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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Expedição cangaço 2012

Por Aderbal Nogueira

Já publiquei antes, não custa colocar novamente pois tem. Manuel Salina, Zé Rufino, João De Sousa Lima, Jairo Luiz Oliveira etc. 




Extraído do facebook - página do cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira

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A ÁRVORE DO SILÊNCIO



Por Rangel Alves da Costa* 

Belíssima a assertiva de Artur Schopenhauer: Da árvore do silêncio pende seu fruto, a paz.

E a árvore do silêncio, tão bela e frondosa, pode ser avistada, tocada, sentida, em todo lugar. Desde o asfalto ao chão fecundo lá estará.

E também estará onde ninguém avista, onde somente o semeador conhece o seu lugar e a sua imponência. Tão imensa e visível, tão presente e invisível é a árvore do silêncio.

Não precisa de arvoredo ou pomar, floresta ou mata fechada. Não requer distância do homem para estar protegida. E não morre com o tempo, pois eterna é a árvore do silêncio.

Aliás, a árvore do silêncio não nasce senão da raiz do desejo de cada indivíduo, não cresce senão na mente e não frutifica senão em galhos invisíveis. Mas pressupõe sempre o silêncio para florescer, para dar seus frutos.


E dessa árvore, presença silenciosa ao redor do indivíduo, a paz vai brotando como fruto mais desejado. Fruto doce é o da paz, e talvez o único que possa saciar a fome do mundo.

O mundo, o homem, a vida, as relações, os seres, a existência, as convivências, os amores e os ódios, as intrigas e os entendimentos, tudo necessita de paz. E o fruto da paz não será colhido enquanto não surgir o silêncio que possibilite a reflexão.

Quando o filósofo afirma que da árvore do silêncio pende o fruto da paz, outra coisa não faz senão afirmar que somente o silêncio possibilita ao homem colher a calma e tranquilidade necessárias para refletir acerca dos caminhos que levem à paz.

Ora, a paz citada não é apenas aquela envolvendo quietude, tranquilidade, placidez, sossego, serenidade. Envolve muito mais, eis que a paz referida por Schopenhauer é também aquela fruto de um estado mental e espiritual que leva ao homem o poder da reflexão, da meditação.

A reflexão e a meditação seriam as sementes que germinariam a paz. Ora, a paz não é pensada em meio à guerra, à balbúrdia, às gritarias e desassossegos. O encontro com a paz exige silêncio, concentração, imaginação.

Fácil compreender o porquê de o silêncio frutificar. É no silêncio que o pensamento se aperfeiçoa, que a mente se torna produtiva, surgem as ideias, as boas noções, os caminhos e as possibilidades se tornam mais nítidas.

É no silêncio que o homem encontra consigo mesmo, que alarga sua visão acerca da realidade, que adentra profundamente naquilo que em outra situação seria apenas aparente. Basta que o silêncio paire, que calem as vozes da incompreensão, e o homem estará apto a ser uma voz espiritual diante do mundo.

Que se tomem como exemplos as grandes criações ou invenções humanas, ou mesmo os estudos que produziram descobertas consideráveis. Em tais situações apenas o diálogo do homem com o seu objeto, de forma silenciosa e produtiva, de modo que apenas a aparência da intencionalidade tivesse voz.


Impossível imaginar Mozart ou Bach criando sua música em meio a algazarras. Difícil conceber Einstein debruçado sobre sua teoria em meio a vozes e gritarias. A poesia, a escrita, a pintura, a arte em si, exige um mínimo de silêncio para encontrar sua própria voz.

Que se imagine Schopenhauer subindo à montanha para encontrar o silêncio tão necessário à meditação filosófica. Mesmo tecendo acerca de pessimismos e dores do mundo, não deixa de reconhecer que somente o silêncio possibilita o aprofundamento em tais questões.

Veja-se, por exemplo, o sino da igreja. Ouvir o seu badalar em silêncio provoca um diálogo espiritual de indescritível intensidade. E até dá para ouvir a canção da brisa do entardecer quando o silêncio envolve tudo ao redor.

Sim, na árvore do silêncio a paz. E um canto de pássaro que jamais será ouvido por aqueles que não são nem de silêncio nem de paz.
  
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com 

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Antonio Galdino lança livro no Cpazinho amanhã as 19;30 hrs

Por João de Sousa Lima

Amanhã, dia 27 de fevereiro de 2014, o professor Antonio Galdino lança mais um livro. O lançamento acontecerá no Espaço CPAzinho, às 19:30 hs.


O livro conta a história de Paulo Afonso desde sua emancipação política acontecida em 28 de julho de 1958, quando pertencia a cidade de Santo Antonio da Glória.


Faz uma análise da importante participação política encabeçada por Abel Barbosa e Silva ao tempo em que conta as histórias dos pioneiros da cidade e da CHESF.

Esse é um livro para servir de pesquisas aos alunos da região e para quem tem interesse em conhecer suas próprias raízes....

NÃO PERCAM...PRESTIGIEM...VALORIZEM NOSSA CULTURA...





Extraido do blog do escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima

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Cangaço e imprensa Lampião no marketing fúnebre

Por: Geraldo Duarte*

O tenente João Bezerra da Silva, pernambucano e comandante da Volante do 2º Batalhão do Regimento Policial do Estado de Alagoas, contava poucos dias do enfrentamento e do extermínio do bando de Lampião. O embate ocorreu na madrugada de 28 de julho de 1938, defronte à Grota de Angico, na fazenda de igual denominação, na área situada na divisa dos municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, em Sergipe.

O fator surpresa, no ataque ao bivaque da cangaceirada, consagrou-se decisivo para o êxito do confronto.

Dele, restaram mortos Virgolino Ferreira da Silva, “Rei do Cangaço”, sua amásia Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita, “Rainha do Cangaço”, e nove cangaceiros. Todos, após as mortes, foram decapitados, tiveram suas cabeças salgadas e expostas à curiosidade popular.

Dera-se o fim da temida e sanguinária súcia de criminosos que, por vinte anos, aterrorizou os sertões nordestinos. O acontecimento mereceu manchetes e destacados espaços nos noticiosos da mídia nacional, bem como, fez-se replicar na estrangeira. Os fatos obtiveram invulgar acompanhamento público, ensejando comentários opiniões e análises no País. Durante semanas mantiveram-se como a temática maior dos brasileiros e, em especial, das populações do Nordeste.

Mesmo inexistindo, à época, a terminologia “marketing”, e a publicidade e propaganda sendo expressas como “reclame”, as comunicações de mensagens dos produtos ocupavam chamativos espaços na imprensa, nas emissoras de rádio e na panfletaria em geral. Assim, os divulgadores de então, “marqueteiros” do futuro no passado, ligaram aquela conhecida luzinha representativa da ideia e geraram anúncios de impacto, apesar de reprováveis pela ética e pelos princípios humanitários. A morte e os dias de guarda funéreos da cristandade não mereceram o mínimo de respeito para com o cangaceiro-chefe e a cangaceiragem. Ao contrário. Registraram-se, afora outras comemorações comedidas ou veladas, as comercialmente alardeadas como de vendagem promocional.

O jornal Correio de Aracaju, circulante em 8 de agosto de 1938, apresentava, com o destaque de cercadura e letras maiúsculas, uma campanha de vendas tétrica:
“DEPOIS DE MORTO LAMPIÃO TUDO PELO PREÇO DE CUSTO NAS CASAS NUNES. ATÉ 15 DE SETEMBRO PRÓXIMO. RUA JOÃO PESSOA, 156 E 179.”.

Dia seguinte, o macabro propagandear coube veiculação à Folha da Manhã, também noticioso aracajuano. De forma lírica, porém, não menos lúgubre. Poeticamente, os ledores viram o enaltecimento do propalado miraculoso Tônico Phos- Kola, sob o título "A Morte de Lampião":

“O tenente Bezerra – Herói do dia,

O bravo militar alagoano,
Há muito tempo já se consumia,
Arquitetando um plano,
Noite e dia,
Numa incansável obstinação:
É que jurara a Deus, que salvaria,
A gente sofredora do sertão,
Do flagelo que há tanto a perseguia,
Matando Lampião!

Mas ele não dispunha da memória,
Atrapalhado pelo esquecimento...
Daí o retardar-se a sua glória,
A sua grande glória do momento!

E era assim.
Aquilo parecia não ter fim...
A ideia chegava-lhe e... fugia!
Não havia um remédio, não havia,
Como gravar pudesse, na cachola,
O plano que traçara e em que se via,
De uma noite pro dia,
Transformado em herói, carregado em charola...

Foi quando resolveu tomar Phos-Kola
- o remédio prodígio,
Pra quem tem perda de imaginação.
Vem daí o prestígio,
Com que ora se alçou ao mais justo fastígio,
“O bravo militar que matou Lampião.”.

Segundo garantia o tal “remédio prodígio para quem tem perda de imaginação”, na embalagem, lia-se ainda: “Bom para a memória. Abre o apetite. Fortalece músculos, nervos e ossos”.
Crível, portanto, que o “capitão” Virgolino desconhecia o miraculoso fármaco usado pelo super tenente Bezerra. O conhecesse e fosse real o alardeado pelo produtor, dependendo da dosagem, o militar não teria cantado de galo no terreiro do caolho.

Sede do Laboratório Phos-Kola em Aracaju

 Fonte: Aracaju Antiga
 
Ninguém se arvore em falar de propaganda enganosa, defendentes ou não da autoridade ou do fora da lei, pois o delito era desconhecido e o Código de Proteção e Defesa do Consumidor somente nasceu meio século depois.
As mensagens publicitárias citadas foram reproduzidas do livro "O Fim de Virgulino Lampião: o que disseram os Jornais Sergipanos", de autoria do professor e advogado Antônio Corrêa Sobrinho, obra na qual o cangaceirólogo e radialista José Clenaldo dos Santos recebeu especial homenagem.

*Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.

Fonte: Jornal da Cidade, Edição de 22 de Janeiro de 2014.
Créditos para Archimedes Marques

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Virgínio Fortunato da Silva - o cangaceiro Moderno

 Por José Mendes Pereira
 
Virgínio é o nº 2, e está ao lado de Lampião 

Virgínio Fortunato da Silva era alcunhado na "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia" por Moderno. Segundo alguns pesquisadores, ele havia nascido no Estado do Rio Grande do Norte, no ano de  1903, e foi assassinado aos 33 anos de idade, no ano de 1936. Há quem diga que o cangaceiro Moderno era da cidade de Alexandria. Mas esta afirmativa ainda não foi comprovado por muitos estudiosos do cangaço. Era conhecido como o "capador oficial" do bando de cangaceiros do seu cunhado Virgulino Ferreira da Silva -o  Lampião.

Foi casado com Durvinha, e com ela teve dois filhos. Foi comandante de seu próprio grupo de cangaceiros, que tinha ramificação com a empresa de cangaceiros de Lampião. integrado. Era companheiro da cangaceira Durvalina, e após sua morte, ela passou a viver com o cangaceiro Moreno, que antes era seu comandado. Durvinha faleceu no ano de 2008, e o seu companheiro Moreno faleceu em 2010. 

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