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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Coronel Gurgel



Por Geraldo Maia do Nascimento

Os dias que antecederam ao 13 de junho de 1927 foram de muita agitação para a população. Boatos alarmantes davam conta da penetração de cangaceiros no solo potiguar, e que o objetivo da malta era atacar Mossoró, a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte.

 Coronel Antonio Gurgel do Amaral

Antônio Gurgel do Amaral, o Coronel Gurgel, destacada figura nos meios políticos e sociais do Estado, ex-prefeito de Natal, se encontrava na cidade e os boatos o estavam perturbando. Por precaução, resolveu pegar sua esposa que se encontrava na Fazenda "Brejo", uma propriedade da família que ficava próxima ao lugarejo Pedra de Abelhas, atual Felipe Guerra. 

Fez a viagem de automóvel, tendo como chofer Francisco Agripino, mais conhecido pelo apelido de Gatinho. Acontece que por Antonio Gurgel não conhecer bem a estrada que levaria à Fazenda, Gatinho muda o rumo e em determinado momento chama a atenção do Coronel para uns homens armados que se achavam à margem do caminho. Gurgel manda prosseguir a viagem, mas logo depois muda de ideia, pois o carro começa a ser alvejado pelos bandidos e perseguido por um cangaceiro, que de arma na mão exige que parem o carro. Era o cangaceiro Coqueiro, do bando de Lampião, que se aproximando do Coronel foi logo tomando-lhe a carteira de onde tirou um conto e quinhentos mil réis, a pistola automática e uma caixa de balas de rifle. Depois, revistando-o, tirou também a aliança, os óculos e o fez descer do automóvel dando-lhe "ordem de prisão".

Acontece que o rumo que Gatinho tomou, por engano, levou-os a uma faixa que havia sido ocupada pelos cangaceiros. E o Coronel Gurgel, depois de saqueado, foi escoltado à casa de Manoel Valentim, na Fazenda Santana, onde os chefes da malta se aquartelavam.

-"Prendi um coronelão, bicho de dinheiro!", grita Coqueiro aos comparsas.


Nesse momento Sabino Gomes, um dos subchefes de Lampião, encarando o  Coronel,  determina sua sentença:

-"Você está preso por dez contos de réis!"

Depois desse rápido diálogo, foi apresentado ao Capitão Lampião e qual não foi sua surpresa ao descobrir que dois dos seus irmãos, José e Fausto, também se encontravam ali na qualidade de prisioneiros do grupo.


Num depoimento posterior, o Coronel Gurgel diz que Lampião perguntou a ele onde arranjaria o dinheiro para pagar o resgate seu e de seus irmãos, o que o mesmo respondeu que não lhe era fácil arranjar tão elevada quantia, especialmente ali. Talvez a conseguisse em Mossoró, onde tinha alguns amigos. Propôs, então, ir a Mossoró de carro, apanhar o resgate, deixando como garantia seus irmãos. Pediu, no entanto, um desconto.  Sabino Gomes, que assistia a negociação, não gostou da ideia. Pelo atrevimento, aumentou o resgate para quinze contos de réis e determinou que o mesmo mandasse um dos seus irmãos, no carro, buscar o dinheiro.

O escolhido foi Fausto, que seguiu viagem levando um bilhete do Coronel Gurgel para Jaime Guedes, gerente do Banco do Brasil em Mossoró, onde diz:

- "Jaime: Estou preso pelo Sr. Virgulino, o qual exige quinze contos, preciso, porém, que  você mande vinte e um contos para salvar-me e a meus irmãos. O portador é Fausto, a quem você despachará com urgência. Deus nos proteja. Antônio Gurgel. 12/06/1927".

Uma série de acontecimentos faz com que o portador não encontre mais o bando que, sendo vencido em Mossoró, foge para o Ceará. O Coronel Gurgel permaneceu com o bando até o dia 25 de junho, quando foi posto em liberdade para dar mais mobilidade ao grupo.  Toda essa aventura foi registrada em um diário escrito  pelo Coronel Gurgel, durante os dias de cativeiro.

 Raimundo Soares de Brito - Natural de Caraúbas-Rn, mas era radicado em Mossoró

"Nas Garras de Lampião (diário)" - é o título de um trabalho publicado em 1996 pelo historiador Raimundo Soares de Brito, onde reproduz o "Diário do Coronel Gurgel" com bastante ilustrações e notas de rodapé. É, por certo, o mais importante registro do que aconteceu com o bando de Lampião depois do ataque a Mossoró.

(Para conhecer mais sobre a história de Mossoró visite o site: www.mossoro.cjb.net)

Geraldo Maia do Nascimento é jornalista e pesquisador.

Fonte: Jornal O Mossoroense 

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APENAS UMA CARTA DE GRATIDÃO

Por Archimedes Marques

APENAS UMA CARTA DE GRATIDÃO 

A sua terrena morada de 29 de agosto de 1934 a 18 de dezembro de 2012 foi singela, pura e por demais proveitosa 

APENAS UMA CARTA DE GRATIDÃO 

Minha estimada e inesquecível mãe, Maria Isabel Melo Marques: 

A sua terrena morada de 29 de agosto de 1934 a 18 de dezembro de 2012 foi singela, pura e por demais proveitosa, pois deixou alimento para o espírito, amizade, carinho, afeto e amor em todas as pessoas que a conheceram. Os meus olhos, os olhos daqueles que a cercaram, os nossos olhos são testemunhas oculares dessa visão, nossos corações são testemunhas pulsativas dessa arritmia, nossos cérebros são testemunhas conscientes dessa razão, nossos sentimentos são testemunhas intelectivas dessa sensação, nossos juízos são capazes de decretar essa sentença em plena e absoluta justiça. Minhas palavras apenas tentam comprovar que não morre aquela pessoa que nas outras vive. O que é bom é eterno e ao invés de apenas passar termina ficando imortalizado.

 De boa filha e verdadeira irmã dos seus irmãos você se tornou excelente esposa para o nosso querido pai. De excelente mãe você se tornou cúmplice dos seus filhos, mais tarde das noras e do genro. Cúmplice também foi dos seus netos e bisnetos, uma cumplicidade que transcendeu curtas gerações, uma cumplicidade que só buscava o bem de todos. 

Do seu dom iluminado de ser feliz e trazer felicidade com as suas sábias palavras, atos e decisões, de contar os seus contos, de historiar as suas histórias, de encantar com os seus encantos, de se encantar com os nossos encantos, de sorrir os nossos sorrisos, de sofrer os nossos sofrimentos, de se preocupar com as nossas preocupações, teve você também o poder de transformar as nossas lágrimas em alentos. 

Do seu dom natural das artes você se destacou na criatividade, desenho, pintura... Nas letras, sempre bem trabalhadas, se tornou poeta em versos e prosas, contista, amante das escritas e dos livros... Da sua voz e ritmo cadenciados de cantora romântica deixou gravado um disco que não toca somente os nossos corações, mas também irradia de alegria contagiante a nossa aura. 

Da amizade sempre bem regada e adubada você plantou e colheu uma legião de amigos que para sempre guardarão a sua memória, pois sendo uma pessoa abençoada pelo Criador continuará na saudade irradiando luz, irradiando satisfação, irradiando paz, irradiando harmonia, irradiando amor...

Assim, por tudo isso e indefinidamente por muito mais, só me resta agradecer o privilégio de ter sido gerado pelo seu amor, de ter nascido do seu ventre, de ter sido amamentado pelos seus seios, de ter vivido o seu convívio, de ter sido acariciado e acalentado pelas suas mãos, afagado pelos seus maternos e aconchegantes beijos, agraciado e curado das feridas pelas suas preces, remediado pelos seus remédios, aprendido e crescido com os seus ensinamentos, esperando um dia reencontrá-la na sua nova morada, de tudo, rogando que o seu exemplo e legado de vida ensinem os bons a ser melhores.

 Seu filho, Archimedes Marques.

Dr. Archimedes Marques é escritor, pesquisador do cangaço  e delegado de Polícia Civil no Estado de Sergipe.

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Lampião, Zé Saturnino e o Nego Tibúrcio




Em Janeiro de 1924, Lampião ataca seu inimigo "Nego Tibúrcio", cabra ligado diretamente a Zé Saturnino, pegando em armas junto ao seu amigo contra Lampião (que ainda era Virgulino), junto com seus irmãos, Levino e Antônio. "Nego Tibúrcio" não podendo pegar Lampião, incendeia a casa de sua tia Maria José Lopes, deixando Lampião com mais ódio. 

Lampião não se conforma por não ter pego o "Nego Tibúrcio", quando vem a surpreendê-lo jogando cartas com seus homens em Santa Maria. Acontece um tremendo tiroteio, em que "Nego Tibúrcio" perde o José Valério, um dos melhores cabras do seu bando.


Lampião vendo que as balas eram inúteis contra uma fera experimentada, como aquela que estava enfrentando, coloca fogo na casa-trincheira do inimigo, obrigando-o a saltar fora, já baleado, caindo no Rio Pajeú, com o corpo em chamas”. 

Com bebidas e danças Lampião comemora a morte do seu grande inimigo “Nego Tibúrcio”.

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O cantor Luiz Gonzaga queria ser cangaceiro


Geraldo Júnior e amigos do cangaço, vocês sabiam que o sonho de Luiz Gonzaga era fazer parte do bando de cangaceiros de Lampião? E como prova, é relatado no filme de “pai pra filho”, que conta a saga do rei do baião.
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Plínio Correy

 

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