzuê...
Meus pais disseram que depois souberam, pelo homens, que os que morreram eram o que atendia por Azulão, um tal de Canjica, a Maria Bonita e um que não sei o nome...
Hoje em dia, a polícia mata e coloca a arma na mão pra incriminar, mas esses não... Nem precisava. Eram brabos mesmo... Reagiram e mandaram bala... Disseram, os que eram dos homens da polícia que viram e contaram pros daqui da terra, que essa Maria morreu de arma na mão... Caiu morta e não largou o revólver... Lutou até o fim...
Os corpos não foram enterrados não... Ficaram lá apodrecendo... Comida de urubu...
Tinha um cachorro aqui que passou um bom tempo indo até lá e comendo deles... Disseram que ele estava mais gordo que antes por isso... Então, foi certo que os cachorros todos daqui das redondezas começaram a engordar. Nunca seu viu, nesta vida, eles tão gordos. Também... Comeram tudo que ficou...
Daqui mesmo, meus pais viam os urubus todos os dias... E os ossos foram se espalhando... perdendo... porque o mato também come o que fica. Sobrou nada... Não apareceu ninguém que desse sepultura não... Até que tudo acabou. Só ficou o medo de que os companheiros deles, que escaparam, voltassem pra se vingar da gente daqui..."

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

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João Mossoró - Cantor


Começou a carreira artística em 1958, quando fundou com seus irmãos Oséas Lopes e Hermelinda, o Trio Mossoró. Dois anos depois, o trio foi apadrinhado por João do Vale, e, por ele, foi levado para a gravadora Copacabana. Ao todo, o Trio gravou uma série de doze LPs.

Em 1972, o Trio Mossoró gravou "Pequiniquê", com Abdon Santos, no LP "Transamazônica o paraíso da esperança", lançado pela gravadora Copacabana.

Em 1974, teve a música "Despedida" gravada por Carlos André, no LP "O apaixonado", da gravadora Beverly.

No mesmo ano, compôs com Oséias Lopes, a "Homenagem a Messias Lopes"; com Gebardo Moreira, "Ponte Rio- Niterói" e "Por amor demais", e, ainda, com Abdon Santos, o forró "Caçador de Sumaré" gravadas pelo Trio Mossoró, no LP "Praça dos seresteiros".
Em 1975, "Canto de amor", com Sérgio Moreira foi gravado pelo Trio Mossoró, no LP "Forró do velho Inácio". Dois anos depois, "Despedida", com Oséias Lopes, e "Só recordando", com Jorge W. Porreca, foram gravadas pelo Trio Mossoró, no LP Forró do mexe mexe".

Em 1978, o cantor Bartô Galeno gravou "Iza", parceria com João Mossoró, no LP "Só lembranças".

No ano seguinte, "Como é triste saber", parceria de João Mossoró com Ivan Peter, e "Somos dois apaixonados", com Bastinho Calixto foram gravadas por Ivan Peter, em LP Tapecar.

Ainda em 1979, Carlos André gravou "Entre quatro paredes", com Jacinto José, no LP "O apaixonado- volume 6".

Trio Mossoró - Hermelinda Lopes ladeada pelos irmão João Mossoró e Carlos André

Em 1981, com a dissolução do Trio Mossoró, passou a seguir carreira solo. No mesmo ano, lançou, pela RCA Victor, o compacto simples "De dois em dois".

Em 1985, fez uma participação especial no disco "Forró verdadeiro", lançado pela Chantecler, por sua irmã, a cantora Hermelinda, com quem cantou junto as faixas "A lhe procurar", de sua autoria, Bastinho Calixto e Zé Ramos, e "O adeus de quem tanto amei", de Bastinho Calixto, Reginaldo Régis e Camarão.

Em 1986, o forró "A lhe procurar", com Bastinho Calixto e José Ramos foi gravado por Hermelinda, no LP "Forró verdadeiro". Em 1993, Carlos André gravou "Tonelada de forró", com Bastinho Calixto e Oseinha, no LP "Para recordar e xamegar", lançado pela gravadora CID.

Em 1998, gravou, de forma independente, o CD "Um canto de amor", no qual interpretou obras de sua autoria como "Aplausos pro meu coração", com Bastinho Calixto, "A lhe procurar", com Bastinho Calixto e Zé Ramos, "Liberdade ou servidão", com Fernando Santos, "Minhas janelas", com Fernando Santos, "Monaliza", com João Silva, "Volta pra casa amor", com Bastinho Calixto, e "Não tenho culpa de nascer assim", com João do Vale.

Em 2003, lançou o CD Maré cheia" no qual incluiu músicas de Luiz Vieira, Waldir Machado, Herivelto Martins e Geraldo do Norte, entre outros.

Em 2004, lançou o CD "O mito e a arte de Luiz Gonzaga", no qual homenageou o Rei do Baião, disco que mereceu todo um programa (2 horas) da série "Ricardo Cravo Albin convida" transmitido aos domingos e 2ª feiras pela Rádio MEC. Nesse disco, interpretou "A volta da asa branca", "Lascando cano", e "Algodão" de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, "Penera o xerém", "Dezessete e setecentos" e "Quer ir mais eu vamo", de Luiz Gonzaga e Miguel Lima, "Roendo unhas" e "Retrato de um forró", de Luiz Gonzaga e Luiz Ramalho, "Danado de bom", "Vou te dar um cheiro", "A acácia amarela", com João Silva, "Baião de Vassouras", de Luiz Gonzaga e David Nasser, "Marcha da Petrobrás", de Luiz Gonzaga e Nelson Carvalho, "Buraco de tatu", de Luiz Gonzaga, "Juazeiro", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira e "De Terezina a São Luiz", de Luiz Gonzaga e João do Vale, entre outras. 

Em 2012, lançou o CD "Conexão Nordeste - O Arauto das Raízes Nordestinas", produzido por ele próprio. Com músicas de Chico Salles, Gonzaguinha, Nando Cordel, Dominguinhos, Luiz Gonzaga, entre outros. 
Entre 2012 e 2013, lançou mais dois discos, produzidos por ele mesmo, mantendo o estilo tradicional de sempre.

Adendo - José Mendes Pereira

João Batista de Almeida Lopes ou nome artístico João Mossoró nasceu na cidade de  Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, no dia 15 de Janeiro de 1947. Filho de Messias Lopes de Macedo e Joana Almeida Lopes. Dos dezesseis filhos do casal quatro se destacaram no universo da música: Carlos André, Hermelinda Lopes, o seresteiro Cocota e o João Mossoró. Exceto o Cocota, os três artistas continuam fazendo shows por este Brasil a fora.

O cantor João Mossoró faz shows no 1º.  sábado de cada mês, no Rio de Janeiro, no bairro Benfica, no "Mercadão Cadegue". 

http://www.dicionariompb.com.br/joao-mossoro/dados-artisticos

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Capitão Arlindo Rocha e o soldado Adrião


Do acervo do Governador do Sertão


Primeiro da esquerda é o soldado Adrião que foi assassinado juntamente com os cangaceiros na madrugada de 28 de Julho de 1938m na Grota de Angico, no Estado de Sergipe. 

Esta foto pertence ao acervo do professor e escritor Antonio Vilela de Souza de Garanhus, Pernambuco, doada pelos familiares do soldado.

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Tenente João Gomes de Lira

Foto: Kiko Monteiro

Nascido em 13 de julho de 1913 na Fazenda Genipapo, distrito de Nazaré do Pico – Município de Floresta/PE, viveu ali parte de sua vida. Ingressou na Polícia Militar do Estado de Pernambuco em 16 de Julho de 1931. Com dezessete anos de idade integrou na volante que tinha como comandante o Cel. Manoel Neto que perseguia Virgolino Ferreira da Silva, o "Lampião".

Depois do fim da campanha contra o cangaço, foi destacar nos municípios de: Afogados da Ingazeira, Iguaracy, Tabira, Carnaíba e Flores todas cidades do interior pernambucano, onde foi delegado de polícia. Foi várias vezes ouvido pela imprensa para contar relatos da luta dos seus conterrâneos contra o bando de Lampião.

Enquanto vereador de Carnaíba, João Gomes de Lira escreveu este livro, narrando sua vida e suas andanças em busca de cangaceiros. A primeira edição foi impressa em único volume e lançada no Recife, em 1990, pela Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco e Companhia Editora de Pernambuco.


Maria Clara Lira, neta do tenente João Gomes de Lira.

João Gomes de Lira faleceu no dia 04 de Agosto de 2011, na cidade do Recife, depois de complicações de saúde que resultaram na sua morte, aos 98 anos.

A sua versão dos acontecimentos, estão publicados agora em dois volumes, somando 700 páginas.

Acompanhando uma troca de comentários num portal de noticias da região do Pajeú percebi que contestava-se a real participação do militar nas trincheiras contra Lampião. A mim (e certamente a outros companheiros), em visita realizada em 2007 o Ten. João Gomes foi enfático em dizer que só esteve diante do Rei do cangaço "uma única ocasião".
Foi no dia 6 de setembro de 1931 na Fazenda Aroeira, perto do povoado Riacho (hoje município de Paulo Afonso). Manuel Neto era o tenente e David Jurubeba, o sargento. João Gomes um novato, recém-alistado. Não teve sucesso no combate porque seu fuzil apresentou um problema. [1]

E que nunca matou cangaceiro nenhum, e não há nada que o contradiga nas páginas do livro, mas que alguns pesquisadores (tomados pela emoção de estar diante de uma personagem viva) propagaram por conta própria que ele era tão valente quanto Mané Neto.

Fonte: facebook

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Cabeça decepada do tenente Meminiano


Fonte: facebook

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Chile – 11 de Setembro de 1973: Quarenta anos do início de uma dolorosa tragédia no Cone Sul.

Por: José Romero Araújo Cardoso(*)

Manhã de onze de setembro de 1973. Santiago, capital chilena, amanhecia sob tênue chuva. O Presidente Salvador Allende adentrava o Palácio La Moneda, intuindo cumprir suas obrigações como chefe do executivo nacional.

No entanto, o Presidente Constitucional Chileno não sabia que o Ministro da Defesa e a cúpula da Segurança Nacional haviam fomentado articulação, há tempos imemoriais, com a CIA, visando depô-lo. Corajoso e determinado, o médico e maçon que pensara em uma transição pacífica para o socialismo tinha mexido com interesses graúdos de grandes empresas transnacionais do ramo de mineração, sobretudo as que atuavam na exploração das riquíssimas reservas de cobre localizadas ao norte do País. Além disso, passou as minas de carvão e os serviços de telefonia para o controle do Estado, aumentou a intervenção nos bancos e fez a reforma agrária, desapropriando grandes extensões de terras improdutivas e entregando-as aos camponeses.

Salvador Allende conseguira no Congresso, apoiado na coalizão formada pela esquerda e partidos progressistas chilenos, denominada de Unidade Popular, anos antes, a nacionalização de verdadeiros impérios empresariais norte-americanos. O Chile tornara-se, ao lado de Cuba, um dos paraísos daqueles idealistas que acreditavam em novos rumos para a América Latina subjugada pelo imperialismo ianque.

A aproximação com a ilha insurrecta era tão proeminente que Fidel Castro chegou a passar meses no Chile, pois encantado com a experiência desencadeada neste País sul-americano, tomou-o como referência para a região, enquanto sinônimo de luta pela liberdade.

O ódio imperialista demonstrou toda sua intensidade quando o General Augusto Pinochet ordenou que suas tropas marchassem sobre o Palácio Presidencial. Aviões norte-americanos apoiaram o avanço militar quando da deflagração daquele que se tornaria um dos mais sangrentos golpes de estado já consolidado em toda a América Latina.

Tímida comparação encontra-se na violenta deposição do governo Arbenz, na década de cinqüenta, na Guatemala. Na relação dos que seriam fuzilados encontrava-se Ernesto Guevara de La Serna, mais tarde imortalizado pelo apelido de “Che”.

Allende resistiu bravamente, empunhando fuzil presenteado por Fidel quando da histórica visita ao Chile. No entanto, a desigual disponibilidade de homens e armas o fez tombar sem vida.

O Chile, em razão dos ares pretensamente libertários, imortalizado no imaginário lúdico de centenas de guerrilheiros latino-americanos, expulsos ou fugidos dos seus países, era tido como porto seguro pela esquerda radical. Inúmeros militantes da luta armada no Brasil, como Fernando Gabeira, trocado pelo embaixador suíço quando do seqüestro e negociação efetivados pelo grupo liderado pelo Capitão Lamarca, buscaram refúgio no Chile de Allende.

A chacina nas ruas de Santiago marcou consideravelmente o advento da extrema truculência dos militares chilenos que depuseram o presidente eleito pelo povo. Pessoas ligadas ao governo que estava sendo deposto, bem como os esquerdistas que buscaram exílio no Chile, foram literalmente caçados, assassinados friamente, torturados, aterrorizados pela violência inaudita que se instalou na “ilha de esperança” do Cone Sul.

Os EUA transmitiram ordens incisivas para que as Embaixadas dos “Países Aliados” fechassem as portas para os seres humanos que estavam sendo massacrados no Chile. A Suécia desobedeceu as instruções vindas de Washington e transformou seu espaço de representação diplomática em tábua de salvação para inúmeros perseguidos.

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Se não fosse a ousadia e o humanismo do primeiro-ministro Olaf Palm, um dos mentores do Welfare State (Estado do bem estar Social) a criminosa caçada no Chile teria tomado proporções ainda mais perversa e devastadora. Muitos que foram perseguidos e conseguiram asilo na Embaixada Sueca choraram quando do assassinato do grande político daquele País Nórdico. Exilado na Suécia, Fernando Gabeira, um dos idealizadores do seqüestro do Embaixador Norte-Americano Charles Elbrick, salvou-se graças à decisão de Palm em abrigar o máximo de pessoas possível na Embaixada Sueca.

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O Estádio Nacional, palco de históricas partidas de futebol, com destaque às disputadas na copa de 1962, foi transformado em campo de concentração para centenas de pessoas aprisionadas pelos militares rebelados contra o governo Allende.

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A ordem era não expressar sentimentos ou brados de revolta, mas o cantor e compositor Victor Jara desobedeceu-a, sendo vítima da ira ensandecida dos golpistas. Assassinaram-no com requintes de perversidade.

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Victor Jara era a maior expressão da música de protesto no Chile, considerado o Chico Buarque daquele país sul-americano. As canções que compôs ou interpretou destacaram-se pelo engajamento político e posicionamento em prol dos oprimidos. A antológica homenagem ao Comandante “Che” Guevara tem letra de Victor Jara (Aprendimos a quererte, desde la histórica altura, donde el sol de tu bravura,le puso cerco a la muerte. Aquí se queda la clara, la entrañable transparencia, de tu querida presencia, Comandante Che Guevara).

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Personalidades respeitadas no mundo cultural, como o poeta Pablo Neruda, empreenderam fuga desesperada, atravessando a Cordilheira dos Andes. A residência do consagrado poeta chileno foi profanada pelos militares tresloucados com as ordens recebidas dos superiores, cujo destaque estava na efetiva inserção do Chile na execrável “Operação Condor”.

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Violeta Parra, grande nome da música chilena, cuja obra-prima encontra-se em “Gracias a La vida”, mesmo falecida em cinco de fevereiro de 1967, teve suas canções proibidas, pois sinônimo de luta contra a opressão era vista como símbolo das batalhas contra a exploração que tanto marcou o governo Allende.

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Mesmo longe, depois da consolidação do sangrento golpe de Estado, pessoas ligadas ao governo deposto foram assassinadas. Exemplo disso encontra-se na morte trágica de Orlando Letelier, nos EUA, juntamente com sua assistente, Ronni Muffet, em Washington, D.C. por agentes secretos da DINA (Dirección de Inteligencia Nacional), a polícia política do regime militar chileno.

Victor Jara

Em onze de setembro de 1973 o terror tomou conta do Chile, pois a violência tornou-se marca indelével da ação dos militares que, agindo assim, assumiram compromisso irrevogável com o neoliberalismo e com a idéia de dominação veiculada pela ideologia americana com relação à América Latina.


José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-adjunto da UERN e pesquisador do cangaço.

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