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terça-feira, 13 de maio de 2014

AGRIPA MUDA CALENDÁRIO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 13 de maio de 2014 - Crônica Nº 1.187
 DIRETORIA DA AGRIPA: ARISELMO, MANOEL, VILMA, SÉRGIO, FERREIRINHA, CLERISVALDO E MARCELLO. Foto: Assesoria/Agripa.

A Associação Guardiões do Rio Ipanema, através da sua diretoria, resolveu ampliar o número de sessões.

A AGRIPA vinha funcionando com apenas duas sessões mensais, sendo a segunda sexta-feira do mês e a última. Com o crescimento rápido de suas ações, os compromissos triplicaram, fazendo com que ficasse um vazio, hoje, considerado grande entre as duas reuniões. Para manter e ampliar o controle interno, atender a demanda social como convites para palestras sobre a História no rio Ipanema, sua Geografia, Sociologia, Economia, fauna, flora, pesca, lazer, passeios, belezas naturais e mais objetivos, não houve outra saída. Na sessão da sexta, transferida para ontem, a AGRIPA preencheu parte da Ordem do Dia, discutindo o assunto. Foi aprovada a ideia das sessões semanais às segundas-feiras, iniciando sempre as 19 e chegando, no máximo, às 21 horas.

Passando pela Leitura da Ata Anterior, Expediente e Ordem do Dia, chegou à vez da Palavra A Bem da AGRIPA, quando vários informes foram apresentados e discutidos. O Tempo de Estudos foi preenchido pelo professor Clerisvaldo Braga das Chagas e, logo depois a palavra foi entregue ao Orador Ariselmo de Melo que avaliou a sessão e, o presidente Sérgio Soares Campos, encerrou os trabalhos da noite.

A partir da próxima semana, as sessões já serão realizadas as segundas, às 19 horas, na sede provisória, Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, no Bairro São José.

Hoje (13) a AGRIPA estará convidando oficialmente as Secretárias da Saúde, Ação Social, Meio Ambiente, gerência da CASAL, representantes da OAB e os vereadores, para discutir soluções participativas outras que possam resgatar definitivamente o rio Ipanema e seus tributários. O encontro deverá acontecer no dia 21 a partir das nove horas no auditório da prefeitura.

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Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

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CÉU DE LUIZ (livro) - Tiago Santana & Audálio Dantas


O livro conta com o ensaio fotográfico realizado pelo fotógrafo Tiago Santana e os textos do jornalista e escritor Audálio Dantas.
O lançamento do Céu de Luiz, no Teatro Dragão do Mar, terá ainda a participação especial da Orquestra Filarmônica do Ceará, tocando clássicos de Luiz Gonzaga, como “Sabiá”, “Asa Branca” e “Assum Preto”.

Os Autores

TIAGO SANTANA, fotógrafo, atua desde 1989, desenvolvendo ensaios pelo Brasil e América Latina. Em 1994 recebeu a Bolsa Vitae de Artes com o projeto Benditos, livro homônimo publicado em 2000; e o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, em 1995. Em 2007 ganhou os Prêmios Conrado Wessel de Ensaio Fotográfico e APCA, pelo ensaio O Chão de Graciliano, livro realizado em parceria com o jornalista Audálio Dantas. Ganhou o Prêmio O Melhor da Fotografia no Brasil em 2007, 2008 e 2009. Em 2010 recebeu o Prêmio Porto Seguro Brasil de Fotografia. Tem trabalhos publicados em revistas e livros no Brasil e no exterior. Sua obra integra importantes acervos e coleções de fotografia. Em 2011 foi o segundo brasileiro a ter seu trabalho publicado na coleção de fotografia francesa Photo Poche. Organizou diversas exposições e festivais de fotografia no Brasil. É fundador da editora Tempo D'Imagem.

AUDÁLIO DANTAS, jornalista, escritor e autor de mais de 10 livros, entre eles, As duas guerras de Vlado Herzog (Grupo Record/Civilização Brasileira), Prêmios Jabuti (Câmara Brasileira do Livro) e Juca Pato (União Brasileira de Escritores); Tempo de reportagem (Leya); O menino Lula (Ediouro) e O Chão de Graciliano, com fotografia de Tiago Santana (Tempo d’Imagem), Prêmio APCA 2007. Fez a compilação do diário da escritora Maria Carolina de Jesus, resultando no livro Quarto de despejo, obra já traduzida para 13 idiomas. Atuou em diversas entidades profissionais e culturais. Em 1981 recebeu prêmio da ONU por seu trabalho na área de direitos humanos. É presidente da Comissão da Verdade, Memória e Justiça dos Jornalistas Brasileiros e diretor-executivo da revista Negócios da Comunicação.

FICHA TÉCNICA:
CÉU DE LUIZ
Editora Tempo d’Imagem e Edições Sesc São Paulo
Autores: Tiago Santana (fotografias) / Audálio Dantas (texto)
Textos de apresentação: Danilo Santos de Miranda e Gilberto Gil
INúmero de páginas: 156
Formato: 28 x 28 cm 

LANÇAMENTO DO LIVRO
Data: 15 de abril de 2014
Hora: às 19h30
Local: Teatro Dragão do Mar - Fortaleza-CE
Evento gratuito.

Mais Informações:
Editora Tempo d’Imagem
tempodimagem@uol.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. 
(85) 3261.2398

Enviado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueana Kydelmir Dantas.

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Tempo de ganhar e de perder

Por Kydelmir Dantas

Na vida há estes dois tempos... Tempo de ganhar e de perder amigo(a)s.

Estou nessa faixa etária do segundo tempo... O de perder amigos de verdade.

Hoje, foi-se mais um JORGE de Soraia... Ou Jorge Queiroz, como era mais conhecido.

A quem aprendi a gostar pela amizade sincera e pelo sorriso fácil e largo.
Alegre em ter compartilhado alguns momentos em nossas vidas...  Faço minha oração silenciosa e triste, da despedida.

Que DEUS ilumine sua alma e dê força a sua esposa, filhas e netos... Extensivo aos demais parentes.

Kydelmir Dantas
MOSSORÓ - RN
Fone: (0xx - 84) - 3323 2307

Kydelmir Dantas é poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueana.

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INSTINTOS SELVAGENS OU SELVAGERIAS HUMANAS?

Por Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

De vez em quando - e nos últimos tempos com maior recorrência - a imprensa noticia fatos que são verdadeiras bestialidades humanas. Quando ameaçado ou atacado, é instintivo que o homem se defenda e até revide com violência. Contudo, não é próprio nem normal que aja com selvageria diante de situações que apenas lhe revolta ou causa indignação. Ao partir para ações de violência extremada logo demonstra um desvio comportamental que não é próprio de sua natureza.

Desvio comportamental ou não, verdade é que o instinto humano de defesa está ultrapassando os limites e o fazendo agir com requinte de crueldade. Nem ao instinto animal pode ser comparada, vez que a ação brutal deste obedece a regras de ataque e defesa, de situações que motivam a ação violenta na intensa e difícil luta pela sobrevivência. Assim, o instinto animal não é opcional, mas necessário. Muito diferente do que vem ocorrendo com a reação instintiva de parte da população.

Não pode ser considerado instintivo, senão como pura selvageria a covardia praticada por um grupo de moradores da cidade de Guarujá, no litoral paulista no início desse mês. Ali, algumas pessoas simplesmente resolveram fazer justiçamento contra uma mulher erroneamente acusada de estar tramando o rapto de crianças para fins de magia negra. Seu cerco e trucidamento sem a devida comprovação de culpa ou participação nos fatos servem apenas como um dos exemplos da brutalidade que vive oculta no homem.

Após a divulgação numa rede social de que uma mulher poderia estar atraindo crianças para a prática de rituais macabros, Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, inocente, mãe de duas filhas, teve a infelicidade de ser apontada como a responsável pelos atos e linchada por populares. Apenas parecida com o retrato falado divulgado, ela caminhava em direção à sua residência com uma Bíblia à mão, foi cercada e sumariamente atacada com pontapés, paus e pedras, sofreu traumatismo e morreu no hospital. Contudo, não é um caso isolado.


Muitos outros casos podem ser relembrados, como os de supostos assaltantes amarrados em postes nas vias públicas. Apenas de cuecas, um jovem foi amarrado a um poste de energia elétrica e chicoteado por populares na cidade mineira de Ipatinga, em abril deste ano. Acusado de fazer parte de uma quadrilha, no final de janeiro um adolescente de 15 anos foi encontrado agredido a pauladas e acorrentado pelo pescoço também a um poste. Tal fato ocorreu no Rio de Janeiro. E são inúmeras as notícias de ocorrências assim, onde flagranteados ou acusados são alcançados pela população decidida pelo justiçamento.

Aliás, o termo justiçamento está na pauta do dia, nas atitudes da parcela da população que procura tornar hábito cotidiano o fazer justiça com as próprias mãos e sem qualquer direito de defesa. Antiga prática de tortura seguida de morte levada a efeito por pessoas que não tinham autoridade para decidir acerca da extrema condenação, o justiçamento foi ganhando novos contornos com a sensação de insegurança vivida pela sociedade. Desse modo, aqueles alcançados pela população em situação de flagrante ou por suspeita de alguma prática delituosa, se tornam alvo da ira dos revoltosos.

Geralmente sem procurar aprofundamento nos fatos, buscar a certeza da acusação ou simplesmente porque ficou comprovada a prática do delito, e diante da ausência dos agentes da segurança pública, a turba raivosa decide sumariamente e parte para a ação. E daí em diante o acusado passa a ser torturado, agredido de todas as formas e com as armas encontradas pelas pessoas, num verdadeiro ritual de linchamento. Outras vezes, como ocorreu com aqueles amarrados em postes, a intenção é apenas de ferir e deixá-los imobilizados nas vias urbanas como recados sangrentos.

As imagens dos rapazes amarrados aos postes, de roupas rasgadas, com os corpos lanhados e marcas de violência por todo lugar, faz recordar outras imagens que ainda hoje causam revolta e indignação nas pessoas. Quem não se recorda dos desenhos de Debret e outros artistas retratando o açoitamento dos escravos presos aos troncos, naqueles tempos da escravidão? Ora, as cenas de agora não são muito diferentes. E se as imagens ainda são utilizadas pelos professores para ilustrar as atrocidades praticadas contra os escravos, o que dizer agora diante das imagens retratando as mesmas cenas no mundo novo?

Noutras partes do mundo onde o apedrejamento de mulheres é até previsto em lei diante de determinadas condutas, as cenas geralmente provocam grande repulsa no mundo ocidental dito civilizado. Logo classificam como barbárie os castigos e clamam pelos direitos daquelas mulheres. Contudo, torna-se contraditório demais que pratiquem o mesmo noutras situações e com outros requintes de violência, e ainda pretendam ter como expressão de revolta social tais bestialidades.

Verdadeiramente, nem mesmo os animais ditos selvagens chegam a práticas tão extremadas. Em casos tais, a outra conclusão não se chega senão a de que o estado mais brutal e selvagem do homem volta a ser revelado em sua plenitude. E logo quando se acha plenamente civilizado.

Poeta e cronista
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O DC-3 QUE SE TRANSFORMOU EM UMA OBRA DE ARTE DE ROMERO BRITTO

Publicado em 08/05/2014

Quando eu tinha uns dez anos, em uma ocasião que participava de uma excursão escolar a Recife e Olinda, na ocasião que o nosso ônibus estava seguindo por uma estrada perto do mar, tive a surpresa (na verdade um susto) de ver um grande avião bimotor no pátio externo de uma casa. Fiquei realmente impressionado com aquilo e um dos professores explicou que ali era um bar e tinha como atração aquele antigo avião. Mas o Mestre não sabia de que tipo era.

O DC-3 pintado pelo artista plástico Romero Brito, no pátio da AESO, em Olinda, Pernambuco.


Fazenda Ipueiras,Cenário de Histórias e Decisões Cangaceiras Parte 2

 Por Maria Thereza e Aristides Camargo
Cel. Izaias Arruda

O Cariri, região sul do Estado do Ceará, celeiro de coronéis do sertão,  aqueles que fizeram história na região, nas décadas de 1920 e 1930. Rota de saída de produtos do Ceará e de estados vizinhos, Cariri era, também, porta de entrada e saída dos bandoleiros, liderados por Lampião e considerada a menor distância entre os sertões do Pajeu e do Cariri.  Esse espaço geográfico foi local  de acontecimentos que movimentaram a sociedade política nordestina, diante da manutenção do oligopólio dos “coronéis”, envolvendo em suas estratégias logísticas, a obtenção  de sucesso em suas intensões (Correio de Aracajú de 23 de maio de 1930).  Coronel Isaias Arruda, filho da cidade de Aurora e dono de Ipueiras, foi o coronel que se destacou no episódio de Mossoró.

A cidade de Aurora é uma dessas portas de entrada e saída dentro do estado do Ceará, terra de padre Cícero, conselheiro dos muitos que fizeram a história do Nordeste ser polêmica, tanto, devido à ousadia dos coronéis como dos cangaceiros. Cariri, onde a base da alimentação é o xerém e carne de bode e para adoçar café usam rapadura, pois o açúcar branco é só para “mainha”.  Onde, seis chuvas por ano, já se chama inverno e onde, para todos os efeitos, o rifle substituía a lei, nos tempos de cangaço. Cariri, por onde Lampião, o rei do cangaço, e seu bando, se embrenhavam, deixando ali, as maras de sua passagem, teria dito, quando entrevistado pelo Sr. Alves Feitosa, ao pé da serra do Araripe: “Não sou cangaceiro por maldade minha, mas pela maldade dos outros” (O Povo, de 4 de junho de 1928).

Região do Cariri cearense, sul do estado do Ceará

A caatinga de Ipueiras, como as outras tantas, pelo nordeste a fora, sem dúvida, imagina-se ter sido partilhada por toda sorte de sertanejo que, desde tempos passados, ali procuraram viver, sobretudo, os cangaceiros em sua vida errante, ora fugindo de seus perseguidores, ora buscando abrigo seguro.  Mas, a caatinga do tempo do cangaço, nos  anos 20 e 30, do século XX, deixou para a história, tristes lembranças, por exemplo, quando da execução de certos planos para o extermínio dos grupos de cangaceiros, os alvos eram os coiteiros, aqueles que escondiam os bandos, irritando os poderosos coronéis e políticos daquele começo do século XX.

(...) Aqueles que não colaboravam  com a polícia eram eliminados sumariamente.  O efeito foi devastador: inocentes foram enterrados na caatinga, outros passaram anos presos sem processo e alguns ingressaram nas volantes, com medo da represália policial.  (...) Naqueles anos 20 e 30 o povo se encontrava dividido.  Quem morava na cidade, temia e odiava os cangaceiros. Os camponeses ou vaqueiros moradores de vilarejos ou de casas isoladas na caatinga, que dependiam de suas roças para sobreviver, admiravam a coragem dos cangaceiros.  Eles apontavam os melhores esconderijos e despistavam as volantes (...) (Diário de Pernambuco,  7/7/1997, p.4 e 7, respectivamente)

Local onde era a sede da fazenda Ipueira em Aurora

A catinga de Ipueiras, outrora turbulenta, com seu chão poeirento e pedregoso, parece estar ali, numa linguagem muda, mostrando ao sertanejo a arte da sobrevivência.  Convivendo com os prolongados períodos de seca, esta caatinga e as outras que se espalham pelo nordeste, faz com que parte de sua vegetação perca as folhas, transformando-se numa floresta esbranquiçada.  Esta, todavia, uma das extraordinárias estratégias da natureza a fim de manter a caatinga sempre viva, visto que o cair das folhas, logo no início do período de seca, significa menos perdas hídricas, armazenando água em diferentes partes da planta, até a chegada das chuvas hibernais.  E, ainda, favorecidas pelo clima, as folhas que caem passam por um processo de fenação, tornando-se alimento para os animais (Rizzini & Mors, 1976).

Outra surpreendente estratégia de sobrevivência dos vegetais nas caatingas está em sua extraordinária capacidade de adaptação ao meio ambiente, ao desenvolver compostos químicos com a função de estabelecer condições para a continuidade das espécies dentro do ecossistema.  São os meios de proteger as plantas das radiações solares e de predadores, desenvolvendo recursos mecânicos de defesa, como espinhos e acúleos, assim como viscosidade em folhas repelindo insetos predadores e, sobretudo, criando atrativos para os polinizadores, a partir de substâncias com odor, representadas pelos óleos essenciais voláteis e substâncias com cor em flores, frutos ou outras partes das plantas, desenvolvendo, ainda, os flavonoides de múltiplas atividades farmacológicas – anti-inflamatórias, anti-infecciosas, antissépticas, antioxidantes, antipiréticas, cicatrizante, antinociceptivo, muitas vezes concentradas numa mesma planta, comumente em casas.  Enfim, substâncias essenciais para o homem que vive ali, fornecendo-lhes alimentos, sobretudo, em frutos e tubérculos, além de remédios para diferentes males.  Plantas que já nos idos de 1910, já foram tratadas pelo botânico cearense, Francisco Dias da Rocha, cujos dados bibliográficos encontram-se no final.

 
Vegetação típica da Caatinga

Com a chegada das chuvas, como num processo mágico, todo aquele emaranhado da galharia, aparentemente seca, transforma-se num manto verde matizado por uma cobertura florística multicolorida, cumprindo seu papel de atrair os polinizadores para a tarefa da reprodução das espécies nativas, não permitindo que a caatinga pereça. (Braga, 1976; Salatino, 2012; Carvalho et al, 2001)

Em meio àquele ambiente de caatinga, hoje transparecendo tranquilo, bem diferente daqueles agitados anos vinte do século passado, quando, ali fervilharam tramas dantescas, envolvendo coronéis, coiteiros, volantes, jagunços e cangaceiros.   Gente brava!

Hoje, Ipueiras, parece viver “clima ameno” entre aqueles que ali vivem.Durante nossa peregrinação pelos sítios históricos do período do cangaço, durante o Cariri Cangaço 4, ao nos determos, logo à entrada do caminho que nos levaria à sede da antiga fazenda Ipueiras, estava, ali, postada, à frente de sua casa, uma senhora, parecendo nos aguardar. O seu semblante sereno e ligeiro sorriso nos lábios, ali, em plena caatinga sob um sol ardente, foram suficientes para nos determos, a ponto de não prosseguirmos na caminhada e, então, ficarmos a conversar com ela, seu marido e filho, este, aparentemente com algum distúrbio mental, se não nos enganamos.Junto à entrada de sua habitação, um casebre de pau-a-pique, já bastante desgastado pelo tempo, com dois cômodos e o mínimo de pertences em seu interior, nos fez, logo, perceber a extrema pobreza em que vive aquela família.

Maria Thereza e Mario Camargo em uma das visitas Cariri Cangaço 2014.

Mas, sempre com aquele semblante sereno e sorriso nos lábios, ia a senhora trocando conosco um descontraído diálogo, nos contando como era a vida vivida naquele canto do mundo.  Perguntada como resolvia os problemas de saúde, morando distante da cidade, contou-nos sobre as plantas medicinais que tinha por perto e com as quais, preparava os remédios, destacando o poder das rezas reforçando o poder de cura.

Afinal, a senhora é uma benzedeira.  Com uma singeleza ímpar, falou-nos sobre o poder da fé, fato que nos encantou. Benzeu-nos, é claro. Falou-nos sobre os remédios que obtém à sua volta, citando as cascas de árvores que são remédio, destacando o juazeiro, ao dizer tratar de árvore sagrada, visto ter sido esta árvore sob a qual Padre Cícero descansou, quando saiu do Crato, em direção a Juazeiro.

Sobre o que nos disse respeito ao poder da fé, logo mais tarde, encontramos testemunhas, quando, ao entardecer, em Aurora, enquanto passeávamos pela cidade, em dado momento, nos deparamos com uma estátua de padre Cícero, bem ao centro de uma praça.  Já era noitinha, quando circulavam por ali moradores da cidade, os quais se detinham diante da imagem, a fim de, acendendo velas aos seus pés, lhe rendendo homenagens.  Era dia 20 de setembro, aniversário da morte daquele que representava a salvação das aflições daquele povo cheio de fé.  Dia de luto, quando as pessoas mais velhas se vestem de preto, como contou-nos uma moradora da cidade. Não tardou para que, logo, as  inúmeras velas acesas, iluminassem a silhueta daquele que o povo elegeu como seu santo protetor, proporcionando-nos uma visão mágica, naquela noite, em Aurora.

Continua..

Maria Thereza Camargo, Etnofarmacobotânica, especialista em plantas medicinais na medicina popular no Brasil.
Aristides Camargo, Arquivista, especialista em patrimônio cultural brasileiro.

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Especialista em Petróleo Desmonta Cartilha da Globo, na Própria Globo

Assistam ao vídeo no link anexo.

Na própria GloboNews, consultor Jean-Paul Prates desmonta, em poucos minutos, com segurança e conhecimento de causa, todas as teses divulgadas pela própria Globo a respeito da Petrobras e da compra de Pasadena


Jean-Paul Prates, consultor na área de petróleo, comenta a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, e outras polêmicas que a Petrobras atravessa.

A repórter da GloboNews ainda se esforçou, em vão, para rebater as palavras do especialista em petróleo, que deixou claro que a atual discussão travada em torno de Pasadena é política e que assuntos desta magnitude não podem ser tratados com oportunismo e de modo superficial.

Assista no link a seguir:


   Atenciosamente,
  Jorge Augusto da Silva Neto
   Téc. de Exploração de Petróleo Sênior
  Matr. 170930-9 - UO-RNCE/CBS/CNTB
  Rota: 834-3586 / (84)3235-3586 

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CANGAÇO - LIVROS À VENDA


ANTÔNIO AMAURY CORRÊA DE ARAÚJO

Obs: As negociações serão realizadas diretamente com o autor e serão de inteira responsabilidade dos negociantes.

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